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diante aceleração das máquinas e ampliação da maquinaria a ser su-
pervisionada pelo mesmo operário ou de seu campo de trabalho. A
construção mais aperfeiçoada da maquinaria é, em parte, necessária
para exercer maior pressão sobre o trabalhador, em parte ela acom-
panha por si mesma a intensificação do trabalho, porque a limitação
da jornada de trabalho obriga o capitalista a controlar mais rigorosa-
mente os custos de produção. O aperfeiçoamento da máquina a vapor
eleva o número de batidas de seu êmbolo por minuto e permite, si-
multaneamente, por meio de maior economia de força, acionar com o
mesmo motor um mecanismo mais volumoso com um gasto de carvão
constante ou até mesmo em diminuição. O aperfeiçoamento do mecanismo
de transmissão diminui a fricção e — o que distingue de modo tão evidente
a maquinaria moderna da antiga — reduz o diâmetro e o peso das árvores
de transmissão grandes e pequenas a um mínimo cada vez menor. Os
aperfeiçoamentos da maquinaria de trabalho finalmente, ao lhe aumentar
a velocidade e a eficácia, diminuem seu tamanho, como no caso do moderno
tear a vapor, ou aumentam-lhe o corpo e ao mesmo tempo tamanho e
número de ferramentas que opera, como na máquina de fiar, ou ampliam
a mobilidade dessas ferramentas por meio de imperceptíveis alterações
em pormenores, sendo, desse modo, na metade dos anos 50, acelerada
em 1/5 a velocidade dos fusos do selfacting mule.
A redução da jornada de trabalho para 12 horas data, na Ingla-
terra, de 1832. Já em 1836 declarava um fabricante inglês:
“Comparado com o de antigamente, o trabalho que agora se
manda fazer nas fábricas cresceu muito em decorrência da maior
atenção e diligência que o grande aumento de velocidade da ma-
quinaria exige do operário”.99
No ano de 1844, Lorde Ashley, agora Conde de Shaftesbury, fez,
na Câmara dos Comuns, a seguinte exposição apoiada em documentos:
“O trabalho feito pelos ocupados nos processos fabris é agora
três vezes maior do que ao terem início tais operações. A ma-
quinaria tem, sem dúvida alguma, realizado uma tarefa que subs-
titui100 os tendões e músculos de milhões de seres humanos, mas
também multiplicou prodigiosamente (prodigiously) o trabalho
das pessoas dominadas por seu terrível movimento. (...) O tra-
balho de acompanhar para cima e para baixo, por 12 horas, um
par de mules para fiar algodão nº 40 envolvia em 1815 a neces-
sidade de caminhar uma distância de 8 milhas. Em 1832, para
acompanhar um par de mules, produzindo fio do mesmo número,
MARX
45
99 FIELDEN, John. Loc. cit., p. 32.
100 Em inglês, na edição preparada por Engels e com consulta às fontes citadas, tem-se aí:
would demand (demandaria); em Marx: ersetzt (substitui). (N. dos T.)

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