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das A Gabarito utoatividades MULTICULTURALISMO Profª. Samanta Marcele Jacinto 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE MULTICULTURALISMO UNIDADE 1 TÓPICO 1 Questão única: Vive-se atualmente o contexto do mundo globalizado, a era da informação. Dentro desta realidade tem-se que o mundo é multicultural. O que, afinal, vem a ser multiculturalismo? O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí, então, surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição, mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes etc., posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si. No Brasil, o convívio multicultural não deveria representar uma dificuldade, afinal, a sociedade brasileira resulta da mistura de raças – negra, branca, índia –, cada uma com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras, numa “quase reciprocidade cultural”. Dessa mistura é que surge um indivíduo que não é branco nem índio, tampouco é negro, mas que é simplesmente brasileiro. Filhos desse hibridismo e tendo como característica marcante o fato de abrigar diversas culturas, nós, brasileiros, deveríamos lidar facilmente com as diferenças. Mas não é exatamente isso o que ocorre. 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Sendo as culturas produto de determinados contextos sociais, se determinada cultura é posta em contato com outra, necessariamente, sob pena de ser sufocada, uma delas se adaptará à outra. Tal exigência de adaptação às necessidades sociais não é especificidade do mundo globalizado. Historicamente, tem-se dado este confronto necessário entre culturas diferentes. Adaptar-se é, enfim, sobreviver. A adaptação das culturas é algo próprio de cada momento, uma vez que a sociedade se transforma conforme se constrói a história. Cada sociedade busca para si aquilo de que necessita em dado momento. Assim, se determinada cultura não lhe serve, então, deverá adaptar-se ou desaparecerá. Nas sociedades contemporâneas, nas quais é preciso diferenciação dos indivíduos para que se identifiquem enquanto seres humanos e enquanto membros de determinado contexto social, e, sobretudo, diante das possibilidades postas pela globalização, o conflito de culturas é inevitável e necessário. A globalização cada vez mais aproxima grupos de culturas diferentes. Assim, a diversidade cultural passa a ser alvo de intensos debates. Um grande desafio colocado por essa realidade é que se pretende o igual, mas ao mesmo tempo, exige-se o diferente. Sejam quais forem as exigências do mundo globalizado, atualmente se afirma a certeza do necessário convívio em uma sociedade cuja realidade é multicultural. Para tanto, é preciso que se reconheçam e se respeitem as diferenças próprias de cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se possa conviver em harmonia, não com os iguais, já que igualdade só deve existir do ponto de vista legal, mas do ponto de vista humano, social, o que nos interessa é realmente ser diferentes. Atualmente, a escola, por se configurar como espaço legítimo onde se dá o processo de socialização, é o ambiente no qual mais se discute a questão da diversidade – cultural, racial, social. No momento atual, para que este processo aconteça é necessário o convívio multicultural que implica respeito ao outro, diálogo com os valores do outro. FONTE: ARAÚJO, Francisca Socorro. Multiculturalidade. Disponível em: <http://www. infoescola.com/sociologia/multiculturalidade/>. Acesso em: 12 jan. 2016. A partir destas informações, redija um texto dissertativo de no mínimo 20 linhas, sobre o multiculturalismo. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) Qual é o conceito de multiculturalismo? b) Em sua opinião, qual é a importância do multiculturalismo? c) O que significa identidade cultural? R.: O multiculturalismo nos remete à existência de várias culturas numa localidade e procura afastar-se da ideia de centralidade de uma cultura única, estabelecendo a coexistência de várias culturas em um mesmo espaço 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O territorial, admitindo a existência de todas as culturas e não renegando nenhuma, é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Através dos estudos multiculturais é possível que se reconheça e se respeite as diferenças próprias de cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se possa conviver em harmonia, pois deixa de lado as representações discriminatórias que são, muitas vezes, provocadas por desconhecimento do outro. Precisamos desconstruir a ideia de cultura única e valorizar todas elas, nas suas manifestações e proporções, possibilitando assim, o conhecimento nas relações que mantemos em todo contexto. A adaptação das culturas é algo próprio de cada momento, reconhecer suas características, “socialmente herdadas e/ou aprendidas”, faz com que os indivíduos adquirem conhecimento para o bom convívio social, buscando para si o que necessita em dado momento, influenciando assim a construção de identidade cultural que faz alusão à construção identitária de cada indivíduo em seu contexto cultural, a qual está relacionada com a forma como vemos o mundo exterior e como nos posicionamos em relação a ele. Neste aspecto, todas as culturas contribuem da mesma maneira na geração de uma nova expressão cultural. TÓPICO 2 Questão única: ESCRAVIDÃO NO BRASIL No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizá- los como mão de obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. O transporte era feito da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar. 6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia. Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão de obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia. No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechandoas portas para estas pessoas. O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi. FONTE: Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm>. Acesso em: 2 fev. 2016. A partir destas informações, redija um texto dissertativo de no mínimo 20 linhas, sobre o multiculturalismo no mundo e no Brasil. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) Apresentação de aspectos que apresentem a questão do multiculturalismo no Brasil. b) Fundamentado na história do multiculturalismo, realize um paralelo no contexto mundial. 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O R.: A sociedade brasileira é resultado da mistura de raças (negros, brancos, índios, etc.), cada um com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras. Vimos que os indígenas, assim como os africanos, foram forçados a trabalhar para os portugueses nas plantações. Tirados à força de suas terras, serviram como mão de obra barata para os burgueses, sendo desrespeitados de todas as formas. Para mudar essa imposição da classe dominante surge o estudo do multiculturalismo, visando abolir o pensamento único. Através do estudo das diferentes culturas, tradições, valores e visão de vida, foi possível desenvolver o diálogo entre culturas diversas para a convivência pacífica e com resultados positivos a ambas. Após muitas lutas o multiculturalismo passou a ser universalista, ou seja, permitiu a propagação e convívio de diferentes ideias, desde que esteja estabelecido um denominador mínimo comum (direitos humanos) entre as partes para o início do diálogo. Esta seria a base para o convívio entre os povos. Através do multiculturalismo está sendo possível superar a existência de grupos oprimidos, de modo a evitar as formas diversas de opressão, exclusão e dominação. Sendo assim, o multiculturalismo passa a ser grande instrumento teórico dos desfavorecidos, que buscam ver assegurada a sua dignidade, por meio da igualdade de oportunidades e do respeito à sua identidade. Atualmente, as sociedades, sob vários aspectos, conferem novos significados aos indivíduos, à sociedade, aos modos de vida, às formas culturais, às etnias e, sobretudo, às minorias, ou seja, tudo pode ser analisado de um modo diferente. TÓPICO 3 Questão única: ABERTURA DOS PORTOS A Abertura dos Portos às Nações Amigas foi um ato (decreto) promulgado por D. João VI em 28 de janeiro de 1808. Foi o primeiro decreto emitido pelo príncipe regente de Portugal, após sua chegada ao Brasil juntamente com a família real portuguesa. 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O A partir destas informações, redija um texto dissertativo de no mínimo 20 linhas, sobre a origem da cultura brasileira e as relações pessoais. Seu texto deve conter: 1. Aspectos da origem da cultura brasileira. 2. Qual é o seu conceito sobre as relações pessoais? 1. Resultado da miscigenação dos diversos grupos étnicos, na cultura brasileira existe uma grande diversidade cultural, consequência também da grande extensão territorial e das características geradas em cada região do país, características essas que se referem aos diferentes costumes de uma Este decreto (carta-régia) abriu os portos do Brasil às nações amigas de Portugal. Desta forma, possibilitou o livre-comércio entre o Brasil com as nações amigas. Vale dizer que a principal nação amiga de Portugal, e que se beneficiou muito desse ato, foi a Grã-Bretanha. De acordo com este decreto, os produtos britânicos podiam entrar no Brasil com taxas alfandegárias (impostos de importação) de 15%. A incidência dos impostos sobre os produtos de outros países era de 24%. As principais consequências da abertura dos portos às nações amigas foram: - O decreto descontinuou o Pacto Colonial, que até então só permitia o comércio entre a colônia (Brasil) e sua Metrópole (Portugal). Portanto, possibilitou o fim do monopólio colonial. - As vantagens dadas aos comerciantes britânicos no comércio com o Brasil fizeram aumentar a dependência do nosso país com relação à Grã-Bretanha. - A entrada de produtos britânicos dificultou a abertura de indústrias brasileiras, pois estas teriam que concorrer com os produtos britânicos que possuíam vantagens alfandegárias, entre outras. - Entrada no Brasil de diversos tipos de produtos britânicos, muitos deles sem relação com as necessidades dos consumidores brasileiros. FONTE: Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/abertura_portos.htm>. Acesso em: 2 fev. 2016. 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. Nossa herança cultural vem dos portugueses, foram eles, os colonizadores, os responsáveis pela formação inicial da população brasileira, através do processo de miscigenação com índios e negros africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do Brasil. Cada povo tentou deixar o Brasil com a cara de seu país de origem, o que gerou uma grande diversidade de costumes. 2. As mudanças nas relações pessoais acontecem dentro de um processo lento, progressivo e sempre em curso, visto que a humanidade não para de evoluir em momento algum. Novos conceitos foram incorporados e adaptados no cotidiano da população para que fosse possível transmitir culturas e conhecer setores específicos de outras sociedades. Nossa capacidade de interagir decorrente à globalização afetou a cultura, criando novos conceitos diante dos vários modos de vida e de cultura presentes dentro de uma só. Graças aos importantes avanços tecnológicos e o desenvolvimento das comunicações de toda parte do mundo, todas as sociedades podem receber informações sobre outras, facilitando assim as relações pessoais. TÓPICO 4 Questão única: [...] A reflexividade da vida social moderna consiste no fato de que as práticas sociais são constantemente examinadas e reformadas à luz de informação renovada sobre estas próprias práticas, alterando assim constitutivamente seu caráter. Temos que elucidar a natureza deste fenômeno. Todas as formas de vida social são parcialmente constituídas pelo conhecimento que os atores têm delas. Saber "como ir adiante" no sentido de Wittgenstein é intrínseco às convenções que são tiradas da, e reproduzidas pela atividade humana. 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Em todas as culturas, as práticas sociais são rotineiramente alteradas à luz de descobertas sucessivas que passam a informá-las. Mas somente na era da modernidade a revisão da convenção é radicalizada para se aplicar (em princípio) a todos os aspectos da vida humana, inclusive à intervenção tecnológica no mundo material. Diz-se com frequência que a modernidade é marcada por um apetite pelo novo, mas talvez isto não seja completamente preciso. O que é característico da modernidade não é uma adoção do novo por si só, mas a suposição da reflexividade indiscriminada – que, é claro, inclui a reflexão sobre a natureza da própria reflexão. Provavelmente estamos, somente agora, no final do século XX, começando a nos dar conta de quão profundamente perturbadora é esta perspectiva. Pois quando as reivindicações da razão substituíram as da tradição, elas pareciam ofereceruma sensação de certeza maior do que a que era propiciada pelo dogma anterior. Mas esta ideia parece persuasiva apenas na medida em que não vemos que a reflexividade da modernidade de fato subverte a razão, pelo menos onde a razão é entendida como o ganho de conhecimento certo. A modernidade é constituída por e através de conhecimento reflexivamente aplicado, mas a equação entre conhecimento e certeza revelou-se erroneamente interpretada. Estamos em grande parte num mundo que é inteiramente constituído através de conhecimento reflexivamente aplicado, mas onde, ao mesmo tempo, não podemos nunca estar seguros de que qualquer elemento dado deste conhecimento não será revisado. [...] FONTE: Disponível em: <http://www.culturaegenero.com.br/download/ consequenciasmodernidade.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2016. A partir destas informações, redija um texto dissertativo de no mínimo 20 linhas, sobre a modernidade e o multiculturalismo. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) Qual é a cultura de referência na sua região? b) Quais são os tipos de exclusão social existentes na sua região? c) Na sua opinião, o que tem causado a marginalidade? R.: Resposta corresponde a cada região. O acadêmico será capaz de analisar a cultura existente em seu espaço territorial e através de uma pesquisa identificar quais os grupos excluídos. Terá a oportunidade, também, de desenvolver pensamento crítico sobre as causas da exclusão e da marginalidade existente. 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O TÓPICO 5 1 Acadêmico, descreva qual é a importância das ações de cunho socioeducativo na prestação de serviços sociais. R.: As ações socioeducativas para o assistente social possibilitam melhor compreensão à prestação de serviços sociais, os quais viabilizam o acesso aos direitos e aos meios de exercê-los, contribuindo para que as necessidades e os interesses dos sujeitos sociais adquiram visibilidade na cena pública e possam ser reconhecidos, estimulando a organização dos diferentes segmentos dos trabalhadores na defesa e ampliação dos seus direitos, especialmente os direitos sociais. Através da prestação de serviços sociais, promove a autonomia e desenvolvimento do ser social em seu cotidiano, buscando a melhoria da qualidade de vida e da sociabilidade, a ampliação da participação social e a consolidação da cidadania. 2 Quais são os efeitos que a globalização trouxe para as sociedades contemporâneas? R.: Os principais efeitos nas sociedades contemporâneas são a ampliação dos diálogos e a diluição de fronteiras culturais decorrentes da evolução das tecnologias da informação e sua influência na constituição do fenômeno multicultural. Busca também a mundialização do espaço geográfico, tentando, através dos meios de comunicação, criar uma sociedade homogênea. UNIDADE 2 TÓPICO 1 Questão única: O JOGO DAS DIFERENÇAS: O MULTICULTURALISMO E SEUS CONTEXTOS Os autores Luiz Alberto Oliveira Gonçalves e Petronilha B. Gonçalves e Silva iniciam apresentando o tema multiculturalismo a partir da ideia de jogo das diferenças, que se constitui nas regras das lutas sociais para vencer o preconceito social, contra mulheres, negros e outros tipos de grupos marginalizados pela sociedade. 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O O objetivo do estudo é refletir sobre questões que envolvem a luta desses oprimidos, mostrando os múltiplos significados atribuídos ao multiculturalismo e a forma como esses significados mudam na dinâmica social. O tema do primeiro capítulo é O multiculturalismo e seus significados. Sobre esse tema é importante ressaltar o movimento das ideias a partir da consciência coletiva e da pluralidade cultural, o que faz com que o termo divida posições. Enquanto alguns se opõem, considerando o multiculturalismo uma proposta ingênua e leviana ou um estímulo à fragmentação da vida social, outros o defendem, atribuindo a ele a ideia de estratégia política de integração social. Outros, ainda, acreditam que há uma cultura que se julga superior às outras e isso impede que exista de fato uma política multicultural. Não há como negar também a influência não apenas das instituições educativas, tais como escolas e universidades, mas também da mídia e veículos de comunicação, na forma como o multiculturalismo se apresenta à sociedade enquanto estratégia política. Embora os autores defendam que não é na escola que se deve buscar a origem do movimento social, mas na cultura de forma geral, não negam a importância da reflexão a partir das práticas educativas. Devido às diferentes visões com que se analisam o tema do multiculturalismo e, portanto, a dificuldade de se fazer uma leitura linear do movimento, os autores optaram por fazer um balanço sócio-histórico de como o fenômeno multicultural se constitui como um dos princípios norteadores de políticas culturais. A origem do fenômeno multicultural se deu nos países em que a diversidade cultural é vista como um problema para a unidade nacional. Desse modo, processos autoritários impõem uma cultura dita superior a toda sociedade. Assim, grupos culturalmente dominados, diante da negação do direito de preservar suas características culturais, reagiram, exigindo reconhecimento e respeito a seus direitos, o que levou à emergência de movimentos multiculturais. Essa luta se ampliou a partir da segunda metade de nosso século, quando a reação se utilizou das organizações políticas e na reivindicação de seus direitos civis. É importante pensar também sobre a forma como os jovens constroem suas identidades por meio de movimentos culturais e da mídia, o que extrapola as fronteiras nacionais e cria novas linguagens e imagens entre a juventude, gerando o que os autores denominam ‘estetas do multiculturalismo’, tais como a etnomúsica e a imagem cinematográfica, que dão uma estética diferente às etnias. 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O No Brasil, o processo multicultural aconteceu de forma bem diferente dos Estados Unidos. No Brasil prevaleceu a mediação de um Estado interventor, o que dissimulou o racismo e fez com que só recentemente os segmentos sociais se mobilizassem. Já nos Estados Unidos, onde o Estado é menos interventor, o multiculturalismo se transformou em um movimento de afirmações étnicas, mas também conflitos sangrentos. Diante dessa diferença, no segundo capítulo é apresentado o Estudo do Multiculturalismo e Educação nos Estados Unidos. Nesse capítulo os autores descrevem e analisam o multiculturalismo e a educação nos Estados Unidos, buscando com isso trazer uma contribuição para reflexão e a tomar decisões no Brasil. Os conflitos entre os diferentes grupos postos à margem da sociedade e aqueles que se têm por hegemônicos forjam um contexto político e intelectual de questionamento das relações sociais. Tais conflitos iniciaram nos anos 60 com a luta de líderes religiosos negros como Martin Luther King e Malcom X e grupos de Black Panther e Black Power incentivaram e impulsionaram o movimento negro em direção à resistência à opressão. Aos poucos começaram a se destacar também outros tipos de movimentos feministas, dos deficientes, homossexuais, empobrecidos, grupos estes que conseguiram apoio das universidades e despertaram o interesse de trabalhos acadêmicos que foram chamados Black Studies. Trata-se de obras de professores negros, que passaram a contribuir com uma disciplina curricular exigida pelo movimento estudantil da época (por volta de 1968). Essa inclusão no currículo incentivou outros grupos étnicos discriminados a promoverem reivindicações. Assim vai surgindo a ideia de repensar a educação em uma perspectiva multiculturalista e de reconhecer e valorizar a importância da diversidade étnica e cultural, dando acesso a todos de oportunidades educacionais. Essa preocupação se estende à formação de professores,já que desde os anos 70 se estabeleceram no país políticas públicas que visam proporcionar iguais oportunidades de educação, integração e justiça social. Esse tipo de informação envolve, entre outras coisas, a oportunidade de oferecer aos professores experiências educativas que ajudem a compreender e valorizar as culturas críticas e injustiças sociais, além de realizar estágios em ambientes específicos e conviver com a cultura dos grupos com que trabalham. A educação multicultural também tem sido alvo de críticas, sob duas tendências, extremista e conservadora. Para os conservadores, a ênfase nas questões étnicas cria separações e divisões. Para os extremistas, a educação multicultural incentiva a mobilização individual, ao invés de criar uma mobilidade coletiva, capaz de realmente transformar a realidade. 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Esses últimos a censuram, ainda, por reduzir soluções para o problema ao âmbito da escola, reconhecendo a necessidade de uma crítica maior em relação aos sistemas de opressão. Concluindo o capítulo, os autores consideram que compreender o multiculturalismo exige algumas ações necessárias: destrinchar referências ideológicas; elucidar encaminhamentos teóricos; descobrir práticas sociais; ressignificar práticas pedagógicas; posicionar-se politicamente; situar-se socialmente. (GOLÇALVES; SILVA. O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos. 2006). Após a leitura deste tópico, redija um texto dissertativo de no mínimo 20 linhas, sobre as leis de proteção aos grupos minoritários. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) Qual foi o propósito da ONU? b) Quais são os direitos exigidos pelos grupos minoritários? c) Na sua opinião, qual foi o objetivo das políticas multiculturalistas no Brasil? R.: A ONU foi criada no fim da Segunda Guerra Mundial, movida pelo ideal urgente de paz mundial. Sua intenção é clara, estabelecer uma ordem mundial fundada na pacificação das relações entre os países, evitando o conflito armado como forma de solucionar os problemas entre os Estados e estabelecer uma plataforma de diálogo entre eles. A ONU possui um conjunto de objetivos e princípios que direcionam suas formas de ação e que são aceitos por todos os países que integram a organização, estando dispostos na Carta das Nações Unidas. Visando estabelecer uma ordem global pacífica, as Nações Unidas buscaram o desenvolvimento do direito internacional, tal como consta no preâmbulo da Carta dessa organização, afirmando que ela busca “estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos”. Entre os principais direitos clamados, existem grupos classificados como minorias ou grupos marginalizados que lutam por tratamento igualitário, autonomia e independência completa. Estudadas por profissionais de diversas áreas do conhecimento, as minorias foram definidas nos séculos XX e XXI. Neste grupo encontram-se os homossexuais, idosos, imigrantes e pessoas que não possuem domicílio fixo. Estes grupos minoritários são grupos marginalizados dentro de uma sociedade devido aos aspectos econômicos, sociais, culturais, físicos ou religiosos. Pensando na superação e conquistas das chamadas minorias, a política multiculturalista visa resistir à homogeneidade cultural, principalmente quando esta homogeneidade é considerada única e legítima, submetendo 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O outras culturas a particularismos e dependência. Para se consolidarem, essas culturas singulares merecem reconhecimento público, devendo ser amparadas e protegidas pela lei. O multiculturalismo opõe-se ao que ele julga ser uma forma de etnocentrismo. TÓPICO 2 1 Conforme estudo deste tópico, associe os itens a seguir: I- Multiculturalismo Conservador. II- Multiculturalismo Humanista Liberal. III- Multiculturalismo Liberal de Esquerda. IV- Multiculturalismo Crítico e de Resistência. ( ) Enfatizar a diferença cultural e realçar a igualdade das raças nas diferenças relativas à classe, gênero e sexualidade. ( ) Compreender a representação da raça, de classe e gênero como resultado de lutas sociais mais amplas sobre signos e significações: apregoar que o conflito está presente e enfatizar não apenas o jogo textual e deslocamento metafórico, mas buscar a transformação das relações sociais culturais e institucionais nas quais os significados culturais são gerados. ( ) Trabalhar a assimilação e o estabelecimento de uma identidade cultural ampla. Ampliando os padrões de desempenho previstos nos capitais culturais da classe média anglo-americana. ( ) Buscar a igualdade natural entre as raças, a equivalência cognitiva, modificando as condições socioculturais e econômicas para se alcançar a igualdade relativa. Assinale a alternativa que representa a sequência CORRETA: a) ( ) II – III – IV – I. b) ( ) I – IV – II – III. c) ( ) IV – III – II – I. d) (x) III – IV – I – II. 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Princípios da Democracia – Liberdade de Expressão A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente, as democracias têm muitas vozes exprimindo ideias e opiniões diferentes e até contrárias. Segundo os teóricos da democracia, um debate livre e aberto resulta geralmente que seja considerada a melhor opção e tem mais probabilidades de evitar erros graves. • A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação lhe permite participar tão plenamente quanto possível na vida pública da sua sociedade e criticar funcionários do governo ou políticas insensatas e tirânicas. Os cidadãos e os seus representantes eleitos reconhecem que a democracia depende de acesso mais amplo possível a ideias, dados e opiniões não sujeitos à censura. • Para um povo livre governar a si mesmo, deve ser livre para se exprimir – aberta, pública e repetidamente; de forma oral ou escrita. • O princípio da liberdade de expressão deve ser protegido pela Constituição de uma democracia, impedindo os ramos legislativo e executivo do governo de impor a censura. • A proteção da liberdade de expressão é um direito chamado negativo, exigindo simplesmente que o governo se abstenha de limitar a expressão, contrariamente à ação direta necessária para os chamados direitos afirmativos. Na sua maioria, as autoridades em uma democracia não se envolvem no conteúdo do discurso escrito ou falado na sociedade. • Os protestos servem para testar qualquer democracia – assim o direito a reunião pacífica é essencial e desempenha um papel fundamental na facilitação do uso da liberdade de expressão. Uma sociedade civil permite o debate vigoroso entre os que estão em profundo desacordo. • A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não é absoluto, e não pode ser usado para justificar a violência, a difamação, a calúnia, a subversão ou a obscenidade. As democracias consolidadas geralmente requerem um alto grau de ameaça para justificar a proibição da liberdade de expressão que possa incitar à violência, a caluniar a reputação de outros, a derrubar um governo constitucional ou a promover um comportamento licencioso. A maioria das democracias também proíbe a expressão que incita ao ódio racial ou étnico. • O desafio para uma democracia é o equilíbrio: defender a liberdade de expressão e de reunião e ao mesmo tempo impedir o discurso que incita à violência, à intimidação ou à subversão. FONTE: Disponível em: <http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/speech.htm>. Acesso em: 22 abr. 2016. 2 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T IC U L T U R A L I S M O A partir destas informações, redija um texto dissertativo de no mínimo 20 linhas, sobre as PRINCIPAIS CORRENTES DO MULTICULTURALISMO. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) Deve apresentar os principais aspectos de cada corrente multicultural. b) Deve realizar uma análise crítica com relação ao princípio da Liberdade de Expressão, correlacionando com as questões multiculturais. R.: A resposta deve apresentar: - A interprretação da questão de liberdade de expressão. - A importância da liberdade de expressão no processo democrático. - A participação da sociedade no regime democrático. TÓPICO 3 Antes de responder à questão, leia atentamente o texto que segue: A JUSTIÇA SANITÁRIA NA AGENDA BIOÉTICA Nos países latino-americanos, de modo geral, e no Brasil, especificamente, o tema da justiça sanitária faz parte da agenda bioética. As imensas desigualdades no acesso aos recursos, a tudo que caracteriza a qualidade de vida, tornam esse tema efetivamente orgânico quando se pretende aplicar a ética para garantir a dignidade da vida humana. Isso não significa que em outras regiões do mundo o assunto seja aceito pacificamente. Pelo contrário, em alguns países desenvolvidos e mesmo em determinados núcleos acadêmicos das nações em desenvolvimento, existem fortes resistências à utilização, no campo sanitário, dos paradigmas referenciais da bioética, que se volta preferencialmente à biotecnologia e, com a mesma ênfase, recusa a politização da pauta bioética internacional. Duas são as razões básicas para essa resistência. Em primeiro lugar, o preciosismo acadêmico de alguns estudiosos da área que, utilizando a lógica formal e assépticas argumentações teóricas, tentam desqualificar o academicismo do debate sociopolítico da bioética, afirmando que a temática política, que inclui temas da saúde pública e coletiva, como a inclusão social e outros, está fora do escopo epistemológico da disciplina, constituindo na realidade outra área, que denominam de “biopolítica” (KOTTOW, 2005). Em relação a essa primeira razão, pode-se questionar o sentido intrínseco de tal posicionamento. Como aponta Castoriadis, o filósofo foi, desde o início da civilização grega, um cidadão plenamente inserido no seio da sociedade da qual fazia parte, a polis, atuando como tal na vida social, a exemplo de Sócrates. 18 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Dessa forma, a filosofia se dedicava a questionar a ordem estabelecida, em lugar de meramente justificar sua reprodução por meio de fórmulas que se descolam da realidade concreta, experimentada cotidianamente. Desde Platão e, de maneira crescente em Kant e outros filósofos modernos, a dissociação entre a razão e a ação vem provocando um tipo de “perversidade edificante” que privilegia a primeira em detrimento da segunda. Tal tendência, que na pós-modernidade ganhou contornos de niilismo estagnado, impede tanto a reflexão quanto a ação – o processo dialético – que hoje é indispensável na medida em que a tecnociência institui novas fronteiras para o exercício do poder. Esse limite não se restringe apenas ao adestramento da corporeidade pelo desempenho “autônomo” das regras e normas sociais, como sempre aconteceu. Pela ação da tecnologia, o controle social imiscui-se nesse mesmo corpo e recria-o a partir de uma linha divisória que secciona inexoravelmente aqueles que têm direito à qualidade de vida e bem-estar, dos demais que, privados disso, são cerceados à condição de sustentáculos da desigualdade. FONTE: Disponível em: <http://fri.bioetica.org/bibliografia/garrafa.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2016. A partir destas informações, redija um texto dissertativo de no mínimo 20 linhas, sobre os grupos excluídos e inclusão no multiculturalismo. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos: a) Descreva o que é exclusão social. b) Qual a importância da inclusão social? R.: Exclusão social são grupos ou pessoas que se encontram em dificuldades/ problemas sociais que o levam ao isolamento e até à discriminação. Existem diversos tipos de exclusão, são elas: exclusão econômica, exclusão social, exclusão cultural, exclusão patológica e exclusão comportamental. A inclusão social está ligada a todas as pessoas que não têm as mesmas oportunidades ou que de alguma forma são colocadas à margem da sociedade. Ela perpassa pelo atendimento às suas necessidades. Em suas diferentes faces, é efetivada por meio de políticas públicas, que além de oficializar, devem viabilizar a inserção dos indivíduos aos meios sociais. Assim, inclusão social significa torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da Sociedade, do Estado e do Poder Público. TÓPICO 4 Prezado acadêmico, leia primeiramente o texto a seguir: 19UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O MOVIMENTOS SOCIAIS Os movimentos sociais são as expressões da organização da sociedade civil. Agem de forma coletiva como resistência à exclusão e luta pela inclusão social. É nas ações destes que se apresentam as demandas sociais que determinada classe social enfrenta, se materializando em atividades de manifestações como ocupações e passeatas em ruas provocando uma mobilização social, despertando uma sensibilização na consciência dos demais indivíduos. Como diz Maria Glória Gohn: “ao realizar essas ações, projetam em seus participantes sentimentos de pertencimento social. Aqueles que eram excluídos passam a se sentir incluídos em algum tipo de ação de um grupo ativo” (2011, p. 336). Para André Frank e Marta Fuentes, os Movimentos Sociais se baseiam “num sentimento de moralidade e (in)justiça e num poder social baseado na mobilização social contra as privações (exclusões) e pela sobrevivência e identidade” (1989, p. 19). É com uma vigorosa capacidade de mobilização que “[...] os sindicatos, as ONGs e os diversos movimentos de luta conquistaram importantes direitos de cidadania ao longo da história brasileira” (LAMBERTUCCI, 2009, p. 82). É preciso fazer uma distinção entre movimentos sociais e protestos sociais. O simples fato de ir às ruas protestar contra a corrupção, por exemplo, não caracteriza um movimento social. Uma ação esporádica, ainda que mobilize um grande número de manifestantes, pode ter em seu coletivo representantes de movimentos sociais e populares, mas não caracteriza um movimento social como tal. Tais protestos e mobilização podem ser frutos da articulação de atores de movimentos sociais, ONGs, tanto quanto podem incluir cidadãos comuns que não estão necessariamente ligados a movimentos organizados, como tais: Alguns exemplos ilustram essa forma de organização, incluindo vários setores de participantes: a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, de Goiânia a Brasília (maio de 2005), foi organizada por articulações de base como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Grito dos Excluídos e o próprio MST e por outras, transnacionais, como a Via Campesina. Também se realizaram articulações com universidades, comunidades, igrejas, através do encaminhamento de debates prévios à marcha. A Parada do Orgulho Gay tem aumentado expressivamente a cada ano, desde seu início em 1995 no Rio de Janeiro, fortalecendo-se através de redes nacionais, como a ABGLT, de grupos locais e simpatizantes. A Marcha da Reforma Urbana, em Brasília (outubro de 2005), resultou não só da articulação de organizações de base urbana (Sem Teto e outras), mas também de uma integração mais ampla com a Plataforma Brasileira de Ação Global contra a Pobreza. A Marcha Mundial das Mulheres tem sido integrada por organizações civis de todos os continentes (SCHERER-WARREN, 2006, p. 112). 20 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Para haver esses movimentos sociais os motivos são os mais diversos, em geral são frutos da insatisfação popular frente à má gestãodos líderes políticos então eleitos pelo povo, que reivindicam ações efetivas para os quais foram eleitos, em áreas como Saúde, Educação, Meio Ambiente, habitação, entre outras demandas não atendidas, fomentando indignação no povo e levando este a realizar movimentos e manifestações populares. Maria Glória Gohn (2014) define as características de um movimento social: possui liderança, base, demanda, opositores e antagonistas, conflitos sociais, um projeto sociopolítico, entre outros. Ilse Scherer-Warren (2006) concorda com Maria Glória ao definir em sentido amplo os movimentos sociais em torno de uma identificação de sujeitos coletivos que possui adversários e opositores em torno de um projeto social. Veja-se por exemplo o Movimento Negro e Movimento Indígena, que une-se pela força de uma identidade étnica (negra ou índia) e combatem o adversário do colonialismo, racismo e expropriação, tendo como projeto de luta o reconhecimento de sua identidade, suas tradições, valores e até mesmo de manutenção de um território que vive sob constante ameaça de invasão (os quilombos, no caso dos negros, e a luta pela demarcação de terras indígenas). Delson Ferreira (2003) define os movimentos sociais a partir das ações de grupos organizados que objetivam determinados fins, ou seja, os movimentos sociais se definem por uma ação coletiva de um grupo organizado e que objetiva alcançar mudanças sociais por meio da luta política, em função de valores ideológicos compartilhados questionando uma determinada realidade que se caracteriza por algo impeditivo da realização dos anseios de tal movimento. Com a luta dos movimentos sociais ampliou-se o leque de atores sociais e surgiram novas facetas à cidadania, com ênfase na responsabilidade dos cidadãos na elaboração de Políticas Públicas, com espaços criados institucionalmente para esta parceria entre Estado e sociedade civil, como é o caso, por exemplo, dos conselhos gestores de políticas públicas. “Novos e antigos atores sociais fixarão suas metas na conquista de espaços na sociedade política, especialmente nas parcerias que se abrem entre governo e sociedade civil organizada, por meio de Políticas Públicas” (GOHN, 2014, p. 58). E como afirma Antonio Lambertucci – então secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República na época do governo Lula: “[...] as contribuições dos movimentos e organizações sociais impactam as políticas públicas e são garantias de execução [...] Isto significa uma mudança na relação com a sociedade civil e um autêntico reconhecimento do papel das entidades” (2009, p. 72). Antonio Lambertucci chama atenção ainda para o fato de como tais organizações e movimentos sociais constituem espaços de participação em uma grande rede entre indivíduos, sendo através destas redes que “[...] os atores sociais formam opinião, se expressam, fazem sua vontade ganhar poder coletivo e, assim, interferem nos destinos do país” (2009, p. 82). Além disso, em tempos de tecnologia e cibercultura, vale ressaltar também como nossa época é marcada pela comunicação em massa das redes sociais na internet, 21UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O levando à ocorrência de marchas pelas ruas onde os manifestantes se mobilizam através de redes sociais, como o Movimento #VemPraRua ocorrido no Brasil em 2013 e outras manifestações ocorridas em vários países da Europa e da África. Manifestações, marchas e ocupações que “[...] simbolizam uma nova forma de fazer política. Não a política partidária, oficial, mas a política no sentido dos gregos, do cidadão que se manifesta e discute na praça pública” (GOHN, 2014, p. 75). Estas novas formas de protestos com as novas TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação) criaram o conceito de ciberativismo: uma forma de ativismo realizado através de tecnologias de informação e comunicação, principalmente através da internet. A utilização das informações por meio da internet passou a ter maior visibilidade não só pelo baixo custo e eficácia na resposta a curto, médio e longo prazo pela comunidade virtual, como pela facilidade e velocidade com que as informações podem ir de um extremo a outro do planeta. Um exemplo claro disto é por meio da Comunidade Avaaz.org: o mundo em ação <www.avaaz.org/po/index.php>. Uma comunidade de mobilização on-line que encoraja as pessoas a criarem suas próprias campanhas e petições públicas que permite às pessoas iniciarem campanhas ao redor do mundo, usando o ciberespaço. FONTE: Disponível em: <http://www.portalconscienciapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-politica/ movimentos-sociais/>. Acesso em: 28 mar. 2016. Após a leitura desse tópico, faça um texto de no mínimo 20 linhas sobre os movimentos sociais e suas consequências. R.: MOVIMENTOS SOCIAIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS A existência dos movimentos sociais é de fundamental importância para a sociedade civil enquanto meio de manifestações e reivindicações. Em linhas gerais, seu conceito se refere à ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por tensões sociais. Algumas lutas que iniciaram com os movimentos sociais são de causa operária, movimento negro, movimento estudantil, movimento feminista, movimentos ambientais, movimento rural, entre outros... As manifestações dos movimentos sociais são a forma utilizada para exigir cidadania e reivindicações de direitos. É nas ações dos movimentos que se apresentam as demandas sociais. Ao realizar essas ações, projetam em seus participantes sentimentos de pertencimento social. Em geral, os movimentos sociais são frutos da insatisfação popular frente à má gestão dos líderes políticos. 22 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O Sabemos que as conquistas já alcançadas resultaram em muitas mortes e/ou violência, porém, através dos movimentos sociais ampliou-se o leque de atores sociais e surgiram novas facetas à cidadania com ênfase na responsabilidade dos cidadãos na elaboração de políticas públicas, com espaços criados institucionalmente para esta parceria entre Estado e sociedade civil. Portanto, o movimento social refere-se à perspectiva de mudança social, isto é, a possibilidade de superação das condições de opressão e da construção de uma nova forma de sociedade. TÓPICO 5 QUESTÃO ÚNICA: Descreva as características dos seguintes movimentos sociais: GRUPOS CARACTERÍSTICAS NEGROS - combate ao racismo - luta por direitos civis - igualdade de oportunidades MULHERES - exercer a cidadania - igualdade no trabalho - direitos civis RELIGIÃO - liberdade à religião - defender e propagar suas crenças LGBT - liberdade sexual - direitos civis 23UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Qual é o modelo de regime que imperava na Grécia? Como era o modo de fazer política da época? R.: O período que imperava era o regime aristocrático, com esse modo de fazer política eram aceitos como cidadãos apenas os nascidos em terras gregas. 2 Como eram denominados os plebeus? Quais atividades desempenhavam? R.: Os plebeus eram homens livres, porém sem direitos, como exemplo, o de participar do exército, suas principais atividades eram com artesanato e comércio. 3 O período do Iluminismo representou uma grande transição. Foi esse o período das revoluções sociais, das transformações políticas e econômicas. Nesse contexto, responda qual foi o principal objetivo pelo qual a burguesia lutava? R.: A burguesia lutava para conseguir poder. Apesar de seu desenvolvimento econômico e do apoio recebido do mercantilismo, essa camada ainda não havia se afirmado politicamente. Dessa maneira, passou a contar com as formulações de uma nova inteligência, disposta a lutar contra os valores e as injustiçaspraticadas pelo clero e pela nobreza. 4 Marshall foi um dos principais intelectuais a se debruçarem sobre o assunto de cidadania; em seu livro “Cidadania, classe social e status” podemos compreendê-la melhor. Ele identifica três dimensões básicas para a cidadania. Responda V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: (F) Os direitos sociais foram conquistados completamente ao longo do século XX. (F) Os direitos civis foram conquistados no século XX e seriam “os direitos necessários à liberdade individual – liberdade de ir e vir, liberdade de imprensa”. 24 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O (V) Direitos políticos estão relacionados “à participação no exercício do poder político, como membro de um organismo investido de autoridade política ou como um eleitor dos membros de tal organismo”. (V) Direitos sociais foram conquistados ao longo do século XX, os direitos sociais dizem respeito a tudo o que vai desde o direito a um mínimo de bem-estar econômico e segurança até o direito de participar, por completo. Assinale a alternativa que contempla a sequência correta. a) ( ) V – F – V – V. b) (x) F – F – V – V. c) ( ) V – F – V – F. d) ( ) F – V – F – V. TÓPICO 2 1 Descreva três exemplos em que a globalização se fez presente em seu cotidiano positivamente. R.: Conectar-se através da internet a pessoas de outros continentes; importar produtos de outros países; melhores meios de transportes. 2 Responda, com suas palavras, qual a importância de uma boa qualificação profissional tendo em vista o pleno desenvolvimento da globalização no Brasil atual. R.: Através da qualificação profissional o indivíduo passa a aprimorar suas habilidades para executar funções específicas demandadas pelo mercado de trabalho. Dessa forma, a qualificação torna-se uma ferramenta fundamental para as pessoas que almejam conquistar sucesso em sua carreira profissional, pois o desenvolvimento da globalização não para de crescer, exigindo do profissional constante aprendizagem. 3 No quadro a seguir, escreva os pontos positivos e os negativos da globalização. PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS - Diluição das fronteiras - Aumento do comércio mundial - Geração de empregos - Aspectos científicos - Aspectos culturais - Contaminação de vários países - Desigualdade - Distorções cambiais - Especulação financeira 25UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES M U L T I C U L T U R A L I S M O TÓPICO 3 1 No quadro a seguir, descreva a importância do instrumento técnico- operativo do assistente social. Entrevista Instrumento utilizado para levantamento e registro de informações, visa compor a história de vida, definir procedimentos metodológicos, e colaborar no diagnóstico social. Visita domiciliar Objetiva conhecer as condições em que vivem os sujeitos e apreender aspectos do seu cotidiano e das suas relações, considerando as particularidades de seu contexto sociocultural. Observação Visa perceber e/ou tomar conhecimento de um fato ou conhecimento que ajude a explicar a compreensão da realidade do sujeito e encontrar os caminhos necessários aos objetivos a serem alcançados. Análise documental Este instrumento é utilizado com base para a investigação e direcionamento, visa analisar os registros da ação profissional nos diferentes momentos do trabalho, constituindo-se de informações para o exercício profissional. 2 Após obter conhecimento através da leitura desse tópico, descreva com suas palavras a importância do estudo social. R.: O estudo social é um processo metodológico específico do Serviço Social. Tem por finalidade conhecer com profundidade, e de forma crítica, uma determinada situação ou expressão da questão social, especialmente nos aspectos socioeconômicos e culturais. O assistente social vem utilizando o estudo social nas mais diversas áreas e modalidades, orientando o seu trabalho, tanto na fase de planejamento de certas intervenções, como também, demonstrar a situação sobre uma realidade investigada ou trabalhada. Para realizá-lo utilizam-se instrumentais técnico-metodológicos, sendo eles: a entrevista, a visita domiciliar, a observação e a análise documental. 3 Em sua opinião, qual é a importância da comunicação para o assistente social? R.: A comunicação é de suma importância para o trabalho do assistente social, pois através dela é que apreendemos os modos de pensamento e de ação, as crenças, valores e hábitos, ou seja, as qualidades essenciais da 26 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD M U L T I C U L T U R A L I S M O sociedade e a natureza do ser social. É importante também o uso correto das palavras, principalmente para a fala do assistente social. Sua habilidade de comunicação interpessoal é extremamente exigida no âmbito profissional, permitindo ao indivíduo o desenvolvimento das sensações de segurança, autoconfiança, firmeza, credibilidade e enriquecimento interno. TÓPICO 4 1 Após a leitura do tópico, descreva qual é o dever do Estado. R.: O Estado tem inúmeros deveres (art. 9), dentre eles estão a saúde, segurança, moradia, educação, emprego e bem-estar social. Todos esses direitos são garantidos pela Constituição Federal, porém, na maioria das vezes, o Estado não consegue cumprir com suas obrigações. 2 O que é desigualdade social? R.: A desigualdade social compreende diversos tipos, desde desigualdade de oportunidade, desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero etc. De modo geral, a desigualdade econômica, “a mais conhecida”, é chamada imprecisamente de desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda.
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