Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO COORDENAÇÃO-GERAL DE DIREITO ECONÔMICO, SOCIAL E INFRAESTRUTURA (DSP/CGESI) PARECER REFERENCIAL n. 00042/2020/PGU/AGU NUP: 00405.025455/2020-37 INTERESSADOS: PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO - PGU ASSUNTOS: Auxílio Emergencial Residual Com a edição da Medida Provisória nº 1.000, de 02 de setembro de 2020, foi instituído auxílio emergencial residual que foi objeto da instauração do presente expediente, tendo este Departamento de Serviço Público já elaborado os seguintes documentos: NOTA JURÍDICA n. 00834/2020/PGU/AGU - solicita à CONJUR-MC esclarecimentos a respeito do novo benefício, para estruturação da defesa judicial da União NOTA JURÍDICA n. 00952/2020/PGU/AGU - dá notícia à CONJUR-MC de sérios problemas e questões relativos à sucessão entre auxílio emergencial e auxílio emergencial residual A Consultoria Jurídica junto ao Ministério da Cidadania, por sua vez, por meio do DESPACHO nº 01758/2020/CONJUR-MC/CGU/AGU, juntou ao presente expediente diversas manifestações daquele órgão consultivo; após, elaborou as INFORMAÇÕES REFERENCIAIS nº 01281/2020/CONJUR- MC/CGU/AGU, em que trouxe considerações sobre o regime jurídico do auxílio emergencial residual (AER). Dessas últimas, alguns pontos vale serem transcritos: 52. É digno de registro que para fins do pagamento do auxílio emergencial residual para os beneficiários do Programa Bolsa Família, o § 1º do art. 14 determina a utilização da base de dados do Cadastro Único de 15 de agosto de 2020 para verificação do responsável familiar das famílias que tiveram membros elegíveis em todas as folhas de pagamento do auxílio emergencial residual. 53. O art. 15, por seu turno, trata da forma como será calculado o valor do auxílio emergencial residual devido à família beneficiária do Programa Bolsa Família. Nesse caso, será computada a diferença entre o valor total previsto para a família a título do auxílio emergencial residual e o valor a ser pago à família a título de benefício do Programa Bolsa Família no mês de referência. 65. Conforme a própria dicção da Medida Provisória nº 1.000/2020 e do Decreto nº10.488/2020, o auxílio emergencial residual tem como um de seus requisitos o recebimento do auxílio emergencial, de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020 . Entretanto, impende destacar, após o cotejamento da legislação atinente aos dois auxílios, que não ocorre uma prorrogação automática deste benefício após a criação do auxílio residual. 67. Nesse diapasão, impede defender perante o Poder Judiciário que se tratam de benefícios distintos, com critérios de elegibilidade específicos e muito bem detalhados na supracitada medida provisória com força de lei. 69. Ou seja, ocorrerá um novo processamento dos dados contidos nas bases de dados do Governo Federal para definir administrativamente quem é elegível para o recebimento do auxílio emergencial residual. 74. Dessa feita, afrontaria, de forma clara e direta, a legalidade estender o auxílio emergencial residual a outros grupos sociais não previstos na supracitada medida provisória, ou desconsiderar os critérios de elegibilidade postos na legislação de regência,pelo fato de não estar contemplada nas normas vigentes tal possibilidade e também por não ser acolhida pela jurisprudência prevalecente a possibilidade de extensão de benefício social por analogia. Das consultas mais específicas feitas por este DSP/PGU, não constam dos autos respostas trazidas pelas áreas técnicas do Ministério da Cidadania; assim, não constam do presente expediente: - se haverá e como se dará a contestação prevista na MP 1000/2020 - como se dará o cálculo do AER - diferença entre o benefício do bolsa família e valor elegível para o AER - e como será publicizada tal questão no sistema Dataprev [ao que se observa, ambos valores - bolsa família e auxílio emergencial residual, são previstas expressamente, pelo grupo familiar, em consulta detalhada]; - como se garantirá que o mesmo motivo de inelegibilidade anteriormente identificado e já afastado, administrativa ou judicialmente, não seja motivo de nova análise de inelegibilidade (descumprimento de decisão judicial ou mesmo coisa julgada) Todavia, alguns pontos, do regime jurídico do auxílio emergencial residual, cabem ser destacados. Há requisitos legais distintos, outros atualizados na data-base; essencial, para fins do AER, que a pessoa seja beneficiária do auxílio emergencial (AE), já que inexiste previsão legal para novos requerimentos ou solicitações: Auxílio Emergencial (AE - Lei 13.982/2020) Auxílio Emergencial Residual (AER - MP 1000/2020) Art. 2º Durante o período de 3 (três) meses, a contar da publicação desta Lei, será concedido auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais ao trabalhador que c u m p r a cumulativamente os seguintes requisitos: Art. 1º Fica instituído, até 31 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial residual a ser pago em até quatro parcelas mensais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, a contar da data de publicação desta Medida Provisória. § 3º O auxílio emergencial residual não será devido ao trabalhador beneficiário que: I - seja maior de 18 (dezoito) anos de idade, salvo no caso de mães adolescentes; II - não tenha emprego formal ativo; I - tenha vínculo de emprego formal ativo adquirido após o recebimento do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020; III - não seja titular de benefício previdenciário ou assistencial ou beneficiário do seguro- desemprego ou de programa de transferência de renda federal, ressalvado, nos termos dos §§ 1º e 2º, o Bolsa Família; II - tenha obtido benefício previdenciário ou assistencial ou benefício do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal após o recebimento do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020, ressalvados os benefícios do Programa Bolsa Família; IV - cuja renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) salários mínimos; III - aufira renda familiar mensal per capita acima de meio salário-mínimo e renda familiar mensal total acima de três salários mínimos; IV - seja residente no exterior; V - que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta e nove reais e setenta centavos); V - no ano de 2019, tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil quinhentos e cinquenta e nove reais e setenta centavos); VI - que exerça atividade na condição de: a) microempreendedor individual (MEI); b) contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social que contribua na forma do caput ou do inciso I do § 2º do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; ou c) trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitente inativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos de autodeclaração, cumpra o requisito do inciso IV. VI - tinha, em 31 de dezembro de 2019, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, incluída a terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais); VII - no ano de 2019, tenha recebido rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais); VIII - tenha sido incluído, no ano de 2019, como dependente de declarante do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física enquadrado nas hipóteses previstas nos incisos V, VI ouVII, na condição de: a) cônjuge; b) companheiro com o qual o contribuinte tenha filho ou com o qual conviva há mais de cinco anos; ou c) filho ou enteado: 1. com menos de vinte e um anos de idade; ou 2. com menosde vinte e quatro anos de idade que esteja matriculado em estabelecimento de ensino superior ou de ensino técnico de nível médio; IX - esteja preso em regime fechado; X - tenha menos de dezoito anos de idade, exceto no caso de mães adolescentes; e XI - possua indicativo de óbito nas bases de dados do Governo federal, na forma do regulamento. Dentre os requisitos acima, alguns são passíveis de verificação mensal, conforme previsto no art. 1º, §4º da MP 1000/2020 e no Decreto nº 10.488/2020 Art. 10. Após a concessão do auxílio emergencial residual, para que seja dada continuidade ao pagamento do benefício, o trabalhador beneficiário não poderá: I - ter adquirido vínculo de emprego formal após a concessão do auxílio emergencial residual; II - receber benefício previdenciário ou assistencial ou benefício do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal após a concessão do auxílio emergencial residual, ressalvados os benefícios do Programa Bolsa Família, de que trata a Lei nº 10.836,de 2004; ou III - ter indicativo de óbito no Sirc ou no Sisobi. Parágrafo único. O cumprimento das condições de que trata o caput será verificado mensalmente, na forma prevista no art. 7º. Em relação à elegibilidade para o AER dos elegíveis judicialmente ao AE, registre-se o comando expresso do Decreto 10.488/2020, regulamentador do AER: Art. 3º O auxílio emergencial residual no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) será pago em até quatro parcelas mensais ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020, observado o disposto no art. 4º deste Decreto. Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, também serão considerados beneficiários do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020, os trabalhadores considerados elegíveis em razão de decisão judicial que tenha determinado o pagamento, a implantação ou a concessão do referido benefício. O que não afasta a verificação mensal prevista em lei - daqueles requisitos previstos expressamente na norma de regência: 16. Feito este apanhado, passa-se a fazer considerações a respeito dos questionamentos formulados pela SENARC na NOTA TÉCNICA Nº 2/2020: 4.1.1 As decisões judiciais que determinam a concessão do AE implicam a concessão automática (sem revisão de elegibilidade) do AER? 17. Não. Impende considerar que ser beneficiário (a) do auxílio emergencial de que trata a Lei nº 13.982, de 2020, corresponde a apenas uma das exigências para a concessão do auxílio emergencial residual. 18. Em sendo assim, se no processo de verificação de elegibilidade do auxílio emergencial residual for constatado motivo para indeferimento diverso do que aquele que ensejou o indeferimento administrativo do auxílio emergencial, porém superado por força de decisão judicial, é possível que não seja concedido o auxílio emergencial residual. 19. Portanto, não há falar em concessão automática do auxílio emergencial residual. (PARECER n. 00880/2020/CONJUR-MC/CGU/AGU) E, para fins de parcelas, vale ressaltar o entendimento da CONJUR no PARECER 865/2020: 45. Ao proferir uma decisão de deferimento do auxílio emergencial, o Juízo da causa afasta a causa de inelegibilidade do autor da ação e, consequentemente, reconhece que ele fazia jus ao auxílio emergencial desde o seu requerimento. Com isso, o autor da ação faz jus a todas as parcelas que receberia caso o seu auxílio emergencial não tivesse sido negado pela Administração Pública. 46. A partir da premissa acima, a data e forma de pagamento adotados pela Administração Pública, para fins de cumprimento da determinação judicial, não pode beneficiar nem prejudicar o autor da ação. Deve ser considerado que ele era elegível desde a sua solicitação administrativa, com o pagamento de todas as parcelas a que faria jus caso não tivesse ocorrido o indeferimento administrativo. E esse reconhecimento deve se estender à análise do auxílio emergencial residual, no sentido de equipará-lo ao demais trabalhadores que foram contemplados administrativamente com o auxílio emergencial. 50. Concluindo este ponto, os auxílios emergenciais residuais, decorrentes de auxílios emergenciais deferidos por força de decisão judicial, estão sujeitos ao disposto no § 4º do art. 1º da Medida Provisória nº 1000, de 2020, e, com isso, devem se submeter às verificações mensais dos critérios de elegibilidade, com a ressalva de que a verificação de elegibilidade deve desconsiderar a base de dados que ensejou o indeferimento anterior, caso tal base ainda não tenha sido atualizada desde o dito indeferimento, sob pena de incorrer-se novamente no mesmo motivo de indeferimento, já afastado pela decisão judicial. De forma que, decisões judiciais que determinam a concessão do auxílio emergencial ou do auxílio emergencial residual devem ser cumpridas, sem que a forma de pagamento - parcela única ou calendário - prejudiquem os beneficiários e sejam consideradas de forma a impedir o gozo dos benefícios; eventual cumulação de parcelas do AE e do AER fruto de determinação judicial devem ter por premissa atender ao comando judicial sem criar-se impedimento para tanto. O que inclusive já tem sido objeto de decisão judicial expressa: Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, condenando a UNIÃO e a CAIXA a procederem a inclusão do autor no programa de auxílio emergencial, ao creditamento do valor correspondente na conta da parte autora e ao pagamento de uma COTA MENSAL do referido benefício à parte autora, em valor e duração previstos na Lei nº 13.982, de 2/4/2020, art. 2º, incisos e §§§ 2º, 3º e 9º; no Decreto nº 10.316, de 7/4/2020, art. 9º-A; no Decreto nº 10.412, de 30/6/2020, art. 1º; e na Medida Provisória 1.000, de 3/9/2020, tão logo vença cada uma das mensalidades, a contar do seu requerimento (não na data da inclusão no programa). (Nr. do Processo 0511028-48.2020.4.05.8400 - JF/RN - sequencial 6 no presente NUP) Da mesma forma, o motivo de indeferimento anteriormente afastado (fundamento de fato e de direito) para fins do AE não pode ser repetido para indeferir o AER. Utilizar o mesmo motivo de indeferimento - requisito legal supostamente não atendido - já afastado judicialmente implica não apenas em descumprimento direto do comando da decisão judicial (que criou para a pessoa situação jurídica diversa daquela vista pela administração), mas em desatendimento à previsão legal. O mesmo vale para o não pagamento - apontado no PARECER 858/2020 - das demais parcelas devidas por contestação extrajudicial apresentada pela DPU; tal inação da Administração já deu ensejo à judicialização da questão - que era exatamente o objetivo da celebração do ajuste com a Defensoria Pública da União, claramente não atingido - e mesmo à execução judicial das parcelas. Também configura descumprimento de determinação judicial - dando ensejo às sanções acima mencionadas - a situação mencionada no PARECER 864/2020: 6. De todo o modo, extrai-se que a dúvida teria a ver com o fato de os beneficiários do PBF, segundo explicita a SENARC, somente terem direito ao recebimento do auxílio emergencial residual depois do recebimento da quinta parcela do auxílio emergencial. Desta forma, consoante manifestação técnica, "se o recebimento da quinta parcela ocorrer apenas em dezembro/2020, o beneficiário não teria direito ao AER, considerando que a MP nº 1.000 estabelece que a parcela do AER será paga de forma subsequente à última parcela recebida do AE, mas que só será devido até 31/12/2020,independentemente do número de parcelas recebidas ao recebimento do auxílio emergencial residual pelas famílias beneficiárias do PBF". 15. Por conseguinte, há que se reconhecer que o pagamento retroativo das parcelas do auxílio emergencial de uma única só vez ou, até mesmo, de forma parcelada, conforme já orientado no PARECER n. 00858/2020/CONJUR-MC/CGU/AGU, não tem o condão de afastar o pagamento das parcelas referentes ao auxílio emergencial residual, ou seja, não haveria óbiceao pagamento concomitante de ambos os benefícios assistenciais neste caso, já que as parcelas pagas retroativamente referem-se a meses diversos dos relacionados ao pagamento do AER. Importantes esclarecimentos constam do OFÍCIO Nº 1712/2020/SE/SECAD/DECAU/MC, a respeito das bases de dados utilizadas nas análises de elegibilidade do AER: a) Cadastro Único – Referência: 02/04/2020, 11/04/2020 e 15/08/2020; b) Folha de beneficiários do Bolsa Família – Referência: outubro /2020; c) CNIS: i) Base de CPF: posição de 01/10/2020; ii) e Social/GFIP/GPS: extraídas as informações no período de 22 a 29/09/2020, que correspondem às competências junho, julho e agosto de 2020; iii) Intermitentes: extraído em 02/10/2020; iv) Benefícios Previdenciários e LOAS: setembro/2020; v) Seguro Desemprego : Dados extraídos em 02/10/2020 para a competência: setembro /2020; vi) SIRC: registros de óbitos até a data de ext ração : 02/10/2020; vii) SISOBI: registros de óbitos até a data de extração : 01/10/2020. d) RAIS – Ano 201 9; e) SIAPE – Competência: agosto/2020; f ) Arquivo do Micro empreendedor Individual – MEI da Receita Federal do Brasil – Competência: Março /2020, recebido em 03/04 /2020; g) Mandatos Eletivos do TSE: i) Referência 2014 – Senadores; ii) Referência 2016 – Prefeitos e Vereadores; iii) Referência 2018 – Presidente e Vice-Presidente, Deputados Federais ,Estaduais e Distritais e Governadores ; iv) Excluídos para a versão atual os suplentes eleitos; h) DEPEN/MJ – Base de Presidiários – Recebidas em 12/05/2020; i) Regime prisional - DEPEN/MJ – Dados atualizados até 24/07/2020; j) Base de Presidiários de SP (Regime Fechado) – Recebidas em 12/05/2020; k) Bas e da Defesa - Militares – Competência: maio /2020, recebida em 24 /06/2020; l) Base de Brasileiros no Exterior – Ministério da Justiça – Recebida em 12/05/2020; m) Base do BEM – Extraída em 02/10/2020; n) Arquivo do DIRPF 2020 da Receita Federal do Brasil (referência 2019) - Declarante que tenha recebido, em 2019, Rendimentos Tributáveis acima de R$28.559,70. o) Arquivo do DIRPF 2020 da Receita Federal do Brasil (referência 2019) – Declarante que tinha posse ou propriedade de Bens e Direitos , em 31/12/2019, de valor total acima de R$300.000,00. p) Arquivo do DIRPF 2020 da Receita Federal do Brasil (referência 2019) –Declarante que tenha recebido Rendimentos Isentos, em 31/12/2019, cuja soma foi superior a R$40.000,00. q) Arquivo do DIRPF 2020 da Receita Federal do Brasil (referência 201 9) –Dependente, que tenha sido incluído , no ano de 201 9, nessa situação, por declarante enquadrado nas hipóteses previstas no s públicos das letras n, o ou p. r) Detentos e respectivos regimes prisionais oriundos do Sistema Eletrônico de Execução Unificado do Conselho Nacional de Justiça - SEEU/CNJ – Base recebida em 04/09/2020; s ) Informação sobre a situação prisional junto à Banco Nacional de Mandados de Prisão – BNMP/CNJ – Base recebida em 04 /09/2020; t ) Base de dados com os casos de denúncias de fraude cadastrais, com inserção de informações por terceiros no Cadastro Único – recebida em 01/10/2020; u) Base de dados com os casos de pessoas que devolveram os recursos que receberam do Auxílio Emergencial – recebida em 01/10/2020; v) Base de dados com os casos com indícios de pagamentos indevidos do auxílio apontados por órgãos de controle – recebida em 04/10/2020; w) Base de dados co m o s cas o s co m 5 parcelas já geradas do AE - referência 05/09/2020; x) Base de dados com os casos de pessoas cujo cancelamento do AE foi solicitado por decisão judicial – referência: 04/10/2020; y) Detentos de Campo Grande – recebida em 03/08/2020; e z ) Militares da Marinha – recebida em 03/08/2020. Relevantes pontos foram trazidos pela Procuradoria-Regional da União da 4ª Região, quanto à elegibilidade daqueles com determinação judicial ou reconhecimento do pedido apresentado no feito e comunicado ao Ministério da Cidadania por meio do sistema Dataprev/Gerid (Parecer n. 2278/2020/PGU/AGU): 1) se (a) já consta do gerid o processamento do AER e (b) o óbice apontado no AER é o mesmo que já foi afastado judicialmente, trataremos do AER nos mesmo autos e enviaremos PFE com a mesma decisão ou o mesmo reconhecimento do pedido que afastou o óbice em relação ao AE principal; 2) se já consta o processamento do AER, mas o óbice apontado é diverso daquele superado judicialmente, impugnamos defendendo a necessidade de novo processo, já que há nova causa de pedir (a JF concordou com isso). No novo processo, reconhecemos ou contestamos normalmente. 3) se não houver sequer o processamento do AER, também impugnamos/contestamos alegando ausência de interesse. O que se confirma na regra operacional estabelecida: 3.4. A partir da leitura do trecho acima, entende-se que as pessoas que tiveram concessão ou continuidade do pagamento do Auxílio Emergencial estabelecida por decisão judicial, a priori, são também estarão aptas ao recebimento do Auxílio Emergencial Residual. Neste sentido, serão avaliadas pelo processo de verificação de elegibilidade do Auxílio Emergencial Residual, realizado de maneira automática, sem a necessidade de requerimento por parte do demandante. 3.5. Ressalta-se que a decisão judicial proferida para o Auxílio Emergencial não garante a concessão do Auxílio Emergencial Residual. Desta forma, estes beneficiários terão a elegibilidade verificada no momento de migração do Auxílio Emergencial para o Auxílio Emergencial Residual, devendo atender aos critérios estabelecidos no art . 1º, parágrafo 3º, incisos I a XI da Medida Provisória nº 1.000/2020. (NOTA TÉCNICA Nº 43/2020) E, a respeito do início dos pagamentos, desde a época do auxílio emergencial, o entendimento posto pela Consultoria Jurídica foi: 15. Assim, partindo do pressuposto de que a análise de elegibilidade fosse feita sempre de forma devida pelos órgãos competentes, caso atendidos os requisitos legais, a parcela 1 do auxílio seria devida a partir de abril/2020 para o público do Cadúnico (a Lei nº 13.982 foi publicada em 02/04/2020),e a partir do mês do requerimento, para o caso do público “extraCad”. (PARECER n. 00858/2020/CONJUR-MC/CGU/AGU) Postas todas as questões acima, a fim de esclarecer melhor o regime jurídico do auxílio emergencial residual e as principais questões postas, resta alguma ponderação processual a ser feita. Ainda que se trate, como se observou acima, de benefícios distintos, previstos por normas diversas, tem-se que em regra são discutidos no mesmo processo judicial, seja em conjunto (cumulação objetiva de demandas) - para ações ajuizadas mais recentemente - seja após entendimento judicial ou desta AGU pela procedência do pedido no que diz respeito ao auxílio emergencial. Nesse segundo caso, é comum que se esteja diante de situações nas quais houve afastamento, judicial, de motivo de inelegibilidade para o AE que, em equívoco da administração, acaba sendo replicado para inelegibilidade para o AER; por motivo, leia-se o fundamento legal e mesmo o fundamento fático relacionado à situação da pessoa. Tais situações, abordadas acima, configuram descumprimento de determinação judicial que, para todos os fins de direito, retirou do mundo jurídico o fundamento de inelegibilidade, que não pode, assim, ser utilizado pela Administração. De forma que se trata, na verdade, da mesma causa de pedir, do mesmo fundamento, o que não implicaria, até mesmo diante dos princípios da informalidade, simplicidade e economia processual, que regem os processos sob o rito dos Juizados Especiais (Lei 9.099/95); não há óbice, assim, para sua discussão nos mesmos autos. E, mesmo que se trate de motivo diverso - o que implicaria reanálise da situação, não estando abarcado pelos efeitos de decisão anterior - mostra-se mais razoável não haver impedimento à discussão no mesmo processo. Objetiva-se, com o raciocínio, acima, que os Advogados da União atuantes no feitos adotem o fluxo processual e procedimental queentendam mais favorável à União, em ajustes locais com o Poder Judiciário se cabível for, e mesmo diante do elevado número de processos judiciais, busquem resolução célere para tais questões. O que é expressamente previsto em lei: Lei 10.522/02 Art. 19-C. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá dispensar a prática de atos processuais, inclusive a desistência de recursos interpostos, quando o benefício patrimonial almejado com o ato não atender aos critérios de racionalidade, de economicidade e de eficiência. Portaria AGU 487/2020: Art. 2º Os Advogados da União ficam autorizados a abster-se de ajuizar ações, de contestar,de impugnar o cumprimento de sentença, de embargar a execução e de recorrer,a reconhecer a procedência do pedido, e a desistir dos recursos já interpostos, quando o tema, a pretensão deduzida ou a decisão judicial estiver de acordo com: [...] IX - parecer aprovado pelo Procurador-Geral da União. (Redação dada pela Portaria nº160 de 06/05/2020) De forma que o presente Parecer Referencial representa: - autorização para reconhecimento jurídico do pedido e dispensa recursal/desistência de recurso interposto de decisões que determinem: 1) elegibilidade inicial ao auxílio emergencial residual (MP 1000/22020) para aqueles elegíveis, administrativa ou judicialmente, para o auxílio emergencial (Lei 13.982/2020), elegibilidade inicial que não afasta análise dos requisitos legais para o AER, salvo se representarem incidência do mesmo óbice (jurídico e fático) já afastado, administrativa ou judicialmente; 2) pagamento cumulativo do AE e do AER (diante do atraso no início do recebimento), número de parcelas ou afastamento do limite temporal de 31/12/2020, diante de demora na análise ou elegibilidade posterior ao AER; 3) nas mesmas situações previstas nos Pareceres Referenciais 26, 31 e 40, todos de 2020 , aprovados pelo Procurador-Geral da União; 4) adoção dos fluxos e ritos processuais/procedimentais mais simples e céleres, forte nos princípios da simplicidade, informalidade e celeridade, que regem os processos no rito dos juizados especiais federais. - orientação para apresentação de manifestação em oposição a pedidos de deferimento do AER com afastamento expresso dos requisitos na norma de regência (MP 1000/2000), deferimento do AER para aquele inelegível (administrativa ou judicialmente) ao AE, ou afastamento das verificações mensais previstas em lei (desde que não baseadas no mesmo motivo da inelegibilidade anteriormente afastado). À consideração do Sr. Procurador-Geral da União. Brasília, 07 de janeiro de 2021. MARCELO MOURA DA CONCEIÇÃO ADVOGADO DA UNIÃO COORDENADOR-GERAL DE DIREITO ECONÔMICO, SOCIAL E INFRAESTRUTURA DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SERVIÇO PÚBLICO - SUBSTITUTO Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00405025455202037 e da chave de acesso 0ca1f1db Documento assinado eletronicamente por MARCELO MOURA DA CONCEICAO, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 558380593 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): MARCELO MOURA DA CONCEICAO. Data e Hora: 07-01-2021 17:35. Número de Série: 37898334023641176825431139264. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5. ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO GABINETE PGU (GAB) SAS, QUADRA 03, LOTE 5/6, 10° ANDAR - AGU SEDE I EDIFÍCIO MULTIBRASIL CORPORATE FONES: (61) 2026-8633/8635 BRASÍLIA/DF - CEP: 70.070-030 DESPACHO n. 00050/2021/PGU/AGU NUP: 00405.025455/2020-37 INTERESSADOS: PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO - PGU ASSUNTOS: AUXILIO EMERGENCIAL 1. Aprovo os termos do PARECER REFERENCIAL n. 00042/2020/PGU/AGU (seq. 24), que versa sobre o auxílio emergencial residual, instituído pela Medida Provisória nº 1.000, de 02 de setembro de 2020. 2. Assim, devolvo os autos ao Departamento de Serviço Público - DSP/PGU para ciência deste despacho e adote as seguintes providências administrativas: a) abertura de tarefa à Comissão Temática responsável pela inclusão das orientações necessárias à aplicação dos entendimentos fixados nos pertinentes Sumários de Conhecimento, bem como para acompanhar a aplicação dos modelos e teses e identificar oportunidades de aperfeiçoamento das orientações e estratégias processuais correlatadas, conforme suas taxas de sucesso e uniformização (arts. 7º, 11 e 12 da Portaria nº 10, de 4 de dezembro de 2018); b) adotadas como medidas indicadas no item "a", abertura de tarefa à Coordenação-Geral de Gestão Judicial - CGJUD/PGU, informando o número identificador ("ID") dos entendimentos no Sumário de Conhecimento, para que se confira publicidade ao entendimento fixado mediante a expedição e o registro, na intranet, de e-mail circular todos os Advogados da União em exercício nos órgãos da Procuradoria-Geral da União. Brasília, 04 de janeiro de 2021. KAROLINE BUSATTO Advogada da União Subprocuradora-Geral da União Atenção, uma consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00405025455202037 e da chave de acesso 0ca1f1db Documento assinado eletronicamente por KAROLINE BUSATTO, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 557916844 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): KAROLINE BUSATTO. Data e Hora: 08-01-2021 16:04. Número de Série: 13492247. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv4.
Compartilhar