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Josué Mallmann Centenaro Métodos de controle Antissepsia: consiste na desinfecção do local ou organismo que já foi infectado, através de produtos antissépticos (microbicidas ou microbiostáticos, por exemplo) que reduzem ou eliminam os microrganismos. É o processo que visa reduzir ou inibir o crescimento de microrganismos multirresistentes na pele ou nas mucosas. Há vários tipos de produtos que podem ser usados: água e sabão comum, clorexidina (tipo de detergente), compostos à base de iodo, triclosan (gel desinfetante à base de álcool). Assepsia: é o conjunto de procedimentos que visam impedir a introdução de germes patogênicos em determinado organismo, ambiente e objetos. É a ausência de matérias sépticas (germes e bactérias infecciosas ou patogênicas, por exemplo) em determinados ambientes, através de um conjunto de medidas que impedem a entrada e a proliferação dos agentes contaminadores. A falta de assepsia nos ambientes é a principal causa da propagação das infecções por microrganismos como vírus, bactérias, protozoários e fungos. A assepsia pode ser feita de diversas formas, entre elas a desinfecção e a esterilização, que é realizada mediante a aplicação de substâncias que ajudam a destruir os agentes infecciosos. Esterilização: o objetivo é eliminar microrganismos, inclusive endósporos bacterianos, que possam estar presentes nos instrumentos. A esterilização pode ser feita por vários métodos: Calor: calor seco (estufa – garante uma boa esterilização, é demorado, temperatura de 170°C durante 120 a 150 minutos) ou calor úmido (fervura dos instrumentos – não é um método 100% efetivo; autoclave – é um aparelho que consegue esterilizar materiais e artigos médico-hospitalares por meio do calor úmido sob pressão, é bastante efetivo e causa poucos danos aos instrumentos). Radiação: pode ser feita através de raios UV, que podem ser utilizados em equipamentos já embalados, como cateteres e seringas, ou raios Gama, Alfa ou X. Substâncias químicas: podem ser líquidas ou gasosas, são capazes de eliminar bactérias, vírus e até fungos. Desinfecção: serve para eliminar microrganismos pelo uso de desinfetantes. Ela é fundamental, mas antes de mais nada é preciso lavar os instrumentos, para depois, desinfetá-los. Os desinfetantes podem perder o seu efeito na presença de sujeiras e contribuir para que os micróbios fiquem resistentes a eles. Os desinfetantes comumente usados são os álcoois, compostos clorados, formaldeído, iodóforos, peróxido de hidrogênio, ácido peracético, compostos fenólicos e quaternário de amônia. Substâncias de controle Bactericidas: também chamados de germicidas ou microbicidas, são antibióticos que com o tempo destroem a bactéria, por meio de diversos mecanismos, destruição da parede celular, inibição da síntese proteica, inibição na síntese do ácido fólico, eliminando a bactéria. Bacteriostáticos: são os que inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte imediata, sendo reversível o efeito, uma vez retirada a droga. Viricida: é qualquer agente físico ou químico que desativa, neutraliza ou destrói vírus. Refere-se geralmente a um produto de limpeza ou desinfetante pois essencialmente difere de um medicamento antiviral, ou seja, que inibe a proliferação de um vírus num processo infeccioso. Fungicida: é um pesticida que destrói ou inibe a ação dos fungos que geralmente atacam as plantas. A utilização de fungicidas sintéticos é muito comum na agricultura convencional, e representa um sério risco ao homem e ao meio-ambiente, por se tratar de um produto muito tóxico e perigoso. O corpo do animal é estéril onde não tem contato com o meio externo. Antimicrobianos Existem algumas formas com que agem os antimicrobianos. Desnaturação proteica: alteração da estrutura da proteína. A conformação da molécula proteica é destruída, e a proteína é inativada, ou seja, não exerce suas funções normais. Como a estrutura celular tem proteínas, ocorrem alterações da permeabilidade celular, além disso, são observadas alterações no metabolismo celular; Desnaturação temporária: quando um agente químico causa desnaturação temporária, ele é um agente bacteriostático (inibe o crescimento bacteriano); Desnaturação permanente: quando um agente químico causa desnaturação permanente, ele é um agente bactericida (mata a bactéria), pois não ocorre a reconfiguração da proteína; Álcool etílico e isopropílico: muito usado na assistência à saúde, como no preparo da pele para procedimentos invasivos (cirurgias e punções), higienização das mãos, desinfecção de superfícies e materiais (termômetros). É bactericida, fungicida e viricida, matando os microrganismos na superfície da pele, mas não os localizados nos poros da pele. É mais eficiente a 70% concentrado. Um pouco de água deve estar presente para os álcoois atuarem como desinfetantes, pois eles agem hidrolisando as proteínas (levando à desnaturação permanente) e a água é necessária para essas reações de hidrólise; Além disso, o álcool a 70% penetra mais profundamente do que o álcool puro na maioria dos materiais a serem desinfetados; Agentes alquilantes: doam o grupo metila a grupos funcionais ácidos nucleicos (impedindo a síntese de proteínas), também podem doar para proteínas, quebrando suas estruturas (desnaturação). Formaldeído: inativa o vírus; Glutaraldeído: mata endosporos, esteriliza equipamentos; Óxido de etileno: é um gás que mata endosporos e esteriliza materiais; O sabão faz com que os lipídeos do envelope se desnaturem. Fatores que influenciam nos antimicrobianos Tempo de ação: um tempo adequado é necessário para que o produto possa matar o número máximo de organismos. Os microrganismos não morrem todos de uma só vez. Uma proporção definida dos microrganismos morre em um dado intervalo de tempo; Taxa de morte microbiana Tempo (min) Mortes (min) Sobreviventes 0 0 1.000.000 1 900.000 100.000 2 90.000 10.000 3 9.000 1.000 4 900 100 5 90 10 6 9 1 Quanto maior o número de microrganismos, mais tempo se leva para eliminar toda a população; Concentração do princípio ativo: aumentando-se a concentração, pode-se aumentar o efeito da maioria dos agentes antimicrobianos. Altas concentrações podem ser bactericidas, ao passo que concentrações mais baixas podem ser bacteriostáticas ou não funcionar. Os agentes antimicrobianos são usados em concentrações altas e por um período de tempo adequado para provocar a desnaturação permanente das proteínas; Temperatura: a mortalidade é acelerada pelo aumento da temperatura. O aumento da temperatura em 10°C duplica a velocidade das reações químicas, aumentando a eficácia do agente químico; Presença de matéria orgânica: sangue, vômitos, fezes, muco podem inibir a ação de antimicrobianos químicos. A limpeza prévia com água e sabão (antes de um procedimento invasivo) para eliminação da matéria orgânica; Antimicrobianos físicos Calor seco ou Forno de Pasteur: usado para esterilizar objetos de metal e vidro. São esterilizados quando submetidos a 171°C durante 1 hora. Nesse método, não pode haver umidade durante a esterilização; Calor úmido, vapor ou esterilização: pode ser realizado de duas formas, com água fervente ou com a máquina de autoclave. Água fervente: destrói células vegetativas, inativa os vírus, mas não mata endosporos; Autoclave: a água é aquecida sob pressão, seu ponto de ebulição é elevado, assim, temperaturas acima de 100°C podem ser alcançadas. A temperatura chega a 121°C, que é alta o suficiente para matar os endosporos; Filtração: é a passagem de um líquido através de um filtro, onde bactérias são retidas. A esterilização por filtração necessita de filtros com poros bem pequenos. Quimioterapiaantimicrobiana Agente quimioterápico ou antimicróbicos: agentes químicos, naturais ou sintéticos, usados no tratamento de doenças. Atuam matando ou inibindo o desenvolvimento dos microrganismos, em concentrações baixas o suficiente para evitar efeitos danosos ao paciente. Antibiótico: grupo de agentes quimioterápicos (maioria), que se constituem em produtos microbianos ou derivados. São produtos do metabolismo secundário (quando a célula entra em fase estacionária), não essenciais para o crescimento ou reprodução, sendo sua síntese dependente da composição do meio (podem ser super produzidos). São geralmente compostos complexos, cuja síntese envolve várias etapas enzimáticas, sendo as enzimas reguladas separadamente das do metabolismo primário. Via de regra, a produção de antibióticos está associada ao fenômeno de quorum sensing. Sua função é controlar o crescimento de bactérias. São substâncias naturais, como a penicilina; Sulfonamidas (sulfas): são inibidoras competitivas da enzima bacteriana sintetase de dihidroperoato. A enzima catalisa uma reação necessária à síntese de ácido fólico, necessário para a síntese de precursores de DNA e RNA) nas bactérias. Consequentemente, o DNA bacteriano não é replicado e proteínas não são sintetizadas. Como as células humanas obtêm o seu ácido fólico da dieta, e não possuem a enzima, não são afetadas. As bactérias, no entanto, são incapazes de absorvê-lo, e precisam produzi-lo, logo elas são afetadas nas doses usadas e param de se reproduzir; As sulfonamidas podem ser produzidas em laboratório; Algumas sulfonamidas podem ser carcinogênicas e estima-se que aproximadamente 5% dos pacientes humanos que são tratados com sulfonamidas sofram com efeitos colaterais; No entanto, o amplo uso de medicamentos veterinários pode ser responável pelo aparecimento de cepas de bactérias resistêntes; Propriedades dos agentes antimicrobianos Toxicidade seletiva: o anitimicrobiano deve causar danos aos micróbios sem causar dano significativo ao hospedeiro. A droga/medicamento ideal deve atuar sobre uma estrutura ou função microbiana importante que não seja a mesma do hospedeiro. Ela é expressa em termos do índice terapêutico relação B/A, onde A (dose terapêutica – concentração para o tratamento) e B (dose tóxica – concentração a partir da qual é tóxica); Por este motivo é difícil de se encontrar um medicamento antiviral, por conta da toxicidade seletiva; Os medicamentos existentes atuam na neuraminidase (reconhece o ácido siálico da membrana celular e realiza sua função de ajudar o vírus a deixar a célula invadida. Ela também se localiza no envelope do vírus e é a segunda proteína mais comum, depois da hemaglutinina. Sua capacidade de reconhecer e cortar o ácido siálico é comprometida por inibidores, que utilizamos como drogas antivirais. Sua variação causada por mutações no material genético do Influenza é o que permite que variantes novas deixem de ser reconhecidas pelo sistema imune) e a DNA polimerase (capaz de sintetizar uma nova fita de DNA a partir de uma fita molde e agrega nucleotídeos na extremidade 3’ da fita de DNA); Podem atuar, por exemplo, nos ribossomos das bactérias que estão nos indivíduos, os nos metabólitos do microrganismo; O vírus da HIV atua inibindo a transcriptase reversa, pois o RNA vírus transforma RNA em DNA, assim, o indivíduo infectado não consegue produzir suas proteínas; Drogas que atuem sobre funções microbianas inexistentes em eucariotos geralmente tem maior toxicidade seletiva e índice terapêutico (Penicilina); Anfotericina B: é um agente antifúngico que tem como alvo o ergosterol (principal esterol fúngico, componente da membrana plasmática dos fungos. O principal caminho para a produção do ergosterol e seu percursor é a Acetil-CoA). Liga-se ao ergosterol e cria um poro na membrana celular, perda de conteúdo celular e, posteriormente, ocorre a morte celular; Penicilinas e cefalosporinas: as drogas se ligam a uma proteína presente na membrana interna bacteriana (PBP), interferindo na síntese de parede celular bacteriana (peptídeoglicano). Sem controle osmótico exercido pela parede, há entrada de água e a bactéria lisa; o As cefalosporinas estão bem presentes nas bactérias Gram-positivas pois apresentam uma espessa parede de peptideoglicanos; Todo antiviral, antifúngico e antibacteriano possuem toxicidade seletiva; Espectro de atividade: é a quantidade de diferentes micróbios contra os quais um agente antimicrobiano atua. Geralmente os antimicrobianos são de pequeno ou de amplo espectro. Atualmente, uma série de laboratórios vem trabalhando em busca de isolar e purificar antimicrobianos de espectro restrito, que atuam especificamente sobre um ou um pequeno número de microrganismos. No entanto, atualmente os antibióticos comercializados enquadram-se nas categorias de pequeno e amplo espectro de ação. Tetraciclinas: grupo de antibióticos naturais ou semissintéticos usados no tratamento de um amplo espectro de bactérias tanto Gram- negativas quanto gram-positivas e alguns protozoários e até alguns fungos. Não funciona contra vírus. São produzidos por diversas espécies de Streptomyces; Isoniazida: um fármaco antibiótico, usado como primeira escolha no tratamento da tuberculose. É menos tóxico, mais eficaz e mais barato que seus similares e disponível em combinações; Mecanismos de ação: podem apresentar diferentes maneiras para atuar contra os microrganismos. Inibição da síntese da parede celular: penicilina, bacitracina e cefalosporina; Destruição da função da membrana celular: polimixina, anfotericina B; o Polimixina: liga-se à porção lipídeo A do lipopolissacarídeo (LPS). Isso rompe a membrana externa da bacteria Gram- negativa; o Anfotericina B é um agente antifúngico que tem como alvo o ergosterol. Liga-se ao ergosterol e cria poro na membrana celular, ocorre a perda de conteúdo celular e morte da célula; Inibição da síntese de proteínas: tetraciclina, eritromicina, estreptomicina, cloranfenicol; Inibição da síntese de ácidos nucleicos: rifamicina, quinolonas; o Análogo das purinas e pirimidinas (nucleotídeos); o Nucleosídeos: interrompem a formação da cadeia de DNA ou RNA; o Aciclovir: análogo da guanina. É incorporado mais rapidamente nas células infectadas por vírus do que nas células normais (menor toxicidade); o AZT ou Zidovudina: análogo da timina. Afinidade pela transcriptase reversa do HIV e não pela polimerase humana, inibição seletiva da replicação viral sem bloquear a replicação celular. Por ser análogo da timina, vai atuar sobre o DNA e não sobre o RNA; Antimetabólitos: sulfonamidas, trimetoprim; Resistência dos microrganismos Um microrganismo antes susceptivel à ação de um antibiótico não é mais afetado por conta dos fatores que serão abordados. Resistência adquirida: por meio de alterações genéticas no cromossomo ou pela aquisição de plasmídeos. O antimicrobiano não induz a resistência. Ela já existe no microrganismo, o antimicrobiano cria um ambiente que favorece a sobrevivência de cepas resistentes (seleção natural); Resistência natural: ausência da estrutura, ou via metabólica alvo. Dentre os principais mecanismos de resistência pode- se citar: Impermeabilidade à droga: muitas bactérias Gram-negativas são resistentes à penicilina por serem impermeáveis à droga, ou por apresentarem alterações em proteínas de ligação à penicilina. No caso das sulfonamidas, o microrganismo pode também apresentar uma menor permeabilidade à droga; Inativação: muitas drogas são inativadas por enzimas codificadas pelos microrganismos. Por exemplo, a penicilinase (β-lactamase) é uma enzima que cliva o anel β-lactâmico inativando a droga.Outras drogas podem ser inativadas em decorrência de modificações introduzidas pelo microrganismo, tais como a adição de grupamentos químicos. Assim, muitos microrganismos são capazes de promover a fosforilação ou acetilação de antibióticos; Modificação de enzima ou estrutura alvo: por exemplo, alterações na molécula do rRNA 23S (no caso de resistência à eritromicina e cloranfenicol), alteração da enzima, no caso de drogas que atuam no metabolismo, ou uso de vias metabólicas alternativas; Bombeamento para o meio: efluxo (saída de uma determinada substância para o exterior de uma célula) da droga. No caso da resistência às tetraciclinas, em bactérias entéricas; Geração de antibióticos O primeiro antibiótico, produzido por seres vivos e de ampla utilização, foi descoberto pelo médico inglês Alexander Fleming e chamado de penicilina. Fleming descobriu a penicilina quando estudava a bactéria Staphylococcus aureus, a qual era responsável por causar infecções graves em ferimentos em soldados. Seus estudos iniciaram-se em 1928, logo após a Primeira Guerra Mundial. Fleming, após longo período de estudo, resolveu dar uma pausa nas pesquisas por alguns dias. Ele então esqueceu algumas culturas de bactéria expostas ao meio ambiente, o que provocou a contaminação por fungos. Apesar da situação problemática, esse descuido foi essencial para a descoberta do famoso antibiótico. Apesar da descoberta, a penicilina foi somente isolada em 1938, e o seu uso no primeiro paciente humano foi feito em 1940. Classificação dos antibióticos Os antibióticos podem ser classificados em dois grandes grupos: bactericidas e bacteriostáticos. Os bactericidas são antibióticos responsáveis por causar a morte de bactérias, enquanto os bacteriostáticos atuam impedindo a multiplicação delas. Os antibióticos naturais e semissintéticos podem ser classificados ainda em β-lactâmicos, tetraciclinas, peptídicos cíclicos, aminoglicosídeos, estreptograminas, macrolídeos, entre outros. Já os de origem sintética podem ser classificados em sulfonamidas, fluoroquinolonas e oxazolidinonas. O grupo dos antibióticos naturais e semissintéticos é o mais utilizado no tratamento de doenças, sendo os antibióticos β-lactâmicos um dos mais receitados. Esse se destaca por agir na parede celular bacteriana, impedindo sua correta formação. GONORRÉIA Sulfonamidas (droga de 1ª geração) CEPAS RESISTÊNTES Penicilina (droga de 2ª geração) CEPAS RESISTÊNTES Espectinomicina (droga de 3ª geração) Mecanismo de ação dos antibióticos Os antibióticos atuam nas bactérias causando sua morte ou então impedindo sua multiplicação. Para isso, eles atuam de diferentes formas nesses micro- organismos. Alguns dos principais mecanismos de ação observados nos antibióticos são: Inibição da síntese de proteína; Alteração da parede celular bacteriana; Alterações na membrana plasmática; Inibição da síntese de RNA; Bloqueio da replicação e reparo do DNA; Antibióticos e resistência bacteriana A resistência bacteriana aos antibióticos é um problema de saúde grave nos dias atuais. Esse fenômeno é responsável por um considerável aumento do número de mortes, uma vez que se torna difícil encontrar um medicamento que seja eficiente contra bactérias resistentes. O processo de resistência bacteriana ocorre devido à pressão seletiva exercida pelos antibióticos, sendo esse processo natural. No entanto, o que vem sendo observado é um uso inadequado desses medicamentos, o que tem contribuído para o aumento dos níveis de resistência. O uso indiscriminado dos antimicrobianos: de acordo com a OMS, aproximadamente 50% de receitas que prescrevem antibióticos para pacientes são incorretas. O uso de antibióticos para as doenças virais; Venda e consumo de antibióticos sem receita médica; Quando se inicia o tratamento, as bactérias mais frágeis começam a ser eliminadas; as mais fortes, no entanto, continuam vivas por mais tempo, e, caso o uso do medicamento seja suspenso, essas bactérias, que ainda não morreram, multiplicam-se. Nisso os sintomas podem retornar e aquele medicamento pode não ser mais suficiente para tratar o problema. Altos níveis de antibióticos devem ser mantidos nos corpos dos pacientes para matar todos os patógenos, inclusive os mutantes resistentes ou inibi-los com o objetivo de que as defesas do organismo possam mata-los; Antes do tratamento se iniciar, as bactérias têm diferentes sensibilidades ao antibiótico que será usado; À medida que o tratamento continua, as bactérias mais sensíveis morrem primeiro, sobrevivendo as resistentes; Quando o tratamento acaba, morrem também os microrganismos mais resistentes; Se o tratamento é interrompido muito cedo, as bactérias resistentes se multiplicarão, evando a uma infecção que será difícil ou impossível de curar usando o mesmo antibiótico; Uso incorreto do antibiótico causa um efeito na microbiota. Uso frequente de antibióticos seleciona bactérias resistentes da microbiota; As bacterias comensais (existem numa relação mutuamente simbiótica e benéfica com os hospedeiros humanos, ajudando em várias funções) podem causar infecções oportunistas quando o paciente está imunossuprimido; Como as bactérias podem ser transmitidas a outros indivíduos, uem nunca tomou antibiótico também poderá ter bactérias comensais resistentes; Quando o homem ou os animais tomam antibióticos, cerca de 80 a 90% do antibiótico ingerido não é degradado e é expelido ainda intacto para o meio ambiente, atuando nas bactérias no solo ou na água; Antibióticos em baixas dosagens. São promotores de crescimento; Ocorre a seleção de bactérias resistentes da microbiota. A microbiota também contém bactérias patogênicas, exemplo a Salmonella; Por meio das fezes ou pelo consumo de produtos de origem animal, uma parte das bactérias coloniza o trato gastrointestinal de seres humanos; Formas de evitar a resistência bacteriana a antibióticos Utilizar antibióticos apenas quando forem recomendados. Não interromper o uso quando os sintomas passarem, e sim quando o tratamento chegar ao fim. Respeitar os horários e as doses indicadas.
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