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Biomateriais em Periodontia - Relatório

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Flávia Guedes - Odontologia 
 
RELATÓRIO SOBRE A PALESTRA: 
“Biomateriais em Periodontia” 
 
Os biomateriais começaram a ser utilizados como uma alternativa terapêutica para 
conseguir tratar um leito receptor, ou seja, uma área que necessita de uma reconstrução 
tecidual em substituição dos enxertos autógenos (do próprio paciente). Esses materiais 
são extremamente importantes para o processo de reconstrução tecidual, seja ele tecido 
mole ou duro. 
Conceitualmente, os biomateriais são materiais que podem ser implantados para 
substituir ou reparar tecidos em falta (essa ausência está muito associada a extrações 
traumáticas e sem preservação alveolar, fazendo com que haja, pelo próprio processo 
fisiológico de cicatrização, a perda desses tecidos). Nessa perspectiva, quando se tem uma 
reabsorção óssea, a gengiva acompanha o osso e também vai ser reabsorvida, havendo, 
portanto, uma necessidade reconstrutiva na região quando for reabilitar o paciente com 
implantes. Tais materiais podem ser de origem natural ou sintetizados em laboratório e 
são capazes de interagir com o corpo humano, sendo usados regularmente na odontologia 
regenerativa. 
No momento que é feita uma exodontia, há um processo inflamatório, fazendo 
com que os tecidos envolvidos sofram uma remodelação, a qual vai culminar na perda 
óssea (tábua óssea vestibular do dente). Logo, quando há a remoção do elemento dentário, 
o periodonto de sustentação começa a se desfazer, influenciando também os tecidos 
moles. 
Dessa forma, em caso de periodonto com fenótipo fino, por exemplo, a tábua óssea 
pode ser completamente perdida dentro de 8 semanas. Assim, o prognóstico de pacientes 
com fenótipo periodontal mais espesso é melhor quando se compara aos pacientes com 
um fenótipo do tipo fino. 
É extremamente interessante a utilização de um biomaterial ao ser feita uma 
exodontia, tendo em vista a necessidade de se preservar o alvéolo dentário. Assim, um 
planejamento voltado para a utilização destes materiais, durante procedimentos 
cirúrgicos, mostra-se muito importante para uma posterior reabilitação do paciente com 
implantes, por exemplo. 
Há diferença entre a neoformação óssea da maxila e da mandíbula, podendo ela 
ocorrer entre 3 e 6 meses (também há influência do tipo de biomaterial utilizado). Além 
disso, os fatores sistêmicos influenciam muito a cicatrização e, consequentemente, essa 
neoformação óssea. Precisa-se observar os fatores associados. 
Como solução para esse ganho de espessura e de altura de tecido duro e de tecido 
mole, tem-se como opção a utilização de enxertos autógenos e xenógenos, por exemplo. 
Flávia Guedes - Odontologia 
Nessa perspectiva, pode-se dizer que os enxertos autógenos são originados do próprio 
indivíduo, apresentando como vantagem a total biocompatibilidade (esse material é 
considerado como padrão-ouro); porém, como desvantagens, esse tipo de enxerto 
aumenta a morbidade para o paciente, além de incrementar o tempo cirúrgico e possui 
uma quantidade limitada de seu material disponível. 
Os alógenos são originados de indivíduos diferentes de mesma espécie, diz 
respeito a um osso alógeno fresco congelado proveniente do banco de ossos. Dentre as 
desvantagens em relação ao uso deste material, observa-se que pequena porção dele se 
transforma em osso vital. Além disso, há risco de transmissão de agentes infecciosos, 
caso esse osso não seja bem tratado. 
Já os xenógenos são originados de outras espécies animais (suínos, bovinos e 
equinos). O processamento biológico busca remover todos os componentes orgânicos, 
restando um arcabouço mineral inorgânico que servirá como matriz osteocondutora para 
o reparo ósseo contendo alta porosidade e semelhante estruturalmente ao osso. 
Os aloplásticos, por sua vez, são originados sinteticamente. Os mais comuns são 
materiais à base de fosfatos e sulfatos de cálcio, bem como vidros bioativos. Eles 
apresentam grande variação de formulação, o que leva a diferentes graus de solubilidade 
e de absorção pelo organismo. Exemplos: Vidro bioativo e hidroxiapatita. 
Os biomateriais, portanto, são derivados de material natural bovino ou suíno, e 
foram desenvolvidos para promover a formação de novo osso ou tecido mole. Eles são 
integrados no tecido durante o processo de cicatrização ou são decompostos gradualmente 
pelos processos metabólicos do organismo. Nesse sentido, existem os biomateriais 
osteocondutores, osteogênicos e osteoindutores. 
Na periodontia, diversos biomateriais se destacam: proteínas da matriz do esmalte 
(Emdogain), membranas (Jason; Bio-gide), substitutos mucosos (Mucograft; Mucoderm; 
Fibro-gide) e substitutos ósseos (Bio-oss; Nanosynt; Bonefill). 
O Emdogain é uma combinação de proteínas derivadas da matriz do esmalte que, 
quando aplicada a uma superfície radicular limpa de um dente ou a uma ferida bucal, 
forma uma matriz extracelular que estimula as células e os processos fundamentais para 
a regeneração periodontal e a cicatrização de feridas do tecido mole. Nessa perspectiva, 
diversos estudos científicos fornecem evidência clinica de aplicação de Straumann 
“Emdogain” em diferentes indicações: regeneração periodontal, recessão gengival e, até 
mesmo, a cicatrização da ferida bucal. Ele é projetado para utilização como auxiliar nos 
procedimentos cirúrgicos periodontais. 
O Mucoderm é um substituto mucoso de tamanhos diferentes que precisam ser 
hidratados para serem utilizados. Esse material tem a finalidade de recobrimento radicular 
quando o paciente não quer fazer um enxerto autógeno, ou seja, do seu próprio palato, 
por exemplo. Porém, para ele ser utilizado, é necessário que exista pelo menos 1mm de 
mucosa ceratinizada, porque é preciso ter células viáveis que possam conduzir a 
substituição desse biomaterial por células naturais. 
Flávia Guedes - Odontologia 
A Fibro-gide é uma matriz de colágeno suíno de volume estável, reabsorvível e 
porosa. Ela se destina à regeneração de tecidos moles na crista alveolar, apresentando 
indicações para casos de volume insuficiente de tecido mole e para defeitos de recessão. 
A cicatrização com a utilização desse material é mais inflamada, gera mais edema. 
Os substitutos ósseos são utilizados sozinhos para defeitos ósseos ou podem ser 
utilizados em associação a blocos. Dentre suas várias indicações de utilização, destaca-se 
seu uso em defeitos peri-implantares, para promover o crescimento horizontal e vertical, 
pra a elevação do seio maxilar, para o aumento do rebordo alveolar e seu uso em alvéolos 
após uma extração. 
As membranas e os substitutos de tecido mole Geistlich também são biomateriais 
muito importantes. Dessa forma, evidencia-se que as membranas de barreira protetora 
proporcionam regeneração óssea e taxas de cicatrização e as matrizes de colágeno 
melhoram a regeneração do tecido mole.

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