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Análise dos conflitos sociais e mecanismos de resoluções alternativas à luz do Novo Código de Processo Civil

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Uma análise dos conflitos sociais e mecanismos de resoluções alternativas à
luz do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015), Leis vigentes e
Resoluções do CNJ-Conselho Nacional de Justiça.
Bruna Saraiva da Rocha1
Inicialmente, os operadores de Direito eram ensinados a buscar apenas a
competição em um ambiente que possuía um único resultado: "perder tudo ou
ganhar tudo”, sem meios termos, dentro de um sistema dialético. A sociedade e os
operadores de Direito, dessa maneira, acreditavam que esse desfecho
“ganha-perde”, focado no posicionamento das partes e não nos seus reais
interesses, era o único resultado possível.
Nesse contexto, o sistema judiciário começou a ser sufocado pelo enorme
número de processos judiciais em todas as áreas do Direito, desde ações
trabalhistas até civis e penais. Cada vez mais os processos ficavam durante meses
e até anos sem resolução pela impossibilidade dos magistrados julgarem todos os
conflitos em um tempo aceitável. Percebeu-se que mandamentos constitucionais
estavam sendo violados, como por exemplo o princípio da razoável duração do
processo e o acesso à ordem jurídica. Além disso, mesmo quando finalmente ocorria
o trânsito em julgado, as partes (diversas vezes) não ficavam satisfeitas ou não
achavam as decisões justas.
Assim, o ordenamento jurídico brasileiro foi adotando e instigando a utilização
de métodos alternativos de solução de conflitos antes mesmo de chegarem ao
judiciário ou até mesmo já no meio do processo judicial. Por meio da utilização de
uma visão transdisciplinar em um sistema eslético – em que a solução pode se
originar a partir do direito, da sociologia, da psicologia, da antropologia, da filosofia,
etc – o Brasil conseguiu incentivar (e obrigar) as partes a buscarem pela lógica do
“ganha-ganha” com a implementação de estimulantes na legislação processual.
A primeira implementação na legislação que merece destaque e estimulou
outras alternativas para solucionar os inúmeros conflitos foi com a Lei 9.307/96 que
dispõe acerca da arbitragem presenteando o sistema com uma solução de conflito
1 Bacharela em Direito pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – IDP.
que respeita os mesmos princípios processuais, porém possui procedimentos e
figuras processuais diferentes. Um processo mais célere e diferenciado, entretanto
ainda trata-se de um terceiro, decidindo todos os aspectos do conflito.
Apenas em 2010, com a criação da Resolução 125 do Conselho Nacional de
Justiça, em decorrência da necessidade de utilizar e difundir os métodos alternativos
de solução de conflito, que a “visão multiportas”, para desafogar o sistema judiciário
brasileiro, foi devidamente propagandeada.
A Resolução 125 do CNJ dispõe sobre a política pública de tratamento
apropriado dos conflitos de interesses, assim como seus motivos, regras e
organização. O CNJ expõe taxativamente os objetivos básicos da resolução citada,
entre eles: (i) promover a utilização de métodos autocompositivos (como a
conciliação e mediação) para solução de conflito; (ii) respeitar garantias processuais
(razoabilidade na duração do processo e acesso à justiça); (iii) incentivar os tribunais
a utilizar esses métodos alternativos.
Mesmo com as inúmeras propagandas e incentivos, os "métodos alternativos”
ainda não eram tão reconhecidos e/ou utilizados como poderiam. O Código de
Processo Civil de 2015 trouxe a significativa mudança necessária. Foi incluído no
texto legislativo a necessidade de estimular a conciliação, a mediação, a arbitragem
e outros métodos, antes de iniciado o processo e podendo ser utilizado em qualquer
momento durante o seu decorrer. Juntamente com a apresentação da Lei
13.140/2015 que dispõe sobre a mediação como mais um modo de solução de
controvérsias entre particulares e até mesmo sobre a autocomposição de conflitos
na esfera da administração pública.
Nesse contexto, houve um aumento de tentativas de conciliação e mediação,
assim como as Escolas de Direito começaram a incorporar disciplinas acerca
obrigatórias de métodos alternativos em seus currículos acadêmicos que preparam o
operador do Direito para essas situações.
Novas resoluções começaram a surgir considerando novas atualizações e
implementações necessárias para melhor o Poder Judiciário cada vez mais. A
Resolução 325 do CNJ apresentou a Estratégia Nacional do Poder Judiciário para
os próximos anos, incentivando a utilização de meios extrajudiciais para solução de
conflitos, dando mais poder ao cidadão e utilizando menos o Poder Judiciário.
Não se trata ainda de um sistema perfeito e o sistema judiciário continua
lotado de processos, contudo a utilização desses métodos já tem auxiliado a justiça
à solucionar conflitos sendo considerados mais céleres, preservadores de
relacionamentos, privados e satisfatórios por meio da utilização de técnicas como a
necessidade de despolarização da relação entre as partes, participação ativa dos
envolvidos, rapport e pensamentos positivos e cooperativos sobre o conflito.
A ocorrência de conflitos existe desde os tempos mais remotos e continuará
existindo, contudo, agora com a possibilidade de participar da decisão final a
autocomposição entrega para sociedade um resultado satisfatório para todos.
BIBLIOGRAFIA
Código de Processo Civil de 2015
Lei 9.307/96
Lei 13.140/2015
Resolução 125 do CNJ
Resolução 325 do CNJ

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