Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ansiedade e depressão Aula teórica 2 - 23/02 Stefany Margini – T52 FMIT – IESC V O objetivo da aula é conhecer propostas terapêuticas para sintomas depressivos/ansiedade e as recomendações baseadas em melhores evidências (revisão sistemática e ensaios clínicos). O QUE SÃO TRANSTORNOS DE ANSIEDADE (DSM V) É o medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionadas. - medo: é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida. Períodos de excitabilidade autonômica aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga. - ansiedade: é a antecipação de ameaça futura. Tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamento de cautela ou esquiva. O nível de medo ou ansiedade pode ser reduzido por comportamentos constantes de esquiva. Indivíduos com transtorno de ansiedade em geral superestimam o perigo nas situação que teme ou evitam. - muitas se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem tratados. - a maioria ocorre com mais frequência em indivíduos do sexo feminino do que no masculino (proporção de aproximadamente 2:1). - cada transtorno de ansiedade é diagnosticado somente quando os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos do uso de uma substância/medicamentos ou de outra condição médica ou não são mais bem explicados por outro transtorno mental. O QUE SÃO OS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS - a característica comum dos transtorno depressivos é a presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas (envolve todo o corpo) e cognitivas (pensamento) que afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo. O que difere entre eles são os aspectos de duração, momento ou etiologia presumida. - um grande número de substâncias de abuso, alguns medicamentos e diversas condições médicas podem estar associadas a fenômenos semelhantes à depressão. Esse fato é reconhecido nos diagnósticos de transtorno depressivo induzido por substância/medicamento e de transtorno depressivo devido a outra condição médica. É bom ter um pouco de ansiedade, se não apresentasse nenhuma a pessoa não está envolvida de verdade com nada. HUMOR, EMOÇÕES E SENTIMENTOS - o humor, ou estado de ânimo, é definido como o tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em determinado momento. - a emoção é um estado afetivo intenso, de curta duração, originado geralmente como a reação do indivíduo a certas excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes. - os sentimentos estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos. Esses três pontos não são patológicos, passam a ser quando começam a afetar na vida, em sua produção, não apenas por ficar triste algumas vezes. Fatores de risco, de desencadeamento e de proteção para episódios de depressão Fatores de risco desencadeantes: - psicossociais: luto recente; problemas familiares e de relacionamento; mudança de casa; desemprego; estresse no trabalho e problemas financeiros. - outros: história familiar e pessoa de depressão; baixa escolaridade e baixo nível sócio econômico; nascimento de criança; climatério; mudanças sazonais; problemas com álcool e drogas; doenças e medicações; falta de rede social. Fatores protetores: - psicossociais: bons cuidados na infância; boa relação conjugal e familiar; bom suporte familiar. - outros: resiliência e rede de apoio social. Compreendendo a depressão - nos casos de família disfuncionais, os sentimentos de desesperança, abandono, desvalorização da autoestima e o sentimento de desamor (por morte, separação ou conflitos familiares) contribuem para o adoecimento, o que não raramente se traduz em depressão. - deve-se trabalhar a educação, esclarecendo os pacientes e os familiares... - depressão não é fraqueza de caráter, não é causada por falta de ocupação, não melhora espontaneamente com esforço pessoal, não causam dependência, é uma doença para qual existe tratamento, e em grande parte das vezes curável. TRANSTORNOS EMOCIONAIS: UM PROTOCOLO UNIFICADO TRANSDIAGNÓSTICO - a expressão transtorno emocionais inclui não apenas os transtorno de ansiedade, depressivos, obsessivo-compulsivos e relacionados a traumas, mas também outros tipos de transtornos nos quais a experiência e a regulação das emoções cumprem um papel de destaque, como os transtornos somáticos, os transtornos dissociativos e, em certa medida, os transtornos alimentares. Transtornos emocionais: - estas pessoas tem uma forma comum de perceber a vida – aumento de percepção das emoções como sendo incontroláveis e intoleráveis, o aumento do processamento evitativo e das tentativas de controle emocional. - podem ser estratégias mal-adaptativas de regulação de emoções, incluindo tentativas de evitar ou atenuar a intensidade das emoções desconfortáveis o que contribui para a manutenção dos sintomas. O PROTOCOLO UNIFICADO - o PU é uma abordagem de tratamento voltada à emoção, ou seja, o foco de cada exercício está na mudança das respostas a uma série de emoções e sinais emocionais. O alvo do tratamento está em experimentar qualquer emoção. - podem muitas vezes utilizar um tratamento medicamentoso simultâneo, mas é importante que a dosagem da medicação esteja estabilizada para o início do protocolo. Exame atento da topografia de sintomas: - duração da doença, sensações físicas, nível de incômodo e interferência de sintomas. - gatilhos (situações, sintomas físicos, lugares, pensamentos, etc.), cognições (crenças sobre sintomas e avaliações equivocadas), resposta comportamentais ás emoções (incluindo evitar situações, lugares, pessoas ou gatilhos, bem como comportamentos de fuga). - as consequências de reações comportamentais (que limitam a qualidade de vida, reduzem a zona de conforto, etc). Propostas terapêuticas 1. Abordagem não medicamentosa para depressão 2. Tratamento individual e continuado com consultas próximas. 3. Utilização de recursos da rede social. 4. Educação da paciente quanto ao diagnóstico. 5. Tentativa de envolvimento familiar 6. Escuta atenta e questionadora 7. Orientações motivacionais 8. Alteração direcionada a busca de atividades prazerosas 9. Grupos de psicoeducação 10. Terapias alternativas Condições de tratamento de quadros depressivos e referência ao especialista ou à hospitalização 1. Tratamento pelo médico da família 2. Diagnóstico inquestionável de depressão; 3. Primeiro episódio com sinais leves ou moderados; 4. História de episódios similares, com remissão sem intervenção do psiquiatra; 5. Paciente prefere ser tratado pelo seu médico; Encaminhamento ao psiquiatra 1. Quadro clínico complicado com outros sintomas psiquiátricos; 2. Primeiro episódio grave com pensamentos suicidas; 3. História de episódios graves que exigiram intervenções psiquiátrica; 4. Paciente deseja ser tratado por especialista focal; 5. Contraindicado uso de antidepressivo; 6. Depressão em paciente bipolar. Hospitalização 1. Tentava ou risco iminente de suicídio; 2. Estupor profundo, problemas de desidratação e alimentação; 3. Estado delirante agoniado.
Compartilhar