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DISCIPLINA: SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA HAYANDS BATISTA ALVES RESENHA APARELHO URINÁRIO hayandsbatistaalves@gmail.com Primeiramente há uma definição de extrema importância em diferenciar as nomenclaturas de “Aparelho e Sistema”. Sistema é um conjunto de estruturas ou de órgãos semelhantes, e estes por sua vez, são constituídos pelo mesmo tecido ou células e com funções do mesmo tipo, podemos citar como exemplo o sistema adiposo como um conjunto dos tecidos adiposos do organismo, o sistema arterial definido como conjunto de vasos arteriais do organismo e o sistema cartilagíneo constituído pelo conjunto de cartilagens do organismo. Já o conceito de Aparelho é o conjunto de órgãos associados para exercerem uma mesma função, como o aparelho digestivo, aparelho circulatório, aparelho respiratório, aparelho urogenital. Portanto, podemos conceituar aparelho urinário como um conjunto de órgãos associados, sem a necessidade de serem semelhantes, constituídos pelo mesmo tecido ou células (COSTA, 2003). Figura 1. Desenho esquemático da disposição das estruturas do sistema urinário na pelve masculina e feminina. Fonte: CARIA, 2014 O sistema urinário consiste em dois rins e dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Os dois rins e dois ureteres se encontram no espaço retroperitoneal, ressaltando que os dois rins produzem a urina e os dois ureteres transportam esta mesma urina à bexiga. A bexiga urinária se localiza na parte inferior do abdômen “sínfise púbica”, nos homens, situa-se logo à frente do reto, já nas mulheres, à frente da vagina e abaixo do útero, vale frisar que a urina fica retida nesta por um determinado tempo, para que posteriormente seja expelida pela uretra. mailto:hayandsbatistaalves@gmail.com A uretra é conectada a bexiga ao meio exterior do corpo, sendo este o canal condutor da urina. (BONTRAGER.; LAMPIGNANO, 2010; CARIA, 2014). Os produtos finais do metabolismo são eliminados pelos pulmões, pele, intestinos e rins, com a finalidade de regular o meio interno e manter a homeostase, para que haja o equilíbrio das funções eletrolíticas do sangue e dos tecidos. No entanto, para que haja uma purificação sucedida do sangue é necessário que esta filtragem seja satisfatória e ocorrida nos rins, sendo este o grande responsável pela remoção das substâncias tóxicas, regulagem do volume e composição do sangue, remoção de produtos nitrogenados, regulação do equilíbrio ácido- básico e pela regulagem da pressão arterial (CARIA, 2014). Figura 1. Corte sagital do rim. Fonte: CARIA, 2014 Os rins apresentam um papel de grande importância para as funções de excreção, regulação e endócrina, pois estes eventos se inter-relacionam de forma complexa, pois as alterações renais podem ocasionar um comprometimento multissistêmico e acarretar distúrbios em diversos órgãos do corpo. A avaliação da função renal tem a sua importância na prática clínica para o diagnóstico, prognostico e monitoramento das doenças renais, uma vez que a maior parte das doenças renais só se manifesta clinicamente quando mais de 50% a 75% da função renal está comprometida. Assim os principais marcadores, de escolha, para a função renal são ureia e creatinina. No entanto existem estudos recentes com novos biomarcadores para diagnosticar e monitorar as doenças renais que podem ser promissores na prática clínica como a Depuração endógena da creatinina, Fórmulas matemáticas, Depuração da inulina e quelatos marcados, Proteinúria, Albuminúria, Dimorfismo eritrocitário, Lipocalina associada à gelatinase de neutrófilos, Cistatina C, Molécula-1 de lesão renal, Interleucina-18 e as Enzimas urinárias tubulares e proteínas de baixo peso molecular (DUCE et al., 2015). A Ureia e Creatinina são substâncias presentes na corrente sanguínea dosadas através de exames de sangue para avaliar a função renal e quando há o comprometimento deste, a capacidade de filtrar o sangue fica afetada. Quando as concentrações de creatinina se elevam no sangue é evidenciado uma insuficiência renal. A Creatinina é uma espécie de lixo metabólico resultante do consumo de cretina fosfato pelo músculo, após a sua geração a creatinina é lançada na corrente sanguínea e é eliminada do corpo na urina, através dos rins. Então o ciclo é obtido após a ingestão de proteínas na dieta e após isso há a produção de cretina fosfato pelo o fígado, depois deste consumo, é gerado energia e após isso é produzida a creatinina, quando isso ocorre o nosso organismo elimina a creatinina pelos rins. Vale frisar que, cerca 2% de toda creatina fosfato armazenada no corpo, é convertida em creatinina pelo metabolismo muscular. A ureia é uma outra substancia produzida pelo fígado, através do metabolismo de proteínas da alimentação e elimina nos rins e a sua elevação é um sinal de mau funcionamento deste (PINHEIRO, 2020). A bexiga funciona como um reservatório de urina, sendo auxiliada pela uretra. A capacidade total da bexiga varia de 350 a 500 ml. O antidiurético (ADH) ou arginina vasopressina, é um tipo de hormônio responsável pela reabsorção do volume e pela a osmolaridade dos líquidos corporais, reduzindo a pressão hidrostática sanguínea, trazendo um efeito vasoconstritor, atuando no aumento de retenção da água. O sangue no corpo é filtrado aproximadamente 60 vezes por dia. Um volume de 200 litros de sangue é filtrado por dia pelos rins, gerando 1,5 litros de urina, que é eliminada em 24 horas (BONTRAGER.; LAMPIGNANO, 2010; CARIA, 2014; RIBEIRO, 2020). 1. Dados de Identificação 3. Exame Físico MATERIAL: ✓ Papel para anotação; ✓ Caneta; ✓ Estetoscópio; ✓ Balança antropométrica. PASSOS: ✓ Nome, idade, gênero, raça, estado civil, profissão (atual e anteriores), local de trabalho, naturalidade, residência, grau de instrução e data de admissão. ✓ Queixa principal; ✓ História de infecções do trato urinário (ITU) pregressos e hospitalizações; ✓ Febres e calafrios, alterações da coloração, odor e volume da urina, anemia inexplicada; ✓ Exames diagnósticos e uso de sondas urinárias; ✓ Sintomas tais como: disúria, hesitação ou esforço na micção, hematúria, nictúria, oligúria, anúria e poliúria; ✓ Se dor, informar a localização da dor bem como a duração fatores de alívio e precipitação; ✓ Hábitos: uso de tabaco, álcool ou drogas; ✓ Histórico de DST e número de partos vaginais. 3.1 Orientações prévias à realização do exame físico: ✓ Pedir ao cliente para esvaziar a bexiga antes de começar o exame físico; ✓ Certificar-se de que o ambiente (consultório, apartamento ou enfermaria) esteja aquecido e com adequada iluminação; ✓ Cliente em posição de decúbito dorsal com os braços ao lado do corpo em posição anatômica; ✓ Privacidade: exposição do apêndice xifóide até sínfise púbica (lençol); ✓ Certificar-se que o cliente esteja confortável e relaxado. 3.2 Técnicas propedêuticas a serem realizadas: Inspeção, Percussão, Palpação e Auscuta. 3.3 INSPEÇÃO: ✓ Abaulamento nos flancos e fossa ilíaca: Hidronefrose, rins policísticos e tumorres. ✓ Urina: Coloração, aspecto e odor; 2. Dados Subjetivos – Aparelho Urinário EXAME FÍSICO DO APARELHO URINÁRIO ✓ Verificar a presença de sinais de insuficiência renal: edema periorbital, sacral e de extremidades, mudanças na coloração da pele, estado mental e sinais de encefalopatia urêmica, hálito urêmico, alterações do peso e volume urinário entre outros. 3.4 PERCUSSÃO ✓ Sinal de Giordano: Realizada através do punho percussão: positivo se houver dor / negativo na ausência de dor ✓ Percussão da bexiga: Com o método digito-digital, inicia-se a 5 cm da sínfise púbica, percutindo em sentido ascendente, em direção à bexiga e sobre a mesma. O som deve ser tipo timpânico. Se for maciço indica ascite ou bexigoma. 3.5 PALPAÇÃO ✓ Método de Israel: Paciente posicionado em decúbito lateral,oposto ao lado que será palpado. A coxa correspondente ao órgão que vai ser examinado deverá ficar fletida sobre a bacia, e o outro membro deverá permanecer em extensão (posição de Sims). O enfermeiro deverá posicionar-se do lado do dorso do paciente, colocar uma das mãos no ângulo lombocostal, fazendo pressão de trás para a frente. Com outra mão espalmada no abdome, logo abaixo do rebordo costal, o enfermeiro procura pinçar o rim na sua descida inspiratória. 3.6 AUSCUTA ✓ Método de Devoto: Paciente em decúbito dorsal, com joelhos levemente fletidos. Enfermeiro posicionado junto ao paciente, do lado do órgão que pretende palpar, pede ao paciente relaxar a musculatura. Colocar uma mão contrária ao rim à ser examinado no ângulo lombocostal, exercendo a pressão de trás para frente, enquanto a outra mão, espalmada sobre o abdome abaixo do rebordo costal, procura sentir e pinçar o pólo inferior do rim na sua descida inspiratória. ✓ Realizada para observar a presença de ruído da artéria renal, causado por estenose ou aneurisma da artéria ou da aorta abdominal; ✓ Posteriormente na 12ª costela e anteriormente flancos e fossa ilíaca. Técnica Sinal de Giordano REFERÊNCIA AULA DE ANATOMIA.COM. Sistema Urinário. Copyright © 2001 Aula de Anatomia. Disponível em:<https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-urinario/>. Acesso em: 21.05.2021. BARROS, Alba Lucia Botura Leite de. Anamnese e Exame Físico. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. BONTRAGER, Kenneth L.; LAMPIGNANO, John. Tratado de Posicionamento Radiográfico E Anatomia. Elsevier Brasil. pág. 526-531. 2010. CARIA, Paulo Henrique Ferreira. Anatomia geral e odontológica. [recurso eletrônico] / orga- nizadores, Léo Kriger, Samuel Jorge Moysés, Simone Tetu Moysés; coordenadora, Maria Celeste Morita; autor, Paulo Henrique Ferreira Caria. – Dados eletrônicos. – São Paulo: Artes Médicas, 2014. (ABENO: Odontologia Essencial: parte básica). Biblioteca Portal do aluno UNINOVAFAPI. Disponível em:<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536702223/cfi/147!/4/4@0.00:13.2>. Acesso em: 21.05.2021. COSTA, M. F. Dicionário de Termos Médicos. Porto: Porto Editora, 2003-2020. Disponível em:<https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos>. Acesso em: 21.05.2021. Dicionário de Termos Médicos. Porto: Porto Editora, 2003-2020. Disponível em:<https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/aparelho>. Acesso em: 21.05.2021. Dicionário de Termos Médicos. Porto: Porto Editora, 2003-2020. Disponível em:< https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/sistema>. Acesso em: 21.05.2021. DUCE, Luci Maria Santana. Biomarcadores da função renal: do que dispomos atualmente? Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas – Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte, MG, Brasil. 2015. Apoio financeiro: CNPq e FAPEMIG. DOI: 10.21877/2448-3877.201600427. Disponível em:<http://www.rbac.org.br/artigos/biomarcadores-da-funcao-renal-do-que-dispomos- atualmente/>. Acesso em: 22.05.2021. PINHEIRO, Pedro. O QUE SÃO CREATININA E UREIA? – EXAME PARA AVALIAÇÃO DOS RINS. MD.SAÚDE © 2008–2020. Disponível em:<https://www.mdsaude.com/nefrologia/ureia-creatinina/>. Acesso em: 22.05.2021. https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-urinario/ https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/aparelho https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/sistema http://www.rbac.org.br/artigos/biomarcadores-da-funcao-renal-do-que-dispomos- https://www.mdsaude.com/nefrologia/ureia-creatinina/ PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema Urinário. Portal São Francisco - Copyright © 2000 – Todos os direitos reservados. All rights reserved. Disponível em: < https://www.portalsaofrancisco.com.br/corpo-humano/sistema-urinario>. Acesso em: 22.05.2021. RIBEIRO, Krukemberghe Divino Kirk da Fonseca. "Hormônio Antidiurético"; Brasil Escola. Copyright © 2020 Rede Omnia - Todos os direitos reservados. Disponível em:< https://brasilescola.uol.com.br/biologia/hormonio-antidiuretico.htm >. Acesso em 22 .05. 2021. SANSON, Eliza Moura. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM RELACIONADA AO CATETERISMO VESICAL DE DEMORA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Revista das Semanas Acadêmicas, v. 3, n. 3, 2016. Acesso em:< https://ulbracds.com.br/index.php/rsa/article/view/518>. Acesso em: 22.05.2021. https://www.portalsaofrancisco.com.br/corpo-humano/sistema-urinario https://ulbracds.com.br/index.php/rsa/article/view/518
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