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sente, ou seja, durante o período da jornada de trabalho de 10 horas, superou o período de 1833 a 1837, ou seja, o período da jornada de trabalho de 12 horas, em proporção ainda maior do que o último superou o meio século desde a introdução do sistema fabril, ou seja, o período da jornada ilimitada de trabalho.124 4. A fábrica No começo deste capítulo, examinamos o corpo da fábrica, a ar- ticulação do sistema de máquinas. Vimos então como a maquinaria aumenta o material humano explorável pelo capital mediante apro- priação do trabalho de mulheres e crianças, vimos como ela confisca todo o tempo de vida do operário mediante ampliação desmedida da jornada de trabalho e como seu progresso, que permite fornecer um produto em enorme crescimento num tempo cada vez mais curto, serve finalmente de meio sistemático de liberar em cada momento mais tra- balho ou de explorar a força de trabalho de modo cada vez mais intenso. Voltamo-nos agora para o todo da fábrica e isso em sua configuração mais evoluída. O Dr. Ure, o Píndaro da fábrica automática, descreve-a, por um lado, como “a cooperação de diferentes classes de trabalhadores, adultos e menores, que com destreza e diligência vigiam um sistema de máquinas produtivas, que é ininterruptamente posto em ativi- dade por uma força central (o primeiro motor)”, por outro lado, como “um enorme autômato, composto por inúmeros órgãos me- cânicos e conscientes, agindo em concerto e sem interrupção para a produção de um mesmo objeto, de modo que todos estão subordinados a uma força motriz, que se move por si mesma”. Essas duas formulações não são, de modo algum, idênticas. Numa, o trabalhador coletivo combinado ou corpo social de trabalho aparece como sujeito transcendental e o autômato mecânico como objeto; na outra, o próprio autômato é o sujeito e os operários são apenas órgãos conscientes, coordenados com seus órgãos inconscien- tes e subordinados, com os mesmos, à força motriz central. A pri- meira formulação vale para qualquer aplicação possível da maqui- naria em grande escala, a outra caracteriza sua aplicação capitalista MARX 51 124 Os poucos números seguintes mostram o progresso das factories propriamente ditas, no Reino Unido desde 1848: (Ver tabelas nas páginas 53 e 54.)
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