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Separação de mistura acetona e tolueno por destilação Larissa de Oliveira Augusto Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Instituto de Química, 12/07/2018 INTRODUÇÃO A pressão de vapor de uma substância é definida como sendo a pressão exercida pelo vapor de da substância, que está em equilíbrio dinâmico com a sua fase condensada. Essa pressão depende da temperatura em que determinada substâncias se encontra. Sendo assim, um líquido cuja pressão de vapor é alta em temperaturas ordinárias é definido como volátil, devido à facilidade em se vaporizar, a exemplo do etanol. Do contrário, se a pressão de vapor é baixa nessas temperaturas, o líquido é considerado como não-volátil, assim como a água. ¹ O ponto de ebulição de um líquido é definido como a temperatura em que a pressão de vapor se iguala a pressão atmosférica (1 atm). Assim, em altas altitudes, a temperatura de ebulição do líquido é menor, visto que a pressão é menor nesses locais, pois será necessário ceder menor energia ao líquido para se iguale a pressão externa. Em contrapartida, em ambientes de alta pressão, como em uma panela de pressão, a temperatura de ebulição é maior pois será necessário mais ceder energia ao líquido para que ele se iguale a pressão dentro da panela. Essa temperatura depende das interações intermoleculares presentes no líquido, que podem dificultar a chegada ao ponto de ebulição dependendo da força envolvida.² Os processos de separação de misturas de líquidos têm como princípio o ponto de ebulição dos líquidos envolvidos e a técnica que utiliza desse princípio chama-se destilação, que pode ser simples ou fracionada. A primeira é ideal para a separação sólido-líquido ou líquido-líquido que tenham pontos de ebulição bastante afastados. A segunda, no entanto, é ideal para separar líquidos com temperaturas de ebulição de próximas, devido a presença da coluna de fracionamento que permite que o vapor do líquido mais volátil seja destilado primeiro. ³̛ ⁴ Assim, a separação de uma mistura acetona e tolueno por destilação é assunto deste relatório. RESULTADOS E DISCUSSÕES As temperaturas de ebulição de acetona, tolueno e de misturas com proporções conhecidas das duas substâncias foram medidas (Tabela 1). Tabela 1. Temperaturas de ebulição das substâncias e misturas Substância ou Mistura Temperatura de ebulição (⁰C) Acetona 56 Tolueno 107 Acetona + tolueno (1:1) – fração 1 79 Acetona + tolueno (1:1) – fração 2 96 Acetona + tolueno (3:1) 70 Acetona + tolueno (1:3) 100 De acordo com a Tabela 1, a acetona é mais volátil que o tolueno. A mistura que contém quantidades iguais dos dois componentes apresentou um ponto de ebulição intermediário em sua primeira fração, já na segunda fração, esse ponto de ebulição aumenta em razão da evaporação de parte do componente mais volátil, reduzindo a quantidade deste na mistura, resultando em uma temperatura de ebulição que tende mais para o componente menos volátil. Nota-se isso também nas outras proporções dessa mistura, que segue esse raciocínio. Aquela em que possui 3 vezes mais acetona que tolueno teve seu ponto de ebulição mais próximo dos 56⁰C observados anteriormente. Em contrapartida, a mistura com 3 vezes mais tolueno aproximou-se mais dos 110⁰C observado. Em uma mistura acetona e tolueno de 30ml, de proporções desconhecidas, foi realizada uma destilação simples e uma destilação fracionada e a temperatura foi medida em função do volume destilado de acordo com a Tabela 2. Tabela 2. Comparação das temperaturas observads em função do volume destilado para as destilações simples e fracionada Volume (ml) Destilação simples (⁰C) Destilação fracionada (⁰C) 1 gota 59 57 3 64 57 6 67 58 9 70 58 12 73 107 15 81 107 18 86 108 21 101 108 De acordo com a Tabela 2, durante a destilação simples, a temperatura variou bastante a cada 3 ml de volume destilado, indicando que acetona e tolueno foram destilados ao mesmo tempo. Em contrapartida, durante a destilação fracionada, a temperatura manteve-se praticamente constante da primeira gota até os 9 ml, mais precisamente até os 10ml quando a temperatura do termômetro diminuiu e saltou até a temperatura de 107 ⁰C, mantendo-se constante até o fim da destilação. Isso indica que na destilação fracionada, tolueno e acetona foram destilados separadamente em decorrência da manutenção da temperatura constante de ambos sendo, ainda, praticamente as mesmas temperaturas de ebulição observadas na Tabela 1 para as duas substâncias. Além disso, de acordo com o volume destilado, havia 10 ml de acetona e 20 ml de tolueno na mistura. CONCLUSÕES Deste relatório, conclui-se que a destilação simples não foi eficiente para separar uma acetona e tolueno da mistura, visto seus pontos de ebulição próximos. Em contrapartida, a destilação fracionada foi capaz de separar os componentes dessa mistura, apesar dos pontos de ebulição próximos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Atkins; Princípios de Química; 3ª Edição; páginas 384-385 2. Atkins; Princípios de Química; 3ª Edição; página 387 3. Atkins; Princípios de Química; 3ª Edição; páginas 412-413 4. Vogel A.I.; Textboook of Practical Organic Chemistry, 5ªed.; Longman Scientific & Technical; páginas 169-181
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