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Já se mostrou em alguns casos, por exemplo nas fábricas inglesas
de worsted e de seda, que, em certo grau de desenvolvimento, uma
extraordinária expansão de ramos fabris pode estar unida a um de-
créscimo não só relativo, mas absoluto, do número de trabalhadores
empregados.190 No ano de 1860, quando se fez um censo especial, por
ordem do Parlamento, de todas as fábricas do Reino Unido, contava
a seção, adjudicada ao inspetor fabril R. Baker, dos distritos fabris de
Lancashire, Cheshire e Yorkshire com 652 fábricas. Destas, 570 con-
tinham: 85 622 teares a vapor, 6 819 146 fusos (com exclusão dos
fusos de torcer), 27 439 cavalos de força em máquinas a vapor e 1 390
em rodas-d’água; 94 119 pessoas ocupadas. Em 1865, entrementes, as
mesmas fábricas continham: 95 163 teares a vapor, 7 025 031 fusos,
28 925 cavalos de força em máquinas a vapor, 1 445 em rodas-d’água;
88 913 pessoas ocupadas. De 1860 a 1865, a expansão dessas fábricas
atingia, portanto, 11% em teares a vapor, 3% em fusos, 5% em cavalos
de força de vapor enquanto, ao mesmo tempo, o número de pessoas
ocupadas diminuía em 5,5%.191 Entre 1852 e 1862 ocorreu considerável
crescimento da fabricação inglesa de lã, enquanto o número de traba-
lhadores empregados se manteve quase estacionário.
“Isso mostra em que grande medida a maquinaria recém-in-
troduzida tinha deslocado o trabalho de períodos anteriores.”192
Em casos empiricamente dados, o aumento de trabalhadores fa-
bris empregados é, com freqüência, apenas aparente, isto é, não devido
à expansão da fábrica já baseada na produção mecanizada, mas à ane-
xação paulatina de ramos acessórios. Por exemplo, o aumento dos teares
mecânicos e dos trabalhadores de fábrica por eles ocupados era devido,
de 1838 a 1858, nas fábricas da indústria algodoeira (britânica), sim-
plesmente à expansão desse ramo de atividades; nas outras fábricas,
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abundância dos produtos e dos baixos preços dos bens de consumo. Sob essa direção, a
espécie humana se eleva às mais altas criações do gênio, penetra nas profundezas misteriosas
da religião, estabelece os salutares fundamentos da moral” (que consiste em “apropriar-se
de todos os benefícios” etc.), “as leis tuteladoras da liberdade” (a liberdade para as “classes
condenadas a produzir”?) “e do poder, da obediência e da justiça, do dever e da humanidade”.
Esse palavrório em Des Systèmes d’Economie Politique etc. por M. Ch. Ganilh. 2ª ed., Paris,
1821. t. I, p. 224, cf. ib., p. 212.
190 Ver MEW. v. 23, pp. 438-439. Neste volume, pp. 37-39.
191 Reports of Insp. of Fact. 31st Oct. 1865. p. 58 et seqs. Mas ao mesmo tempo já havia também
a base material para a ocupação de um número crescente de trabalhadores em 110 novas
fábricas com 11 625 teares a vapor, 628 576 fusos, 2 695 cavalos de força de vapor e
hidráulica. (Loc. cit.)
192 Reports etc. for 31st Oct. 1862. p. 79.
Adendo à 2ª edição: Ao final de dezembro de 1871, dizia o inspetor de fábrica A. Redgrave,
numa conferência proferida em Bradford, no New Mechanics Institution: “O que há algum
tempo me tem chocado é a aparência alterada das fábricas de lã. Antes elas estavam lotadas
de mulheres e crianças, agora a maquinaria parece fazer todo o trabalho. Questionado, um
fabricante deu-me a seguinte explicação: ’No sistema antigo, eu empregava 63 pessoas;
depois da introdução de maquinaria aperfeiçoada, reduzi meus braços a 33 e, recentemente,
em conseqüência de novas e extensas alterações, fui capaz de reduzi-los de 33 a 13’”.

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