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SÍNTESE REFLEXIVA ACERCA DE ERROS EM PRESCRIÇÃO E ADM DE MEDICAMENTOS Erros são algo passíveis de ocorrer em qualquer situação, profissão e localização, tendo como protagonista qualquer pessoa independente de sua ocupação, gênero, idade ou escolaridade, ou seja, todos nós estamos suscetíveis ao erro. Todavia, quando se trata de erros no âmbito médico, tendo como protagonistas os profissionais da saúde, cada erro, seja ele o mais aparentemente inofensivo, pode ser a causa para prejudicar ou até tirar a vida de algum paciente. Logo, fica explícito a necessidade de medidas e protocolos minuciosos nesse campo da área de saúde e cuidado ao paciente, para que todos os princípios bioéticos sejam cumpridos à risca, a fim de eludir intercorrências evitáveis. Erros médicos podem ocorrer em qualquer fase da terapia com o paciente, podendo ser cometidos também em todos os setores, da atenção básica à terapia intensiva. Um dos erros mais prevalentes e mais perigosos da área da saúde se refere aos erros em prescrição e administração de medicamentos, algo que vem gerando uma tendência mundial de altos índices. Estudo realizado em 2017 e publicado pela Revista Gaúcha de Enfermagem apontou que países como Alemanha, Inglaterra e EUA foram indicadas taxas de 4,78%, 3,22% E 5,64%, respectivamente. Em contrapartida, com taxas mais de 4 vezes superiores que os países citados, o Brasil registra impressionantes 64,3% em taxa de erros de medicação. Esses números alarmantes claramente mostraram a necessidade de medidas que visem diminuir esses índices e sob essa premissa, em 2013 o governo aprovou a implantação do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) o qual visa regular os setores de saúde nacionais através de protocolos de segurança. Contudo, estudo já citado, intitulado ‘’Assistência segura ao paciente no preparo e administração de medicamentos’’, mostrou, após a realização de um estudo, que mesmo com implementação de protocolos, os setores continuam com uma alta taxa de erros, algo extremamente preocupante pois é algo que gera custos desnecessários aos serviços de saúde, danos reversíveis ou irreversíveis ao paciente, possível prolongamento do tempo de permanência no hospital e ações com questões litigiosas. Essa pesquisa mostrou que dos oito itens de verificação para administração segura de medicamentos, apenas 2 tiveram assistência considerada segura (forma e via de administração certas), enquanto 6 tiveram assistência sofrível ou indesejável (medicamento, hora, dose, paciente, registro e orientação certa). Outro dado preocupante do estudo, foi a porcentagem de adesão ao ato de higienizar as mãos antes do preparo e da administração dos medicamentos, onde em 98,8% dos casos, os profissionais não realizavam tal processo. Processo este que é uma das coisas mais simples a serem feitas e que garante prevenção à grande parte das possíveis contaminações. Assim, com base nos estudos apresentados e no que foi estudado ao longo da unidade, algumas questões se fazem necessárias de resposta. Por exemplo, pode se surgir a dúvida a respeito da importância da prescrição e administração segura de medicamento para o paciente e o porquê da necessidade de tantos passos e tantos protocolos; respondendo essa pergunta, a importância desses passos e desses protocolos é garantir a efetividade da assistência médica e também garantir a segurança e o cuidado ao paciente, já que a ausência de algum desses passos pode gerar consequências à sua saúde, além de que a ausência de um protocolo nacional/geral impossibilita a padronização das ações executadas. Ainda, à respeito das dificuldades para prescrição e administração de medicamentos, é válido mencionar a influência da sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, o que interfere diretamente na qualidade das ações executadas, essa sobrecarga diária acaba excluindo do dia-a-dia do profissional ações que ele venha a considerar ‘’menos importantes’’ na tentativa de realizar todas as ações que lhe são solicitadas. Vale considerar que fatores dispersivos também podem vir a dificultar a plena ação de prescrição e administração de medicamentos. Por fim, respondendo a pergunta à respeito de quais ações poderiam vir a facilitar a prescrição e administração eficaz e segura de medicamentos, primeiramente a busca pessoal de cada profissional pelos protocolos, notas e aconselhamentos publicados pelos órgãos públicos, procurando sempre se manter atualizado, uma vez que a pesquisa realizada em um hospital revelou que mais de 50% dos profissionais entrevistados não tinha conhecimento do Protocolo de Segurança na Prescrição, uso e Administração de Medicamentos da ANVISA. Mas ainda, deve haver também interesse das instituições de saúde que empregam esses funcionários a proporcionar educação permanente em saúde a eles, bem como treinamento anual para execução segura dessa prática, pelo menos isto é o que preconiza o protocolo da ANVISA. Há também a utilização do sistema de prescrição eletrônica como medida que facilitaria a essa prática segura, uma vez que essa implementação foi associada a redução em mais de 50% dos fatores de risco para erros de medicação nos aspectos de ilegibilidade, prescrição com nome comercial e presença de itens essenciais que proporcionam prescrição eficaz e segura. Nessa perspectiva, é fato validar que a capacitação padronizada reduz significativamente a probabilidade de erros e favorece a segurança do paciente.
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