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Aula 10

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Aula 10: Intervenção psicológica nos problemas de aprendizagem e o trabalho com projetos
Intervenção psicológica nos problemas de aprendizagem
O processo de ensino-aprendizagem é influenciado por diferentes fatores, tanto no que concerne às questões de ensino (método, relações, conteúdo, didática), quanto no que concerne às questões referentes ao indivíduo que aprende.
Ao longo da escolarização, o aluno pode apresentar dificuldade de aprendizagem em diferentes momentos e por diferentes motivos que podem estar relacionados com aspectos internos ou externos, como vimos na aula de adaptação escolar.
A atuação do psicólogo, quando se depara com a dificuldade de aprendizagem do aluno, consiste, inicialmente, em três etapas:
A atuação do psicólogo diante da dificuldade de aprendizagem do aluno 
	Na primeira etapa o psicólogo escolar procura compreender o que pode estar levando o aluno a ter dificuldades na aprendizagem. Para tal, ele realizará um levantamento no qual irá conversar com o professor para compreender como é esse aluno em sala de aula, sua conduta e relações.
Pode também realizar um levantamento do desempenho dele nas disciplinas, ao longo dos anos, ou ver alguma produção acadêmica do aluno. Na conversa com o professor e nesse levantamento, será possível verificar se o problema é em uma disciplina ou em várias, e há quanto tempo o problema existe. Se o aluno começou a apresentar dificuldade em determinada disciplina somente na 4ª série, pode-se verificar se a dificuldade está relacionada ao momento presente.
O psicólogo deve conversar também com a família, a fim de compreender como funciona o universo familiar, como são as relações, se houve mudanças na família, tais como: separação dos pais, morte de um membro ou nascimento de um irmão. Isso porque uma mudança intensa na família pode se refletir na aprendizagem da criança. E o psicólogo deve, também, conversar com o aluno ou pedir-lhe algum desenho que expresse o universo escolar, a fim de compreender como este o percebe.
O levantamento de informações é fundamental para compreender a origem da dificuldade de aprendizagem. Nos casos em que o psicólogo julgar necessário, pode solicitar uma avaliação mais profunda de um profissional fora da instituição escolar (um psicólogo, um psiquiatra ou fonoaudiólogo), que lhe enviará um parecer relacionado à avaliação.
Atenção: A partir das informações coletadas, o psicólogo poderá pensar hipóteses acerca do que está influenciando a dificuldade na aprendizagem e a partir daí planejar as ações que podem envolver o professor, os pais e o aluno em questão. A intervenção junto aos problemas de aprendizagem tem início no processo de levantamento, pois desde as entrevistas iniciais já ocorre uma intervenção através da escuta e reflexão, uma vez que esses encontros já provocam reflexões e mudanças nos sujeitos envolvidos.
	Contato com o professor (em geral, é quem formula a demanda). Nessa entrevista, procura-se ouvir a queixa do professor, compreender sua percepção acerca do problema, do aluno e de sua família. Ainda, compreender como ele trabalha com o aluno e que alternativas de intervenção já experimentou. A partir dessa entrevista o psicólogo poderá pensar algumas alternativas para serem experimentadas.
	Procurar compreender a dinâmica familiar e suas relações. E também nesse encontro poder refletir sobre a ação que a família pode ter junto ao aluno, para que ela se envolva na busca de soluções. 
	Compreender, no encontro com o aluno, como este percebe o problema, como se percebe na sala de aula, como é sua relação com os professores e demais alunos, qual é a sua história escolar, o que pensa acerca da instituição. No levantamento é importante analisar o histórico escolar do aluno, conversar com os professores das séries anteriores e analisar a produção escolar do aluno. 
Ao longo do processo de levantamento, o psicólogo poderá refletir com os sujeitos, na entrevista, alguns pontos que podem estar influenciando a dificuldade do aluno. Além das situações familiares, o aluno pode estar desmotivado com o ensino, pode apresentar dificuldades em função da baixa auto-estima ou pode possuir um transtorno de aprendizagem (leitura, escrita e cálculo), que necessita de um acompanhamento especializado fora da escola.
	
		
Atenção: Existe, ainda, uma prática comum nas instituições escolares: encaminhar o aluno com dificuldades de aprendizagem para neurologistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos e psicólogos, para que estes avaliem e tratem as dificuldades do aluno em relação à aprendizagem. Como se estas fossem exclusivamente de origem neurológica, psicológica etc., sem que a escola considere a influência dos aspectos pedagógicos na dificuldade do aluno aprender. 
No caso de transtorno de aprendizagem, o diagnóstico deve, preferencialmente, ser feito por uma equipe multidisciplinar que possua neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo. Atualmente existem clínicas que trabalham com diagnóstico e tratamento de transtorno de aprendizagem, para a qual os alunos podem ser encaminhados. 
Em qualquer situação onde o aluno apresente dificuldade de aprendizagem, o professor e a instituição devem buscar alternativas no espaço escolar para auxiliar o aluno. Em nenhum caso o professor pode se eximir da busca de alternativas dentro de sua esfera de atuação. Ele sempre estará implicado na busca de soluções, mesmo quando se tratar de um transtorno de aprendizagem. O psicólogo que atua na escola deve procurar construir, através de reflexões, o fortalecimento da implicação do professor e da escola, na busca de estratégias que visem minimizar as dificuldades do aluno.
A culpabilização do aluno e a isenção dos fatores pedagógicos e sociais, nas dificuldades de aprendizagem, constituem-se num erro. Um aluno de baixa renda, que vive numa casa de dois cômodos com uma mãe que trabalha o dia todo e mais três irmãos, pode apresentar dificuldades na alfabetização sem, necessariamente, possuir um transtorno de aprendizagem. Em muitas situações ele não tem quem possa auxiliá-lo em casa nas dificuldades que apresenta, não possui um local adequado para estudar e muitas vezes a própria alimentação é comprometida. Em geral, é uma criança que está acostumada a atividades ao ar livre e que exigem pouca concentração, e não foi introduzido no universo das histórias infantis. Todas essas questões sociais podem dificultar a aprendizagem do aluno que, por desinteresse da escola ou falta de recursos, não consegue dar conta da aprendizagem.
Os professores da rede pública de ensino, diante dessa realidade, sentem-se impotentes, e não contam com um suporte técnico fora da sala de aula para refletir e encontrar alternativas conjuntas com outros profissionais. Essas circunstâncias acabam por transformar o trabalho de muitos educadores numa tarefa pouco gratificante.
Para refletir... 
A democratização do ensino ainda é uma utopia. As crianças das classes populares possuem, atualmente, o acesso à escola, mas não o sucesso na aprendizagem ou mesmo a permanência na escola. O sistema educacional, muitas vezes, não é capaz de se adequar à realidade cultural dos alunos e suas necessidades, o que acaba por excluí-los do processo. Assim, faz-se necessário questionar o ensino que é oferecido a esses alunos e não atribuir às características individuais das crianças o motivo do fracasso escolar.
A complexidade das questões educacionais faz com que nos perguntemos que situações, dentro e fora da escola, produzem o fracasso escolar. Essa questão nos conduz a procurar compreender como funciona a escola, quais os critérios para estruturação das classes, como é feita a escolha do professor e qual a proposta pedagógica da escola. Esse aspecto é importante porque, por exemplo, se a escola organiza as classes colocando em uma única turma os “alunos-problema”, aqueles que têm dificuldades de aprendizagem ou conduta (com a intenção de ter uma maior homogeneidade nas demais turmas) e um único professor para atuar junto a esses alunos, ela terá umaforma de estrutura de classes que produzirá o fracasso desses alunos. 
A escola possui uma complexidade de questões que vão desde as histórias individuais, as relações professor e professor, professor e aluno, os grupos em sala de aula, as regras de funcionamento, a política educacional, a formação dos professores, às relações da escola com a família, entre outros. 
O psicólogo escolar deve ter uma prática que trabalhe com o sujeito, considerando os aspectos individuais e também os aspectos pertinentes à instituição escolar e à realidade social dos alunos. Em suma, envolver o professor e a família na busca de alternativas que auxiliem o desenvolvimento do aluno. 
Leia o texto abaixo:
Problemas de aprendizagem ou problemas na escolarização?
Marilene Proença Rebello de Souza (Universidade de São Paulo)
mprdsouz@usp.br
A pesquisa recente a respeito da participação da Psicologia no pensamento educacional brasileiro considera que a concepção de “criança problema” ou ainda de “problema de aprendizagem” origina-se na abordagem psicanalítica do início do século XX. Os primeiros trabalhos que utilizam o conceito de criança problema aparecem na literatura médica no final da década de 1930, no Brasil, pelas mãos de médicos, psicanalistas, destacando-se a obra do médico Arthur Ramos, “A creança problema: a hygiene mental na escola primária”, 1939 (Patto, 2002). Nesse momento, o pensamento psicanalítico questionava a visão inatista de que o não aprender ocorria em função de poucas habilidades e aptidões advindas de herança genética. Mas, embora avançando na direção de uma interpretação que considerava o ambiente como participante da constituição da personalidade, as concepções psicanalíticas receberam forte influência do movimento higienista, visto como uma alternativa para a prevenção de problemas escolares (Dacome, 2003).
O pensamento psicanalítico dos anos 1940 questionava os conceitos de inteligência presentes nos testes psicométricos e a “neutralidade” do “rapport” estabelecido e propunha a entrevista psicológica; questionava o caráter inato da aprendizagem e defendia a importância do papel da família no desenvolvimento de uma criança saudável; acreditava no tratamento terapêutico psicológico para resolver os casos “problema” e desenvolvia uma série de ações visando a psico-higiene familiar e do professor. O tratamento à “criança-problema” passa a ser oferecido em clínicas, dentro ou fora da escola, mas com um enfoque no tratamento da criança e sua família. O problema do não aprender seria um sintoma de uma relação familiar inadequada, mal-resolvida.
E a escola, que influência teria na produção dos chamados “problemas de aprendizagem”? Essa pergunta passa a ser feita pelos educadores nos anos 1930 no Brasil, no bojo do movimento da Escola Nova. No Manifesto dos Pioneiros, a crítica a uma escola de má qualidade já se faz presente. Mas é apenas a partir dos anos 1970 que a escola, sua estrutura e funcionamento começam a ser objeto de maior questionamento na literatura sociológica. No bojo do movimento estudantil do final dos anos 1960, sociólogos da educação como Bourdieu, Althusser, Passéron e Establet passam a discutir o papel social da escola, ou seja, consideram sua parcela de contribuição para a manutenção do “status quo” (Saviani, 1986). Questiona-se, portanto, o caráter integrador e socializador da escola, a prática docente reprodutora das relações de desigualdade social, os currículos, a influência da violência simbólica produzida no interior das instituições escolares. Consideram que a escola estaria a serviço de uma elite para mantê-la no poder, alijando desse universo, as camadas populares que, quando bem-sucedidas na escola acabariam por assimilar os valores das elites.
A abordagem sociológica ao fenômeno educativo possibilitou identificar que os que fracassam na escola não são os filhos das elites, mas sim as crianças oriundas das camadas mais pobres da população. Um dos focos da pesquisa em educação no Brasil passa a incluir a crítica escolar, voltando a atenção do pesquisador para o funcionamento da escola e suas dificuldades.
Paralelamente à influência da vertente sociológica na pesquisa educacional, um conjunto de idéias que tem sua origem nos Estados Unidos da América, passa a se fazer presente enquanto explicação para a realidade educacional brasileira, a chamada "teoria da carência cultural” (Patto, 1998). Fruto dos movimentos reivindicatórios das minorias negras e de imigrantes latinos que apresentavam baixo rendimento escolar, essa teoria procurava responder à pergunta: por que um grande contingente de crianças negras e imigrantes não aprendia na escola pública americana? Para responder essa questão, psicólogos e demais profissionais passaram a pesquisar as causas dos problemas de aprendizagem, buscando-as nos aspectos do desenvolvimento infantil, nas áreas de nutrição, linguagem, estimulação, cognição, inteligência, motricidade etc. Ocorre, porém que os resultados dos experimentos realizados por tais crianças eram comparados com aqueles obtidos com crianças de classes média e alta da sociedade americana, branca e empregada. Tais resultados eram considerados como padrão de normalidade.
Essas comparações levaram a crer que as crianças das classes populares eram portadoras de toda sorte de déficits: cognitivos, intelectuais, culturais, lingüísticos. O caráter artificial e positivista de boa parte dos experimentos científicos realizados e a escolha de valores de classe social como parâmetros de normalidade passaram a ser questionados a partir dos anos 1980. O avanço das pesquisas em Antropologia Social trouxe importante questionamento quanto às afirmações em relação às diferenças culturais, introduzindo metodologias que objetivavam apreender a cultura popular, tão desconhecida da pesquisa acadêmica e principalmente de psicólogos e educadores.
Como vivem as famílias das classes populares? O que pensam sobre a educação de seus filhos? Como realizam essa educação? Como é a linguagem nas classes populares? Como é a escola oferecida a essas crianças? Como se dá a participação dos pais na escola?
Até os anos 1980, sabia-se muito pouco sobre a dia-a-dia de uma escola que atende crianças das classes populares. Era preciso conhecer a “escola por dentro”, seu funcionamento sua vida diária; dar voz aos seus protagonistas: professores, alunos, pais, funcionários; entendê-la na ótica da formação de professores; descrever os processos educacionais presentes na produção do fracasso e do sucesso escolares.
E o que se sabe hoje a respeito da escola pública de ensino fundamental oferecida às crianças e adolescentes das camadas populares? Não pretendo nesse curto espaço apresentar o conjunto das pesquisas ou o conjunto do conhecimento acumulado, mas há uma tendência nas pesquisas realizadas nos campos da Psicologia Escolar e da Educação no sentido de questionar o locus dos problemas de aprendizagem quer na criança, quer em sua família ou em suas condições de vida.
A pesquisa atual tem ressaltado que a crença na incapacidade ou nas limitações dessa capacidade por parte do professor influi no bom desenvolvimento do processo de aprendizagem; a existência de dificuldades pessoais ou familiares por parte do aluno não exclui a participação do educador na busca de alternativas educacionais; a relação ensinar-aprender é atravessada pelo funcionamento institucional escolar, definindo, muitas vezes, a qualidade do aprendizado; a participação dos pais muitas vezes define, do ponto de vista da escola, a qualidade da relação escolar estabelecida; a insatisfação muitas vezes vivida pelo professor na relação escolar, fruto de políticas públicas inconseqüentes, é repassada na relação pedagógica e com seus pares.
O desvelamento da vida diária escolar aponta para a complexidade das relações ensino-aprendizagem. Tais relações envolvem aspectos da política educacional, da organização institucional, da formação de professores, das histórias individuais e profissionais, das relações da escola com os pais e destes com a escola,da relação face a face da sala de aula, da constituição de grupos em sala de aula, da constituição de normas e regras de funcionamento, dentre outros.
Esse conjunto de relações se entrelaçam na história escolar de cada criança e na história profissional de cada professor. Considerando que as relações escolares são produzidas no contexto escolar, como conhecê-las, como apreendê-las? Conhecer a história escolar revela o quê a respeito das dificuldades vividas no presente momento de escolarização desta criança ou adolescente?
Ao pensarmos dessa maneira, mudamos a compreensão dos chamados problemas de aprendizagem, ou seja, mudamos a nossa pergunta em relação aos problemas de aprendizagem. Da pergunta anterior: por que esta criança ou este adolescente não aprende, passamos para a seguinte questão: que situações e relações vividas no dia a dia escolar são produtoras do não aprendizado desta criança ou deste adolescente?
A natureza dessas duas questões definem explicações distintas a respeito dos chamados “problemas de aprendizagem”.
No primeiro caso, quando um profissional de saúde ou um educador pergunta o porquê do não aprender, ou ainda o porquê da criança apresentar determinado comportamento indesejável, revela a crença de que a resposta a esta pergunta encontra-se na natureza dessa criança, nos seus processos psíquicos ou nas suas relações com o outro. Dessa maneira, esse profissional organizará uma série de instrumentos com o objetivo de encontrar esse porquê, utilizando, geralmente, testes psicológicos, observações e entrevistas com os pais para levantar aspectos do desenvolvimento infantil e de dinâmica familiar que expliquem este fenômeno.
A mudança da natureza dessa pergunta para o levantamento das situações e relações vividas na vida diária escolar, enquanto produtoras de não aprendizagem e ou de comportamentos indesejáveis, exigirá uma mudança nos instrumentos utilizados para compreender esse conjunto de ações. Conduzir-nos-á à necessidade de conhecermos a história escolar dessa criança e como essa história vem sendo construída nas relações escolares com o corpo diretivo, professores e colegas.
A construção da história escolar deve levar em conta:
o âmbito institucional: como funciona essa escola em relação à proposta pedagógica, quanto a regras e normas; à estruturação das classes; à escolha de professores etc. o âmbito do professor: sua experiência, sua história profissional nesta escola; aspectos que envolvem a escolha desta sala; apoio pedagógico; estruturação do trabalho pedagógico; organização de normas e regras; a queixa sobre a criança encaminhada, sua história com essa criança; as tentativas de lidar com a situação etc;
o âmbito familiar: a história escolar da criança, como a vêem na escola, que episódios escolares a criança apresenta; a relação dos pais com a escola etc;
o âmbito do aluno: como se representa nessa sala de aula; o que conhece de sua história escolar; que episódios de fracasso e de sucesso foram vividos nesse grupo, quem são seus amigos, como analisa a queixa do professor etc.
A história escolar é um instrumento que permite compreender a estruturação e o funcionamento de um conjunto de relações que culminam com o não aprendizado, ou com o chamado aluno indisciplinado. A mudança no olhar para essa questão possibilita entre outros aspectos: a participação ativa do professor na compreensão da queixa; a participação e a implicação da criança na compreensão do que acontece e a participação e análise dos pais a respeito do ocorrido (Machado, Souza e Sayão, 1997).
A nossa experiência, enquanto psicólogas escolares vem mostrando que a abordagem que se desloca dos problemas de aprendizagem para os problemas de escolarização possibilita-nos outra percepção da complexidade dos fenômenos escolares e a busca negociada de resolução de problemas no âmbito da escolarização. Quaisquer abordagens em Psicologia que garantam voz àqueles que historicamente têm sido desconsiderados no processo educacional estarão, de alguma forma, assumindo um compromisso político e social na direção do processo de humanização.
Qualquer atuação profissional que façamos no campo educacional deve ter como finalidade a melhoria da qualidade social da educação seja ela no campo da escola pública ou privada. A superação de modelos patologizantes de interpretação do processo educacional precisam ser diariamente questionados e superados, por meio da análise e da reflexão a respeito da prática pedagógica que muitas vezes contradiz discursos mais avançados. O enfrentamento das ambiguidades dos discursos educacional e psicológico possibilitarão novos agenciamentos entre os profissionais que atuam no campo educacional, impulsionando novos enfrentamentos no sentido de construir uma educação com qualidade social para todos os alunos.
1. No que concerne ao trabalho do psicólogo em relação ao aluno com dificuldade de aprendizagem, podemos afirmar que: I- A primeira etapa é a criação de uma hipótese sobre o que está ocasionando a dificuldade de aprendizagem. II- A segunda etapa é a criação de uma hipótese a partir das informações levantadas e a terceira é a elaboração da estratégia de intervenção. III- A primeira etapa é o levantamento de informações junto ao professor, pais e ao aluno. São afirmativas corretas: 
Parte superior do formulário
1)I, II e III 
2)Apenas I e II 
3)Apenas I e III 
4)Apenas II e III 
Parte inferior do formulário
2. Considerando o trabalho do Psicólogo Escolar em situações onde o aluno apresenta dificuldade de aprendizagem, avalie as afirmativas a seguir: I) A dificuldade de aprendizagem do aluno pode ter diferentes motivos e o psicólogo deve inicialmente realizar um levantamento de informações para compreender o motivo da dificuldade. II) O levantamento realizado pelo Psicólogo Escolar inclui a entrevista com a família e o aluno. III) A partir das informações coletadas o psicólogo poderá construir hipóteses e planejar as ações que podem envolver o professor, os pais e o aluno. Está CORRETO o que se afirma em: 
Parte superior do formulário
1)Apenas I 
2)Apenas II 
3)Apenas III 
4)I, II e III 
3. Sobre a atuação do psicólogo, marque verdadeiro ou falso para as seguintes afirmativas: ( ) Para que haja o sucesso na aprendizagem dos alunos a escola deve adequar-se à realidade cultural deles. ( ) Em nenhuma situação de dificuldade de aprendizagem o professor pode se eximir de buscar alternativas para auxiliar o aluno. ( ) Em caso de dificuldade de aprendizagem, o aluno e a família devem buscar solucionar o problema sem a implicação da escola. ( ) O trabalho com projetos pode ocorrer de forma preventiva e auxiliar na formação e desenvolvimento do aluno. 
Parte superior do formulário
1)V, F, F, V 
2)V, F, V, V 
3)F, V, V, F 
4)V, V, F, VParte inferior do formulárioParte inferior do formulário

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