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1.O que é Trauma? O trauma pode ser definido como uma lesão corporal, grave, súbita e inesperada, causada por força externa devido a algum acidente, violência ou auto agressão. As causas mais comuns de traumas maiores são: acidentes veiculares, atropelamentos, ferimentos por arma de fogo, ferimentos por arma branca, quedas de altura, queimaduras, afogamentos e agressão interpessoal. 2. O que é cinemática do trauma, quais suas fases e importância para o atendimento pré hospitalar? A cinemática do trauma é o processo de avaliação da cena do acidente para que, por meio dela, seja possível determinar as lesões resultantes das forças e movimentos envolvidos, bem como estimar a gravidade das mesmas. Pode-se notar, por exemplo: I) Danos no veículo – quanto maior o dano, maior a gravidade das lesões; II) Distância de frenagem – quanto maior, menor foi o impacto da batida e menor a gravidade das lesões; III) Posição das vítimas – vítima ejetada tem lesão mais grave que aquela que permanece dentro do veículo, por exemplo; IV) Uso de cinto de segurança – vítima que não fazia uso do cinto no momento do acidente tende a ter mais lesões e mais graves. A história no trauma divide-se em três fases: I) Pré-impacto: são os eventos que precedem o acidente, tais como ingestão de álcool e ou drogas, condições de saúde do paciente (doenças preexistentes), idade, etc. Estes dados terão influência significativa no resultado final. II) Impacto: deve constar o tipo de evento traumático (ex. colisão automobilística, atropelamento, queda, ferimento penetrante, etc.). Deve-se também estimar a quantidade de energia trocada (ex. velocidade do veículo, altura da queda, calibre da arma, etc.). III) Pós-impacto: ela se inicia após o paciente ter absorvido a energia do impacto. As informações coletadas nas fases de pré-impacto e impacto são utilizadas para conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A ameaça à vida pode ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas nesta fase pela equipe de resgate.Dessa forma, a cinemática do trauma é importante para sugerir lesões que não são aparentes, fazendo com que a investigação destas seja feita de forma mais rápida, bem como as intervenções pertinentes, de maneira que o atendimento inicial seja o mais eficiente possível e, assim, a vítima tenha um melhor prognóstico. 3. Quais as condutas de segurança que devem ser consideradas antes da abordagem ao paciente vítima de trauma? A avaliação da cena é importante pois possibilita que o socorrista tenha segurança para atender a vítima traumatizada, preservando primeiramente a sua vida e evitando que um novo acidente ocorra no mesmo local. No caso de um acidente de carro, por exemplo, o socorrista deve sinalizar a estrada ou a via para indicar que houve um acidente e, assim, os motoristas que venham na direção possam diminuir a velocidade ou desviar do local. Caso tenha transeuntes ou outras pessoas que possam auxiliar o socorrista a realizar essa sinalização, é interessante que ele peça ajuda a elas. Ademais, em qualquer acidente, o socorrista deve permanecer afastado da vítima observando os riscos de desabamento, colisões, atropelamentos, intoxicação, agressões e eletrocussão, entre outros, antes de agir efetivamente no atendimento. Ainda, existem riscos ambientais que podem provocar outras emergências, como fios expostos, número de vítimas grande, foco de incêndio e outros, situações geradoras de stress ou risco iminente. 4.Descreva e registre os aspectos mais importantes de cada etapa do protocolo de atendimento ao politraumatizada com base no vídeo XABCDE - Exame Primário no Politrauma APH. O XABCDE é um protocolo que padroniza o atendimento inicial a uma vítima politraumatizada, definindo prioridades para a abordagem do trauma, visando minimizar o índice de mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer tipo de trauma. Nesse sentido, é importante ressaltar que, antes mesmo de chegar até o local do acidente e iniciar a abordagem XABCDE, é necessário que o socorrista se antecipe e colha informações importantes sobre o caso ao qual foi solicitado para atender, a fim de começar a pensar, precocemente, quais serão as condutas e métodos mais adequados para aquela situação. Assim, ao chegar ao local, o socorrista deve, ainda no carro, fazer uma leitura do acidente, identificando detalhes importantes para um atendimento de sucesso. Nesse sentido, o primeiro passo a ser tomado pelo socorrista (X) é reconhecer se há ocorrência de algum exsanguinação (sangramento) e, a partir disso, entender se está ocorrendo alguma hemorragia (arterial ou venosa) externa grave e aplicar as técnicas que vão desde compressão direta até a aplicação de torniquetes nas extremidades - isso irá depender da área da hemorragia e da disponibilidade de materiais no local, também. O segundo passo (A) diz respeito à estabilização da coluna vertebral e das vias aéreas. Logo, nesse momento, o socorrista deve apresentar-se à vítima (se está estiver consciente) e já identificar alguma problemática importante que ofereça risco de vida ao paciente. Nesse momento, utiliza-se as técnicas de “chin lift” (elevação do queixo e uso de aspirador de ponta rígida), “jaw thrust” (anteriorização da mandíbula e cânula orofaríngea para evitar que as vias aéreas se fechem ao reflexo do vômito - guedel), além de oferecer oxigênio ao paciente. Além disso, ao estabilizar a coluna, esse procedimento deve ser feito tanto para cervical, como vertebral, por isso é necessário utilizar-se a prancha rígida. O terceiro passo (B) está relacionado à Boa ventilação e Respiração, assim, o socorrista deve analisar a frequência respiratória, os movimentos torácicos, cianose, desvio da traqueia e observar a musculatura acessória (analisando o tórax do paciente, inspecionando, apalpando, auscultando e fazendo a percussão). Assim, o socorrista deve reconhecer se há algum padrão incorreto de respiração e, a partir disso, procurar qual é o motivo. Além disso, o socorrista deve saber reconhecer a emergência desse tipo de caso e, assim, agir rapidamente para garantir a segurança e a vida ao indivíduo. O quarto passo (C) está relacionado à identificação de hemorragias internas. Para tanto, o socorrista deve, logo ao primeiro contato com o paciente, já identificar algumas mudanças na pele e mucosas (se há sudorese excessiva, palidez, edemas, isquemias, pele fria e/ou pegajosa), além da perfusão e do nível de consciente, que podem indicar alguma hemorragia interna. Assim, o socorrista deve agir rapidamente e encaminhar o paciente para o centro cirúrgico urgentemente (ele mesmo não será capaz de fazer uma intervenção para reverter o quadro sem os aparatos técnicos e médicos necessários) a fim de evitar, conter ou reverter um choque hipovolêmico (perda de grande quantidade de líquidos e sangue que impede a oxigenação correta do corpo, levando a perdas em vários sistemas e órgãos). O quinto passo (D), relaciona-se às disfunções neurológicas causadas pelo trauma. Nessa fase o objetivo primordial é minimizar as chances de lesão através da perfusão adequada do tecido cerebral. Nesse passo, é necessário que o socorrista analise, em um primeiro plano, dois testes neurológicos básicos: a escala de Glasgow atualizada (que verifica o nível de consciência do paciente através da resposta verbal, motora e ocular) e o exame do reflexo pupilar. Vale ressaltar que, em caso de acidentes alcoolizados ou com choque hipovolêmico, o socorrista deve atentar-se para não confundir esses estados com alguma disfunção neurológica. Por fim, o sexto e último passo (E), refere-se à exposição total do paciente, ou seja, o socorrista deve garantir que todos os sistemas e partes do corpo foram analisadas pois, às vezes, alguma lesão grave pode estar escondida por alguma peça de roupa, por exemplo. Além disso, é nesse passo que deve-se controlar o ambiente, controlando hipotermia ou hipertermia. Vale lembrar que esses passos não devemser seguidos, sempre, à risca. O protocolo é um guia para o profissional, não uma regra, logo, é responsabilidade do socorrista saber reconhecer qual técnica deve ter prioridade para cada paciente. 5.Amputação Traumática, o que fazer? A amputação traumática é a perda parcial ou total do membro, causada por um mecanismo de trauma, sendo que as amputações por essas causas prevalecem em acidentes de trânsito, ferimentos por arma de fogo ou acidentes de trabalho. Nesse sentido, se caracteriza por ser uma lesão incapacitante e, às vezes, com alto risco de morte. A amputação pode causar um sangramento maciço (mais comum em amputações parciais) ou moderado (mais comum em amputações totais - isso se deve ao corte completo do vaso sanguíneo que, após o corte, forma um coágulo sanguíneo em sua extremidade e, consequentemente, diminui o sangramento). No caso da amputação parcial, é indicado que o socorrista utilize torniquete para conter a hemorragia, enquanto nas amputações totais, é mais indicado que se faça uso de compressão direta e/ou com agentes homeostáticos. A abordagem de uma amputação deve começar com I) controle do sangramento; II) localizar a parte amputada; III) limpar a parte amputada enxaguando com solução de soro fisiológico ou com Ringer Lactato; IV) Envolver a parte amputada em gaze estéril umedecida com solução de RL ou soro Fisiológico e colocá-lo em um saco plástico; V) colocar a parte amputada em um recipiente ou saco com gelo (não congela-lo). Vale ressaltar que, independente da atenção prestada a amputação, é preciso que o socorrista mantenha as condutas técnicas necessárias de primeiros socorros. REFERÊNCIAS Escala de Glasgow: você está atualizado? Sanar, 2018. Disponível em:<https://www.sanarmed.com/escala-de-glasgow-voce-esta-atualizado>. Acesso em: 21 Jul. 2021 Cinemática do Trauma: Avaliação da Cena do Acidente. Sanar, 2021. Disponível em:<https://www.sanarsaude.com/portal/residencias/artigos-noticias/resumo-pratico-abcde-tr auma-atendimento-primeiros-socorros-paciente-enfermagem-xabcde-atualizacao>. Acesso em: 21 Jul. 2021 O que é trauma? Centro de Treinamento em Saúde (CETS), Março, 2017. Disponível em:<https://cets.com.br/blog/o-que-e-trauma/>. Acesso em: 21 de Jul. 2021 LELES, A. dos S.; Bezerra, B. J. S. Primeiros Socorros, NT Editora. Brasília: 2015. 162p. Disponível em:<https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/arquivos/texto/ 9ef410910f2bd599789bba0e808ec6c7.pdf>. Acesso em: 23 de Jul. 2021
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