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las? — Não, de modo algum, não tanto quanto o trabalho na mina. Aliás, eu não falo só por razões morais, mas também físicas e sociais. A degradação social das moças é deplorável e extrema. Quando essas moças se tornam esposas de mineiros, os homens sofrem profundamente com essa degradação e isso leva-os para fora de casa e para a bebida.” (nº 1737.) “Mas isso não seria igualmente válido para as mulheres ocupadas nas usinas side- rúrgicas? — Não posso falar por outros ramos de atividade.” (nº 1740.) “Mas qual é a diferença entre as mulheres empregadas em siderurgias e as empregadas em minas? — Não tenho me ocupado dessa questão.” (nº 1741.) “Podeis descobrir alguma di- ferença entre uma classe e outra? — Não tenho assegurado nada sobre isso, mas conheço, por visitas de casa em casa, o deplorável estado de coisas em nosso distrito.” (nº 1750.) “Será que não teríeis grande desejo de acabar com a ocupação feminina onde quer que ela seja degradante? — Sim (...) os melhores sentimentos das crianças têm de vir da educação materna.” (nº 1751.) “Mas isso também é válido quanto ao trabalho agrícola de mulheres? — Este só dura duas estações do ano, enquanto no nosso elas tra- balham as quatro estações, muitas vezes dia e noite, molhadas até os ossos, com a constituição enfraquecida e a saúde alque- brada.” (nº 1753.) “Não estudastes a questão (da ocupação femi- nina) de modo geral? — Tenho olhado ao redor de mim e posso dizer que em nenhum lugar encontrei algo equivalente à ocupação feminina em minas de carvão. [nº 1793, 1794, 1808.] É trabalho de homem, e trabalho para homens fortes. A classe melhor dos mineiros, que procura se elevar e humanizar, ao invés de encon- trar apoio em suas mulheres, é rebaixada por elas.” Depois de os burgueses terem continuado a questionar em todas as direções, revela-se finalmente o segredo de sua “compaixão” por viúvas, famílias pobres etc.: “O dono da mina de carvão designa certos gentlemen318 para a supervisão e, para colherem aplausos, a política deles é fazer tudo do modo mais econômico possível, e as moças ocupadas re- cebem de 1 a 1 xelim e 6 pence por dia, onde um homem teria que receber 2 xelins e 6 pence.” (nº 1816.) 4. Júris de instrução em casos de morte (nº 360.) “Em relação aos coroner’s inquests,319 em vossos distritos, estão os trabalhadores satisfeitos com o processo judicial em caso de acidentes? — Não, não estão.” (nº 361-375.) “Por que não? — MARX 127 318 Cavalheiros. (N. dos T.) 319 Inquéritos em casos de morte. (N. dos T.)
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