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TUTORIA - Manifestações Atípicas em Idosos e Síndromes Geriátricas P1M2

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Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
TUTORIA 
Problema 01 – Módulo 2 
Tema – Manifestações Atípicas em Idosos e Síndromes Geriátricas 
 
“ATIPIAS GERIÁTRICAS” - Pedro, 85 anos, em acompanhamento médico por ICC, HAS, DM2 
DPOC, DRGE e osteoporose, há 5 dias apresenta queda do estado geral, hiporexia, tosse 
seca e sonolência alternando com períodos de agitação/confusão, sem outras queixas 
associadas. Faz uso regular de suas medicações e há quatro dias iniciou tratamento com 
dexclorfeniramina para esse quadro gripal. Família encaminhou paciente para o pronto-
socorro, onde foi avaliado: PA 80X60 mmHg, FC: 105 bpm, FR: 28 irpm, SaO2: 92%, Tax 37,5̊ C, 
ausculta pulmonar com MV rude, com estertores crepitantes discretos em base de pulmão 
esquerdo. Apresentando flutuação do nível de atenção e sonolência, sem déficits 
neurológicos focais. Para facilitar os cuidados no hospital a equipe de enfermagem realizou 
contenção mecânica do paciente no leito, o que promoveu piora da agitação e 
agressividade. Como o médico plantonista sabe que o idoso apresenta algumas 
manifestações atípicas de algumas doenças e que muitas se associam às síndromes 
geriátricas, levantou a hipótese diagnóstica de pneumonia e delirium. 
Instrução: Quais podem ser manifestações atípicas sugestivas de pneumonia no idoso? 
 
Objetivo 01 - Compreender as Síndromes 
Geriátricas definindo-a e citando cada uma 
delas. 
 
OBS.: Pacientes geriátricos com múltiplos 
problemas crônicos de saúde 
(multimorbidade) e necessidades de cuidados 
complexos geralmente recebe abordagens 
fragmentadas, incompletas, ineficientes e 
ineficazes. 
 
 
• “Síndromes geriátricas” tem sido utilizado 
para definir as condições clínicas comuns 
entre pacientes idosos que não se 
enquadram em categorias distintas de 
doenças. 
 
 
 
 
• Muitos dos problemas dos idosos podem 
ser classificados como síndromes 
geriátricas, inclusive o delirium, a 
demência, as quedas, a fragilidade, a 
incontinência, a imobilidade, as úlceras 
por pressão e a iatrogenia. 
 
• Indivíduos jovens também podem ter 
essas síndromes, porém o que as torna 
diferentes quando acometem idosos, é o 
fato de que, nas faixas etárias mais 
avançadas, elas são geralmente o 
resultado de múltiplos processos 
patogênicos que interagem entre si e não 
de um único processo patogênico 
específico 
 
 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
 
Síndromes geriátricas podem ser definidas 
como um grupo de sinais e sintomas que 
ocorrem com mais frequência na população 
idosa, em especial de idosos frágeis. 
Resultam não só de doenças específicas, mas 
também de múltiplos e acumulativos déficits 
que produzem declínio funcional e 
dependência. 
 
Síndrome pode ser definida como um padrão 
de sintomas e sinais. No caso da síndrome 
clínica tradicional é uma única alteração que 
resulta em múltiplos fenômenos clínicos e o 
exemplo mais clássico é a síndrome de 
Cushing. Já a síndrome geriátrica é o reverso 
da síndrome clínica tradicional, pois nela um 
único fenômeno resulta de múltiplos 
processos patogênicos e o exemplo mais 
comum é o delirium 
 
• As principais características das 
síndromes geriátricas são: 
✓ Contribuição de múltiplos fatores de 
risco: diminuição da reserva funcional 
dos órgãos, a perda cognitiva, perda 
da capacidade funcional e a diminuição 
da mobilidade. 
✓ Não constituem risco à vida iminente, 
mas se associam a maior mortalidade e 
a importante comprometimento da 
qualidade de vida. 
✓ Aumentam o risco de que doenças, em 
especial as afecções agudas, 
manifestem-se de forma atípica. 
✓ Podem ocorrer concomitantemente e 
compartilham fatores de risco entre si, 
sendo comum uma síndrome geriátrica 
contribuir para o aparecimento de 
outra 
✓ Têm desfechos comuns como perda 
funcional, incapacidade, dependência, 
necessidade de cuidados de longa 
duração, hospitalizações e morte. 
Síndromes Geriátricas 
▪ Incapacidade cognitiva: Designa o 
comprometimento das funções 
encefálicas superiores capaz de prejudicar 
a funcionalidade da pessoa. As alterações 
nas funções superiores que não 
apresentam prejuízo na funcionalidade do 
paciente não podem ser classificadas 
como incapacidade cognitiva. Essas 
alterações constituem o transtorno 
cognitivo leve. Para o estabelecimento do 
diagnóstico de incapacidade cognitiva. é 
fundamental a constatação do prejuízo na 
funcionalidade do indivíduo ou perda de 
AVDs. 
▪ Iatrogenia (iatros: médico, gignesthai: 
nascer, derivado de palavra gênesis: 
produzir): Significa qualquer alteração 
patogênica provocada pela prática 
médica. A maior parte da iatrogenia 
resulta do desconhecimento das 
alterações fisiológicas do envelhecimento 
e das peculiaridades da abordagem ao 
idoso. Trata-se de síndrome geriátrica 
potencialmente reversível ou até curável. 
1. Iatrofarmacogenia: decorrentes de 
polifarmácia, da interação 
medicamentosa e do 
desconhecimento das alterações 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas 
associadas ao envelhecimento 
2. Internação hospitalar que pode 
potencializar os riscos decorrentes do 
declínio funcional, da subnutrição, da 
imobilidade, da úlcera de pressão e da 
infecção hospitalares 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
3. iatrogenia da palavra: associada ao 
desconhecimento de técnicas de 
comunicação de más notícias 
4. iatrogenia do silêncio: que decorre da 
dificuldade de ouvir adequadamente o 
paciente e sua família; 
5. subdiagnóstico: pela tendência a 
atribuir todas as queixas apresentadas 
pelo idoso ao fenômeno “da idade”, o 
que pode resultar grave erro 
6. cascata propedêutica: em que a 
solicitação de exames é feita de forma 
desnecessária, extensiva, sem 
indicação precisa; 
7. distanásia: prolongamento artificial da 
vida sem perspectiva de 
reversibilidade, com sofrimento para o 
paciente e sua família 
8. prescrição de intervenções fúteis e/ou 
sem comprovação científica: que 
impõem ao paciente risco 
desnecessário 
9. iatrogenia do excesso de intervenções 
reabilitadoras: o excesso de “equipe 
interdisciplinar” pode trazer 
consequências desfavoráveis ao 
paciente, assim como o faz a 
polifarmácia 
▪ A incontinência urinária (IU): é definida 
como a queixa de qualquer perda 
involuntária de urina 
▪ Instabilidade postural: A mobilidade é das 
principais funções corporais e o seu 
comprometimento, além de afetar 
diretamente a independência do 
indivíduo, pode acarretar consequências 
gravíssimas, principalmente nos idosos. A 
instabilidade postural, por exemplo, leva o 
idoso à queda, o que representa um dos 
maiores temores em geriatria. 
▪ Imobilidade: Por imobilidade entende-se 
qualquer limitação do movimento. 
Representa causa importante de 
comprometimento da qualidade de vida 
▪ Incapacidade comunicativa: problemas 
de comunicação podem resultar em perda 
de independência e sentimento de 
desconexão com o mundo, sendo um dos 
mais frustrantes aspectos dos problemas 
causados pela idade. A incapacidade 
comunicativa pode ser considerada 
importante causa de perda ou restrição da 
participação social (funcionalidade), 
comprometendo a capacidade de 
execução das decisões tomadas, 
afetando diretamente a independência 
do indivíduo. 
▪ Insuficiência familiar: Essa fragilização do 
suporte familiar deu origem a outra 
grande síndrome geriátrica, a insuficiência 
familiar, cuja abordagem é extremamente 
complexa 
 
Objetivo 02: Discutir as Manifestações Atípicas 
no idoso. 
Introdução 
Sintomas e sinais atípicos e/ou 
ausentes são sempre possíveis de 
ocorrer na prática clínica, 
principalmente quando o paciente 
apresenta múltiplas doenças crônicas 
(multimorbidade), está usando 
inúmeros medicamentos 
(polifarmácia), apresenta 
incapacidade funcional e está 
imunodeprimido. 
Por isso, observa-se que a frequência 
de manifestações não usuais de várias 
doenças aumenta progressivamente 
com a idade do paciente, já que os 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
idosostêm maiores probabilidades de 
apresentar as características acima 
descritas do que os adultos jovens. 
 
Os idosos, principalmente os mais 
frágeis, podem apresentar alterações 
em dados clínicos comuns, como 
ausência de febre em quadros 
infecciosos ou de dor em infartos 
agudos do miocárdio. Isso gera maior 
risco de diagnósticos tardios e, 
consequentemente, retardo nas 
ações terapêuticas, contribuindo assim 
para o aumento de sequelas e 
mortalidade nessa faixa etária. 
 
• Apresentação atípica constitui-se 
na observação de sinais e sintomas 
que, embora não clássicos de uma 
doença, trazem pistas de uma ou 
mais enfermidades que podem 
estar envolvidas no processo. 
 
A multimorbidade é um fator 
contribuinte importante e situações 
prevalentes nesse segmento etário, 
como osteoartrite e sequelas de 
acidentes vasculares cerebrais, podem 
impedir que pacientes com insuficiência 
cardíaca congestiva se queixem de 
dispneia aos esforços devido às 
limitações motoras. Igualmente, o 
menor limiar de dor em idosos, as 
neuropatias e uso de psicofármacos 
alteram percepções dolorosas na 
angina do peito e do infarto agudo do 
miocárdio. 
 
• Pode-se dizer que existem fatores 
predisponentes, ou seja, que 
aumentariam a probabilidade de 
que os indivíduos de faixas etárias 
mais elevadas apresentem sinais e 
sintomas atípicos, sendo eles: 
✓ Idade avançada; 
✓ Diminuição da reserva funcional 
dos órgãos e sistemas; 
✓ Incapacidade de manter a 
homeostase; 
✓ Percepções equivocadas sobre o 
envelhecimento; 
✓ Comorbidades/multimorbidade; 
✓ Incapacidade funcional; 
✓ Deficiência cognitiva; 
✓ Polifarmácia. 
 
Apresentações clínicas não 
específicas que podem indicar 
doenças graves e potencialmente 
fatais em idosos: 
✓ Mudanças cognitivas e delirium; 
✓ Sensação de desconforto ou de 
que algo não está bem; 
✓ Astenia; 
✓ Anorexia; 
✓ Quedas recorrentes; 
✓ Perdas de capacidade funcional 
e em atividades da vida diária; 
✓ Instalação de incontinência 
urinária; 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
✓ Taquipneia; 
✓ Alterações de ± 2°C da 
temperatura basal. 
 
Objetivo 03: Estudar os fatores de risco 
e os sinais de alerta das 
manifestações atípicas no idoso, 
exemplificando quais são essas 
doenças e citando também suas 
manifestações típicas (Infecção de 
trato urinário, Hipertireoidismo, 
Hipotireoidismo, Infarto Agudo do 
Miocárdio...). 
 
Infecções: 
• Astenia, anorexia, quedas, alterações 
cognitivas e taquipneia são exemplos 
relevantes de manifestações atípicas de 
infecções 
• Encontram-se, por exemplo, percentuais 
menores de octogenários à admissão 
hospitalar por pneumonia com febre e/ou 
tosse do que com delirium. Isso ocorre 
porque o envelhecimento reduz o reflexo 
da tosse e altera a termorregulação 
corporal 
• Sinal de alerta básico em processos 
infecciosos, valores de temperatura média 
basal e de febre alteram-se 
progressivamente durante o envelhecer 
• Seguindo essa regra, septuagenários 
apresentariam, em média, temperaturas 
em torno de 36,0°C (36,8° [20 anos de 
idade] – 0,75 [5 décadas de vida × 0,15°] = 
36,05°C); (2) critério de Yoshikawa e 
Norman (1998), o qual considera febre 
aumentos maiores ou iguais a 1,1°C da 
temperatura basal em idosos. Assim, se a 
temperatura basal média do paciente for 
de 36,0°C, aumentos dela acima de 37,1°C 
serão definidos como estado febril. 
 
Insuficiênciacardíaca: 
• confusão mental, depressão, fadiga, 
perda de peso e imobilidade 
 
Insuficiência coronariana: 
• Considera-se idade como fator de risco 
independente para doença arterial 
coronariana, sendo que 60% das mortes 
atribuídas ao infarto agudo do miocárdio 
ocorrem em idades acima dos 75 anos. 
• Manifestações atípicas da insuficiência 
coronariana nos idosos contribuem para 
esse alto grau de mortalidade, visto que 
retardam a busca por cuidados médicos. 
• Dispneia súbita ou piora dela sem dor 
torácica associada pode ser o primeiro 
sintoma apresentado em muitos casos de 
doença arterial coronariana em idosos. 
Convém ressaltar que a tendência à 
redução da sensibilidade visceral durante 
o envelhecimento e da associação a 
doenças, como o diabetes melito, 
aumentam o limiar de dor nesses 
pacientes. Observam-se assim 
percentuais acima de 40% de 
setuagenários e octogenários com 
infartos do miocárdio clinicamente 
silenciosos ou com outros sintomas 
inespecíficos, como confusão mental, 
vertigem, síncope e epigastralgias. 
Arritmias 
• Situações de declínio cognitivo recente ou 
perda de capacidade nas atividades da 
vida diária, como tonturas, síncopes e 
turvação de visão 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
Hipertensão e hipotensão arterial 
• A inapetência, perda não intencional de 
peso, fadiga, depressão, anemia, 
desnutrição, caquexia, fragilidade, quedas, 
declínio funcional e imobilidade são 
formas nas quais a doença neoplásica 
pode se manifestar no idoso 
• Alteração de trânsito intestinal, queixas 
urogenitais não explicadas, tumorações e 
ulcerações, quadros compressivos, dores 
ósseas, aumento de volume abdominal, 
icterícia, fraturas patológicas. Massas 
abdominais ou pélvicas, nódulos em 
mamas, axilas ou em região cervical, 
próstatas endurecidas, lesões numulares à 
radiografia do tórax podem passar 
despercebidos se não forem ativa e 
constantemente procurados. A primeira 
manifestação pode não decorrer de 
tumor primário, mas de metástase, e o 
tumor pode permanecer oculto e não 
diagnosticado 
 
Admome agudo 
• Ausência de febre em quadros infecciosos 
desencadeadores de abdome agudo é 
frequente, assim como queixas que 
tendem a ser mais gerais que localizadas, 
tais como alteração da consciência e 
atenção, confusão mental, dor difusa, dor 
torácica, fadiga, sensação de debilidade, 
taquipneia, taquicardia, declínio funcional – 
muitas vezes atribuídas pelos cuidadores 
como consequência da idade 
• Detalhe propedêutico de destaque é o 
fato de que o exame físico do abdome em 
idosos pode não apresentar dor e reação 
peritoneal. Deve-se isto à flacidez da 
parede abdominal, mesmo ocorrendo 
problemas abdominais, como ruptura de 
aneurisma de aorta ou isquemia 
mesentérica (Lyon e Clark, 2007). 
• Exames laboratoriais também podem não 
apresentar grandes alterações, como é o 
caso de apendicite sem leucocitose e com 
aumento inespecífico de enzimas 
hepáticas e amilase, mesmo quando o 
fígado e o pâncreas não são a origem do 
quadro abdominal. 
• O eletrocardiograma é importante na 
avaliação do paciente com dor 
abdominal. Com quadros tão pouco 
específicos e pobres na sua expressão, 
faz-se necessário lançar mão de exames 
de imagem, como radiografia, 
ultrassonografia, tomografia e 
ressonância magnética, dependendo da 
hipótese diagnóstica levantada 
Significado dos achados laboratoriais em 
idoso com dor abdominal aguda. 
• Leucocitose 
✓ Infecção, isquemia intestinal, úlcera 
péptica perfurada 
• Alterações eletrolíticas e/ou 
gasométricas e/ou glicêmicas 
✓ Cetoacidose metabólica, distúrbios 
eletrolíticos, acidose metabólica por 
infarto mesentérico 
• Função hepática 
✓ Colecistite (aumento da fosfatase 
alcalina, gamaglutamil transferase e 
bilirrubinas), isquemia mesentérica 
(aumento da fosfatase alcalina) 
• Lipase 
✓ Pancreatite, obstrução intestinal, 
úlcera duodenal 
• Amilase 
✓ Pancreatite (menos específica que a 
lipase), obstrução intestinal, 
perfuração de úlcera péptica ou 
intestinal, isquemia mesentérica 
• Hemoculturas 
✓ Infecção 
• Alterações no exame de urina 
✓ Infecção 
• Oximetria de pulso 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
✓ Pneumonia, embolia pulmonar 
• Eletrocardiograma 
✓ Embolias não abdominais, como infarto 
agudo do miocárdio e embolismo 
pulmonar 
• Radiografia do tórax 
✓ Pneumonia, ar livre infradiafragmático 
• Radiografia do abdome 
✓ Perfuração intestinal (pneumoperitônio), 
obstrução intestinal/vólvulo (dilatação 
intestinal com nível hidroaéreo), 
aneurisma de aortaabdominal 
(calcificação), isquemia mesentérica 
(dilatação de alças, níveis hidroaéreos, 
pneumomatose intestinal, edema de 
parede) 
• Ultrassonografia 
✓ Colecistite, apendicite (menos 
específico que tomografia, mais 
operador- dependente), aneurisma 
abdominal em paciente instável 
• Tomografia abdominal 
✓ Apendicite, diverticulite, obstrução 
intestinal, pancretatite com necrose, 
aneurisma 
• Angiografia 
✓ Isquemia mesentérica 
 
• Etiologia da dor abdominal aguda em 
idosos (75 anos ou mais) na urgência. 
✓ Indeterminada (Frequência 23%) 
✓ Cólica biliar e colecistite (Frequência 
12% 
✓ Obstrução do intestino delgado 
(Frequência 12%) 
✓ Gastrite (Frequência 8%) 
✓ Perfuração visceral (Frequência 7%) 
✓ Diverticulite (Frequência 6%) 
✓ Apendicite (Frequência 4%) 
✓ Hérnia encarcerada 4%) 
✓ Cólica renal (Frequência 4%) 
✓ Infecção do trato urinário 
(Frequência 2%) 
✓ Pancreatite (Frequência 2%) 
✓ Constipação intestinal (Frequência 
2%) 
✓ Vólvulo de sigmoide (Frequência 2%) 
✓ Abscesso (Frequência 2%) 
✓ Aneurisma de aorta (Frequência 1%) 
✓ Isquemia mesentérica 1(Frequência 
%) 
✓ Infarto agudo do miocárdio 
(Frequência 1%) 
 
A morbidade e a mortalidade dos pacientes 
idosos com abdome agudo são altas, exigindo 
o pronto atendimento e a intervenção 
nesses casos. Convém ressaltar que os erros 
diagnósticos mais frequentes, além da 
suspeita de doença extra-abdominal quando 
a causa é uma infecção do abdome, são a 
confusão de gastrenterites agudas, gastrites 
agudas, infecção urinária, doença 
inflamatória pélvica e íleo paralítico 
com abdome agudo de abordagem cirúrgica. 
 
 
Embolismo pulmonar 
• Merece menção que outros sintomas 
atípicos como quedas, delirium e declínio 
também são frequentes entre os mais 
idosos. Obesidade (índice de massa 
corpórea > 27 kg/m²), imobilidade (dois ou 
mais dias acamado nas 2 semanas que 
antecederam a avaliação), neoplasias e 
antecedentes de trombose venosa e/ou 
de embolismo pulmonar são os fatores de 
risco mais relatados pelos idosos. Pós-
operatório (até 6 semanas), insuficiência 
cardíaca, doença pulmonar obstrutiva 
crônica, traumas (nos últimos 3 meses) e 
viagens prolongadas (acima de seis horas 
em 1 semana) apresentam risco 
equivalente nas diferentes faixas etárias. 
Convém ressaltar que nem todo idoso irá 
referir, na primeira avaliação, fatores de 
risco, e isso não excluirá a hipótese 
diagnóstica de EP (Menotti et al., 2008). 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
Diabetes melito 
• A apresentação vaga, atípica e silenciosa 
é frequente 
• Diante da dificuldade no diagnóstico 
precoce, orienta-se a realização de 
glicemia de jejum para rastreio, pois 
apenas com a detecção precoce é 
possível prevenir ou retardar as 
complicações tardias, evitar perdas 
funcionais e garantir a qualidade de vida 
ao idoso 
• São comuns sinais e sintomas atípicos 
como incontinência urinária ou infecção 
urinária reincidente, fadiga, perda de 
peso, tonturas, quedas, declínio cognitivo, 
depressão, fraqueza muscular e sintomas 
de neuropatia periférica. Alterações do 
nível de consciência, inclusive o delirium e o 
coma, podem resultar de quadros 
cetoacidóticos ou hiperosmolares 
envolvendo alta mortalidade 
• As quedas e a imobilidade têm sua 
prevalência muito aumentada e podem 
ser decorrentes das neuropatias, 
vasculopatias, deficiências visuais 
(retinopatia, glaucoma) e da síndrome de 
fragilidade que acometem com mais 
frequência esses pacientes 
• Às vezes a suspeita de diabetes é 
levantada pela presença de lesões e 
infecções que não melhoram, 
especialmente em extremidades 
 
Hipertireoidismo 
• Apatia, fragilidade, desânimo, fadiga, 
alterações de trânsito intestinal, anorexia, 
perda de apetite e fraqueza muscular 
proximal 
• Predominando as queixas 
cardiovasculares como insuficiência 
cardíaca, fibrilação atrial, angina de 
recente começo 
 
Hipotireoidismo 
• Quadro frustro com alteração de peso e 
ânimo, disfunção cognitiva (confusão e 
agitação), artralgia, cãibras, anorexia 
 
Paratireoides 
• O hiperparatireoidismo tem maior 
prevalência em homens, é mais frequente 
em idosos e aumenta com a idade. 
• A etiologia mais frequente é o adenoma 
benigno, seguida pela hiperplasia e, em 5% 
dos casos, carcinoma de paratireoide. A 
radioterapia predispõe a tumores de 
paratireoide. 
• O hiperparatireoidismo secundário 
geralmente decorre da insuficiência renal 
crônica, cuja prevalência e incidência 
aumentam com a idade. 
• Nas faixas etárias mais avançadas, o 
hipoparatireoidismo geralmente decorre 
de lesões cirúrgicas e radioterápicas, 
infiltração tumoral, efeito adversos de 
medicamentos e intoxicações por metais 
(doxorrubicina, aminoglicosídios, 
cimetidina, alendronato, omeprazol, 
alumínio). 
• O quadro clínico depende da velocidade 
de instalação do quadro de hipocalcemia 
e tem expressão quando o cálcio fica 
menor que 2,8 mg/dℓ. Em quadros agudos, 
predominam espasmos musculares, 
tetania, parestesias e convulsões; 
enquanto nos quadros crônicos podemos 
ter apenas déficit visual por catarata, 
condição associada à idade e cuja 
presença muito raramente suscita a 
hipótese de hipoparatireoidismo como 
causa. 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
• Em idosos, as convulsões e/ou o delirium 
podem ser a apresentação que leva ao 
diagnóstico, pois a dosagem de cálcio 
sérico faz parte dos protocolos de 
investigação dessas condições, já que os 
outros sintomas iniciais, como dores 
musculares, parestesias e distúrbios 
neuropsiquiátricos são, geralmente, 
atribuídos a outras doenças mais comuns 
nessa faixa etária. 
• Apresentações atípicas do 
hiperparatireoidismo em idosos: Fadiga, 
Disfunção cognitiva, Instabilidade 
emocional, Anorexia, Constipação 
intestinal, Hipertensão. 
 
Neoplasias 
• O maior fator de risco independente para 
câncer é a idade, e quanto maior a idade, 
maiores as chances de que a doença 
neoplásica se apresente de forma atípica 
e permaneça oculta, sendo diagnosticada 
em estágios mais avançados. Como em 
qualquer outra enfermidade que se 
apresente de forma atípica os fatores 
contribuintes são a presença de 
multimorbidade, a polifarmácia, as 
síndromes geriátricas, a idade muito 
avançada com as inúmeras modificações 
decorrentes do processo do 
envelhecimento. 
• Apresentações atípicas de neoplasias em 
idosos. 
✓ Inapetência 
✓ Perda de peso não intencional e 
síndromes consumptivas 
✓ Fadiga e anemia 
✓ Depressão e disfunção cognitiva 
✓ Desnutrição e caquexia 
✓ Fragilidade 
✓ Quedas, declínio funcional e imobilidade 
✓ Alteração de trânsito intestinal e massas 
✓ Dor, artralgias e síndromes 
paraneoplásicas com neuropatias 
✓ Alterações endócrinas e hidreletrolíticas 
✓ Metástases 
 
Objetivo 04: Explicar as consequências do não 
reconhecimento precoce das doenças do idoso. 
• Perda da qualidade de vida 
• Aumento da mortalidade e da morbidade 
• Aumento do número de quedas 
(Osteoporose) 
• Diminuição da expectativa de vida 
• Iatrogenias 
• Maior gravidade cos casos clínicos 
• Aumento das sequelas 
• Hospitalização prolongada 
 
Todo sinal ou sintoma de instalação 
subsequente ao início de novo medicamento 
ou ao aumento de dose deve levantar a 
suspeita de ser de causa farmacológica. Anti-
hipertensivos, diuréticos e hipnóticos podem, 
por exemplo, provocar hipotensão ortostática 
e/ou quedas e induzir à progressiva 
imobilidade. Outras circunstâncias, como o 
consumo excessivo ou a retirada abrupta de 
fármacos, contribuem constantemente para 
o desenvolvimento de estados confusionais 
agudos, como no caso dos benzodiazepínicos 
(Gorzoni, 1995). 
 
OBS.: Deve-se pensar em efeito adverso de 
medicamentos quando o paciente idoso 
apresentar, de forma aguda ou subaguda, 
declínio funcional, confusão mental, déficit 
cognitivo, distúrbios comportamentais, 
sintomas depressivos, queixas de tonturas, 
alterações da marcha e do equilíbrio, quedas 
repetidas, incontinência urinária e/ou fecal. As 
síndromesextrapiramidais também estão 
relacionadas com o uso de medicamentos e a 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA UniRV 
sua ocorrência é mais comum em idosos 
(Costa, 2002). 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
- Cap 88. do Livro Tratado de Geriatria 
e Gerontologia - 4 edição – 2016

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