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ANÁLISE QUANTITATIVA DE RISCO APLICADA À INDÚSTRIA DE GASES 
 
 
Thaisa Santos de Sá 
 
 
PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE 
ENGENHARIA AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE 
BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL. 
 
 
Aprovado por: 
 
 
 
____________________________________________ 
 Prof. Assed Naked Haddad, D.Sc. (Orientador) 
 
 
____________________________________________ 
 Prof. Josimar Ribeiro de Almeida, D.Sc. 
 
 
____________________________________________ 
 Prof. Marcelo Gomes Miguez, D.Sc. 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL 
NOVEMBRO DE 2008 
 ii
 
 
 
 
 
 
 
 
Sá, Thaisa Santos de. 
 Análise quantitativa de risco aplicada à indústria de gases. Rio de 
Janeiro, 2008. 
xii, 199 p. : il ; 29,7 cm. 
Projeto submetido ao corpo docente do Departamento de Engenharia 
Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos 
requisitos necessários para a obtenção do grau de bacharel em engenharia 
ambiental. 
 
1. Segurança ambiental. 2. Gerenciamento de riscos. 
3. Análise quantitativa de risco. I Título. 
 iii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isso nós sabemos. 
Todas as coisas são conectadas 
como o sangue que une uma família... 
O que acontecer com a terra 
acontecerá com os fillhos e filhas da terra. 
O homem não teceu a teia da vida, 
ele é apenas um fio. 
O que ele fizer para a teia 
estará fazendo a si mesmo. 
 
Ted Perry 
(inspirado pelo Chefe Seatle) 
 iv
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus. 
Aos meus pais, minha irmã, familiares e amigos, que muito colaboram incentivando e 
apoiando cada passo para a minha realização humana e profissional. 
À orientação do Professor Assed Haddad, pela disponibilidade a ajudar e por todo o suporte 
necessário para a realização deste projeto. 
Ao apoio imprescindível do colega de trabalho Jeferson Medeiros que se mostrou sempre 
solícito a ensinar, aconselhando e enriquecendo o projeto. 
À Flaviana Lopes e ao Sebastião Alves sempre dispostos a ajudar com informações e 
esclarecimentos, aos bibliotecários do CCMN, aos demais colegas da faculdade e do trabalho 
e a todos aqueles que muitas vezes de uma maneira simples ou rotineira contribuíram para a 
construção deste trabalho. 
 v
Resumo do Projeto de Graduação submetido ao Corpo docente do Curso de Engenharia 
Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários 
para a obtenção de grau de Engenheira Ambiental. 
 
ANÁLISE QUANTITATIVA DE RISCO APLICADA À INDÚSTRIA DE GASES 
Thaisa Santos de Sá 
 
 
Novembro/2008 
 
Orientador: Assed Naked Haddad 
Palavras-chave: Segurança Ambiental, Gerenciamento de Riscos, Análise Quantitativa de 
Risco. 
 
O presente trabalho apresenta um estudo de caso de Análise Quantitativa de Risco aplicado à 
Indústria de Gases visando contribuir para o melhor entendimento dos riscos à que as pessoas 
e o meio ambiente estão sujeitos frente aos acidentes relacionados à segurança de processos 
na indústria de gases. 
Nas atividades industriais de produção, armazenamento ou manuseio a preocupação 
relacionada aos produtos perigosos é majorada, não apenas devido aos acidentes históricos de 
grandes proporções, às pressões da sociedade e ao cumprimento dos regulamentos e leis, mas 
também devido à crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental por parte das 
empresas e de seus stakeholders e, sobretudo, ao respeito à vida. 
Este trabalho aborda a importância do gerenciamento de riscos e apresenta as metodologias 
mais usuais para elaboração de estudos de análise de risco a fim de tornar possível o 
julgamento completo acerca da viabilidade ambiental de um empreendimento. 
A partir do conhecimento dessas disciplinas é desenvolvido o estudo de caso de análise de 
risco em que, através da análise de vulnerabilidade, são mapeadas as áreas passíveis de serem 
impactadas pela ocorrência de cenários acidentais referentes ao processo de refrigeração com 
amônia da indústria de gases Gásmil. 
 vi
Abstract of the Graduation Project presented to the faculty of Environmental Engineering, 
Federal University of Rio de Janeiro as a partial fulfillment of the requirements for the degree 
of Environmental Engineer. 
 
QUANTITATIVE RISK ANALYSIS APPLIED TO THE GASES INDUSTRY 
Thaisa Santos de Sá 
 
 
November/2008 
 
Advisor: Assed Naked Haddad 
Keywords: Environmental Safety, Risk Management, Quantitative Risk Analysis. 
 
This work presents a case study of Quantitative Risk Analysis applied to the Gases Industry in 
order to contribute to the risk knowledg that people and the environement can suffer by 
accidents related to the process safety at the gases industry. 
In industry activities such as production, storage or handling the worry related to dangerous 
materials is bigger, not only because of the history big proportion accidents, the society 
pressures and the law compliance, but also because of the growing care about the 
environmental sustainability by the companies and their stakeholders and, specially, the 
respect for life. 
This paper addresses the importance of managing risk and presents the more usual methods 
for preparation of risk analysis studies in order to make possible the trial of the full 
environmental feasibility of a venture. 
From the knowledge of these subjects is developed a case study of risk analysis in which, 
through the vulnerability analysis, are mapped those areas might be affected by the 
occurrence of accidental scenarios for the process of cooling with ammonia of the Gásmil 
gases industry. 
 vii
SUMÁRIO 
 
Capítulo I: INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1 
 I.1 APRESENTAÇÃO.................................................................................................... 1 
 I.2 RELEVÂNCIA.......................................................................................................... 2 
 I.3 OBJETIVOS.............................................................................................................. 4 
 I.4 METODOLOGIA .................................................................................................... 4 
Capítulo II: CARACTERIZAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 6 
 II.1 RISCO: ALGUNS CONCEITOS.......................................................................... 6 
 II.2 GERENCIAMENTO DE RISCOS........................................................................ 8 
 II.2.1 ESTUDOS DE ANÁLISE DE RISCO AMBIENTAL............................................ 10 
 II.3 ANÁLISE DE RISCOS........................................................................................... 13 
 II.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................... 14 
 II.3.2 IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS............................................................................ 15 
 II.3.2.1 Análise de Perigos e Operabilidade (Hazard and Operability 
 Analysis – HazOp)............................................................................................................ 17 
 II.3.2.2 Identificação das Hipóteses Acidentais Relevantes........................................ 23 
 II.3.3 ESTIMATIVA DOS RISCOS................................................................................ 24 
 II.3.3.1 Caracterização dos Cenários Escolhidos.......................................................... 24 
 II.3.3.2 Cálculo das Freqüências dos Cenários............................................................. 25 
 II.3.3.3 Análise de Conseqüências e Vulnerabilidade...................................................27 
 II.3.3.4 Quantificação dos Riscos.................................................................................... 29 
 II.3.4 AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE RISCOS.................................................... 31 
Capítulo III: METODOLOGIA....................................................................................... 32 
 III.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 32 
 III.2 DEFINIÇÃO DO SISTEMA A SER ESTUDADO............................................. 33 
 III.2.1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E DA REGIÃO ................... 35 
 III.3 IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS E CONSOLIDAÇÃO DAS 
 HIPÓTESES ACIDENTAIS ......................................................................................... 36 
 III.3.1 IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS....................................................................... 36 
 III.3.2 CONSOLIDAÇÃO DAS HIPÓTESES ACIDENTAIS......................................... 37 
 III.3.2.1 Identificação das Hipóteses Acidentais Mais Relevantes ............................. 37 
 III.3.2.2 Caracterização das Hipóteses Acidentais Mais Relevantes........................... 38 
 III.4 ESTIMATIVA DAS CONSEQÜÊNCIAS E AVALIAÇÃO 
 DE VULNERABILIDADE ............................................................................................ 39 
 III.4.1 CRITÉRIOS PARA AS SIMULAÇÕES............................................................... 39 
 III.4.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS............................................................. 43 
 III.5 ESTIMATIVA DAS FREQÜÊNCIAS DE OCORRÊNCIA DOS 
 CENÁRIOS ACIDENTAIS............................................................................................ 43 
 III.6 AVALIAÇÃO DOS RISCOS................................................................................ 44 
 III.6.1 RISCO SOCIAL..................................................................................................... 44 
 III.6.2 RISCO INDIVIDUAL............................................................................................ 45 
 III.6.3 TOLERABILIDADE DOS RISCOS...................................................................... 46 
 viii
 
 III.7 DESCRIÇÃO DO SOFTWARE UTILIZADO PARA A ANÁLISE DE 
 CONSEQUÊNCIAS E VULNERABILIDADE: PHAST DNV................................... 46 
Capítulo IV: O ESTUDO DE CASO................................................................................ 50 
 IV.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 50 
 IV.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA................................................. 50 
 IV.2.1 APRESENTAÇÃO................................................................................................. 50 
 IV.2.2 DO LOCAL............................................................................................................ 51 
 IV.2.2.1 Localização......................................................................................................... 51 
 IV.2.2.2 Clima e Meteorologia........................................................................................ 53 
 IV.2.2.3 Recursos Hídricos.............................................................................................. 56 
 IV.2.2.4 Geologia e Geomorfologia................................................................................ 56 
 IV.2.2.5 Solos.................................................................................................................... 57 
 IV.2.2.6 Vegetação........................................................................................................... 58 
 IV.2.2.7 Ocupação da Vizinhança.................................................................................. 59 
 IV.2.3 DESCRIÇÃO GERAL DAS INSTALAÇÕES E DO PROCESSO...................... 60 
 IV.2.3.1 Descrição do Processo....................................................................................... 62 
 IV.2.3.1.1 Captação, Compressão e Purificação............................................................... 62 
 IV.2.3.1.2 Secagem, Purificação, Condensação, Destilação e Sub-Resfriamento............ 63 
 IV.2.3.1.3 Sistema de Refrigeração com Amônia............................................................. 64 
 IV.2.3.1.4 Circuito de Refrigeração com Água................................................................. 64 
 IV.2.4 SISTEMAS DE SEGURANÇA............................................................................. 64 
 IV.2.3.1 Descrição do Sistema de Combate a Incêndio................................................ 64 
 IV.3 PRODUTOS ENVOLVIDOS NOS PROCESSOS E 
 QUANTIDADES MOVIMENTADAS........................................................................... 65 
 IV.3.1 QUANTIDADE DE PRODUTOS MOVIMENTADOS....................................... 66 
 IV.3.2 TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS................................................... 66 
 IV.4 IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS..................................................................... 66 
 IV.4.1 ANÁLISE DO HAZOP.......................................................................................... 67 
 IV.4.2 PLANILHAS DE HAZOP...................................................................................... 69 
 IV.4.3 ESTATÍSTICAS DOS CENÁRIOS ACIDENTAIS.............................................. 69 
 IV.4.4 CENÁRIOS ESCOLHIDOS E ÁRVORE DE EVENTOS.................................... 70 
 IV.5 ESTIMATIVA DAS CONSEQÜÊNCIAS E AVALIAÇÃO 
 DA VULNERABILIDADE............................................................................................. 73 
 IV.5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS CENÁRIOS ESCOLHIDOS.................................... 74 
 IV.5.2 CÁLCULO DAS ÁREAS VULNERÁVEIS......................................................... 85 
 IV.5.2.1 Área Vulnerável a Nuvem de Gás Tóxico....................................................... 87 
 IV.5.2.2 Área vulnerável a Radiação Térmica.............................................................. 88 
 IV.5.2.3 Área Vulnerável a Explosões............................................................................ 89 
 IV.5.3 ÁREAS VULNERÁVEIS...................................................................................... 90 
 IV.5.3.1 Área Vulnerável a Radiação Térmica............................................................. 90 
 IV.5.3.2 Área Vulnerável a Incêndio em Nuvem.......................................................... 97 
 IV.5.3.3 Área Vulnerável à Explosão............................................................................. 99 
 IV.5.3.4 Área Vulnerável à Nuvem Tóxica.................................................................... 101 
 ix
 
 IV.5.3.5 Mapeamento das Áreas Vulneráveis............................................................... 104 
 IV.6 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................... 113 
Capítulo V: CONCLUSÕES............................................................................................. 118 
Capítulo VI: REFERÊNCIAS........................................................................................... 119 
 
 x
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura I.1: Síntese da Metodologia Aplicada para Análise de Risco Ambiental................. 5 
Figura II.1: Etapas do Gerenciamento de Riscos................................................................. 13 
Figura II.2: Metodologia para HazOp.................................................................................. 20 
Figura II.3: Exemplo de Planilha para Estudo de Perigos e Operabilidade......................... 23 
Figura II.4: Exemplo de Árvore de Eventos........................................................................ 26 
Figura III.1: Fluxograma da Estrutura de uma AQR........................................................... 33 
Figura III.2: Curva F-N de tolerabilidade para risco socialadotado pela FEEMA............. 45 
Figura III.3: Curva F-N de tolerabilidade para risco social adotado pela CETESB............ 45 
Figura IV.1: Imagem do Google Earth com a localização da área analisada...................... 52 
Figura IV.2: Climatologias de Precipitação e Temperatura................................................. 54 
Figura IV.3: Imagem do Google Earth com a localização da vizinhança da instalação 
industrial em análise............................................................................................................. 60 
Figura IV.4: Número de Cenários Classificados em Cada Categoria de Risco................... 69 
Figura IV.5: Árvore de Eventos do Evento Iniciador 02..................................................... 73 
Figura IV.6A: Área Vulnerável a Nuvem Tóxica – DIA..................................................... 106
Figura IV.6B: Área Vulnerável a Nuvem Tóxica –NOITE ................................................ 106
Figura IV.7iA: Área Vulnerável a Radiação Térmica - Jato de fogo – DIA....................... 107
Figura IV.7iB: Área Vulnerável a Radiação Térmica - Jato de fogo – NOITE................... 107
Figura IV.7iiA: Área Vulnerável a Radiação Térmica - Jato de fogo – DIA...................... 108
Figura IV.7iiB: Área Vulnerável a Radiação Térmica - Jato de fogo – NOITE.................. 108
Figura IV.8A: Área Vulnerável a Incêndio em Nuvem – DIA............................................ 109
Figura IV.8B: Área Vulnerável a Incêndio em Nuvem – NOITE....................................... 109
Figura IV.9A: Área Vulnerável a Incêndio em Poça – DIA................................................ 110
Figura IV.9B: Área Vulnerável a Incêndio em Poça – NOITE........................................... 110
Figura IV.10A: Área Vulnerável a Bola de fogo – DIA...................................................... 111
Figura IV.10B: Área Vulnerável a Bola de fogo – NOITE................................................. 111
Figura IV.11A: Área Vulnerável a Explosão – DIA............................................................ 112
Figura IV.11B: Área Vulnerável a Explosão – NOITE...................................................... 112
 
 
ÍNDICE DE GRÁFICOS 
 
Gráfico IV.1: Temperatura média (oC) em Belo Horizonte no período 1961-1990.......... 55 
Gráfico IV.2: Umidade relativa do ar média (%) em Belo Horizonte no período 
1961-1990........................................................................................................................... 55 
 
 xi
 
ÍNDICE DE MAPAS 
 
Mapa IV.1: Perímetro da GBH nas Unidades Litogeográficas do Estado........................ 57 
 
 
ÍNDICE DE QUADROS 
 
Quadro II.1: Correlações de Probit para Vários Tipos de Exposição............................... 28 
 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela II.1: Parâmetros, Palavras-guias e Desvios........................................................... 21 
Tabela II.2: Palavras-guias................................................................................................ 22 
Tabela III.1: Alcance dos Efeitos Físicos exigidos pela CETESB e pela FEEMA.......... 42 
Tabela IV.1: Dados Climatológicos da Região................................................................. 55 
Tabela IV.2: Caracterização da vizinhança da instalação GÁSMIL................................. 59 
Tabela IV.3: Distribuição da Área Construída.................................................................. 61 
Tabela IV.4: Produtos da fábrica GÁSMIL...................................................................... 62 
Tabela IV.5: Extintores..................................................................................................... 65 
Tabela IV.6: Quantidades movimentadas dos principais produtos................................... 66 
Tabela IV.7: Categorias de Freqüências do HazOp.......................................................... 67 
Tabela IV.8 : Categorias de Conseqüências do HazOp.................................................... 68 
Tabela IV.9: Categorias de Riscos do HazOp................................................................... 68 
Tabela IV.10: Cenários escolhidos para simulações de conseqüências............................ 70 
Tabela IV.11: Cenários referentes ao Evento Iniciador 01............................................... 75 
Tabela IV.12: Cenários referentes ao Evento Iniciador 02............................................... 75 
Tabela IV.13: Cenários referentes ao Evento Iniciador 03............................................... 76 
Tabela IV.14: Cenários referentes ao Evento Iniciador 04............................................... 76 
Tabela IV.15: Cenários referentes ao Evento Iniciador 05I.............................................. 77 
Tabela IV.16: Cenários referentes ao Evento Iniciador 05II............................................. 78 
Tabela IV.17: Cenários referentes ao Evento Iniciador 06............................................... 78 
Tabela IV.18: Cenários referentes ao Evento Iniciador 07............................................... 79 
Tabela IV.19: Cenários referentes ao Evento Iniciador 08............................................... 79 
Tabela IV.20:Cenários referentes ao Evento Iniciador 09................................................ 80 
Tabela IV.21: Cenários referentes ao Evento Iniciador 10............................................... 80 
Tabela IV.22: Cenários referentes ao Evento Iniciador 11............................................... 81 
Tabela IV.23: Cenários referentes ao Evento Iniciador 12............................................... 81 
 xii
 
Tabela IV.24: Cenários referentes ao Evento Iniciador 13............................................... 82 
Tabela IV.25:Cenários referentes ao Evento Iniciador 14................................................ 82 
Tabela IV.26: Cenários referentes ao Evento Iniciador 15............................................... 83 
Tabela IV.27: Cenários referentes ao Evento Iniciador 16............................................... 83 
Tabela IV.28: Cenários referentes ao Evento Iniciador 17............................................... 84 
Tabela IV.29: Cenários referentes ao Evento Iniciador 18............................................... 84 
Tabela IV.30: Cenários referentes ao Evento Iniciador 19............................................... 85 
Tabela IV.31: Relação Entre Probit e a Percentagem de Morte na Área Afetada............ 86 
Tabela IV.32: Radiação Térmica X Efeito........................................................................ 88 
Tabela IV.33: Níveis de Sobrepressão e Efeito................................................................. 90 
Tabela IV.34: Áreas Vulneráveis à Radiação Térmica – Jato de fogo.............................. 91 
Tabela IV.35: Áreas Vulneráveis à Radiação Térmica – Bola de fogo............................ 93 
Tabela IV.36: Áreas Vulneráveis à Radiação Térmica – Incêndio em poça..................... 95 
Tabela IV.37: Áreas Vulneráveis a Incêndio em Nuvem.................................................. 97 
Tabela IV.38: Área Vulnerável à Explosão ..................................................................... 99 
Tabela IV.39: Áreas vulneráveis à nuvem Tóxica............................................................ 102
Tabela IV.40: Consolidação dos resultados...................................................................... 113
 
 
 1
Capítulo I 
INTRODUÇÃO 
 
 
I.1 APRESENTAÇÃO 
O homem em busca de maior conforto, além da satisfação de suas necessidades cada vez mais 
exigentes segue desenvolvendo novas tecnologias, sintetizando novas substâncias, criando 
novos materiais e descobrindo vertentes para a aplicação dos novos produtos gerados neste 
processo. Com isso, há a geração de subprodutos e rejeitos industriais igualmente novos, 
cujos efeitos são, conseqüentemente, de pouco ou nenhum domínio da comunidade científica. 
Além deste aspecto,é consenso que todo o processo produtivo está sujeito a falhas e perigos. 
Sejam elas humanas ou de equipamentos, as falhas podem desencadear situações sobre as 
quais não se tem controle acarretando conseqüências desastrosas. Isso pode ser historicamente 
comprovado pela ocorrência de acidentes de grandes proporções tais como: a explosão 
desastrosa em um reator de produção de caprolactama, em 1974, na cidade de Flixborough 
(Inglaterra) que acarretou a morte 28 pessoas; outro grande acidente em um reator químico, 
com liberação de dioxina, no ano de 1976, em Seveso (Itália); e ainda San Carlos (Espanha, 
1978); Bhopal (Índia, 1984) com mais de 2.000 mortos; Cidade do México (México, 1984), 
Chernobyl (Ucrânia, 1986) e Piper Alpha (Mar do Norte, 1988). 
Esses acidentes de grande impacto demonstraram que quando os desvios da operação de uma 
determinada instalação ultrapassam os limites internos da instalação, podem resultar em danos 
ambientais muito severos. Tal fato contribuiu significativamente para o despertar das 
autoridades governamentais, da indústria e da sociedade em várias partes do mundo no 
sentido de buscar mecanismos mais rigorosos para a prevenção desses episódios que 
comprometem a segurança das pessoas e a qualidade do meio ambiente. 
Assim, a partir da década de 70, diferentes técnicas e métodos foram desenvolvidos nas 
indústrias bélica, aeronáutica e nuclear que, posteriormente, passaram a ser adaptados para a 
realização de estudos de análise e avaliação dos riscos associados a outras atividades 
industriais, em especial nas áreas de petróleo, química e petroquímica. 
 2
Concomitantemente ao desenvolvimento na área de avaliação de riscos e prevenção de perdas, 
foram estabelecidas diretrizes, regulamentos e leis sobre o tema, com o objetivo de reduzir ou 
evitar a ocorrência de acidentes industriais. 
No caso do Brasil, a gestão preventiva das atividades potencialmente poluidoras é regulada 
pela Política Nacional de Meio Ambiente, instituída pela Lei 6.938/1981, a partir da criação 
dos instrumentos de Avaliação de Impactos Ambientais e de Licenciamento Ambiental. Com 
isso, os estudos de análise de riscos passaram a ser incorporados na etapa de licenciamento de 
determinados tipos de empreendimentos, de forma que, além dos aspectos relacionados com a 
poluição crônica, também a prevenção de acidentes maiores fosse contemplada neste 
processo. 
Dessa forma, ao longo dos últimos vinte anos, a ferramenta de análise de riscos vem sendo 
utilizada por diversos órgãos ambientais, tais como a CETESB e a FEEMA como apoio ao 
processo de decisão durante a análise de licenças ambientais e também pelas empresas como 
um instrumento de gerenciamento do risco imposto ao meio ambiente e ao homem. 
Neste contexto, o presente trabalho consta de um estudo de caso de análise quantitativa de 
risco para aplicação na indústria química de gases. Nele, realiza-se uma revisão bibliográfica 
acerca dos termos de referência para Estudos de Análise de Risco mais utilizados para a 
indústria química de modo a reunir elementos suficientes para a escolha da melhor seqüência 
metodológica para a elaboração do Estudo de Caso de Análise de Risco Ambiental. A 
metodologia escolhida foi aplicada a uma simulação de condições reais de operação de uma 
planta de produção de dióxido de carbono. 
Dessa maneira, este estudo busca diagnosticar os riscos e mensurar as áreas atingidas no caso 
de um acidente de forma a gerenciar os riscos, seja direcionando investimentos em segurança 
para a eliminação ou mitigação do risco, seja na tomada de ações de contingência visando a 
minimização dos impactos ao meio ambiente, a preservação da saúde humana e à segurança 
da população. 
 
I.2 RELEVÂNCIA 
Cada vez mais se amplia a prática de avaliar os aspectos e impactos reais e potenciais, 
positivos e negativos associados às atividades de um empreendimento o que inclui o conceito 
de risco e benefícios ambientais gerados pela atividade. 
 3
É bem verdade que a Análise de Risco tem aplicabilidade em diversos campos além dos 
Seguros, onde se origina, e da Segurança Ambiental, tema deste trabalho. Ela está presente 
como uma ferramenta de auxílio também nos campos de Saúde Pública; de Planejamento 
Urbano seja na análise de áreas susceptíveis a deslizamentos, seja com o fim de remediação 
de áreas contaminadas; de Logística no transporte de produtos perigosos, por exemplo; além 
de áreas do saber como projetos de Tecnologia da Informação, etc. 
Segundo SCHECHTMAN, 2006, a importância da realização de uma Análise de Risco 
Ambiental fundamenta-se nos três aspectos pontuados a seguir: 
ƒ Atendimento à legislação ambiental 
No contexto de licenciamento ambiental de atividades utilizadoras de recursos ambientais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como de empreendimentos capazes 
de, sob qualquer forma, causar degradação ambiental, e sempre que requisitado pelo órgão 
ambiental competente o empreendedor deve realizar Estudos Ambientais como subsídio para 
avaliação de sua viabilidade, dentre os quais se encontra o Estudo de Análise de Risco. 
ƒ Redução da ocorrência de acidentes 
O Estudo de Análise de Riscos constitui uma ferramenta eficaz para avaliar os procedimentos 
de prevenção e controle de riscos permitindo a criação de um plano para o gerenciamento dos 
riscos que permite a administração das condições ambientes e situações de risco para cada 
perigo identificado. Além de auxiliar a tomada de decisão de investimentos em segurança, 
identificando parâmetros críticos de operação e áreas sensíveis que necessitam de 
salvaguardas mais complexas e rigorosas. 
ƒ Medidas de mitigação 
As medidas de mitigação adotadas nas empresas pró-ativas a partir da identificação das fontes 
de risco estão refletidas em seus planos de emergência para evitar que o agente estressor 
(massa ou energia) no ambiente provoque maiores impactos em função do inventário 
derramado, tempo de exposição e da área afetada. Este plano tem então uma importante 
função no sentido de constituir um planejamento logístico para ações de resposta e diminuição 
dos efeitos ao ambiente advindos de um acidente ambiental. Ele também abarca os 
procedimentos necessários para assegurar a “imagem da empresa” na mídia, que é utilizada 
como um dos seus itens de marketing ambiental. 
 
 4
I.3 OBJETIVOS 
O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar um Estudo de Caso de Análise de 
Risco Ambiental aplicado à indústria de gases, mais especificamente à Planta de produção de 
dióxido de carbono GÁSMIL. 
Para tanto, como um dos objetivos específicos, foi pautada a revisão bibliográfica acerca da 
temática de análise de riscos a qual permitiu o conhecimento das técnicas desenvolvidas para 
a identificação dos riscos em uma instalação industrial e as ferramentas para o cálculo e para a 
avaliação qualitativa e quantitativa de riscos. Isso inclui os termos de referência para 
elaboração de estudos de análise de risco da FEEMA e da CETESB, e a aprendizagem da 
utilização do software Phast® V6.53.1 da Det Norsk Veritas (DNV) para a realização das 
simulações dos cenários acidentais. 
Adicionalmente, foi realizado um levantamento de dados para a caracterização ambiental da 
região em que a instalação industrial se localiza; além da compreensão ampla do processo 
produtivo da empresa de maneira a subsidiar o programa de simulação com os dados 
necessários para a realização do referido estudo. 
 
I.4 METODOLOGIA 
A análise de risco contida neste Estudo de Caso foi conduzida através de técnicas de análise 
de risco cuja aplicação sistemática resulta na identificação dos perigos potenciais decorrentes 
da operação de uma instalação industrial e na avaliação qualitativa e quantitativa dos efeitos 
físicos e riscos devido à liberação acidental de substâncias tóxicas e inflamáveis. 
As etapas da Análise de Risco das Instalações da fábrica de dióxidode carbono da empresa 
GÁSMIL foram feitas da seguinte forma: 
ƒ Definição dos objetivos da análise e delimitação das fronteiras abrangidas pela análise. 
ƒ Identificação dos cenários de acidentes relacionados com as substâncias tóxicas e 
inflamáveis através da aplicação da técnica de análise de risco HazOp – Análise de 
Perigos e Operacionalidade e de reuniões complementares. 
ƒ Caracterização dos cenários de acidentes, avaliação/quantificação dos efeitos físicos e 
dos riscos individual e social devido a formação de jato de fogo, incêndio em poça, 
incêndio em nuvem, explosão em nuvem, bola de fogo e nuvem tóxica. Para 
simulação das conseqüências foi utilizado o programa Phast® versão 6.53.1. 
 5
Na figura I.1 é apresentado um fluxograma que sintetiza a seqüência metodológica adotada 
para a realização desta análise quantitativa de risco ambiental. 
 
 
Figura I.1: Síntese da Metodologia Aplicada para Análise de Risco Ambiental 
Fonte: Elaboração própria, 2008 
DESCRIÇÃO E 
CARACTERIZAÇÃO DAS 
INSTALAÇÕES DE PROCESSO 
DESCRIÇÃO DO AMBIENTE 
(Condições Meteorológicas e 
Ocupação da Vizinhança) 
IDENTIFICAÇÃO DOS CENÁRIOS ACIDENTAIS 
ANÁLISE DE CONSEQÜÊNCIAS E 
VULNERABILIDADE 
ANÁLISE DE FREQÜÊNCIAS 
AVALIAÇÃO DOS RISCOS 
 6
Capítulo II 
CARACTERIZAÇÃO TEÓRICA 
 
 
II.1 RISCO: ALGUNS CONCEITOS 
Historicamente o homem convive com o risco sendo instigado a conhecê-lo, desafiá-lo e, em 
alguns casos, até superá-lo. O risco sempre estimulou o homem e a sua superação marca o 
surgimento das grandes conquistas do conhecimento humano. 
Por conseguinte, risco é uma palavra constantemente utilizada no dia-a-dia das pessoas e 
empregada nas mais diversas áreas. Geralmente seu significado está associado a possibilidade 
de ocorrência de um dado evento no futuro, ou seja, representa a chance de algo acontecer. 
O conceito de risco pode ser definido como a combinação entre a probabilidade de um evento 
ocorrer e suas conseqüências (ISO/IEC, 2002). 
Assim, outro aspecto que se pode inferir deste conceito são as conseqüências ou os efeitos 
esperados dada a ocorrência do evento. Embora o senso comum atribua à palavra risco 
conseqüências negativas talvez pelo fato de atrelar seu o conceito ao de perigo e/ou dano, no 
caso de uma organização empresarial, estas podem constituir oportunidades de benefício ou 
ameaças ao sucesso. 
No âmbito de uma empresa os riscos são classificados em riscos especulativos (ou dinâmicos) 
e riscos puros (ou estáticos). Os riscos especulativos existem quando há uma possibilidade de 
ganho ou uma chance de perda enquanto que os riscos puros envolvem apenas a chance de 
perda, não há possibilidade de ganho ou de lucro. (MORGADO, p. 6, 2005). 
De uma maneira ampla, o gerenciamento de riscos é cada vez mais reconhecido como sendo 
responsável por tratar-se de ambos os aspectos do risco, os positivos e os negativos. 
(AIRMIC, ALARM, IRM; 2002) 
Para compreendermos melhor o conceito de risco empregado neste trabalho cabe colocar as 
seguintes definições disponíveis no site da CETESB: 
ƒ Perigo - uma ou mais condições, físicas ou químicas, com potencial para causar danos 
às pessoas, à propriedade, ao meio ambiente ou à combinação desses; e 
ƒ Dano - efeito adverso à integridade física de um organismo. 
 7
O risco é a medida de perda econômica e/ou danos à vida, resultante da combinação entre a 
freqüência de ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (conseqüências). Ou seja, o risco 
representa a magnitude dos danos ou perdas quando o evento perigoso se torna real. 
Sob a ótica ambiental, os eventos estão relacionados a conseqüências sobre bens tutelados 
como o homem, uma espécie vegetal ou animal, ou ainda propriedades e equipamentos. São 
exemplos os efeitos das substâncias químicas consideradas poluentes que podem decorrer das 
emissões contínuas ou intermitentes provenientes das indústrias, das diversas formas de 
transporte ou, genericamente, da atividade antrópica (CETESB). 
Cabe também colocar os conceitos de acidente e incidente, termos que freqüentemente 
causam confusão no âmbito da disciplina de segurança. 
Segundo Perrow (apud GARCIA, 2007), a diferenciação entre ambos é caracterizada de 
acordo com uma divisão crescente da amplitude de atuação dos distúrbios nos sistemas. O 
autor explica que os sistemas estão divididos em quatro níveis: unidades, partes, subsistemas 
e o próprio sistema como um todo. Os incidentes envolvem estragos ou falhas a partes ou 
unidades do sistema, ou seja, atuam no primeiro e/ou no segundo nível, ainda que possam 
causar paradas na produção. Já os acidentes envolvem estragos ou falhas nos subsistemas e no 
sistema de uma forma global, atuando no terceiro e/ou quarto nível, envolvendo então, danos 
substanciais às pessoas, objetos e ao meio ambiente. De acordo com esta classificação 
podemos dizer que os incidentes são os eventos mais comuns de ocorrerem nos sistemas 
industriais, ao passo que os acidentes são eventos menos freqüentes. 
Agora, podemos definir risco ambiental como a conjugação da categoria de freqüência ou 
probabilidade com a categoria de gravidade de um incidente de poluição por um agente 
estressor1 provocada por um conjunto de situações e circunstâncias específicas, como falhas 
operacionais, humanas e de equipamentos (SCHECHTMAN, 2006). 
De acordo com este conceito, Schechtman (2006) caracteriza o risco de um acidente como um 
conjunto formado por três elementos, a saber: 
Risco = {Cenário, Probabilidade, Conseqüências}; 
Cenário: O evento de acidente ocorrer e atingir os ecossistemas sensíveis. 
 
 
1 Agente estressor: Substância química, material ou produto manipulado, transportado ou processado em 
unidades industriais ou do empreendimento que interfere na homeostase ambiental. 
 8
Probabilidade: Produto das probabilidades de um evento acontecer e do recurso 
natural ser atingido por este evento. 
Conseqüência: Danos ao meio ambiente capazes de alterar as propriedades físicas, 
químicas, biológicas da matéria, energia ou ecossistema específico com tempo de reparação 
lenta, gradual ou impossível. 
Risco ambiental = (Probabilidade x Conseqüências) Cenários 
A partir do exposto, fica fácil compreender que a perspectiva de risco a ser adotada para 
efeitos de gerenciamento de riscos de segurança ambiental deva ser negativa, ou seja, trata-se 
de risco puro. Por conseguinte, tal gerenciamento é centrado na prevenção e atenuação de 
acidentes ambientais como veremos a seguir. 
 
II.2 GERENCIAMENTO DE RISCOS 
Uma maneira de conviver com a probabilidade de que eventos futuros poderão causar efeitos 
adversos é gerenciando os riscos. O gerenciamento de riscos consiste numa filosofia para o 
manejo das incertezas e ameaças no âmbito de qualquer tipo de organização humana, ou seja, 
é o processo metódico de identificação e tratamento dos riscos inerentes às atividades de uma 
organização. 
Há quarenta anos, “risk management” era o mesmo que “surveying”, ou seja, restringia-se à 
inspeção de riscos. Atualmente, muitos acreditam que fazer gerenciamento de risco é 
determinar seu dano máximo provável. Assim, os profissionais ligados à área de seguros 
consideram a gerência de riscos como uma ciência que se ocupa basicamente dos chamados 
riscos seguráveis e da redução dos custos do seguro (MORGADO & NOBREGA, 2002 apud 
VARANDA, 2006). 
Para banqueiros e profissionais da área financeira, gerenciamento de riscos é o uso de técnicas 
sofisticadas de hedging (proteção de ativos financeiros) e o manejo adequado de taxas de 
juros. 
Para muitos políticos, analistas sociais e acadêmicos, ele representa o controle de situações 
que afetam ou podem afetar o meio ambiente, e que são decorrentes do crescente e 
desordenado avanço tecnológico. 
Para administradores hospitalares, significa o mesmo que garantia da qualidade dos serviços 
prestados aos pacientes ou biossegurança.9
Para os profissionais da área de segurança, traduz-se fundamentalmente na redução de 
doenças e acidentes do trabalho e acidentes com danos à propriedade. 
Para a CETESB, o gerenciamento de riscos é o processo de controle de riscos compreendendo 
a formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm 
por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos, bem como manter uma instalação 
operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil. 
Portanto, o gerenciamento de riscos tem o intuito de atingir o máximo benefício sustentado de 
cada atividade através da eliminação ou redução dos obstáculos que possam surgir e impedir 
que seus objetivos se realizem. Por isso, constitui um elemento central da gestão estratégica 
de qualquer tipo de organização humana. 
Ele pressupõe o entendimento de todos os fatores, os externos e os internos à organização que 
podem afetá-la positiva ou negativamente, acarretando o aumento da probabilidade de 
sucesso, e a redução da probabilidade de insucesso e da incerteza de alcançar seus objetivos 
gerais. 
A gestão dos riscos protege e agrega valor à organização e às suas partes interessadas no 
momento em que apóia os objetivos da organização ao (AIRMIC, ALARM, IRM; 2002): 
ƒ Fornecer uma visão geral da organização que permite a futura atividade ocorrer de 
uma maneira consistente e controlada; 
ƒ Melhorar o processo de tomada de decisões, planejamento e hierarquização pela 
compreensão completa e estruturada da atividade do negócio, volatilidade e 
oportunidades e ameaças de projetos; 
ƒ Contribuir para a utilização / alocação de capital e de recursos mais eficiente dentro da 
organização; 
ƒ Reduzir a volatilidade em áreas não essenciais de negócio; 
ƒ Proteger e valorizar os ativos e a imagem da companhia; 
ƒ Desenvolver e apoiar as pessoas e a base de conhecimento da organização; e 
ƒ Otimizar a eficiência operacional. 
O gerenciamento de riscos deve ser um processo em contínuo desenvolvimento que 
acompanha a criação e a implantação de qualquer estratégia da organização. Este deve incluir 
 10
os riscos em torno das atividades atuais, as do passado e, em especial, as atividades futuras da 
organização. 
Sua filosofia deve ser integrada à cultura da organização através de uma política eficaz e de 
um programa conduzido pelos mais altos gerentes. Para isso, é preciso traduzir a estratégia em 
objetivos táticos e operacionais, atribuindo responsabilidades a toda a organização, para cada 
gerente e trabalhador responsável pela gestão de risco, como parte do seu trabalho. 
A organização, representada pela alta administração e pelos gerentes, deve ter em mente que 
será vital que esteja preparada hoje, para enfrentar as incertezas do futuro, contemplando não 
só os riscos puros ou financeiros tradicionais, como também os problemas que afligem toda a 
sociedade e que, de uma forma ou de outra, acabam afetando também a empresa, como as 
questões relativas às drogas, ao meio ambiente, à Aids, aos produtos cancerígenos, etc. 
Segundo SCHECHTMAN (2006), até o início da década de 70, a questão de segurança na 
indústria em geral era tratada unicamente no âmbito das empresas, sem maiores interferências 
externas do governo ou da sociedade. Os fatores de segurança eram considerados nas normas 
e códigos de projeto e as ações de segurança eram previstas para o caso de desvios do projeto, 
possíveis de ocorrer por fatores, tais como: erros humanos, manutenção inadequada e 
interações do sistema e/ou equipamentos com o meio ambiente. 
Hoje a questão ambiental tem importância inquestionável na agenda pública dos países e a 
sociedade atual, mais complexa constituída de consumidores e usuários de serviços mais 
exigentes, contribui significativamente para a crescente necessidade da adoção dessa postura 
mais abrangente frente aos riscos. 
 
II.2.1 ESTUDOS DE ANÁLISE DE RISCO AMBIENTAL 
A Análise de Risco Ambiental constitui parte integrante do estudo ambiental de todas as 
atividades potencialmente poluidoras tais como aquelas que envolvem a manipulação de 
substâncias químicas consideradas altamente perigosas como a amônia, o cloro, a acetona, os 
metais pesados, uma série de hidrocarbonetos, entre outros. 
Data de sua origem que o termo análise de risco ambiental associa-se ao estudo dos riscos 
toxicológicos a que os humanos estariam expostos devido à presença de substâncias artificiais 
no ambiente (CAMACHO, 2004). Hoje, contudo, esse conceito tornou-se mais amplo no 
momento em que considera na análise, além do meio ambiente físico e ecológico, o meio 
 11
ambiente humano. Desse modo, o estudo de análise de risco ambiental concentra-se nos riscos 
que as atividades humanas impõem ao ambiente como um todo, incluindo-se aí os riscos aos 
próprios seres humanos e englobando tanto a análise de risco ecológica quanto a análise de 
risco humano. 
Inicialmente a metodologia de análise de riscos era empregada em processos de tomada de 
decisão envolvendo riscos tecnológicos, tendo como foco a saúde e a segurança dos 
trabalhadores. Apenas a partir dos anos 80 começa-se a trabalhar com o risco ambiental que 
se caracteriza por ser mais abrangente, visando, além da proteção aos trabalhadores, a 
proteção à comunidade do entorno do empreendimento bem como ao meio ambiente 
(GUIMARÃES, 2003 apud RODRIGUES, 2006). 
Nesta ótica, cabe colocar a diferença entre segurança pessoal ou ocupacional e segurança de 
processo. Perigos e/ou riscos pessoais ou ocupacionais, tais como escorregões, quedas, cortes 
e acidentes com veículos geralmente produzem efeitos sobre um único trabalhador. 
Por outro lado, perigos e/ou riscos de processo podem ocasionar acidentes maiores 
envolvendo o vazamento de materiais potencialmente perigosos, incêndios e explosões, ou 
ambos. Incidentes e acidentes envolvendo segurança de processo podem ter efeitos 
catastróficos e podem resultar em múltiplas mortes e feridos, assim como danos substanciais à 
economia, à propriedade e ao meio-ambiente. Incidentes e acidentes desse tipo podem ferir 
tanto os trabalhadores no interior das indústrias quanto ao público que reside nas vizinhanças. 
Essa é a razão pela qual o gerenciamento de segurança de processo está focado no projeto e 
engenharia de instalações, análises de perigos e riscos, análise e investigação de incidentes e 
acidentes, gerenciamento de modificações, inspeção, testes e manutenção de equipamentos, 
alarmes e controles de processo, procedimentos de operação e manutenção, treinamento de 
pessoal e fatores humanos. E, desse modo, medições tradicionais na área de segurança tais 
como taxas de acidentes com lesões, taxas de acidentes com perda de tempo, e dias de 
trabalho perdidos, podem não ser bons indicadores do desempenho da segurança de processo. 
(Center For Chemical Process Safety / Process Safety Beacon, Julho 2008). 
O estudo de análise de risco é a ferramenta utilizada para se estimar o risco de processo de um 
empreendimento. Seu emprego predominante acontece durante o processo de licenciamento 
ambiental de fontes, ou empreendimentos, potencialmente geradores de acidentes ambientais. 
Vale lembrar que cabe aos órgãos ambientais identificar tais fontes e, com base em critérios 
previamente estabelecidos, requerer a apresentação do estudo. 
 12
Com a estimativa do risco realizada, é possível comparar as diversas formas de expressão do 
risco com padrões previamente estabelecidos pelo órgão ambiental, fazendo-se então a 
avaliação do risco, sendo, portanto, possível decidir sobre a viabilidade ambiental de um 
empreendimento. 
Desse modo, é possível estimar e avaliar o risco dessas atividades, bem como propor formas 
de gerenciamento desse risco. 
O processo de gerenciamento de risco engloba as etapas de análise e de avaliação de risco e 
compreende ainda a posterior verificação da eficiência das medidas gerenciais adotadas(Figura II.1). Ele é calcado na aplicação de técnicas modernas e gera benefícios que podem 
ser sintetizados nos seguintes pontos (MORGADO, p. 12, 2005): 
ƒ Reformulação das práticas de gerenciamento de segurança industrial, em todos os seus 
níveis; 
ƒ Revisão de práticas tradicionais e de códigos, normas, padrões e regulamentações 
obsoletas; 
ƒ Desenvolvimento de técnicas para a identificação e quantificação de perigos; 
ƒ Formulação e avaliação de critérios de aceitabilidade de risco; 
ƒ Elaboração e implantação de sistemas de resposta para emergências. 
 
 13
 
Figura II.1: Etapas do Gerenciamento de Riscos 
Fonte: Elaboração própria (Baseado em AIRMIC, ALARM, IRM, 2002) 
 
II.3 ANÁLISE DE RISCOS 
Por definição, analisar um risco é identificar e discutir todas as possibilidades de ocorrência 
do acidente, na tentativa de se evitar que ele aconteça. A etapa de análise de riscos abarca os 
processos de identificação, descrição e estimativa dos riscos. (MORGADO, p. 11, 2005). 
A condução de uma análise de risco torna-se necessária para que se conheçam os riscos 
associados a uma atividade; para que problemas potenciais que podem resultar em 
conseqüências severas a uma operação sejam antecipados; quando são detectados repetidos 
problemas envolvendo danos, atrasos, lesões ou mortes na operação; nos casos em que as 
regras de segurança devam ser estabelecidas antes do início de uma atividade; e para que as 
informações sobre os riscos sejam obtidas com acurácia. (MORGADO, p. 13, 2005). 
Existem três níveis para os quais a análise de risco pode ser realizada: 
i. Análise Preliminar; 
Gerenciamento de Riscos 
Análise de Riscos 
Avaliação dos Riscos 
Tratamento dos Riscos 
Identificação dos Perigos 
Estimativa do Risco
Comparação com o Padrão 
Redução do Risco 
 14
ii. Análise de Vulnerabilidade; e 
iii. Análise de Risco. 
A Análise Preliminar é um estudo qualitativo que visa identificar os perigos associáveis às 
instalações e seus potenciais desdobramentos em cenários acidentais com danos a pessoas, 
instalações ou meio ambiente. 
A Análise de Vulnerabilidade objetiva delimitar os danos potencialmente originados a partir 
do local da liberação, através da estimativa da extensão dos efeitos físicos, para as hipóteses 
acidentais previamente selecionadas. Ou seja, são medidas as conseqüências dos cenários de 
acidentes. Para este cálculo é necessário o conhecimento das condições operacionais da 
instalação, dados dos produtos movimentados e das condições atmosféricas da região. 
Já na fase de Análise de Risco o risco é efetivamente calculado a partir da determinação da 
freqüência de ocorrência dos cenários de acidente selecionados. 
Para a execução dessas análises foram criadas muitas técnicas que serão descritas a seguir. 
Essas técnicas têm evoluído junto com os demais conhecimentos humanos, e algumas 
ferramentas hoje disponíveis permitem com que a análise de riscos seja realizada com elevado 
nível de profissionalismo. 
Vale ressaltar que a análise de riscos pressupõe que os indivíduos nela envolvidos tenham 
uma perfeita visão sistemática dos processos operacionais dos temas em análise. Ou seja, eles 
devem entender que existem sistemas e subsistemas dependentes, de forma que, se um 
subsistema está funcionando mal, pode estar comprometendo um sistema principal e 
caminhando gradativamente para a efetivação de um acidente. Além disso, devem conhecer a 
região do entorno do local onde se processa a atividade do empreendimento e as 
características desse local que podem influenciar e serem influenciadas pela instalação. 
 
II.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
Antes de iniciar o processo de identificação de riscos é de especial importância para um 
estudo ambiental conhecer as características do empreendimento. 
Este processo consiste, segundo SCHECHTMAN (2006), na realização de uma “análise 
crítica” do empreendimento. Nela são contemplados os aspectos relativos às suas atividades 
tais como, características de projeto e operacionais, substâncias envolvidas, as tecnologias 
 15
empregadas, a existência de equipamentos de controle e proteção, bem como das 
peculiaridades da região onde o mesmo será instalado. 
Esta descrição deve enfocar os aspectos ambientais relevantes à atividade, ou seja, as 
características físicas, geográficas, hidrológicas como a identificação dos corpos d’água da 
região, as características climáticas e meteorológicas, a ocupação da vizinhança e os 
ecossistemas adjacentes e possíveis de serem atingidos. 
Esta fase inicial para o desenvolvimento do estudo é muito importante porque nela são 
estabelecidos de forma clara os limites, isto é, as fronteiras e como os sistemas serão 
estudados. Ou seja, as fronteiras, os objetivos, e o escopo definem até onde se vai investigar e 
com que grau de profundidade (SCHECHTMAN, 2006). 
 
II.3.2 IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS 
A identificação de riscos é o primeiro nível de uma análise de riscos, constituindo a análise 
preliminar. Esta deve ser abordada de maneira metódica a fim de garantir que todas as 
atividades significativas da organização tenham sido identificadas e todos os riscos 
decorrentes destas atividades estejam definidos. 
Esta etapa depende muito da experiência do profissional. É necessário que ele tenha facilidade 
de identificar situações que podem levar a um acidente. Por isso, embora a identificação de 
riscos possa ser realizada por consultores externos, uma abordagem conduzida com recursos 
humanos da própria companhia, devidamente comunicada, de processos e ferramentas 
coerentes e bem coordenados é provavelmente mais eficaz. A apropriação interna do processo 
de gestão dos riscos é essencial. (MORGADO, p. 10, 2005) 
No processo de identificação de riscos lança-se mão da aplicação de técnicas estruturadas para 
a identificação das possíveis seqüências de acidentes, e para a definição dos cenários 
acidentais a serem estudados de forma detalhada, as chamadas Técnicas de Análise de Riscos. 
A utilização de uma estrutura bem concebida é necessária para garantir o processo abrangente 
de identificação de riscos, e sua posterior descrição e avaliação. Para tal o gerente de riscos 
conta com algumas ferramentas auxiliares às Técnicas de Análise de Risco, tais como: 
questionários próprios, exame de manuais, instruções, balanços e outros documentos da 
empresa, visitas às instalações etc. 
 16
Além disso, um “brainstorming” entre os técnicos da área, com a supervisão do gerente de 
risco ajuda a revelar alguns riscos que podem não ser percebidos devido à intimidade 
estabelecida entre o risco e o indivíduo que cria uma falsa sensação de segurança e o leva a 
subestimar a condição de perigo. Esta situação está ligada a ambientes com baixo índice de 
sinistralidade, aqueles em que a qualidade do fator humano ou suas habilidades, das condições 
ambientais ou do equipamento e material empregados deve ser máxima. No entanto, podemos 
nos aproximar da condição de perigo quando há alterações nesses níveis de qualidade, que 
podem ser previsíveis ou não. (MORGADO, p. 10, 2005). 
A elaboração de uma Análise Histórica de acidentes também constitui uma importante 
ferramenta para subsidiar a identificação dos perigos na instalação em estudo e, além disso, 
fornece um bom indicador da freqüência de ocorrência de certos tipos de acidente. 
Esta análise pode ser realizada por meio da extração de informações de banco de dados, como 
exemplo há o banco de dados internacional Minerals Management Service (MMS) e o 
Worldwide Offshore Accident Databank (WOAD), banco de dados administrado pela Det 
Norsk Veritas (DNV) para o setor de petróleo e gás, além dos dados de acidentes disponíveis 
no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e 
em outros órgãos ambientais e demais dados estatísticos de acidentes em atividades 
compatíveis às do empreendimento em estudo. 
As técnicas deanálise de riscos objetivam identificar os cenários de acidentes de um 
empreendimento, estudando-se os eventos capazes de ocasionar os acidentes e suas principais 
conseqüências. 
MORGADO (p. 12, 2005) afirma que muitos fatores contribuem para a busca de técnicas 
mais adequadas ao gerenciamento de riscos e ao controle de perdas. Dentre eles podemos citar 
os fatores tecnológicos que surgem em conseqüência do desenvolvimento de processos mais 
complexos, o uso de novos materiais e substâncias, condições operacionais (pressão, 
temperatura) mais severas; e os fatores econômicos como o aumento de escala de produção 
das plantas industriais. 
Há ainda os fatores sociais como os casos em que há um crescimento e/ou adensamento 
demográfico direcionado às áreas industriais; a organização da sociedade e a preocupação 
quanto ao meio ambiente e à segurança. Isso acarreta o aumento da segurança das plantas 
industriais para a sua operação e para a sociedade. 
 17
Existem diversas técnicas para a identificação dos perigos em uma instalação industrial e a 
escolha por uma ou outra depende do empreendimento e do detalhamento necessário de 
maneira a configurar a metodologia mais adequada para o caso em estudo. Entre essas 
diversas técnicas as mais comumente utilizadas são: 
ƒ “E se ?” (What If ?) / Lista de Verificação; 
ƒ Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA); 
ƒ Análise Preliminar de Perigos (APP); e 
ƒ Análise de Perigos e Operabilidade (Hazard and Operability Analysis - HazOp). 
É verdade que outras técnicas também podem ser aplicadas para o mesmo fim. Elas, porém, 
devem ser adequadas à instalação em estudo. 
Alguns fatores que determinam a escolha do tipo de análise a ser realizada são a qualidade e 
profundidade de informação desejada; a disponibilidade de informações; o custo da análise; o 
tempo disponível antes que as decisões e as ações devam ser tomadas; e a disponibilidade de 
pessoal para assistir o processo. (MORGADO, p. 13, 2005). 
Essas técnicas fornecem uma avaliação qualitativa das conseqüências e suas severidades, a 
consolidação dos cenários acidentais e finalmente uma hierarquização qualitativa dos riscos 
associados à operação de uma planta. 
No presente trabalho foi empregada a técnica de Análise de Perigos e Operabilidade (Hazard 
and Operability Analysis - HazOp) apresentada a seguir. 
 
II.3.2.1 Análise de Perigos e Operabilidade (Hazard and Operability Analysis - HazOp) 
A técnica denominada de Análise de Perigos e Operabilidade (Hazard and Operability - 
HazOp), como sugere o nome, objetiva identificar os perigos inerentes a sistemas 
operacionais, assim como problemas de operabilidade que possam prejudicar a eficiência da 
operação e/ou a qualidade do produto. 
Os perigos e os problemas de operabilidade são caracterizados por desvios (anomalias) dos 
parâmetros de processo em relação ao projeto ou na fase de operação de uma instalação, 
identificando suas causas e conseqüências. 
 18
Logo, esta análise identifica os perigos potenciais no processo, provenientes de interações do 
sistema ou de condições excepcionais de operação, resultando em uma avaliação qualitativa 
do risco. 
A metodologia de HazOp foi desenvolvida na década de 60, sendo popularizada apenas na 
década de 90 e hoje constitui a técnica mais utilizada para análise de perigos no processo. 
(ABS Consulting, 2006) 
O HazOp vai além da identificação dos riscos pois também identifica os problemas de 
operacionalidade os quais, embora não sejam perigosos, podem comprometer a capacidade do 
sistema em alcançar a produtividade para o qual foi projetado. 
De acordo com o escopo do estudo, esta técnica pode enfocar a segurança dos empregados, do 
público externo e do meio ambiente, como também a perda de equipamentos e das 
instalações, a perda de produção e da qualidade final do produto, entre outros. 
A realização de um HazOp requer uma compreensão ampla acerca das operações da planta 
que se baseiam em consultas a desenhos, diagrama de instrumentações e tubulações - P&ID's, 
plantas de disposição física da instalação, procedimentos operacionais, entre outros 
documentos. Cabe colocar a necessidade de que estes documentos estejam atualizados para 
que sejam avaliadas as situações reais de perigo. 
Conseqüentemente, o momento ótimo de condução de um HazOp é na fase final do projeto 
em que o mesmo se encontra suficientemente consolidado e nesta etapa ainda é possível fazer 
alterações no projeto visando a redução dos riscos sem adicionar grandes custos ao mesmo. 
(MORGADO, p. 74, 2005). 
O HazOp pode, no entanto, ser conduzido em qualquer estágio da vida de uma instalação. 
Muitas plantas antigas estão melhorando seus sistemas de instrumentação e controle 
baseando-se em resultados obtidos com a aplicação do HazOp. 
Na fase de projeto, esta técnica dá suporte a uma série de decisões na medida em que serve 
como um mecanismo de revisão de segurança influindo na decisão de se construir e na 
definição do local, ou na decisão de compra de um equipamento. 
Para instalações antigas, o HazOp fornece subsídios para a melhoria da segurança de sistemas 
existentes através dos resultados de checagens de instruções correntes quando se conduz a 
verificação dos procedimentos de operação e/ou de segurança, e através da verificação de que 
a instrumentação de segurança está reagindo aos possíveis desvios. 
 19
Segundo a CETESB, os principais resultados obtidos do HazOp são: 
ƒ A identificação de desvios que conduzem a eventos indesejáveis; 
ƒ A identificação das causas que podem ocasionar desvios do processo; 
ƒ A avaliação das possíveis conseqüências geradas por desvios operacionais; 
ƒ As recomendações para a prevenção de eventos perigosos ou minimização de 
possíveis conseqüências. 
O HazOp é um processo sistemático que visa, através do estímulo à imaginação da equipe de 
análise, levantar e entender todas as situações em que o processo em estudo pode apresentar 
um problema, ou ser operado incorretamente. (ABS Consulting, 2006) 
Para isso, é realizada a revisão da instalação por meio de reuniões compostas por uma equipe 
multidisciplinar de especialistas em que o líder incita a participação dos demais membros 
utilizando uma série de perguntas objetivas. Nas reuniões cada segmento de um sistema é 
examinado sistematicamente para descobrir como os desvios dos propósitos de projeto e 
operação podem ocorrer. 
A vantagem do estudo conduzido por especialistas diversos é que possuem diferentes back-
grounds e podem interagir e identificar melhor os problemas quando trabalham juntos do que 
quando o fazem separadamente e combinam seus resultados. Outra vantagem dessa discussão 
em grupo (brainstorming) é o fato de estimular a criatividade e gerar idéias. 
Conseqüentemente, o processo requer que todos os membros do grupo participem (a 
quantidade deve gerar qualidade neste caso). (MORGADO, p. 74, 2005). 
No entanto, cabe colocar que é importante que o time não seja muito grande para que todos 
possam efetivamente contribuir para a análise. 
A Figura II.2 abaixo sintetiza a metodologia de aplicação do HazOp de palavras-guias que 
será descrita em seguida. 
 
 20
 
Figura II.2: Metodologia para HazOp 
Fonte: Elaboração própria, 2008 
Dividir o Sistema em blocos 
Escolher 
um bloco
Identificar os parâmetros do processo 
Escolher um 
parâmetro 
Aplicar a palavra-guia ao parâmetro 
Identificar causas, conseqüências, risco 
e medidas preventivas/ corretivas 
Há mais palavras-
guias para o 
parâmetro? 
Sim 
Sim 
Não 
Há mais parâmetros 
para o bloco? 
Não 
 21
Inicialmente, a planta é dividida em blocos ou trechos de estudo pela equipe a partir da 
demarcação de pontos específicos do sistema (os nós) entre os quais existem componentes 
como bombas, vasos e trocadores de calor, entre outros. A equipe deve atentar para que num 
mesmo bloco de estudo esteja contida a causa do desvio do cenário em análise.Geralmente a equipe seleciona o trecho que representa o início do processo, prosseguindo a 
análise no sentido do seu fluxo natural. Após a definição da seção a ser analisada, o líder pede 
para o especialista do processo explicar as intenções de projeto daquela seção para a equipe. 
A partir daí, segue-se a aplicação de perguntas de maneira estruturada e sistemática através da 
seleção de um parâmetro do conjunto de parâmetros estabelecidos para o processo ou 
operação em análise (Tabela II.1) e posterior combinação à uma palavra-guia (Tabela II.2) 
constituindo assim um desvio. A aplicação de palavras-guias visa garantir que o projeto ou o 
sistema seja explorado de todas as maneiras possíveis. 
 
Tabela II.1: Parâmetros, Palavras-guias e Desvios 
Parâmetro Palavra-guia Desvio 
Fluxo Não Sem fluxo 
Menor Menos fluxo 
Maior Mais fluxo 
Reverso Fluxo reverso 
Também Contaminação 
Pressão Menor Pressão baixa 
Maior Pressão alta 
Temperatura Menor Baixa temperatura 
Maior Alta temperatura 
Nível Menor Nível baixo 
Maior Nível alto 
Viscosidade Menor Viscosidade baixa 
Maior Viscosidade alta 
Reação Não Nenhuma reação 
Menor Reação incompleta 
Maior Reação descontrolada 
Reverso Reação reversa 
Também Reação secundária 
Concentração Menor Concentração baixa 
Maior Concentração alta 
Fonte: Elaboração própria (Baseado em CAMACHO, 2004 e CETESB, 2001) 
 22
 
Tabela II.2: Palavras-guias 
PALAVRA-GUIA SIGNIFICADO 
Bem como, Também Aumento qualitativo 
Maior (alto, longo) Acréscimo quantitativo 
Menor (baixo, curto) Decréscimo quantitativo 
Não (sem) Negação da intenção de projeto 
Outro que Substituição completa 
Parte de Diminuição qualitativa 
Reverso Oposto lógico da intenção de projeto 
Fonte: Elaboração própria (Baseado em CAMACHO, 2004 e CETESB, 2001) 
 
Caso a equipe defina que o desvio pode produzir conseqüências de interesse, passa-se a 
identificar todas as suas causas plausíveis. 
Se as causas e conseqüências são realísticas e significativas, elas são registradas. Em alguns 
casos, o grupo identifica o desvio, por ex., com causa realística, mas de conseqüência 
desconhecida (ex: reação desconhecida de produto), e então são sugeridos estudos de 
acompanhamento para determinar as possíveis conseqüências. (MORGADO, p. 75, 2005). 
Identificadas as causas e conseqüências plausíveis e significativas, a equipe passa a avaliar os 
sistemas de proteção para determinar se estes são suficientes. Ou seja, as salvaguardas são 
listadas e o risco é avaliado. Caso o risco não seja aceitável com as salvaguardas existentes, a 
equipe tem de relatar o fato à gerência, em geral por meio de um plano de ação, e buscar 
medidas para prevenir que o desvio ocorra ou proteger-se de suas conseqüências a fim de 
mitigar o risco. 
É essencial que as ações e recomendações listadas sejam claras, concisas, inequívocas, 
relevantes para o problema identificado e, enfim, que sejam executadas. 
A equipe então reaplica esse procedimento para cada uma das outras palavras-guia, e para 
todos os outros parâmetros, até que cada seção de processo da planta tenha sido analisada. 
Com a metodologia descrita, o grupo identifica um número razoavelmente grande de desvios, 
cada um dos quais deve então ser considerado de maneira tal que suas causas e conseqüências 
potenciais possam ser identificadas. Desse modo, a organização do estudo é de extrema 
importância no processo de desenvolvimento do HazOp e se torna mais evidente quanto mais 
complexo é o sistema estudado. 
 23
Segundo MORGADO (p. 75, 2005), além da organização, o sucesso do HazOp depende de 
vários fatores, dentre eles: 
ƒ Precisão e perfeição dos desenhos e demais dados utilizados; 
ƒ Visão e interação do grupo com o sistema estudado; 
ƒ Habilidade do grupo em usar o enfoque como um subsídio para sua imaginação na 
visualização dos desvios, causas e conseqüências; 
ƒ Habilidade do grupo em se concentrar nos riscos mais sérios. 
A maneira de ajudar na organização durante o desenvolvimento desta metodologia é através 
da utilização de uma planilha como sugere a Figura II.3. 
 
HAZOP - Estudo de Perigo e Operabilidade 
Unidade: Sistema: Folha: 
Data: Equipamento/Linha: Equipe HazOp: 
ITEM PALAVRA-GUIA PARÂMETRO DESVIO CAUSAS CONSEQUÊNCIAS RECOMENDAÇÕES
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura II.3: Exemplo de Planilha para Estudo de Perigos e Operabilidade 
Fonte: Elaboração própria (Baseado em CAMACHO, 2004 e CETESB, 2001) 
 
II.3.2.2 Identificação das Hipóteses Acidentais Relevantes 
Após a Identificação dos Riscos são organizadas e estudadas todas as hipóteses acidentais 
identificadas e é feita a escolha das mais relevantes que serão objeto da análise quantitativa. 
Para isso, são estipulados critérios para seleção das hipóteses acidentais que apresentam 
possibilidade de causar danos mais severos à população e ao meio ambiente. Os órgãos 
ambientais como a CETESB e a FEEMA fornecem orientações acerca desta escolha. 
 24
II.3.3 ESTIMATIVA DOS RISCOS 
Conforme exposto na seção II.1, o risco de um acidente fica perfeitamente caracterizado 
quantitativamente como um conjunto formado por três elementos, a saber: Cenário, 
Freqüência e Conseqüência. 
Logo, para que possamos quantificar o risco é preciso definir e caracterizar bem os cenários 
escolhidos, explicitando a freqüência esperada de ocorrência do cenário, estimando a 
magnitude dos efeitos físicos decorrentes e mensurando as áreas vulneráveis a esses efeitos. 
 
II.3.3.1 Caracterização dos Cenários Escolhidos 
O cenário de acidente, definido na análise quantitativa de riscos, consiste na composição da 
ocorrência de um evento iniciador de acidente e das diferentes possibilidades de evolução do 
acidente, dependendo da performance dos sistemas de proteção, das várias possibilidades de 
condições atmosféricas no instante do acidente e da presença ou não de eventuais fontes de 
ignição, no caso de acidente envolvendo gás inflamável. A freqüência esperada de ocorrência 
do cenário é referida a um certo intervalo de tempo, normalmente considera-se o período de 1 
(um) ano, de modo que o risco seja obtido em uma base anual. 
Desse modo, antes de conduzir a estimativa dos riscos, é necessário desmembrar cada 
hipótese acidental em cenários que devem abarcar todas as possibilidades de ocorrência dessa 
hipótese; além de consolidá-los de maneira detalhada de modo a permitir a estimativa da 
freqüência de ocorrência para todos os cenários de cada hipótese acidental de interesse. 
Segundo CAMACHO (2004), a Análise de Árvore de Eventos ou simplesmente, Árvore de 
Eventos (AE) constitui a técnica mais utilizada para este fim. 
Ao estruturar-se de maneira lógica e seqüencial, a AE apresenta de forma sistemática e em 
ordem cronológica cada etapa de todos os cenários possíveis de ocorrer em conseqüência de 
um dado evento iniciador do acidente (hipótese acidental) contemplando as diversas 
possibilidades de evolução deste acidente. Nesta seqüência são previstas situações de sucesso 
ou falha de acordo com as ações, as situações e os equipamentos existentes ou previstos no 
sistema analisado de modo a serem traçados os diversos caminhos até a consolidação do 
cenário. 
Para cada um dos eventos iniciadores é construída uma Árvore de Evento conforme a Figura 
II.4. Ela mostra parte de uma Árvore do Evento Iniciador “Grande liberação de substância 
 25
inflamável e tóxica devido à ruptura de mangueira de Amônia (NH3) líquida no trecho 
compreendido entre o caminhão de Amônia e o Tanque de Amônia”. 
 
II.3.3.2 Cálculo das Freqüências dos Cenários 
Após a construção das árvores de eventos para cada evento iniciador, a freqüência de cada 
cenário é obtida multiplicando-se a freqüência do evento iniciador pelas probabilidades dos 
itens do cabeçalho da árvore (ignição imediata, sistema de controle do vazamento, direção e 
velocidadedo vento, ignição retardada, etc.). 
Assim, por exemplo, a freqüência do cenário 2 (ID) do evento iniciador da Figura II.4, cuja 
possibilidade de bloqueio é inexistente, é dada por: 
Freq. (Cenário 2) = (Freq. do evento iniciador) x (Prob. de não ocorrer ignição imediata) x 
(Fração do tempo que o vento sopra na direção norte com velocidade média do dia ou da 
noite) x (Prob. de ocorrer ignição retardada) x (Prob. que a ignição resulte em incêndio em 
nuvem). 
O cálculo das freqüências dos eventos iniciadores considera conceitos da engenharia de 
confiabilidade como a taxa de falha de equipamentos; a freqüência de cada uma das causas 
associadas ao evento iniciador; além do tempo de operação ou utilização para aquelas partes 
do sistema que operam esporadicamente e não tem interconexão com o sistema que opera 
normalmente. Esta etapa pode ser auxiliada através da observação das freqüências de 
acidentes das Análises Históricas de sistemas semelhantes, além da consulta a bancos de 
dados e referências bibliográficas. 
A determinação da probabilidade de ocorrência dos eventos intermediários também necessita 
de cuidados especiais, por isso, em ambas as etapas a experiência do analista é um fator 
relevante para que a conclusão mais acertada seja atingida. Segundo CAMACHO (2004), de 
fato não há uma regra única e, por exemplo, novamente podemos utilizar dados provenientes 
da Análise Histórica, consultar bancos de dados e literaturas. Em certas situações, contudo, 
podemos lançar mão de uma técnica da engenharia de confiabilidade conhecida por Análise 
por Árvore de Falhas ou simplesmente Árvore de Falhas (AF). 
A AF é um método dedutivo usado para analisar as causas de um dado evento que permite a 
obtenção de informações de natureza quantitativa e qualitativa. A análise parte de um evento 
topo que é o evento de interesse, podendo ser um evento perigoso específico ou mesmo uma 
 26
falha de equipamento e se desenvolve de cima para baixo conduzindo a identificação de um 
dado corte mínimo que é um conjunto de falhas simultâneas que tem como conseqüência o 
evento topo. 
Assim, ao longo do processo são encontrados os elementos contribuintes ao evento topo que 
são representados por falhas de equipamentos e erros humanos, além das causas imediatas de 
cada falha e, por fim, as causas básicas de cada evento. 
A probabilidade do evento em análise é obtida a partir de combinações das probabilidades de 
falhas de equipamentos e de falhas humanas que causaram o evento. 
 
EVENTO 
INICIADOR 
FREQ/ANO 
IGNIÇÃO 
IMEDIATA 
VELOCIDADE 
MÉDIA VENTO 
DIA / NOITE 
DIREÇÃO 
DO VENTO % 
DIA / NOITE 
IGNIÇÃO 
RETARDADA 
INCÊNDIO/ 
EXPLOSÃO 
ID 
CENÁRIOS DOS 
ACIDENTES 
100% Diam 
S 
 
1 
Incêndio em 
Poça/Jato de 
fogo 
20% Diam 
N 
 
DIA= 
 
1,6m/s 
 
N 
 
S 
 
I 
 
2 
Incêndio em 
nuvem 
 NOITE
= 
0,85m/
s 
N 
 
 
E 
 
3 
Explosão 
 
N 
 
4 
Nuvem Tóxica 
 
 
 
NE 
 
S5 
 
I 
 
5 
Incêndio em 
nuvem 
 NE 
 
 
E 
 
6 
Explosão 
 
N 
 
7 
Nuvem Tóxica 
 
 
 
L
 
S
 
I
 
8 
Incêndio em 
nuvem
 L 
 
 
E 
 
9 
Explosão 
 
N 
 
10 
Nuvem Tóxica 
 
 
 
SE 
 
S 
 
I 
 
11 
Incêndio em 
nuvem 
 SE 
 
 
E 
 
12 
Explosão 
 
N 
 
13 
Nuvem Tóxica 
Figura II.4: Exemplo de Árvore de Eventos 
Fonte: Elaboração própria, 2008 
 
 27
II.3.3.3 Análise de Conseqüências e Vulnerabilidade 
As atividades de instalações de processo, estocagem ou transporte que envolvem o manuseio 
de substâncias perigosas (tóxicas, inflamáveis ou reativas) ou de grandes quantidades de 
energia estão potencialmente sujeitas à ocorrência de liberações acidentais destas substâncias 
ou de energia de forma descontrolada. Esses episódios, por sua vez, geram efeitos físicos tais 
como ondas de choque, fluxos térmicos e formação de nuvens de gases tóxicos capazes de 
causar danos ao homem, ao meio ambiente e à propriedade, na área atingida pelos efeitos. 
Com isso, além da necessidade da avaliação de conseqüências que abrange a identificação dos 
efeitos físicos associados a cada cenário acidental, é ressaltada a importância de mensurarmos 
com precisão a região atingida por danos causados por liberações acidentais através do que 
chamamos de Análise de Vulnerabilidade. 
É bem verdade que a extensão dos possíveis danos é proporcional à intensidade do 
correspondente efeito físico causador. Os modelos de vulnerabilidade estabelecem então a 
relação entre a intensidade do efeito físico e o dano correspondente, permitindo obter-se o 
limite da zona vulnerável a um determinado nível de dano. 
As áreas vulneráveis estimam o alcance dos efeitos físicos dos acidentes analisados, tomando 
como base as condições meteorológicas médias da região. Desse modo, para a determinação 
da área vulnerável é realizada a “caracterização do cenário de acidente”, em que são 
apresentadas todas as condições físicas e as hipóteses necessárias para a determinação dos 
efeitos físicos do acidente, tais como, a situação física do vazamento na fábrica, o produto 
envolvido, as suas condições termodinâmicas no momento do vazamento, o diâmetro da 
tubulação, o tempo de vazamento e as condições atmosféricas. 
O modelo mais usado para avaliação dos danos causados pelos acidentes é o Modelo de 
Vulnerabilidade de Eisenberg, o qual foi desenvolvido para a Guarda Costeira dos Estados 
Unidos. (DI LUCCAS & SAMPAIO & MENDES & PEREIRA & MATHIAS, 2001) 
Este modelo é baseado nas equações de Probit (Probability unit) que correlacionam a 
intensidade do efeito físico (sobrepressão, radiação térmica, concentração tóxica x tempo de 
exposição) com o nível de dano esperado para um percentual das pessoas expostas (ou outros 
recursos vulneráveis quaisquer). Ela é apresentada da seguinte forma: 
 
Y = k1 + k2 ln (V) 
 28
Onde: 
Y = Probit, que está relacionado com a percentagem do recurso vulnerável (pessoas, 
estruturas, etc.) na área afetada pelo acidente; 
V = medida da intensidade do efeito físico causador dos danos aos recursos vulneráveis 
(sobrepressão, impulso, radiação térmica x tempo de exposição ou concentração x tempo de 
exposição); 
K1, K2 = parâmetros específicos para cada tipo de dano e de substância. 
Os coeficientes, K1 (parâmetro de localização) e K2 (parâmetro de inclinação) são 
determinados a partir de dados empíricos. 
O Quadro II.1 apresenta uma variedade de correlações de probit para diferentes tipos de 
exposições. O fator causativo V representa a magnitude da exposição, ou seja, a dose. 
 
Quadro II.1: Correlações de Probit para Vários Tipos de Exposição 
 
Fonte: FRUTUOSO, 2001 (apud CAMACHO, 2004) 
 
O significado dos símbolos presentes na Quadro II.1 é o seguinte: 
te = tempo de duração efetiva (seg); 
Ie = intensidade efetiva da radiação térmica (W/ m 2 ); 
t = tempo de duração do incêndio em poça (seg); 
 29
I = intensidade da radiação térmica proveniente do incêndio em poça (W/ m 2 ); 
po = sobrepressão máxima (N/ m 2 ); 
J = impulso (N.s/ m 2 ); 
C = concentração (ppm); 
T = intervalo de tempo (min); 
Através da realização de uma simulação do acidente utilizando os fatores aqui apresentados, 
para cada acidente caracterizado é obtida uma área vulnerável para cada tipo de efeito 
característico. 
 
II.3.3.4 Quantificação dos Riscos 
A partir da caracterização quantitativa das freqüências de ocorrências dos cenários acidentais 
e de suas respectivas conseqüências, podemos expressar quantitativamente o risco de um 
empreendimento. No caso de riscos provenientes de acidentes em uma instalação industrial é 
internacionalmente difundida a classificação dos riscos em Risco Social e Risco Individual 
para efeito de sua posterior avaliação. 
 
ƒ Risco Social 
O risco social é uma medida do risco para um determinado número ou grupo de pessoas 
constituído pela comunidade

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