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Conservantes ❖ Antimicrobianos são substâncias adicionadas às formas farmacêuticas não estéreis com o intuito de protegê-las do crescimento micro- biológico ou de microrganismos que são intro- duzidos inadvertidamente durante ou após o processo de fabricação ❖ No caso de produtos estéreis acondicionados em recipientes de doses múltiplas, conservan- tes antimicrobianos são adicionados para inibir o crescimento de microrganismos que podem ser introduzidos a partir da retirada de doses individuais ❖ Devem ser adicionados às preparações far- macêuticas ou cosméticas manipuladas ex- temporaneamente quando existe a possibilida- de de contaminação e crescimento microbia- no, no momento da preparação ou durante o uso pelo paciente ou responsável ❖ USP (Capítulo 1.151) – Antimicrobianos são exigi- dos para a maioria das FF contendo água e para um sistema não aquoso, as pomadas of- tálmicas ❖ ▪ Utilização imediata (evitar contaminação) ▪ Não há presença de água ▪ pH do meio < 3 e > 9 ▪ Componente com propriedade antimicro- biana na formulação ❖ ▪ Produtos para neonatos ▪ Soluções oftálmicas destinadas ao uso em cirurgias de olhos, com córneas não intac- tas, ou para injeção intraocular ▪ Parenterais com volume > 30mL ❖ ▪ Prepare o produto em uma única dose e use imediatamente ▪ Prepare uma quantidade limitada para usar em um curto período de tempo, armaze- ne sob refrigeração e rotule com um prazo de validade curto ❖ ▪ Eficaz em concentração baixa e atóxico contra uma grande variedade de organis- mos ▪ Atóxico e não sensibilizante nas concen- trações requeridas, tanto interna quanto externamente ▪ Quimicamente estável sob condições normais de uso, em um intervalo amplo de pH e temperatura ▪ Solúvel na concentração requerida ▪ Compatível com grande variedade de fármacos e excipientes ▪ Isento de odor desagradável, sabor, cor ou sensação de ardência ▪ Inerte com relação aos materiais de acon- dicionamento ▪ Custo razoável ❖ ▪ Para uso oral: Álcoois e glicóis Ácidos orgânicos Ésteres do ácido p-hidroxibenzoico (parabenos) ▪ Para uso tópico: Álcoois e glicóis Ácidos orgânicos Ésteres do ácido p-hidroxibenzoico (parabenos) Derivados orgânicos mercuriais ▪ Para uso oftálmico: Álcoois Ácidos orgânicos Ésteres do ácido p-hidroxibenzoico (parabenos) Compostos de amônio quaternário Uso Oral ❖ ▪ Álcool etílico ou etanol: Concentração efetiva (CE) depende do pH da solução e da quantidade de água livre CE = 15% (meio ácido) e 17,5% (meio neutro ou levemente alcalino) de água livre Álcool USP – entre 92,5 e 93,8% por peso (p/p) – uso interno e ex- terno Álcool desidratado ou absoluto USP – não menos que 99,2% (p/p) Álcool desidratado para injeção USP Álcool diluído NF – entre 41 a 42% (p/p) Álcool para limpeza USP – unica- mente para uso externo ▪ Álcool benzílico: Leve odor aromático e sabor forte- mente picante pH neutro Solúvel em água e álcool CE = bactericida de 1 a 2% Devido ao sabor picante, é pouco utilizado, especialmente quando se trata da via oral Útil em preparações tópicas e pa- renterais Eficácia não afetada pelo pH ▪ Propilenoglicol: CE = idêntica ao do álcool etílico Insolúvel em clorofórmio, éter, óleos voláteis, óleos fixos e óleo mineral Miscível com água, álcool etílico, álcool isopropílico, PEG 400 e ace- tona (1g/15mL) Uso externo e interno, também co- mo veículo, solvente e/ou umectan- te ▪ Glicerina: CE = preserva um volume de “água livre” igual a seu próprio volume Não é habitualmente usada como conservante de forma isolada (geral- mente se associa ao álcool etílico) Não é miscível com óleos fixos e com o óleo mineral Miscível com água, álcool etílico, álcool isopropílico, acetona, PEG 400, clorofórmio, éter e óleos volá- teis Uso externo e interno, como veícu- lo, solvente e/ou umectante ❖ ▪ Ácido benzoico/ Benzoato de Na/ Benzoato de K: Forma ativa: ácido benzoico Concentração efetiva: ácido benzoi- co de 0,1 a 0,3% A quantidade presente na forma ati- va é dependente do pH da solução Efetivamente pH-dependente (não efetivo em pH > 5) – idem para o benzoato de sódio Solúvel em óleos fixos e álcool, pra- ticamente insolúvel em água (1g/ 300mL de água e 3mL de álcool) Seus sais de sódio e potássio são bastante solúveis em água ▪ Ácido sórbico/ Sorbato de potássio: Forma ativa: ácido sórbico CE = 0,05 a 0,2% Como o ácido benzoico, a quantida- de presente de forma ácida ativa é dependente do pH da solução É um dos conservantes com menor toxicidade oral Pode causar irritação da pele (uso tópico) Solúvel em álcool e propilenoglicol Seus sais são muito solúveis em água ❖ ▪ Metilparabeno ou Nipagin: Solúvel em propilenoglicol, glicerina e insolúvel em óleo mineral CE = 0,05 a 0,25% Conservante em uma ampla varie- dade de pH ▪ Propilparabeno ou Nipazol: Solúvel em álcool e propilenoglicol CE = 0,02 a 0,04% Mais efetivo quando usado em asso- ciação com o metilparabeno (0,18% de metil + 0,02% de propilparabe- no) Metil e proprilparabeno: uso oral, tó- pico, oftálmico e parenteral Pode ocorrer sensibilização (muco- sas) Uso Tópico ❖ ▪ Álcool etílico ▪ Álcool isopropílico (muito tóxico para uso oral – CE mesma que o etanol) ▪ Propilenoglicol ▪ Glicerina ▪ Álcool benzílico ❖ ▪ Ácido benzoico ▪ Ácido sórbico ❖ ▪ Metilparabeno ▪ Propilparabeno ▪ Butilparabeno ❖ ▪ Cloreto de benzalcônio (0,004 a 0,02%) ▪ Cloreto de benzetônio (0,01 a 0,02%) ▪ Cloreto de cetilpiridínio (0,01 a 0,02%) ▪ Todos possuem muitas incompatibilidades (substâncias aniônicas, tensoativos não- iônicos em grandes concentrações, citra- tos, iodetos, nitratos e permanganatos) ❖ ▪ Acetato de fenilmercúrio (0,002 a 0,01%) ▪ Nitrato de fenilmercúrio (0,002 a 0,01%) ▪ Timerosal: 1g/1mL de água e 12mL de álcool (0,001 a 0,02%) Uso Oftálmico ❖ Preparações devem ser estéreis e as de dose múltipla devem conter conservantes ❖ Acetato e Nitrato de Fenilmercúrio ❖ Timerosal ❖ Ácido Feniletílico ❖ Benzoado de Sódio ❖ Clorhexedina ❖ Cloreto de Benzalcônio ❖ Cloreto de Cetilpiridínio ❖ Clorobutanol ▪ É volátil, apresenta-se incolor ou sob a forma de cristais brancos com odor de cânfora ▪ Difícil dissolução em água (1g/125mL), mas solúvel em etanol, éter, glicerina e água quente ▪ CE = 0,5% ▪ Também é usado como preservante em cosméticos ▪ Terapeuticamente é um sedativo leve e analgésico local (uso em odontologia) ▪ Também usado em FF parenterais ▪ Incompatibilidades: Hidrolisa-se a ácido clorídrico em soluções com pH neutro ou superi- or (solução tamponada com pH de 5,0 a 5,5) Sofre adsorção em recipientes de polietileno Inativado pelo Tween 80 e PVP Nitrato de prata e sais sódicos de sulfonamidas ❖ EDTA Dissódico ❖ Metil e Propilparabeno ❖ Propionato de Sódio Usados em Cosméticos ❖ ▪ Amplo espectro, especialmente quando combinado com parabenos ▪ Solúvel em água ▪ pH indicado: 3 a 9 ▪ Concentração máxima: 0,6% ▪ Não pode ser aquecida a mais de 45 a 50 graus, pois vai liberar amônia e inativar o conservante ❖ ▪ Amplo espectro, especialmente para gram negativo ▪ Muito solúvel em água ▪ pH indicado: 3 a 9 ▪ Concentração máxima: 0,5% (0,1 a 0,5%) ▪ Instável a temperaturas superiores a 60ºC ❖ ▪ Amplo espectro (ineficaz contra gram negativo) ▪ Inativados por tensoativos catiônicos e não-iônicos ❖ ▪ Composto não-iônico ▪ Amplo espectro ▪ Solúvel em água, álcool etílico e propile- noglicol ▪ pH indicado: 6 a 8 ▪ Concentração máxima: 0,6% ▪ Inativados por proteínas, tensoativos cati- ônicos e não-iônicos ❖ ▪ Amplo espectro▪ Solúvel em água ▪ Inativado pela gelatina e proteínas em geral ▪ Irritante para mucosas e altamente reativo e volátil ▪ Concentração máxima: 0,2% (0,05 a 0,2%) ❖ ▪ Antimicrobiano e desinfetante de espec- tro estreito, por isso é muito usado junta- mente com os parabenos ▪ Solubilidade: 1 grama se dissolve em 43mL de água, 50mL de óleo de oliva e 143mL de óleo mineral ▪ É miscível com glicerina, etanol 95% e acetona ▪ Apresenta efeitos tóxicos a longo prazo (durante exposições prolongadas – mais ocupacional) Antioxidantes ❖ Prevenir ou inibir as oxidações ❖ Quando adicionados às formas farmacêuticas, protegem os componentes da formulação suscetíveis à degradação química por oxida- ção ❖ compostos orgânicos que podem formar complexos com íons metálicos e, dessa forma, inibir a capacidade catalítica dos íons metálicos nos processos de oxidação ❖ Devem ser adicionados às preparações quan- do estas contêm substâncias (ativo ou excipi- ente), que sejam suscetíveis à degradação química por oxidação ❖ ▪ Incolor tanto na forma original como na forma oxidada ▪ Não-tóxico e não-sensibilizante tanto ex- terna como internamente na concentra- ção requerida ▪ Custo razoável ▪ Não ser reativo com o material de emba- lagem e acondicionamento, ou seja, não deve adsorver, penetrar ou interagir com o mesmo ▪ Efetivo em uma concentração baixa e não tóxica ▪ Estável e efetivo nas condições normais de uso, em um intervalo amplo de tempe- ratura e pH ▪ Solúvel na concentração requerida ▪ Compatível com uma grande variedade de fármacos e excipientes ▪ Livre de odor e sabor desagradável e picante ❖ ▪ Ácido ascórbico (CE: 0,05 a 0,3%) – solú- vel em água, álcool, propilenoglicol, gliceri- na e praticamente insolúvel em óleos ve- getais ▪ Bissulfito de sódio (CE: 0,5%) – solúvel em água e pouco solúvel em álcool ▪ Metabissulfito de sódio (CE: 0,02 a 1,0%) – solúvel em água, glicerina e pouco solúvel em álcool ▪ Sulfito de sódio (CE: 0,01 a 2,0%) – solúvel em água, glicerina e praticamente insolú- vel em álcool ▪ Tiossulfato de sódio (Ce: 0,05%) – muito solúvel em água e insolúvel em álcool ▪ Formaldeído sulfoxilato de sódio (CE: 0,005 a 0,5%) – facilmente solúvel em água e pouco solúvel em álcool ▪ Monotioglicerol ▪ Ácido hidrofosfórico ▪ Dióxido de enxofre ❖ ▪ Butil-hidroxianisol (BHA) (CE: 0,005 a 0,01%) – cera sólida ou pó de cor branca ou ligeiramente amarelada, apresentando odor suave e é insolúvel em água, facil- mente solúvel em álcool (95%) e propile- noglicol, solúvel a 50% ou mais em álcool, ácido isopropílico, lipídeos e óleos ▪ Butil-hidroxitolueno (BHT) (CE: 0,01%) – sólido cristalino branco ou amarelado, apresentando odor suave e é insolúvel em água, glicerina e propilenoglicol, solú- vel em álcool, álcool isopropílico e aceto- na, além de ser mais solúvel em óleos ve- getais e lipídeos que o BHA ▪ Galato de propila (propilgalato) (CE: 0,005 a 0,15%) – pouco solúvel em água e facil- mente solúvel em álcool e propilenoglicol ▪ Palmitato de ascorbila (CE: 0,01 a 0,2%) – muito pouco solúvel em água e em óleos vegetais, enquanto que 1 grama se dissol- ve em 9,3mL de álcool ▪ -Tocogerol (vitamina E) (CE: 0,01 a 0,1%) – óleo viscoso amarelo ou amarelo esver- deado que é insolúvel em água, solúvel em álcool e miscível em acetona e óleos vegetais ▪ Terc-butilhidroquinona (TBHQ) – é o anti- oxidante sintético mais moderno e efici- ente, sendo mais eficiente que BHA e BHT em conservar óleos vegetais poli-in- saturados e gorduras animais ❖ ▪ EDTA dissódico ou edetato dissódico: CE: 0,1% Solúvel em água (1g/11mL) e pouco solúvel em álcool Muito utilizado em sucos e em frascos de coleta de sangue (pois se conecta com o cálcio do sangue e impede a coagulação) ▪ Ácido edético: Muito pouco solúvel em água (1g/2000mL) CE: 0,1% ▪ Edetato Cálcico Dissódico: Solúvel em água (1g/2mL) e muito pouco solúvel em álcool Muito usado como agente terapêu- tico em caso de envenenamento por chumbo ou para remoção de outros metais pesados do organis- mo CE: 0,1% ▪ Ácido cítrico: Solúvel em água e álcool (1g/1mL) CE: 0,3 a 2,0% Encontrado em frutas cítricas Pode ser usado como ajustador de pH ▪ Ácido tartárico: Solúvel em água (1g/0,75mL), em álcool (1g/2,5mL) e solúvel em glicerina CE: variável Presente em grandes quantidades em vinhos e suco de uva Ajustadores de pH e Tampões ❖ ▪ Substância que, quando dissolvida na água, fornece íons hidrogênio H+ ▪ Espécies que doam prótons (H+) ❖ ▪ Substância que, quando dissolvida na água, fornece íons hidroxila OH- ▪ Espécies que podem aceitar prótons (H+) ❖ ▪ Substância ou mistura de substâncias que, quando presente em solução, resiste à mudança de pH pela adição de quantida- des pequenas de ácido ou base ▪ Capacidade de um tampão é a medida da resistência à alteração de pH da solução, quando ácido ou base são adicionados ❖ ▪ Preparações aplicadas às membranas sensíveis, como olhos ou passagens nasais, ou injetáveis (músculos, vasos san- guíneos, órgãos, tecidos ou lesões) – pH próximo ao fisiológico do tecido em questão ▪ Absorção pode ser melhorada quando alguns fármacos se apresentam em solução na forma ionizada ou não-ionizada ▪ Estabilidade química de muitos fármacos em solução pode ser melhorada dentro de uma certa faixa de pH ▪ A solubilidade aquosa de muitos fármacos orgânicos depende do grau em que esses eletrólitos fracos estão presentes na forma iônica (dependente do pH da solução) ❖ ▪ Inicialmente considere a via de administra- ção da forma farmacêutica Uso sistêmico: não devem ser tóxi- cas (exemplo: ácido bórico e borato de sódio, que possuem uso em preparações oftálmicas, mas não por via sistêmica, em decorrência da toxicidade do ânion borato Preparações líquidas para uso oral: não devem ter sabor desagradável Preparações parenterais: devem ser estéreis ou esterilizáveis ▪ Não devem causar irritação, independen- te da via de administração ▪ Sistemas menos complexos: Se a formulação necessita apenas de um ajuste de pH em um dado valor, em geral uma solução diluída (0,1 a 0,2N) de ácido clorídrico ou hidróxido de sódio pode ser empre- gada Solução de bicarbonato de sódio injetável – muito usada para elevar o pH de algumas preparações pa- renterais A solução de ácido bórico 1,9% pode ser empregada para tampo- nar soluções de uso oftálmico que requerem faixa de pH mais ou menos 5 Outros tampões como acetato de Walpole (3,6 a 5,6), citrato (2,5 a 6,5), fosfato de Sorenson (6 a 8) e tampão oftálmico de Palitzsch (6,1 a 9,1) são adequados a situações mais específicas ▪ Se uma solução-tampão deve ser prepa- rada, esteja seguro de que a substância escolhida seja quimicamente estável, solúvel o suficiente, compatível com outros componentes da formulação, des- provida de odor e cor, bem como de que não seja sensibilizante ou tóxica pela via de administração empregada ▪ Exemplos de agentes acidificantes, alcalini- zantes e tamponantes: ácido acético, ácido bórico, ácido cítrico, ácido clorídrico, ácido láctico, acetato de sódio, bicarbona- to de sódio, carbonato de sódio, citrato de sódio ou potássio, hidróxido de sódio ou potássio, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio ou potássio monobásico
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