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Prisão em flagrante

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1. Prisão em flagrante 
1.1 Definição e espécies 
Os artigos 301 e seguintes do CPP tratam da prisão em flagrante: 
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes 
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. 
A doutrina cita o flagrante facultativo (pode ser feita por qualquer pessoa do 
povo) e o flagrante obrigatório (deve ser feita pela autoridade policial e seus agentes). 
Ela também divide a prisão em flagrante em dois momentos: (1º) prisão captura: 
apreensão física do agente; (2º) prisão documentação: a lavratura do respectivo auto de 
infração. Há quem estabeleça, ainda, um terceiro momento chamado de prisão cárcere, 
que pode existir ou não, conforme o requisito do art. 322 do CPP. 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de 
infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 
(quatro) anos. 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que 
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 
 
 A doutrina ensina que o flagrante delito é a visibilidade do crime, é a certeza 
quanto à autoria e a existência da infração penal. 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis 
que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
 
 O flagrante próprio/real está previsto nos incisos I e II, o flagrante 
impróprio/irreal/quase flagrante se encontra no inciso III, tendo um lapso menor do que 
no flagrante presumido que está no inciso IV. 
 Ressalta-se que, enquanto não interrompida a perseguição, o agente estará em 
situação de flagrante delito. 
 Obs: distinção entre flagrante presumido casual (policiais não sabem que a 
infração ocorreu, mas acabam prendendo os objetos desta) ou causal (policiais sabem da 
ocorrência da infração e prendem os objetos). * Cabe flagrante presumido na 
modalidade casual? Há controvérsia, mas o entendimento majoritário diz que não, 
somente na modalidade causal a prisão é válida. 
 1.2.2 Apresentação espontânea e crime permanente 
 Segundo o STF, havendo apresentação espontânea, a autoridade policial não 
poderá lavrar o auto de prisão em flagrante, uma vez que o agente não estará em 
situação de flagrante delito. 
 Contudo, nos crimes permanentes a consumação se protrai ao longo do tempo, 
fazendo com que o agente esteja permanentemente em situação de flagrante delito e, 
ocorrendo este dentro de uma casa, o policial deverá justificar, ainda que a posteriori, as 
razões que justificaram o seu ingresso ali. 
1.2.3 Flagrante provocado, esperado e prorrogado 
O flagrante provocado/preparado ocorre quando alguém, insidiosamente, provoca 
o agente à prática de uma infração e, ao mesmo tempo, adota providências para que a 
consumação do crime não ocorra. Damásio o chama de flagrante putativo por obra do 
agente provocador. Assim, o agente pensa estar em uma situação de flagrante delito, 
quando, na verdade, não passa de uma encenação, pois o crime jamais se consumará; é o 
chamado delito de ensaio. 
Vejamos o que diz a súmula 145 do STF: “não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. 
Obs: há flagrante no caso em que o policial se passa por usuário e provoca uma 
venda de droga? SIM! Há flagrante provocado na modalidade vender, contudo, antes da 
atuação do agente provocador, o indivíduo trazia consigo substância entorpecente, 
estando, pois, em situação de flagrante delito. 
Obs: há flagrante no caso em que o policial se passa por usuário, aguarda o 
indivíduo providenciar a droga e após dá voz de prisão? Depende de onde o indivíduo 
providenciou a droga: se foi até uma boca de fumo, não existirá crime, uma vez que a 
ação foi integralmente provocada; se foi até sua casa/carro, existirá crime, uma vez que 
tinha a guarda da droga, estando, pois, em situação de flagrante delito. 
No flagrante esperado não existe a atuação do agente provocador; o policial 
descobre que uma infração penal será praticada, fica na espreita e prende todos os 
agentes. O STF o admite como válido. 
Obs: o agente pratica crime de concussão/corrupção e, quando da entrega do 
dinheiro prometido, é preso em flagrante > *Esse flagrante é válido? Seria uma hipótese 
de flagrante esperado? Não, uma vez que estes crimes se consumam no momento da 
exigência do dinheiro, sendo a sua entrega mero exaurimento, não estando mais o 
agente em situação de flagrante delito. 
Já no flagrante prorrogado/diferido/retardado previsto na lei de organizações 
criminosas, o agente policial retarda a prisão de forma a colher mais elementos de prova 
ou surpreender toda a organização. 
Por fim, o flagrante forjado é a situação em que o policial forja o delito. Logo, 
quem está em real situação de flagrante é o policial. 
 
1.2.4 Crime habitual, infração penal de menor potencial ofensivo e ação 
pública condicionada 
Crime habitual é um hábito de vida que se caracteriza com uma série reiterada de 
atos, sendo que um único ato é um indiferente penal. 
 Cabe prisão em flagrante em crime habitual? O tema é controvertido. Uma 
primeira corrente diz que não, pois o agente será surpreendido na prática de um ato e 
um ato é um indiferente penal. Já uma segunda corrente, majoritária, admite a prisão em 
flagrante desde que no momento da captura haja uma prova segura da habitualidade. 
 Pode haver prisão em flagrante em uma infração de menor potencial ofensivo? 
A prisão captura cabe em qualquer infração penal, inclusive, nas infrações de menor 
potencial ofensivo. E a prisão documentação? Depende: se o agente for imediatamente 
encaminhado ou assumir o compromisso de comparecer no juizado, não se imporá a 
prisão em flagrante, conforme o parágrafo único, do art. 69 da Lei 9.099/95: 
 Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará 
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o 
autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames 
periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em 
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de 
cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a 
vítima. 
 
 Nos crimes de Ação Penal Pública Condicionada é necessária a manifestação 
de vontade do ofendido para que ocorra a prisão em flagrante. A controvérsia reside no 
momento dessa manifestação de vontade; deve ser anterior a captura ou até a 
documentação? Uma primeira corrente entende que a manifestação de vontade do 
ofendido deve ser anterior a captura, uma vez que de que adiantaria prender o agente e 
levá-lo para delegacia sem saber da intenção do ofendido. Já uma segunda corrente, 
majoritária, é no sentido de que essa manifestação pode se dar até a lavratura do auto de 
prisão em flagrante, ou seja, até a documentação.

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