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Semiologia do sistema urinário

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Aldillany Maria 
 
 
Roteiro 
1. Quais aspectos mais relevantes que estão inseridos dentro 
da anamnese urinária? A diferença de gênero muda algo? 
2. Faça uma relação da anatomia da genitália masculina e 
suas afecções no sitema genito-urinário. 
3. Defina Oligúria, anúria, poliúria, disúria, noctúria, 
polaciúria, tenesmo vesical e suas correlações com 
síndromes clínicas. 
4. Quais outros sinais e sintomas de outros sistemas que 
podem comprometem o sistema urinário? 
5. Exame físico Urinário, qual seu aspecto mais importante? 
6. Infecção do Trato Urinário: diagnóstico. 
7. Síndrome Nefrítica: diagnóstico. 
8. Síndrome Nefrótica: diagnóstico. 
 
 
 
 
Anamnese urinária: aspectos mais relevantes 
 Uma boa história clínica é a principal chave 
para o diagnóstico de doenças do sistema 
urinário. 
 
Sintomas das doenças dos rins: 
 ALTERAÇÕES MICCIONAIS 
 Hesitação: a demora ou atraso 
involuntário para iniciar o ato de urinar. 
Esforço para urinar. 
 Urgência: necessidade súbita e imperiosa 
de urinar. 
 Alterações do jato urinário: Um jato 
urinário fraco, lento e fino no recém-
nascido ou em meninos é sugestivo de 
fimose, estenose do meato uretral ou 
válvula da uretra posterior. 
 Retenção urinária: incapacidade da 
bexiga de esvaziar-se, parcial ou 
completamente. 
A retenção urinária pode ser completa ou 
incompleta. 
 Na forma completa o indivíduo é incapaz 
de eliminar sequer quantidades mínimas 
de urina. Pode ser aguda ou crônica. 
 A retenção completa aguda geralmente é 
muito dolorosa. 
 
Ao exame físico, encontra-se massa suprapúbica, 
arredondada, tensa, que origina som maciço à 
percussão, contrastando com o ruído timpânico 
em torno dela. 
 Ressalte-se que a palpação da região 
hipogástrica acentua a vontade de urinar. 
Na retenção urinária a bexiga distendida é 
palpável na região suprapúbica (globo vesical). 
 Incontinência urinária: Na incontinência 
urinária verdadeira, o paciente elimina 
urina sem perceber, quase continuamente. 
Isso é observado nas formas completas, 
na epispadia e em lesões raquimedulares. 
 
 
 
 ALTERAÇÕES DO VOLUME E DO RITMO 
URINÁRIO 
 Oligúria 
 Anúria 
 Poliúria 
 Disúria 
 Polaciúria 
 Frequência 
 Noctúria 
 
 ALTERAÇÕES DA COR DA URINA 
A urina normal é transparente, tendo uma 
tonalidade que varia do amarelo claro ao amarelo 
escuro, conforme esteja diluída ou concentrada. 
 Hematúria: presença de sangue na urina, 
podendo ser macro ou microscópica, ou 
seja, visível a olho nu ou só detectada ao 
exame microscópico. Pode ser persistente 
ou intermitente. 
 Hemoglobinúria: presença de 
hemoglobina livre na urina, condição que 
acompanha as crises de hemólise 
intravascular (malária, leptospirose, 
transfusão de sangue incompatível, 
icterícia hemolítica). 
 Mioglobinúria: resulta de destruição 
muscular por traumatismos ou 
queimaduras. 
 Porfirinúria: é consequência da 
eliminação de porfirinas ou de seus 
precursores, os quais produzem coloração 
vermelho-vinhosa da urina, algumas horas 
depois da micção 
 Urina turva: depósito esbranquiçado e 
quase sempre com odor desagradável, 
está associada à infecção urinária. 
Precipitação de diversos tipos de cristais 
Semiologia do sistema urinário 
1-Quais aspectos mais relevantes que estão 
inseridos dentro da anamnese urinária? A 
diferença de gênero muda algo? 
Aldillany Maria 
 
(cristalúria), sendo mais frequentes os de 
ácido úrico, oxalato de cálcio e uratos 
amorfos, quando a urina é ácida, e, quando 
a urina for alcalina, carbonatos e fosfatos 
de cálcio. 
 Urina com aumento da espuma: Decorre 
da eliminação aumentada de proteínas na 
urina, presente em glomerulonefrites, 
nefropatia diabética, nefrites intersticiais. 
 
 ALTERAÇÕES DO CHEIRO DA URINA 
O odor característico de urina decorre da liberação 
de amônia. 
 Um simples aumento da concentração 
urinária pode determinar cheiro 
desagradável. 
 Vários medicamentos podem modificar o 
cheiro da urina: vitaminas e os antibióticos. 
 Porém, fetidez propriamente dita surge nos 
processos infecciosos, pela presença de 
pus ou por degradação de substâncias 
orgânicas. 
 
 DOR: a dor originada no sistema urinário pode 
assumir características diversas. 
Os tipos principais são: dor lombar e no flanco, 
cólica renal, dor vesical, estrangúria e dor perineal. 
DOR LOMBAR E NO FLANCO 
 A dor renal característica situa-se no flanco ou 
região lombar, entre a 12ª costela e a crista 
ilíaca, e, às vezes, ocorre irradiação anterior. 
 O parênquima renal é insensível, não 
ocasionando dor. 
 Contudo, a distensão da cápsula renal dá 
origem a tal dor, que é percebida na região 
lombar e no flanco, por ser comum a inervação 
com esta parte do tronco. 
 A dor é descrita como uma sensação profunda, 
pesada, de intensidade variável, fixa e 
persistente, que piora com a posição ereta e 
se agrava no fim do dia. 
 
CÓLICA RENAL OU NEFRÉTICA 
 É um tipo especial de dor decorrente de 
obstrução do trato urinário, com dilatação 
súbita da pelve renal ou do ureter, que se 
acompanha de contrações da musculatura lisa 
dessas estruturas. 
 Em seu início, pode haver apenas uma 
sensação de desconforto na região lombar ou 
no flanco, irradiando-se vagamente para o 
quadrante inferior do abdome do mesmo lado. 
 Rapidamente, essa sensação de desconforto 
evolui para dor lancinante, de grande 
intensidade, acompanhada de mal-estar geral, 
inquietude, sudorese, náuseas e vômitos. 
 O paciente fica inquieto no leito ou levanta-se 
à procura de uma posição que lhe traga algum 
alívio. 
 A dor da cólica renal costuma começar no 
ângulo costovertebral, acometer a região 
lombar e flanco, irradiando-se para a fossa 
ilíaca e região inguinal, alcançando o testículo 
e o pênis, no homem, e o grande lábio, na 
mulher. 
 
DOR HIPOGÁSTRICA OU DOR VESICAL 
 É a dor originada no corpo da bexiga que 
geralmente é percebida na região 
suprapúbica. 
 Quando ela decorre de irritação envolvendo a 
região do trígono e do colo vesical, a dor 
irradia-se para a uretra e meato externo, 
podendo ser relatada como uma sensação de 
queimor. 
 
ESTRANGÚRIA OU TENESMO VESICAL 
 É perceptível quando há inflamação vesical 
intensa, podendo provocar a emissão lenta e 
dolorosa de urina, chamada estrangúria, e que 
é decorrente de espasmo da musculatura do 
trígono e colo vesical. 
 
DOR PERINEAL 
 É decorrente normalmente da infecção aguda 
da próstata, que causa dor perineal intensa, 
sendo referida no sacro ou no reto. 
 Pode causar também estrangúria. 
 
 EDEMA 
 É uma manifestação comum em pacientes 
portadores de doença renal. 
 Existem quatro situações clínicas em 
nefrologia que são comumente 
acompanhadas de edema: glomerulonefrite 
aguda, síndrome nefrótica, insuficiência renal 
aguda e crônica. 
 
 
Aldillany Maria 
 
Edemas 
 O edema da glomerulonefrite é 
generalizado, porém mais intenso na 
região periorbitária pela manhã, quando o 
paciente acorda. 
 Na glomerulonefrite crônica, a existência e 
a intensidade do edema são muito 
variáveis, podendo estar ausente ou 
manifestar-se apenas como edema 
periorbitário pela manhã; 
 O edema da síndrome nefrótica é 
generalizado e mais intenso que o da 
glomerulonefrite, podendo chegar à 
anasarca, especialmente em crianças 
 Na pielonefrite, o edema é de pequena 
intensidade, quase sempre restrito à região 
periorbitária pela manhã. 
 Na insuficiência renal aguda, o edema 
decorre geralmente da hiper-hidratação. 
 O edema da insuficiência renal crônica é 
muito variável, modificando-se conforme a 
causa determinante; depende também da 
fase da doença, do grau do distúrbio 
funcional ou de eventuais alterações que 
ocasionem a descompensação clínica. 
 
 FEBRE e CALAFRIOS 
 Nas infecções agudas que acometem o trato 
urinário, a febre costuma ser elevada e vir 
acompanhada de calafrios, dor lombar ou 
suprapúbica. 
 As principais causas são pielonefrite, cistitee 
prostatite. 
 Nas infecções crônicas, a temperatura está 
discretamente aumentada ou com elevações 
intermitentes, às vezes acompanhadas de 
calafrios. 
 O adenocarcinoma renal costuma 
acompanhar-se de febre, que pode ser até 
mesmo a única manifestação clínica da 
doença. 
 
Distúrbios urinários: influências 
GÊNERO: as infecções do trato urinário são mais 
frequentes em mulheres. 
 OBS: durante a gravidez a mulher fica ainda 
mais suscetível ao acometimento de ITU, por 
várias razões: 
 Há dilatação funcional de todo o sistema 
coletor e ureteres e compressão do ureter 
pelo útero grávido, por exemplo. 
IDADE: predominam em faixas etárias mais 
jovens – crianças e adultos. 
PROFISSÃO: algumas profissões tornam as 
pessoas mais vulneráveis a ITU, como as que 
manipulam metais pesados (mercúrio, chumbo, 
urânio, cobre). 
 
 
 
O sistema urinário masculino, difere do feminino 
na medida em que a uretra, canal que conduz a 
urina da bexiga para o exterior, também é 
utilizada para liberação do esperma no ato da 
ejaculação. Dividida em três partes: prostática, 
cavernosa e membranosa, a uretra masculina 
mede aproximadamente 20 cm e estende-se do 
orifício uretral interno na bexiga urinária até o 
orifício uretral externa na extremidade do pênis. 
O canal da uretra no sistema urinário feminino, 
que se estende da bexiga ao orifício externo no 
vestíbulo, é bem menor que o masculino, medindo 
aproximadamente 5 cm. Essa característica da 
anatomia feminina, canal da uretra curto, facilita a 
ocorrência de infecções urinárias nas mulheres. 
 
 
 
 
Taxa normal de eliminação de urina: pelo menos 
800 mℓ de urina/dia. 
 OLIGÚRIA: redução da diurese, ou seja, a 
excreção de um volume de urina é inferior às 
necessidades para eliminação de catabólitos. 
 Oligúria: diurese inferior a 400 mℓ/dia. 
 Pode ser moderada: -500ml de urina/dia. 
 Ou extrema: -300ml de urina/dia. 
Correlações clínicas: 
 Redução do fluxo sanguíneo renal 
(insuficiência renal aguda, insuficiência 
cardíaca). 
 Glomerulonefrite: diminuição da 
capacidade de filtração dos glomérulos. 
 Uso de anti-inflamatórios não esteroides. 
 
 ANÚRIA: a diurese é inferior a 100mℓ/dia ou 
totalmente ausente. 
2- Anatomia da genitália masculina e suas 
afecções no sistema genito-urinário 
3- Defina Oligúria, anúria, poliúria, disúria, 
noctúria, polaciúria, tenesmo vesical e suas 
correlações com síndromes clínicas 
Aldillany Maria 
 
Correlações clínicas: 
 Oclusão bilateral das artérias renais. 
 Obstrução de ambos os ureteres. 
 Necrose cortical bilateral. 
 
 POLIÚRIA: aumento da diurese. 
 Volume urinário acima de 2500 ml/dia. 
Correlações clínicas: 
 Diabetes insípido. 
 Insuficiência renal crônica. 
 Pielonefrite crônica. 
 Anemia falciforme. 
 Medicamentos (diuréticos). 
 Polidpisia nervosa. 
 Anormalidades eletrolíticas (hipercalcemia 
e hipocalemia). 
 
 DISÚRIA: micção associada à sensação de 
dor, queimor ou desconforto. 
Correlações clínicas: 
 Cistite. 
 Prostatite. 
 Uretrite. 
 
 NOCTÚRIA: aumento do número de micções 
no período noturno. 
 Ocorre quando o ritmo circadiano da 
diurese se altera, acarretando na 
necessidade de se esvaziar a bexiga 
durante a noite. 
 Normalmente o indivíduo não acorda à 
noite para urinar ou o faz apenas uma vez, 
porque o ritmo de formação de urina 
decresce fisiologicamente no período 
noturno. 
Correlações clínicas: 
 Insuficiência cardíaca. 
 Insuficiência renal crônica. 
 Insuficiência hepática. 
 Síndrome nefrótica. 
 Diuréticos. 
Elas retêm líquido durante o dia, principalmente 
nos membros inferiores. Ao se deitar à noite, o 
líquido retido no interstício retorna à circulação, 
resultando em aumento da diurese, com maior 
número de micções no período noturno. 
 
 POLACIÚRIA: necessidade de urinar 
repetidamente, com intervalo entre as micções 
inferior a 2h e sem que haja concomitante 
aumento do volume urinário (poliúria). 
Correlações clínicas: 
 Infecção. 
 Cálculo. 
 Cistite. 
 Hiperplasia prostática. 
 Tumor vesical. 
 Litíase vesical. 
 Obstrução. 
 Alterações neurológicas. 
OBS: a ansiedade também pode manifestar-se 
com polaciúria, chegando a caracterizar uma 
condição denominada “bexiga irritável”, 
somatização de transtornos emocionais no 
aparelho urinário. 
 
 TENESMO VESICAL (ESTRANGÚRIA): 
emissão lenta e dolorosa de urina, causada 
por uma inflamação vesical intensa, que é 
decorrente de espasmo da musculatura do 
trígono e colo vesical. 
Correlações clínicas: 
 
 
 
 Uma parte dos pacientes com lesão renal 
apresenta queixas que não guardam relação 
direta com os rins ou com o trato urinário, 
como nas afecções em que o órgão vai sendo 
lesado insidiosamente até surgir grave 
deterioração da função renal. 
 Algumas dessas manifestações são: 
o Astenia 
o Náuseas 
o Anorexia 
o Anemia 
o Irritabilidade neuromuscular 
É comum também que alguns pacientes atribuam 
aos rins lesões que não ocorre no sistema urinário, 
como: 
o Dor lombar (devido a alterações na coluna 
vertebral). 
o Poliúria decorrente de hiperglicemia. 
o Hematúria devido a distúrbio na 
coagulação sanguínea. 
 
4- Quais outros sinais e sintomas de outros 
sistemas que podem comprometer o sistema 
urinário? 
Aldillany Maria 
 
 
Geralmente, nenhuma anormalidade costuma ser 
detectada durante o exame físico do sistema 
urinário. 
 
EXAME DOS RINS 
O exame físico do sistema urinário deve começar 
pela inspeção do abdome, dos flancos e das 
costas, com o paciente sentado. 
 Em seguida, deve-se fazer a palpação e a 
compressão dos ângulos costovertebrais. 
 Posteriormente, efetua-se a percussão com a 
face interna da mão fechada, chamada 
"punho-percussão". 
Por fim, deve ser realizada ausculta abdominal, 
que será útil na verificação de sopros abdominais 
como ocorre na estenose de artérias renais. 
 Utiliza-se o diafragma do estetoscópio para 
a ausculta de mesogástrio e hipocôndrios. 
 
A PALPAÇÃO DOS RINS 
 Paciente em decúbito dorsal da seguinte 
maneira: 
 Uma das mãos procura explorar os quadrantes 
superiores do abdome. 
 A outra mão, espalmada, "empurra'' o flanco 
correspondente de baixo para cima, na 
tentativa de trazer o rim para uma posição 
mais anterior (palpação bimanual). 
OBS: Em pessoas magras, o polo inferior do rim 
direito (normal) pode ser palpado na inspiração, o 
que, geralmente, não acontece com o rim 
esquerdo. 
 Os rins normais são praticamente 
inacessíveis à palpação. 
 Entretanto, o polo inferior pode ser 
palpável em crianças e em adultos magros 
com musculatura abdominal delgada. 
 Quando os rins estão aumentados, é 
possível palpá-los e, até mesmo, percebê-
los à inspeção, se o aumento for muito 
grande, principalmente em crianças, ou no 
caso de rins poli císticos em adultos. 
Nestes casos, percebe-se abaulamento do 
flanco. 
Rins facilmente palpáveis, em geral: 
 Aumento de volume (hidronefrose, 
neoplasia ou cistos). 
 Por serem anormalmente móveis (ptose 
renal). 
 Por estarem deslocados por neoplasias 
retroperitoneais. 
 Em geral, o aumento de ambos os rins 
decorre de doença policística ou de 
hidronefrose bilateral. 
Durante a palpação dos rins, é necessário avaliar 
a sensibilidade renal. 
 Muitas vezes, a compressão com as pontas 
dos dedos pode ser suficiente para despertar 
dor. 
 É necessário lembrar-se de fazer a punho-
percussão do ângulo costovertebral, formado 
pela borda inferior da 12ª costela e apófises 
transversas das vértebras lombares 
superiores. 
 O aparecimento de dor à compressão ou à 
punho-percussão sugere infecção renal, mas 
pode ser de origem musculoesquelética. 
 
EXAME DOS URETERES 
 Pela palpação profunda da parede abdominal 
anterior, é possível determinar dois pontos 
dolorosos quando existe infecção ou 
obstrução dos ureteres. 
 O superior fica na parte média dos quadrantes 
superiores direito e esquerdo. 
 Oinferior nas fossas ilíacas direita e esquerda, 
próximos à região suprapúbica. 
 A reação dolorosa à palpação profunda destes 
chamados "pontos ureterais" tem significado 
diagnóstico, especialmente quando são 
identificados outros dados sugestivos de 
comprometimento do trato urinário alto. 
 
EXAME DA BEXIGA 
 A bexiga vazia não é palpável, porém pode 
haver hipersensibilidade na área suprapúbica 
ao se fazer a palpação. 
 Retenção urinária aguda ou crônica, levando à 
distensão vesical, pode ser percebida por 
inspeção, palpação e percussão da região 
suprapúbica. 
 Se houver retenção urinária, observam-se 
reação dolorosa intensa e ocorrência de um 
abaulamento no hipogástrio. 
 A palpação, observa-se massa lisa e firme na 
linha média (globo vesical). 
5- Exame físico urinário: qual seu aspecto 
mais importante? 
Aldillany Maria 
 
 Em mulheres, o esvaziamento vesical por 
cateterismo poderá ser necessário para o 
diagnóstico diferencial com cisto do ovário. 
 
EXAME DA PRÓSTATA 
O exame da próstata é feito pelo toque retal, cuja 
técnica está descrita na seção que trata dos 
órgãos genitais masculinos. 
 
 
Exame simples de urina 
O exame simples de urina, exame sumário de 
urina ou urina tipo I, é um dos métodos mais 
práticos para o diagnóstico e o acompanhamento 
de pacientes com alterações do trato urinário. 
 O exame deve ser feito em urina recém-
coletada, no meio do jato urinário, em frasco 
limpo. 
No homem incircunciso, o prepúcio deve ser 
retraído e o meato, limpo. Exame durante o 
período menstrual tem valor limitado, mesmo 
quando se tenta evitar eventual contaminação da 
urina com tampão vaginal. 
 A melhor amostra para exame é a primeira 
urina da manhã, por ser mais concentrada e 
ter pH mais baixo, tornando possível melhor 
preservação dos elementos figurados e de 
cilindros, além de facilitar a determinação 
semiquantitativa da proteinúria. 
 O exame tem início pela avaliação de cor, 
turvação e odor da urina; espuma em 
abundância indica proteinúria. 
 Vários medicamentos podem alterar a cor da 
urina. 
 Utilizam-se métodos físico-químicos para 
análise da densidade, do pH, pesquisa de 
proteínas, glicose e cetonas. 
 
Densidade urinária. 
Densidade urinária e osmolalidade são medidas 
que refletem a concentração urinária de solutos. 
 A capacidade dos rins de concentrar até 
aproximadamente 4 vezes o volume de solutos 
do plasma é um dos principais indicadores de 
eficiência da função renal. 
 Os rins eliminam urina com densidade 
específica que varia de 1,001 a 1,040, o que 
corresponde a osmolalidade de 50 a 1.100 
müsm/kg H20. 
 
pH. 
O pH varia entre 4,5 e 8,0. 
 Um pH urinário abaixo de 6,0 pode ser 
considerado normal. 
 Na primeira urina da manhã, geralmente, o 
valor encontrado está entre 5,0 e 6,0. 
 Se estiver acima de 8,0, sugere a ocorrência 
de infecção, alcalose sistêmica, acidose 
tubular renal ou uso de acetazolamida. 
 
Proteínas. 
 A presença de proteína na urina (proteinúria) 
em quantidade superior a 150 mg/dia está 
acima dos valores normais. 
 A proteinúria é um sinal comum nas doenças 
renais e das vias urinárias; pode ser um 
achado isolado ou estar associada a outros 
elementos. 
 
Glicose. 
 A presença de glicose na urina (glicosúria) é 
determinada por agentes redutores não 
específicos ou com tiras com reagentes 
específicos para glicose. 
 Os agentes redutores não específicos, além de 
menos sensíveis, produzem reação falso-
positiva em presença de vários açúcares, 
ácidos e alguns medicamentos. 
 A tira reagente é sensível a concentrações de 
até 100 mg/ df de glicose. 
 Concentrações elevadas de glicose na urina 
estão associadas a diabetes melito, glicosúria 
renal. 
 A glicosúria deve ser diferenciada de outras 
condições que envolvam a existência de 
carboidratos na urina, como lactosúria e 
galactosúria. 
 
Cetonas. 
 Quando o organismo metaboliza glicídios de 
modo incompleto, ocorre formação de corpos 
cetônicos facilmente detectáveis na urina. 
 Presença de cetonúria em pacientes com 
diabetes melito indica descompensação 
metabólica grave. 
6- Infecção do Trato Urinário: diagnóstico 
Aldillany Maria 
 
 Pacientes em uso de levodopa costumam 
apresentar resultados falso-positivos, que 
também podem ocorrer no jejum prolongado e 
na cetoacidose alcoólica. 
 
Urobilinogênio. 
 É um derivado incolor da bilirrubina, que é em 
parte excretado com as fezes e em parte 
reabsorvido e excretado com a urina. 
 Na icterícia obstrutiva, o urobilinogênio não é 
drenado para o intestino e, portanto, sua 
concentração na urina é baixa. 
 Em outros tipos de icterícia, a quantidade de 
urobilinogênio na urina está aumentada. 
 
Teste do nitrito. 
A positividade do teste baseia-se na capacidade 
de as bactérias gram-negativas transformarem 
nitratos em nitritos. 
 
Sedimento urinário. 
 O sedimento urinário é examinado para 
identificar células, cilindros e bactérias. 
 Sedimento rico sugere doença glomerular. 
 
Hemácias. 
 Considera-se normal a ocorrência de até duas 
hemácias por campo de grande aumento. 
 Quando em quantidade superior, tem-se 
hematúria microscópica, dado muito 
importante na detecção de doenças renais ou 
das vias urinárias. 
 Estados febris, esforço físico, frio intenso e 
distúrbios da coagulação podem ocasionar 
hematúria microscópica, sem que haja 
necessariamente lesão renal. 
 
Bactérias e fungos. 
 Em geral, a urina não contém bactérias ou 
fungos. 
 A presença de bactérias pode denotar 
contaminação, quando a urina não foi colhida 
com os cuidados de assepsia e examinada 
imediatamente após a emissão. 
 
 
Cristais. 
 Sendo a urina normalmente supersaturada de 
sais, é natural a formação de cristais, 
ocasionando cristalúria. 
 Os cristais de ácido úrico são os mais comuns, 
assumindo diversos formatos e cores, 
variando de amarelo a amarronzado. 
 
Cilindros. 
 São corpos proteicos que assumem a forma do 
segmento do néfron em que são formados. 
 Têm grande importância diagnóstica 
justamente pelo fato de sua origem ser no 
parênquima renal. 
 
Dosagem de creatinina e ureia. 
A taxa de filtração glornerular (TFG) é considerada 
o melhor índice de função renal. 
A avaliação da TFG é de amplo uso clínico para 
detectar deficiência de função e acompanhar sua 
evolução na vigência de processos patológicos. 
Um dos principais parâmetros para avaliar TFG é 
a dosagem da creatinina sérica. 
 O nível normal de ureia está entre 18 e 45 
mg/dl e o de creatinina, entre 0,6 e 1,2 mg/dl. 
 A CrS é o parâmetro endógeno mais 
comumente utilizado para estimar a TFG. 
 A creatinina é livremente filtrada pelo 
glomérulo e secretada pelo túbulo proxirnal; 
deste modo, a creatinina excretada na urina 
origina-se da filtração glornerular (85%) e da 
secreção tubular (15%). 
 Quanto maior o nível sérico de creatinina, 
menor deverá ser a TFG e maior a proporção 
de creatinina originada de secreção tubular. 
A secreção de creatinina é inibida por diversos 
medicamentos: 
 Ácido acetilsalicílico, cimetidina, 
trirnetoprima, espironolactona e arnilorida. 
 Cefoxitina, cefalotina e níveis elevados de 
acetoacetato na cetoacidose diabética 
podem provocar aumento da creatinina 
sérica pelo fato de interferirem na reação 
de coloração. 
A concentração de ureia no sangue depende de 
sua produção no organismo, da ingesta de 
proteínas, do índice de filtração glomerular e do 
estado de hidratação do paciente. 
Aldillany Maria 
 
Ultrassonografia 
Esse método é um excelente recurso não invasivo 
para avaliação renal, vesical e prostática. 
 Dispõe de muitas vantagens, como não 
invasividade, ampla disponibilidade e não 
utilização de radiação ionizante, esta última 
característica muito importante principalmente 
na faixa etária pediátrica, em mulheres em 
idade reprodutiva e em gestantes. 
 As principais indicações da ultrassonografia 
nesse contextosão para a identificação de 
obstrução, diagnóstico diferencial entre lesões 
sólidas e císticas, avaliação da insuficiência 
renal aguda e crônica, seguimento de 
pacientes com rins transplantados e como guia 
para procedimentos invasivos (p. ex., biopsia 
renal e aspiração de cistos). 
 
Exame bacteriológico da urina 
 O exame bacteriológico da urina compreende 
a microscopia direta (simples e de baixo custo) 
e a cultura. 
 Em ambas, são indispensáveis as precauções 
para evitar contaminação exterior. Além disso, 
a urina deve ser examinada ou preparada para 
cultura em tempo inferior a 30 min. 
 Caso não seja viável, deve-se refrigerá-la, 
para impedir crescimento bacteriano. 
 
Tomografia computadorizada (TC) 
 Tomografia computadorizada (TC) com 
contraste iodado intravenoso tornou-se o 
método de escolha na avaliação da maioria 
das lesões focais renais. 
 Além de possibilitar melhor caracterização de 
lesões detectadas à US, também viabiliza um 
acurado estadiamento pré-terapêutico. 
 A tomografia computadorizada não 
contrastada é ainda considerada o padrão-
ouro na avaliação da litíase urinária. 
 
Biopsia renal 
Atualmente, a biopsia renal é utilizada sempre que 
se faz necessário elucidar a natureza e a 
magnitude de lesões renais, assim como na 
orientação do nefrologista para a terapêutica e o 
prognóstico da enfermidade renal. 
 
Endoscopia 
 A utilização de endoscópios (cistoscópio e 
ureteroscópio) possibilita a visualização da 
superfície interna da uretra e da bexiga, 
viabilizando a identificação de neoplasias, 
cálculos, fatores de manutenção de infecção, 
corpos estranhos, origem de hematúria, 
malformações e orifícios ureterais. 
 Também é possível a utilização da endoscopia 
para a realização de biopsias, extração de 
cálculos ureterais e ressecção de neoplasias. 
 
 
A síndrome nefrítica é uma manifestação de 
inflamação do capilar glomerular. 
Caracteriza-se por: 
 Disfunção renal de início abrupto 
 Cilindros hemáticos 
 Oligúria 
 Proteinúria subnefrótica 
 Edema 
 Hipertensão arterial 
 Hematúria 
A clássica tríade sintomática: edema, hipertensão 
e hematúria. 
Do ponto de vista evolutivo e de gravidade das 
lesões, a síndrome nefrítica pode ser classificada 
como glomerulonefrite aguda, glomerulonefrite 
rapidamente progressiva e glomerulonefrite 
crônica. 
Glomerulonefrite aguda: caracteriza-se pelo 
aparecimento súbito de urina escura, hipertensão 
arterial, edema (especialmente periorbitário pela 
manhã) e azotemia. 
 Hipertensão arterial é decorrente da expansão 
do volume intravascular. 
 O paciente se recupera em dias ou semanas 
em 97% dos casos, embora o quadro clínico 
possa não ter remissão completa. 
 
Exames sorológicos especiais que podem orientar 
quanto à etiologia da doença e ao tratamento: 
 Anticorpos antinucleares (ANA). 
 Crioglobulinas. 
 IgA. 
 Anticorpos anticitoplasma de neutrófilos 
(ANCA). 
 Anticorpos antimembrana basal glomerulat 
(anti-GBM). 
 Título de antiestreptolisina O (ASLO). 
7- Síndrome Nefrítica aguda: diagnóstico 
Aldillany Maria 
 
 Fator nefrítico C3 e marcadores virais de 
hepatite. 
 A biopsia renal pode ajudar na 
caracterização do tipo de glomerulonefrite. 
 
Glomerulonefrite rapidamente progressiva 
(GNRP): é uma síndrome clínica caracterizada por 
perda rápida da função renal (dias a semanas), 
geralmente acompanhada de oligúria ou anúria e 
alterações urinárias características de 
glomerulonefrite (hematúria, cilindros hemáticos e 
proteinúria). 
 A principal característica histopatológica da 
GNRP é a presença de crescentes em mais de 
50% dos glomérulos renais. 
 Crescente: proliferação de células epiteliais, 
acompanhada da deposição de fibrina, 
polimorfonucleares e monócitos no espaço de 
Bowman, assumindo formato de meia-lua. 
 
Glomerulonefrite crônica. É a via final comum de 
todas as glomerulopatias que evoluem para 
cronicidade e insuficiência renal terminal. 
 Manifesta-se de modo insidioso, o paciente 
não se queixa, e a doença é descoberta em 
exames de rotina em pacientes com 
hipertensão arterial ou que relatam apenas 
edema discreto. 
 Apresentam-se com elevação nos níveis 
séricos de ureia e creatinina, alterações do 
sedimento urinário com proteinúria e/ou 
hematúria. 
 
Outras entidades responsáveis pela síndrome 
nefrítica: endocardite bacteriana subaguda, 
malária, esquistossomose, hepatites B e C, 
infecção estreptocócica e outras infecções. 
 Entre as de etiologia desconhecida 
destacam-se as colagenoses (lúpus 
eritematoso sistêmico, poliarterite nodosa), 
a purpura de Henoch-Schonlein e a 
glomerulopatia IgA-IgG (doença de 
Berger). 
 
 
 
 
 
 
 Desenvolve-se quando ocorre uma elevação 
exagerada da permeabilidade da membrana 
basal glomerular de filtração. 
 Isso é responsável pela perda de proteínas na 
urina (proteinúria). 
Manifestações: 
 Proteinúria (superior a 3,5 g/24h). 
 Hipoalbuminemia (albumina sérica inferior 
a 3,5 g/de). 
 Edema. 
 Pode acompanhar-se de hiperlipidemia, 
além de estado de hipercoagulabilidade 
(sendo trombose venosa a manifestação 
mais comum). 
 
Há perda predominantemente de proteína de 
baixo peso molecular, como a albumina. 
 A concentração de albumina sérica é 
geralmente inferior a 2 g/de e, nos casos 
mais graves, inferior a 1g/de. 
 O colesterol total, as lipoproteínas de baixa 
densidade e os triglicerídios estão 
elevados. 
 
A síndrome nefrótica pode resultar não só de 
doença renal primária, frequentemente de 
etiologia desconhecida, como também da 
agressão renal por doença sistêmica (diabetes 
mellitus, amiloidose, colagenose, mieloma 
múltiplo). 
 Há uma diversidade de fatores 
etiopatogênicos: distúrbios genéticos, 
agentes físicos (irradiação), agentes 
químicos (metais pesados, drogas) ou 
agentes mecânicos (trombose das veias 
renais). 
 
REFERÊNCIAS 
Semiologia Médica - Porto & Porto - 7ª ed. 
Semiologia Médica - As bases do diagnóstico 
clínico - Vol 1 e II - López & Medeiros - 4ª ed. 
Exame Clínico - Porto & Porto - 8ª ed – 2017. 
8- Síndrome Nefrótica: diagnóstico

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