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DIETA NAS DBD E MÉTODOS DE AFERIÇÃO DA DIETA EM NÍVEL INDIVIDUAL BEATRIZ CÂMARA DE OLIVEIRA ODONTOLOGIA UFRN HISTÓRICO ESTUDOS ECOLÓGICOS INICIAIS Estudos ecológicos foram relatados sobre a relação entre a prevalência de cáries dentárias e a dieta; Comparação entre duas tribos no Quênia, a Masai e a Kikuyu; ANOS 30 Dietas ricas em proteínas, para a Masai, e em carboidratos, para a Kikuyu; Melhor saúde bucal para a Masai. Crianças com idade entre 6 e 13 anos residentes em um orfanato australiano; Lactovegetarianas com quantidades mínimas de açúcar e farinha refinada; Prevalência baixa de cáries em comparação a um grupo-controle HOPEWOOD HOUSE (ORFANATO) ESTUDOS EXPERIMENTAIS EM HUMANOS ESTUDO VIPEHOLME (1946-1951) Incidência baixa de cáries detectada quando a dieta quase não continha açúcar; Aumento da taxa de progressão de cáries com a adição de açúcar à dieta, conforme o modo de consumo; O consumo de açúcar com refeições, como bebidas doces ou pão doce resultou em um pequeno aumento na taxa de progressão das cáries. O fator mais importante para cárie não é a quantidade total ingerida, mas a frequência do consumo do açúcar; A consistência do alimento desempenha um papel relevante, sendo a dieta mais cariogênica quanto maior o tempo em que o alimento permanece na cavidade bucal. RELAÇÃO DO FLUORETOS NA RELAÇÃO DIETA CÁRIE Disseminação do flúor por meio de abrangência coletiva; Oferta de dentrifícios fluoretados Redução da prevalência de cárie; Não elimina fatores causais importantes: Dieta cariogênica; Presença de biofilme dental ANOS 70 ANOS 90 “MARGEM DE SEGURANÇA” Maior frequência de consumo de açúcar é necessária para estabelecimento da doença cárie. MENSURAÇÃO DA CARIOGENICIDADE Glicose, Frutose, Ribose, Galactose Maltose (Glicose + Glicose) Sacarose (Glicose + Frutose) Lactose (Glicose + Galactose) Amido, Glicogênio, Celulose Baixo peso molecular; Rápida metabolização pelas bactérias do biofilme; Moléculas complexas; Ação enzimática para degradação; Cariogenicidade depende da forma de preparo: o Gelatinização durante cozimento = maior potencial acidogênico consistência do alimento eficiência da mastigação do indivíduo temperatura liberação do alimento da boca hidrólise em monossacarídeos localização, composição, consistência e pH do biofilme dental INFLUENCIADA POR DIVERSOS FATORES: abundância de carboidratos = armazenamento de polissacarídeos intra e extracelulares utilizados como reserva intracelular de glicogênio formado a partir de vários tipos de carboidratos importância para o biofilme: metabolizar em períodos de escassez de nutrientes POLISSACARÍDEOS INTRACELULARES (PIC): s. mutans s. mitis s. sanguis actinomyces viscosus a. naeslundii lactobacilos casei Diversos microorganismos do biofilme dentário são capazes de produzir PIC: somente a sacarose serve de substrato favorece a adesão: bactéria (superfície dentária) e entre bactérias maior difusão de nutrientes da superfície do biofilme até as suas camadas mais profundas ácido em contato coma superfície dentária POLISSACARÍDEOS EXTRACELULARES (PEC): aumenta porosidade do biofilme = + cariogênico DO BIOFILME MENSURAÇÃO DO PH 5,5 = valor de pH crítico para o esmalte 6,5 = valor de pH crítico para a dentina Bactérias presentes no biofilme são capazes de metabolizar carboidratos e gerar ácidos MÉTODOS DE MENSURAÇÃO DO PH ADOÇANTES Mudança dos hábitos alimentares; Pouco controle sobre a quantidade de açúcares adicionada; Produtos como cereais do café da manhã, salgadinhos aromatizados (tipo batatinhas fritas), catchup e pão; Conhecimento significativo da cariogenicidade potencial dos adoçantes atualmente usados nos alimentos, nas bebidas e nos produtos de confeitaria das dietas modernas. ADOÇANTES CARIOGÊNICOS Além de transmitir um sabor doce, os açúcares têm funções importantes para a segurança e a qualidade dos alimentos: MONO E DISSACARÍDEOS ✓Inibir o crescimento microbiano ao ligar água em geleias e gelatinas (efeito osmótico); ✓Adicionar textura, volume, sabor e cor aos produtos (cozidos); ✓Dar suporte ao crescimento de leveduras para levedação ou fermentação; ✓Equilibrar a acidez em molhos para saladas, caldos e condimentos. AO SUBSTITUIR AÇÚCARES, ESSAS FUNÇÕES TÊM DE SER ASSEGURADAS, ALÉM DA SUBSTITUIÇÃO DO SABOR. É um adoçante cariogênico produzido principalmente por motivos econômicos para ser usado em bebidas nos EUA; Degradação enzimática do amido de milho; Como a frutose é mais doce do que a sacarose, esse adoçante também é mais doce. XAROPE DE MILHO DE ALTA FRUTOSE Não são substratos diretos para a fermentação bacteriana, mas são hidrolisados para maltose, isomaltose e glicose na cavidade bucal; Amido também pode influenciar a pegajosidade dos produtos;e. AMIDOS AGENTES DE VOLUME NÃO CARIOGÊNICOS Aditivos para aumentar o peso ou o volume de um material alimentício que não fornecem funcionalidade ou utilidade adicional; Considerados não cariogênicos, incluem frutanos (p. ex., inulina), polidextrose e Nutriose® (uma fibra solúvel). Têm amplas aplicações em vários tipos de alimentos, como doces, preparados com fruta, sobremesas lácteas, iogurte e queijo fresco, produtos de panificação, chocolate, sorvete e molhos. SUBSTITUTOS DA SACAROSE Polímeros de glicose e oligossacarídeos de glicose, frutose e galactose; Mais baratos e seu consumo pode ter benefícios potenciais à saúde. Podem ser mais fibrosos; Menos digeríveis; Conter mais ou menos energia; Produzir uma menor elevação nos níveis de açúcares no sangue; Estimulam o crescimento de lactobacilos e bifidobactérias Polímeros de glicose e maltodextrinas; Usados para aumentar o conteúdo energético dos alimentos; Podem ser prescritos por profissionais de saúde para crianças com insuficiência renal; Condições que requerem alta ingestão de energia; Refrigerantes, alimentos e bebidas infantis, bebidas energéticas, sobremesas, confeitaria e suplementos energéticos; Podem ser fermentados diretamente no biofilme dentário OLIGOSSACARÍDEOS CARIOGÊNICOS A tagatose é similar à frutose em estrutura, sendo encontrada em muitos alimentos, incluindo laticínios; Em comparação à sacarose e a outros açúcares, produz resposta glicêmica mais baixa e zero calorias; Tem atributos físicos idênticos aos da sacarose, sendo a doçura também comparável MONOSSACARÍDEOS PROVAVELMENTE POUCO CARIOGÊNICOS E NÃO CARIOGÊNICOS A trealose constitui duas moléculas de glicose; Encontrada naturalmente em alimentos como mel e cogumelos não processados (açúcar de cogumelo); A doçura é aproximadamente 45% de sacarose. DISSACARÍDEOS PROVAVELMENTE POUCO CARIOGÊNICOS E NÃO CARIOGÊNICOS PALATINOSE (ISOMALTULOSE); TREALULOSE; TURANOSE; MALTULOSE; LEUCROSE. SUBSTITUTOS DA SACAROSE NÃO CARIOGÊNICOS Estévia Glicirrizina Monelina Traumatina Miraculina Alitame Aspartame Acessulfame K Ciclamato Sacarina Neoesperdina DC Aspartame Sorbitol Xilitol São usados em uma variedade de produtos alimentícios, como refrigerantes, cerveja, confeitaria, sobremesas, sorvetes, marmelada e geleia; Empregados em dentifrícios e em adoçantes em gotas e comprimidos para uso em alimentos, no café, no chá, entre outros; Por questões de segurança, existem regulamentações rigorosas sobre o uso dos adoçantes intensos, as quais podem variar entre os países; Não são metabolizados para ácidos pelos microrganismos da cavidade bucal. ADOÇANTES NÃO CALÓRICOS A espécie stevia rebaudiana, comumente conhecida como folha doce, folha de açúcar ou simplesmente estévia, é cultivada amplamente em razão de suas folhas doces; Apresenta aproximadamente uma doçura 250 a 300 vezes maior que a do açúcar; Atraiu a atenção com a elevação da demanda de adoçantes com baixos carboidratos e baixo conteúdo de açúcar; Extratos de glicosídeo de esteviol não são cariogênicos. Seu uso como uma estratégia para melhorar a saúde dos dentes tem sido enfocada desde os anos 1970; Usadas atualmente na confeitaria, em gomas de mascar,nos chocolates, nas gelatinas e em outros doces; São apenas parcialmente absorvidos no intestino delgado e passam para o cólon, onde podem induzir diarreia osmótica; Alimentos e as bebidas contendo esse adoçante não são recomendados para crianças abaixo de 3 anos de idade; Não pode ser utilizado pelos microrganismos que dominam o biofilme dentário; PH da placa cai somente em níveis marginais PH crítico muito raramente é obtido no biofilme após o consumo de sorbitol; ADOÇANTES CALÓRICOS Exposição prolongada ou frequente ao sorbitol resulta em alterações na ecologia da placa em favor das bactérias fermentadoras de sorbitol; Propriedades hipoacidogênicas potenciais do sorbitol não representam uma ameaça cariogênica para a maioria dos indivíduos; A maioria dos estreptococos bucais e outros microrganismos não o fermentam; O xilitol exerce um efeito bacteriostático sobre os estreptococos do grupo mutans in vivo: Degradação celular, formação de vacúolos intracelulares e outros danos para a célula Não reduz o ph da placa in vivo ou in vitro; Consumo frequente e por um longo período = metabolismo do biofilme alterado e menor formação de ácido a partir da sacarose; Reduz a população de estreptococos do grupo mutans no biofilme: Frequência de mastigação Nível inicial de estreptococos do grupo mutans FATORES PROTETORES NOS ALIMENTOS Cálcio Fosfato Caseína Lipídios Aumento do pH bucal pela estimulação do fluxo salivar; Elevação das concentrações de cálcio na placa. PRODUTOS DERIVADOS DO LEITE PROPRIEDADES ANTICARIOGÊNICAS: LACTOSE: Açúcar menos acidogênico e cariogênico QUEIJO: Lactobacillus Bifidobcaterium. PROBIÓTICOS EFEITO INIBITÓRIO: Competem com as bactérias cariogênicas PREVENÇÃO DA CÁRIE: Manutenção de uma microbiota bucal saudável pela modificação por bactérias não residentes. BACTÉRIAS PROBIÓTICAS: EROSÃO DENTAL É definida como uma dissolução do mineral apatita causada pelos ácidos de qualquer outra origem introduzidos no ambiente bucal. PAPEL DA DIETA A dieta desempenha um papel importante na erosão dos dentes Frutas cítricas Bebidas ácidas, Bebidas energéticas ácidas, Chás de ervas ácidas, Molhos para salada, Conservas em vinagre Confeitos aromatizados com frutas ácidas COMO OCORRE A EROSÃO PELA DIETA? É modificada pelas propriedades químicas e físicas de um alimento ou uma bebida e por fatores biológicos e comportamentais; DIAGNÓSTICO CRIANÇAS E ADOLESCENTES; ATLETAS; DETERMINADAS PROFISSÕES (doceiras e padeiro) INDIVÍDUOS COM BAIXO FLUXO SALIVAR; USUÁRIOS DE DROGAS GRUPO DE RISCO entrevista diária diário alimentar questionários específicos formulário ao paciente (deve ser bem orientado quanto ao preenchimento) COMO REGISTRAR INFORMAÇÕES? Independente de memória; Bastante preciso. Envolve mais tempo e colaboração do paciente; Pode não apresentar os hábitos alimentares habituais; DIÁRIO ALIMENTAR Vantagens Desvantagens Não induz alterações na dieta; Rápido preenchimento Necessidade do paciente recordar sua ingestão alimentar; Pode não apresentar os hábitos alimentares habituais. ENTREVISTA 24H Vantagens Desvantagens QUESTIONÁRIO DA FRENQUÊNCIA ALIMENTAR Calcular em massa a quantidade de açúcar ingerido Boa reprodutibilidade e validade; Necessita menos treinamento do paciente. Lista de alimentos muito extensa; Perda de informações de alimentos não incluídos na lista. Vantagens Desvantagens TRATAMENTO COMO UTULIZAR OS DADOS COLETADOS? ✓Avaliar a dieta do paciente cário-ativo; ✓Aconselhamento dietético com base na realidade do indivíduo; ✓Informar sobre a etiologia da cárie dentaria e sua relação com a dieta; ✓Propor redução e/ou substituição do consume de açúcar; ✓Solicitar auxílio de nutricionistas CONSIDERAÇÕES FINAIS Diferente cariogenicidade em diversos alimentos Evidências mostram relação: Relação mascarada pelo Flúor, mas ainda é relevante Possibilidade de substituir sacarose Alteração na dieta do paciente é parte do tratamento da cárie ✓ Sacarose + cariogênica ✓ Frequência de consumo de açúcares ✓ Consistência dos alimentos
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