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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA TÍTULO: ESCRITOS DE EDUCAÇÃO CAPÍTULO 2: A ESCOLA CONSERVADORA: AS DESIGUALDADES FRENTE À ESCOLA E À CULTURA DISCENTES: • JÚLIA MEDEIROS INTRODUÇÃO Nascido na cidade de Denguin, França, no dia primeiro de agosto de 1930, Pierre Félix Bourdieu era proveniente de uma família campesina. Ao completar seus estudos básicos, mudou-se para Paris, onde estudou na Faculdade de Letras aos 21 anos de idade. Pierre Bourdieu tornou-se referência na Antropologia e na Sociologia publicando trabalhos sobre educação, cultura, literatura, arte, mídia, linguística e política. Suas reflexões dialogavam tanto com as esferas de Max Weber, como com as classes de Karl Marx. Adotando a nomenclatura de construtivismo estruturalista ou de estruturalismo construtivista, Bourdieu argumentava que há estruturas objetivas no mundo social que podem coagir a ação dos indivíduos. Todavia essas estruturas são construídas socialmente. Por outro lado, Pierre Bourdieu rejeitava a dicotomia subjetivismo/objetivismo nas ciências humanas, dizendo que as relações sociais estão numa relação dialética. https://www.infoescola.com/ciencias/antropologia/ https://www.infoescola.com/biografias/max-weber/ https://www.infoescola.com/biografias/karl-marx/ https://www.infoescola.com/filosofia/objetivismo/ • O SISTEMA ESCOLAR • INÉRCIA CULTURAL • MOBILDADE SOCIAL • MECANISMO DE ELIMINAÇÃO • LEGITIMAÇÃO DAS DESIGUALDADES • QUESTÃO CULTURAL Transmissão do capital cultural A transmissão da formação da escola conservadora segundo BOURDIEU é denominada por vários sentidos tanto no ambiente escolar quanto na educação informal do núcleo familiar; o autor de inicio mostra que o êxito na formação do aluno estar na transmissão do capital cultural; o aluno adquire conceitos, princípios e visão de mundo por meio do direcionamento dos pais, que possuem esse capital cultural e repassa para os filhos; “Mais que diplomas obtidos pelo pai, mais mesmo do que o tipo de escolaridade que ele seguiu, é nível cultural global do grupo familiar que mantém a relação mais estreita com o êxito escolar da criança.” (p.42) A escolha do destino A escolha do destino perpassa pelo sistema de valores implícitos ou explícitos que a família transfere para o aluno, no qual carrega esses valores para o campo social; o autor demostra que um desses princípios é a escolha de inscrição no liceu (o que implica um projeto de estudos longos, ao menos até o baccalauréat). As mesmas condições objetivas que definem as atitudes dos pais e dominam as escolhas importantes da carreira escolar regem também a atitude das crianças diante dessas mesmas escolhas e, consequentemente, toda sua atitude com relação á escola (p.48). O FUNCIONAMENTO DA ESCOLA E SUA FUNÇÃO DE CONSERVAÇÃO SOCIAL • EXCLUSÃO SOCIAL • TRADIÇÃO PEDAGÓGICA: “Mas o fato é que a tradição pedagógica só se dirige, por trás das ideias inquestionáveis de igualdade e de universalidade, aos educandos que estão no caso particular de deter uma herança cultural, de acordo com as exigências culturais da escola.” (p.53) • PROFESSORES: “Os professores partem da hipótese de que existe, entre o ensinante e o ensinado, uma comunidade linguística e de cultura, [...], o que só ocorre quando o sistema escolar está lidando com seus próprios herdeiros.” (p. 55,56) • RESPONSABILIZAÇÃO DO ALUNO A ESCOLA E A PRÁTICA CULTURAL • Um fenômeno de logística própria é a “Moda Intelectual” tendo ênfase contra as mitologias pregadas pela homogeneização cultural assim enfraquecendo barreiras que mantém distâncias culturais entre as classes. • Cada indivíduo se aprofunda e compreende aquilo que foi repassado de acordo com a cultura que lhe foi atribuída, ou seja, de sua educação e de seio meio cultural, portanto enquanto houver dúvidas sobre a eficácia de todas as técnicas de ação cultural direta, ainda haverá a desigualdade frente a escola, que será apenas a contribuição para o disfarce das desigualdades culturais. CONSIDERAÇÕES FINAIS Falar em ideias democráticas numa sociedade socialmente desigual significa promover uma falácia sem medida; é querer justificar uma “igualdade” que claramente não existe, basta que analisemos o perfil de estudantes que chegam ao nível superior; para os ricos, a sua presença maciça nos curso superior se veste de dom natural. A ideologia do dom é a justificativa da elite que se impõem às classes menos favorecidas para consolidar a estratificação social, gerando nas classes pobres o sentimento de inaptidão ao sucesso escolar. Portanto, o êxito escolar é questão de oportunidade e não de dom natural como pensa de si mesmo a elite aristocrática; sendo o sistema escolar um dos maiores produtores da conservação social. REFERÊNCIAS BOURDIEU, PIERRE. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: Nogueira, M, A; Catani, A. Escritos de educação. Petrópolis, RJ. Editora vozes, 1998. P. 39-64.
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