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Amebíase

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Maria Beatriz Valença 
CESMAC – P4 
2019.1 
 
Amebíase 
Classe: Sarcodina 
Ordem: Amoebidae 
Família: Entamoebidae 
Gênero: Entamoeba 
Espécie: E. histolytica  única ameba que pode causar o quadro clínico e sintomático 
clássico (fortes cólicas, diarreias seguidas ou não de sangue). 
Segunda causa de mortes por parasitoses. 
Obs.: A E. díspar é uma espécie que acomete o homem de forma assintomática, quadro 
denominado colite não-disentérica. Ela apresenta semelhanças morfológicas com a E. 
histolytica. 
 Morfologia: 
 Trofozoíto: 
 Geralmente tem um só núcleo, bem nítido nas formas coradas e pouco visível nas 
formas vivas. Examinando a fresco, apresenta-se pleomórfico, ativo, alongado, com 
emissão contínua e rápida de pseudópodes, grossos e hialinos; 
 Movimentação direcional, como se deslizasse na superfície, semelhante a uma 
lesma; 
 Quando proveniente de casos de disenteria, é comum encontrar eritrócitos no 
citoplasma;  O trofozoíto não invasivo ou virulento apresenta bactérias, grãos de 
amido ou outros detritos em seu citoplasma, mas nunca eritrócitos. 
 Ectoplasma: citoplasma claro e hialino; 
 Endoplasma: finamente granuloso, com vacúolos, núcleos e restos de substâncias 
alimentares; 
 A membrana nuclear é bastante delgada e a cromatina justaposta internamente a 
ela é formada por pequenos grânulos, uniformes no tamanho e na distribuição, 
dando ao núcleo um aspecto de anel; 
 Na parte central do núcleo encontra-se o cariossoma ou endossoma, que é pequeno 
e com constituição semelhante à cromatina periférica. Às vezes, o cariossoma 
apresenta-se formado por pequenos grânulos centrais, dando uma configuração, 
com a cromatina, de “roda de carroça”; 
 Quanto a capacidade de invadir células ou não, os trofozoítos podem ser 
encontrados nas seguintes formas: 
- Forma magna: forma invasiva, sendo a única capaz de invadir tecidos. Pode 
ser hematófago, apresenta hemácias engolfadas em seu interior. Suas parasitoses 
são sintomáticas e não apresenta a capacidade de formar cistos. Apresenta-se 
apenas na espécie E. histolytica (patogênica), sendo um indicador de 
diagnóstico diferencial. 
- Forma minuta: forma não-invasiva, apresentando apenas bactérias em seu 
inteior. Suas parasitoses são assintomáticas e, por serem capazes de formar 
cistos, disseminam-se facilmente (uma vez que o portador não se tratar, por estar 
assintomático). Tanto a E. histolytica quanto a E. díspar podem apresentar esta 
forma e, por isso, não serve como meio de diagnóstico diferencial. 
 
 Pré-cisto: 
 Fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto; 
Maria Beatriz Valença 
CESMAC – P4 
2019.1 
 
 É oval ou ligeiramente arredondado, menor que o trofozoíto; 
 O núcleo é semelhante ao do trofozoíto; 
 No citoplasma podem ser vistos corpos cromatóides, em forma de bastonetes, com 
pontas arredondadas. 
 
 Metacisto: 
 Forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde sofre divisões, 
dando origem aos trofozoítos. 
 
 Cisto: 
 São esféricos ou ovais; 
 Os núcleos são pouco visíveis, mas quando corados pelo lugol ou pela 
hematoxilina férrica, tornam-se bem visíveis e variam de um a quatro; 
 Os corpos cromatóides, quando presentes nos cistos, têm a forma de bastonetes ou 
de charutos, com pontas arredondadas. Seu número é variável, mas, em geral, de 
um a quatro; 
 Encontramos também no citoplasma dos cistos regiões que se corem de castanho 
pelo lugol, são as reservas de glicogênio, também chamadas “vacúolos de 
glicogênio”; 
 Cistos jovens: 1 a 3 núcleos, vacúolos de glicogênio e corpos cromatóides; 
 Cistos maduros: 4 núcleos e raramente são encontrados vacúolos de 
glicogênio e corpos cromatóides. 
 
 Biologia e Ciclo Celular: 
 Os trofozoítos normalmente vivem na luz do intestino grosso, podendo, 
ocasionalmente, penetrar na mucosa e produzir ulcerações intestinais ou em 
outras regiões do organismo, como fígado, pulmão, no rim e, raramente, no 
cérebro; 
 O trofozoítos são essencialmente anaeróbios. Contudo, amebas são hábeis para 
consumir oxigênio, podendo crescer em atmosferas contendo até 5% de oxigênio; 
 A locomoção se dá através de pseudópodes, e a ingestão de alimentos por 
fagocitose (partículas sólidas) e por pinocitose (partículas líquidas); 
 A multiplicação se dá através de divisão binária dos trofozoítos; 
 O ciclo biológico é monoxênico; 
 
1. Ingestão dos cistos maduros, junto de alimentos e água contaminados; 
2. Passam pelo estômago, resistindo à ação do suco gástrico, chegam ao final do 
intestino delgado ou início do intestino grosso, onde ocorrer 
desencistamento, com a saída do metacisto, através de uma pequena fenda na 
parede cística; 
3. Em seguida, o metacisto sofre sucessivas divisões nucleares e 
citoplasmáticas, dando origem a quatro e depois oito trofozoítos (cada cisto 
dá origem a 8 trofozoítos com apenas um núcleo), chamados trofozoítos 
metacísticos; 
4. Os trofozoítos metacísticos migram para o intestino grosso onde se colonizam; 
5. A partir daí, podem tomar dois rumos fisiológicos diferentes: 
- Ciclo não-patogênico: em geral, ficam aderidos à mucosa do intestino, vivendo 
como um comensal, alimentando-se de detritos e de bactérias. Através de divisões 
nucleares sucessivas, se transformam, primeiramente em pré-cisto e, depois, em cistos 
Maria Beatriz Valença 
CESMAC – P4 
2019.1 
 
tetranucleados, que são eliminados com as fezes normais ou formadas. 
Geralmente, não são encontrados em fezes liquefeitas ou disentéricas. 
- Ciclo patogênico: o equilíbrio parasito-hospedeiro pode ser rompido e os trofozoítos 
invadem a submucosa intestinal, multiplicando-se ativamente no interior das 
úlceras e podem, através da circulação porta, atingir outros órgãos, como o fígado 
e, posteriormente, pulmão, rim, cérebro ou pele, causando a amebíase extra-intestinal. 
O trofozoíto presente nestas úlceras é denominado forma invasiva ou virulenta 
(forma magna). Não formam cistos e são hematófagos (se alimentam de 
hemácias). 
Obs.: Nas fezes formadas, é possível encontrar cistos com 4 núcleos. Nas fezes 
pastosas e formadas, é comum encontrar, também, a forma do pré-cisto. 
Entretanto, em fezes diarreicas, é comum a presença de trofozoítos. 
 
 Transmissão: 
 Direta (homem-homem): 
 Mãos sujas (unhas) com material fecal; 
 Contato com fezes de pessoas contaminadas (enfermeiros, terapeutas 
ocupacionais, fisioterapeutas, etc.); 
 Sexual  contato oro-anal, homossexual, mudança frequente de parceiro. 
 
 Indireta: 
 Ingestão de alimentos ou água contaminados por dejetos com cistos amebianos; 
 Contaminação de alimentos com dejetos humanos usados como adubo; 
 Inseto (transporte)  mosca, barata; 
 Manipulador de alimento; 
 Cozinheiro. 
Maria Beatriz Valença 
CESMAC – P4 
2019.1 
 
 
 Susceptibilidade: 
 Idade adulta; 
 Trabalhadores de esgoto; 
 Coletores de lixo; 
 Manipuladores de alimentos; 
 Agricultores; 
 População pobre em condições insalubres; 
 Portadores do vírus da AIDS e imunodeprimidos. 
 
 Formas Clínicas e Sintomatologia: 
Amebíase Intestinal: 
1. Amebíase Intestinal Invasiva: Colite amebiana aguda ou desinteria amebiana. 
 Sintomas súbitos: dor abdominal, febre, fezes líquidas com muco e sangue; 
 Mortalidade alta. 
 
2. Amebíase Intestinal Crônica: 
 Diarreia 5 a 6x dia; 
 Flatulência; 
 Desconforto abdominal; 
 Dor; 
 Perda de peso; 
 Náusea; 
 Vômito; 
 Mucosa do IG friável. 
 
3. Colite amebiana fulminante (aguda): 
 Afeta mulheres durante a gravidez e o puerpério e pct. Imunodeprimido; 
 Úlcera com perfuração do intestino; 
 Febre; 
 Dor; 
 Peritonite; 
 Fezes muco sanguinolentas; 
 Hemorragia intestinal; 
 Desidratação – morte; 
 Complicações: perfuração, hemorragia, apendicite e ameboma (foco nodular, em 
forma de tumor, decorrente de processo inflamatório amebiano localizado). 
Amebíase extra-intestinal: 
1.Amebíase hepática (mais frequente): 
 Lesão difusa; 
 Abcessos; 
 Dor; 
 Febre irregular; 
 Calafrios; 
 Sudorese; 
 Náusea; 
 Vômito; 
 Fraqueza e perda de peso; 
 Hepatomegalia; 
Maria Beatriz Valença 
CESMAC – P4 
2019.1 
 
 Icterícia. 
 
2. Amebíase pulmonar: 
 Febre; 
 Dor; 
 Tosse; 
 Expectoração; 
 Efusão pleural; 
 Abcessos. 
 
3. Amebíase cerebral: 
 Abcessos piogênicos. 
 
4. Amebíase cutânea: 
 Úlceras cutâneas. 
 
 Diagnóstico: 
 Clínico: Na maioria dos casos, principalmente na fase aguda, a amebíase pode ser 
confundida com a disenteria bacilar, salmoneloses, sínd. Do cólon irritado e 
esquistossomose. Deve ser confirmado pelo parasitológico de fezes. 
 
 Laboratorial: 
 Pesquisa em fezes líquidas;  Formas trofozoítas, raros cistos. 
 Pesquisa em fezes formadas:  Predominam as formas císticas. 
- Técnicas de concentração de cistos – RITCHIE; 
- Resultado: como não é possível distinguir os cistos, deve ser feito da 
seguinte maneira: “cistos de Entamoeba histolytica/Entamoeba díspar”. 
 Pesquisa em material aspirado, puncionado ou curetado de órgão e úlceras; 
 Formas trofozoítas. 
 Imunológicos: Hemaglutinação indireta, imunofluorescência indireta e ELISA 
(mais usado). São técnicas importantes por determinar amebíase extra-
intestinal, para fazer a distinção de amebíase invasiva ou não-invasiva. No entanto 
tem como desvantagens: persistência de títulos meses ou anos após o 
tratamento e, geralmente, dá resultados negativos nos assintomáticos. 
 Coproantígeno: por meio do método ELISA, encontram-se antígenos 
específicos de E. histolytica nas fezes. 
 
 Tratamento: 
 Repouso, dieta branda rica em proteína e vitamina; 
 Líquido em abundância; 
 Amebicida da luz intestinal: Dicloracetamidas (Teclosan, Furamida, 
Clefamida); 
 Amebicida tecidual: Nitroimidazóis + Dicloracetamida (metronidazol, tinidazol, 
ornidazol, nimorazol). 
 Profilaxia: 
 Educação sanitária; 
 Saneamento básico; 
 Não usar fezes humanas como adubo; 
 Identificar e tratar as fontes de infecção; 
 Proteção de indivíduos de alto risco; 
 Lavar as mãos após ir ao banheiro.

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