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Politrauma 1 🔸 Politrauma É um grande problema de saúde pública. Principal causa de morte entre os jovens. É a síndrome com múltiplas lesões, com ISS maior ou igual a 17, com reações sistêmicas (SRIS), que leva a disfunção de órgãos vitais os quais não foram diretamente lesados. O que são os mecanismos de alta energia? Quedas Para adultos, > 6 metros já é de alta energia. Para crianças, > 3 metros (2 a 3x da sua própria altura) Acidentes de veículos Intrusão (penetração na hora que ocorre o impacto do veículo) > 30cm já é considerado de alta energia. Se for uma intrusão >45cm em qualquer local também já é de alta energia. Ejeção parcial ou completa do corpo e/ou se há morte no veículo, já se considera de alta energia. Automóvel x pedestre/bicicleta Quando tem arremesso, atropelo (run over) ou impacto >32 km/h são considerados de alta energia. Moto Politrauma 2 Qualquer acidente acima de 32 km/h é um acidente de alta energia para motos. O que é o Injury Severity Score (ISS)? É a soma do quadrado das maiores notas das 3 regiões mais gravemente lesadas na Abbreviated Injury Scale (AIS) → é usado para avaliar a gravidade das lesões. Para calcular o ISS, cada região vai ter uma nota pelo AIS. Quando pega a nota de uma região, coloca no quadrado das 3 maiores notas e depois soma essas notas. O ISS pode predizer um pouco em relação a mortalidade: Politrauma 3 Curvas Depois do marco zero (hora do acidente), tem a golden hour, momento em que há um pico de óbitos caso as medidas adequadas não sejam tomadas. Depois dessa 1ª hora pós acidente, já no ambiente intra-hospitalar, o paciente pode passar por uma fase crítica, na qual ainda está dando o 1º suporte, detectando as lesões. Paciente pode vir a óbito porque ainda estão estudando as lesões. Após as 1ªs horas, existe outro pico de mortes, que é nas 4 semanas. As injúrias iniciais são controladas e encaminha-se o paciente para o suporte. Ele passa por uma fase inflamatória muito grande e nessas primeiras 4 semanas ele pode vir a óbito devido ao dano causado indiretamente, pela inflamação, em órgãos. Esse pico inflamatório pode causar lesões nos rins, fígado, cardiovascular, pulmonar... ATLS Politrauma 4 A preocupação maior é buscar primeiro tratar as lesões que trazem maior risco de vida. A falta de confirmação do diagnóstico não impede o tratamento → se tá na dúvida se teve fratura do fêmur, imobiliza, não se preocupa em confirmar, já imobiliza. Para iniciar o tratamento e a intervenção, não precisamos de uma história detalhada. É importante mais numa fase tardia. ABCDE A Vias aéreas e coluna cervical. É a parte que mata primeiro. Proteção e liberação das vias aéreas Estabilização da coluna cervical → acessórios: colar cervical, Head block Essas são as linhas que precisam estar íntegras e que procuramos proteger com essas medidas. B Politrauma 5 Respiração e ventilação. Alguns termos para tipos de respiração No B, precisamos identificar qual o padrão respiratório do paciente e se eles está ventilando bem. C Circulação e hemorragia. Inicialmente, o choque é sempre hipovolêmico → imaginar que o paciente está sangrando por algum lugar. Então, é necessário definir os graus de choque hipovolêmico e, depois da ressuscitação, definir os padrões de resposta à ressuscitação. Sinais de choque hemorrágico Fluxo capilar periférico reduzido Pulso > 100 bpm Pressão sistólica < 60 mmHg Débito urinário < 1mL/kg/h Laboratorial pH arterial elevado Base excess → alcalose metabólica persistente Politrauma 6 Lactato plasmático elevado Quais os graus de choque hipovolêmico? Quando faz a intervenção/ressuscitação, precisamos avaliar os padrões de resposta à ressuscitação: Quando falamos em problema circulatório, precisamos avaliar as cavidades: Politrauma 7 A fratura pélvica, a depender do padrão, pode ter um sangramento muito intenso, podendo levar o paciente a óbito. A fratura de ossos como fêmur, úmero, tíbia também podem levar a uma perda sanguínea extensa. Então, o timing de entrada da ortopedia é no C. Lesões do andar pélvico Elas podem estar relacionadas a 3 padrões: Trauma/compressão lateral → é a mais frequente Compressão antero-posterior → é a lesão que mais mata porque é a famosa lesão em livro aberto Lesão vertical → queda da altura, por exemplo; não tem perda sanguínea tão grande como a em livro aberto; é a Politrauma 8 menos frequente Quando tem aumento do compartimento, permite com que mais conteúdo seja alocado ali → o nosso objetivo é reduzir o compartimento (se reduz compartimento, diminui conteúdo) Então, a intervenção tem o objetivo de reduzir o volume intrapélvico, para reduzir o compartimento e evitar que mais conteúdo seja coletado ali. Como vamos avaliar? Inspeção Simetria das espinhas ilíacas antero-superiores, desigualdade dos MMII Ferimentos (perineais), hematomas Equimoses, indícios de uma lesão de Morel-Lavallé, Destrot ou Roux Sangramento ao nível do meato uretral Palpação Mobilizar as hemipelves em busca de instabilidade rotacional e vertical → só faz isso 1 vez Toque retal e vaginal → fraturas expostas → sinal de Earle Politrauma 9 Ocorre quando um hematoma grande, proeminência óssea anormal ou uma fratura dolorosa é detectada ao exame retal. p.s.: como é que busca por instabilidade pélvica? Uma pessoa estará estabilizando a pelve e outra vai tracionar; dá para perceber instabilidade caso haja ascensão da hemipelve (imagem a seguir) → é o cisalhamento vertical Exame radiográfico já no hospital Pede RX da AP bacia, AP tórax e perfil da cervical Politrauma 10 Quando não há integridade: Politrauma 11 Na foto acima, temos a fratura em livro aberto. Na foto abaixo, tem uma lesão vertical. Politrauma 12 Como é a intervenção? No pré-hospitalar, podemos fazer torniquete com o que tiver disponível, como lençol, ou cintas. No ambiente hospitalar, faz a fixação externa, que salva de imediato a vida do paciente: Politrauma 13 D Estado neurológico. E Exposição → controle ambiental. Retirar a roupa Avaliação do dorso Controle da temperatura do paciente e do ambiente Politrauma 14 Múltiplas fraturas Podemos abordar de 2 formas: Cuidado total imediato Tratamento cirúrgico definitivo na abordagem inicial Controle de danos Estabilização provisória, em geral com fixação externa. SRIS e falência de múltiplos órgãos Quando tem múltiplsa fraturas ou politrauma tem que ficar atento a falência inflamatória sistêmica. Isso se dá decorrente a liberação de vários fatores inflamatórios por vários mecanismos, como: estresse, dor, contaminação, isquemia... Precisamos controlar isso antes, nos fatores que levam à cascata da inflamação.
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