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VARIZES DE MMII

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VASCULAR | THAYANNE GUSMÃO, P7
VARIZES DE MMII
Introdução anatômica:
● Sistema venoso superficial: Veia
safena magna e veia safena parva
● Sistema venoso profundo: veias
ilíacas, femoral, poplíteo e femoral
profunda → geralmente correm
paralelas às artérias
correspondentes
● Esses 2 sistemas se separam por
fáscia de tecido conjuntivo e
músculos e se ligam pelas veias
perfurantes (ou veias comunicantes)
- ex: Cockett (localizada no terço
distal da perna), Boyd (localizada no
terço superior da perna) e Dodd
(localizada no terço distal da coxa)
● As veias perfurantes possuem
válvulas que irão permitir que o
sangue passe do sistema superficial
para o profundo.
CONCEITO: veias dilatadas, tortuosas e
alongadas.
PREVALÊNCIA: é a doença mais prevalente
entre as afecções vasculares periféricas
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Em condições normais:
Sempre do superficial para o profundo;
O sentido normal do sangue no sistema
venoso é ascendente/ cranial (vai do pé em
direção ao coração → contra a gravidade)
Em varizes:
- fluxo retrógrado
- Deixa de ser ascendente para ser
descendente
- Não tem cura!
- Alta morbidade
ETIOPATOGENIA:
- Varizes primárias ou essenciais:
alterações no sistema venoso
superficial. São mais encontradas do
que as secundárias
- varizes secundárias:
● alterações no sistema venoso
superficial decorrente de
alterações no sistema
nervoso profundo, com isso o
sistema venoso superficial
vai se tornar dilatado para
poder compensar a
deficiência do profundo
Causas:
● aplasia do sistema valvular
das veias → malformação nas
válvulas venosas! É mais raro.
● síndrome pós-trombóticas →
é a mais encontrada! Paciente
apresentou uma TVP e dessa
forma obstruiu o fluxo do
sistema venoso profundo,
sobrecarregando o
superficial
● fístulas arteriovenosas → é a
comunicação de uma artéria
com uma veia, é um defeito
da embriogênese. Devido a
presença do sangue arterial
que tem alta pressão, a veia
não está preparada para
receber esse tipo de sangue
e com isso irá dilatar
tornando-se varicosa.
VARIZES PRIMÁRIAS:
Causas:
- hereditariedade (?)
- comunicação arteriovenosa: teoria
de Piulacks
- trombose de perfurantes: teoria de
Fegan
FATORES DE RISCO:
- sexo: mais prevalente em mulheres
- idade
- profissão: ortostatismo prolongado
- obesidade e sedentarismo
- drogas: anticoncepcional → o
estrogênio aumenta a viscosidade
sanguínea e altera o tônus venoso
provocando a vasodilatação
- gravidez (é o fator de risco mais
importante)
FISIOPATOLOGIA:
1. alteração da pressão venosa
Correlação entre pressão venosa e varizes
em relação a deambulação e repouso:
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quando a veia relaxa temos a coaptação das
válvulas. O indivíduo quando tem uma veia
varicosa, tem uma dilatação e não há mais a
coaptação e no relaxamento onde a válvula
deveria fechar não fecha, e o sangue que
deveria ir para o segmento superior desce
- refluxo retrógrado
2. Fluxo retrógrado em paciente
varicoso
Como a veia está dilatada e tortuosa, ela
vai perder a sua função valvular. Na
contração, como já está aberta, o sangue
sobe, mas no relaxamento, como a válvula
não consegue fechar, boa parte do sangue
retorna. Isso é chamado de refluxo venoso!
Classificação CEAP: aspectos clínicos,
etiológicos, anatômicos e patológicos
QUADRO CLÍNICO
Sintomas:
- dor: difusa por estase venosa
(acúmulo de sangue) → permanecer
de pé agrava a dor do paciente.
- fadiga
- sensação de peso - geralmente no
final do dia
Sintomas ocasionais:
- ardor/queimação
- prurido
- câimbras - geralmente à noite
obs: dor intensa associada a edema e
cianose levantam suspeita de trombose
venosa profunda.
EXAME FÍSICO
Inspeção: Posição de ortostatismo
(paciente gira em torno de si para avaliar
de frente, de perfil e de costas) e em
decúbito
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- observar distribuição de trajetos
varicosos: normalmente bilaterais
obs: se quadro muito forte em uma perna
só e em outra perna não tiver nada, deve-se
suspeitar de varizes secundárias.
- morfologia de varizes:
telangiectasias, varizes reticulares,
varizes colaterais, troncos varicosos
e outros
- presença de nervos: síndrome de
Klippel-Trenaunay e hemangiomas
- alterações morfológicas dos
MMII: genu valgum ou varum ou pés
chatos → há diminuição da função
da bomba da panturrilha
- alterações de pele: palidez,
cianose, varicoflebite,
hiperpigmentação, eczema, úlcera
Palpação:
- avaliar tecido celular subcutâneo,
temperatura, edema e fibrose
- pulsos: associação com doenças
renais - fazer sempre as palpações
do pulsos inferiores
➔ Femorais: abaixo do
ligamento inguinal. Ao nível
do trígono femoral, no ponto
médio entre a sínfise púbica
e a espinha ilíaca
ântero-superior
➔ Poplíteos: perna semi fletida,
abraça e tenta achar. (flexão
do joelho em 90º e o
examinador coloca os 2
polegares na tuberosidade
tibial e os outros dedos em
gancho na fossa poplítea,
procurando o feixe
neurovascular e
pressionando-o contra a
superfície posterior da tíbia)
Também pode tentar em
decúbito ventral e colocar o
polegar na fossa e a mão no
joelho
➔ Tibiais posteriores: atrás do
maléolo medial da tíbia
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➔ Dorsais do pé (pedioso): linha
central entre 2º pododáctilo
e o hálux. (lateralmente ao
tendão extensor longo do
hálux, no prolongamento do
pulso tibial anterior)
- frêmito: presença de fístula
arteriovenosa (varizes secundárias)
- panturrilhas: diagnóstico de
trombose venosa profunda
➔ Sinal da bandeira positivo
indica normalidade, mas se
negativo com a textura
enrijecida indica diagnóstico
de TVP (balançar a
panturrilha de um lado para o
outro)
➔ manobra de olow: compressão
da musculatura da
panturrilha contra o plano
ósseo
- localização de perfurantes:
presença de refluxo venosa com
manobra de Valsalva
- Manobra de Schwartz: avalia a
insuficiência valvular. É uma
palpação a nível do tornozelo na
origem da safena magna, fazendo
uma percussão a procura de
crepitações, indicando sua
insuficiência
A- quando as válvulas são
continentes
A1- a mão inferior não sente
nenhuma onda transmitida pela
percussão dos dedos superiores;
A2- A mão superior sente a onda
transmitida pela percussão dos
dedos inferiores (sentido normal da
corrente)
B - quando as válvulas são
incontinentes
B1- a mão inferior sente a onda
transmitida pela percussão dos
dedos inferiores
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B2- a percussão pelos dedos
inferiores é sentida pela mão
- obs: essas manobras estão em
desuso por conta da atual
facilidade do eco-doppler
DIAGNÓSTICO: eminentemente clínico
● Anamnese: história familiar e
fatores de risco
● exame físico
● exames complementares:
- Doppler portátil: localizar
pontos de refluxo
- Pletismografia venosa:
➔ avaliar sistema venoso
profundo
➔ medir refluxo venosos
➔ avaliar função da
bomba muscular da
panturrilha
➔ Não está disponível
com facilidade!
- Eco-doppler:
➔ avaliação
hemodinâmica do
sistema venoso
profundo, superficial
e veias perfurantes:
refluxo venosos
➔ mapeamento das
varizes:
incompetência da
junção
safeno-femoral,
safeno-poplítea e de
veias perfurantes e
outros
➔ é o mais utilizado!
➔ fluxo azul (representa
as veias geralmente):
quando o fluxo está se
afastando do vaso (da
sonda do US) - a veia
está normal naquele
segmento
➔ fluxo vermelho
(representa as
artérias geralmente):
se aproximando da
sonda (se
aproximando do vaso),
descendo, fluxo
retrógrado - uma
parte se afaste e
outra volta uma vez
que o fluxo está
insuficiente. Estamos
diante de uma veia
varicosa.
➔ Na segunda foto é o
mapeamento das
veias.
- Flebografia: é mais invasiva.
Precisa de contraste. Em
desuso. Utilizado quando
precisamos fazer um estudo
mais detalhado.
TRATAMENTO
Clínico:
● Cuidados gerais: evitar ortostatismo
e posição sentada prolongadas,
praticar exercícios físicos, manter
peso corporal equilibrado,etc
● Medicamentosos: flebotônicos→
diminuem a permeabilidade capilar
(auxilia principalmente contra o
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edema de MMII), efeito
anti-inflamatório, aumento do tônus
e contrações venosas e linfáticas.
ex: Diosmin
● Compressivo: meias elásticas →
diminuem a área de hipertensão
venosa. Em casos de varizes
secundárias, como a hipertensão
venosa é ainda maior, as meias
tornam-se ainda mais necessárias
● Escleroterapia:
- química: agentes
esclerosantes¹, espuma*
- ablasão térmica: laser,
radiofrequência
*polidocanol (0,25% a 3%) - vasos
de maior calibre
¹ glicose hipertônica diretamente
dentro do vaso: boa resposta em
casos de teleangiectasias e veias
reticulares (utiliza mais para vasos
de pequeno calibre)
Cirúrgico: importante ecodoppler venoso
prévio (faz-se em casos de necessidade de
espuma também; se for só telangiectasias
não é necessário)
● ligaduras de veias perfurantes
insuficientes
● ressecção de varizes colaterais
● safenectomia: magna e parva
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