Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Hepatite Infecciosa Canina Resumo por: Denise Ramos Pacheco Profa Dra Aline Santana da Hora Medicina Veterinária UFU → Enfermidade infectocontagiosa superaguda ou aguda, de etiologia viral, que acomete predominantemente cães jovens. → Ocasiona comprometimento grave de fígado e outros órgãos, com elevada letalidade. Etiologia • Família: Adenoviridae Gênero: Mastadenovirus. • Espécie: Canine adenovirus 1 (CAV-1). • Canine adenovirus 2 (CAV-2): doença respiratória em cães (tranqueobronquite infecciosa) genetica e antigenicamente relacionado com CAV-1 (então há proteção cruzada da vacina – maioria das vacinas possuem só CAV-2, devido a CAV-1 na vacina provocar olho azul - uveíte). • Vírus DNA. • Não envelopado. Resistência ambiental Resiste: 4°C: 9 meses. 37°C: até 30 dias . 50-60°C: 5 min. Ampla faixa de pH 3-9. Éter, clorofórmio, formalina e ácidos . Estável em certas radiações UV. Sensível: Hipoclorito de sódio 5%, hidróxido de sódio, fenóis e iodóforos (agentes cáusticos). Epidemiologia Susceptíveis: Família Canidae e Família Ursidae (cães, lobos, gambás, raposas, ursos, etc.). .Superfamília Mustelidae. Animais selvagens podem ser mantenedouros do vírus (animais domésticos não vacinados também são ameaças a animais silvestres). Letalidade: 80% dos doentes. Fontes de infecção: animais doentes/não vacinados. Vias de eliminação: principalmente fezes e urina, mas está presente em todas as secreções corpóreas. 2 Porta de entrada: VO (principalmente) ou via oronasal. Transmissão: direta e indireta (fômites). Ectoparasitas: pode haver participação. Animais que sobrevivem à infecção: continuam fontes de infecção por 6-12 meses via urina (infecção renal, apesar do clearance de outros órgãos) → vírus não envelopado. • O vírus já pode ser encontrado na urina por volta de 10-14d pós-infecção. • A urina é uma boa amostra para ser utilizada no diagnóstico, devido a isso. Patogenia CAV-1 entra no organismo hospedeiro por via oral ou oronasal → tonsilas → replicação viral (podendo evoluir para tonsilite, tonsilas hiperêmicas e aumentadas) → 4-8 dias pós-infecção → viremia → vírus na saliva, urina, fezes. Fonte: Aline da Hora. • A partir da hepatite aguda, pode evoluir para regeneração hepática, hepatite crônica ou cirrose. Alterações da HIC que podem levar à morte: • Estabelecimento de insuficiência hepática e encefalopatia hepática → coma ou semicoma → morte. • Mortes súbitas: relacionadas à lesões em SNC, pulmões, CID. Sinais Clínicos Cães 1 mês a 2 anos (principalmente até 1 ano): manifestações clínicas + evidentes Animais não vacinados ou vacinados inadequadamente. Forma grave/hiperaguda: morrem em questão de horas após o início dos sinais clínicos pode ser confundida com envenenamento. Forma aguda: • PI 2-5 dias . 3 • Duração: 2-7 dias. • Hipertermia (até 41°C). • FC e FR aumentadas. • Faringite e laringite. • Vasculite generalizada (tropismo por endotélios). • Inapetência, letargia, fraqueza, vômitos (às vezes com sangue), diarreia líquida (muitas vezes com sangue). • Desidratação. • Tosse e sons respiratórios ásperos mais baixos (pneumonia) → o vírus tem tropismo por pulmão. • Linfadenomegalia cervical com edema subcutâneo da cabeça, do pescoço e de partes pendentes do tronco e membros. • Petéquias disseminadas e equimoses, epistaxe e sangramento em locais de punção venosa. • Sensibilidade abdominal e hepatomegalia (fase aguda). • Distensão abdominal por acúmulo de líquido serossanguinolento ou hemorragia. • Sinais SNC: depressão, desorientação, ataxia, andar em círculos, nistagmo, head pressing, convulsões ou coma. Sinais clínicos oculares : Fonte: Aline da Hora. • 20% dos cães infectados. • “Olho azul” → por conta do edema corneano. • Rara em cães vacinados (1% dos vacinados). • Replicação viral células endoteliais corneanas. • Embaçamento da córnea em geral começa no limbo e se dissemina em direção central. • ..Lesões oculares começam 7 dias PI. • Casos subclínicos ocorre só ceratite, com aparecimento súbito da córnea azulada. • Edema de córnea e uveíte anterior ocorrem quando a recuperação do animal começa, e podem ser os únicos sinais observados em animais com infecção inaparente → geralmente autolimitantes, recupera em 3 semanas. • Edema de córnea: leva ao blefaroespasmo, fotofobia e secreção ocular serosa. • Dor ocular: ocorre nos estágios iniciais da infecção e cessa quando a córnea fica completamente embaçada. • Úlcera de córnea e glaucoma podem estar presentes e também causam dor. • Afghan hound (raça) são bastante susceptíveis às lesões oculares como complicação da HIC. 4 Diagnóstico → Anamnese. → Sinais clínicos. → Hematologia: Anemia discreta. Leucopenia grave (<1.000cls/uL) . Linfopenia e neutropenia (nem sempre ocorre). Trombocitopenia (CID). Testes de coagulação alterados. → Bioquímica: ↑ ALT, AST e FA: refletem necrose dos hepatócitos e são variáveis de acordo com a fase da infecção. Hiperproteinemia. Hiperbilirrubinemia: incomum. → Urinálise: Bilirrubinúria moderada a acentuada (frequente) . Hematúria. Proteinúria, albuminúria (lesão renal pelo CAV) . Cilindros granulares e hialinos. Diagnóstico diferencial: → Cinomose (co-infecção frequente). → Parvovirose. → Herpesvírus canino. → Síndrome do definhamento do neonato . → Leptospirose. → Má nutrição. → Outras causas de encefalopatia . → Outras causas de hipoglicemia. → Toxinas que podem causar necrose hepática e/ou coagulopatias. Tratamento Específico: não há. → Suporte: para permitir o reparo das células hepáticas. → Fluidoterapia: repor perdas por vômitos e diarreia. → Transfusão de plasma fresco ou sangue total: reposição de fatores de coagulação. → Tratamento anticoagulantes. → Reposição de glicose (bolus e infusão contínua) → casos de hipoglicemia. → .Antieméticos. → Enema acidificante: tratar a estase intestinal e retardar a absorção da amônia. → Potássio (parenteral ou oral): auxilia a reduzir a reabsorção oral da amônia e corrigir a acidose metabólica (previne encefalopatia hepática). → Acidificação urinária: ácido ascórbico (Vit C) pode reduzir a reabsorção da amônia pelos rins e auxilia na recuperação tecidual. 5 → Antibióticos de amplo espectro: se houver infec. bact. secundária: → Ceftiofur. → Ampicilina. → Suporte hepático: → S-adenosilmetionina (SAMe). → Silimarina. → vitamina E, e/ou Ursodiol. Diagnóstico etiológico Isolamento viral → produz efeito citopático : → :Pulmão, fígado, fezes. PCR: → Sangue; swab retal, conjuntival ou nasal; urina; tecidos coletados em necropsia. Prevenção Vacinação é essencial! Teste rápido para avaliar resposta humoral.
Compartilhar