Buscar

Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINEs) 
Resumo por: Denise Ramos Pacheco 
Profa. Celene Maria de Oliveira Simões Alves 
Medicina Veterinária – UFU. 
 
• Todos têm ações muito semelhantes às da aspirina. 
• Atividade analgésica, anti-inflamatória e antipirética. 
• Século 18: ácido salicílico com ação antipirética. 
• Depois: ácido acetilsalicílico (AAC). 
• AAC é a droga padrão dos AINEs. 
• Apesar de terem estruturas químicas diferentes, são fármacos que têm ações semelhantes. 
• Atualmente, há mais de 50 AINEs no mercado. 
• Uso terapêutico: artrite reumatóide, osteoartrite, traumas, feridas, fraturas ou outras lesões de 
partes moles, processos cirúrgicos, antiagregante plaquetário, antipirético. 
• As vezes pode associar anti-inflamatórios com opióides, pois com o anti-inflamatório, pode-se 
reduzir a dose do opioide. 
• Med vet: > para uso em cães, não em gatos. 
• Gatos: deficiência nas enzimas que fazem as reações de glicuronidação. 
• Há efeitos terapêuticos (farmacológicos) e efeitos adversos. 
• Para reduzir inflamação aguda: reduzir ação dos prostanóides (fármacos que inibem enzima 
ciclooxigenase) 
• Aspirina, paracetamol, nimesulide, meloxicam, indometacina. 
Mecanismo de ação dos AINEs → inibem a via da ciclooxigenase (1 e 2), que inibe a ação dos 
prostanóides (produção de prostaglandinas e tromboxanos) 
• Porém eles NÃO INIBEM a formação de outros mediadores inflamatórios, incluindo outros 
eicosanóides, como leucotrienos (LT). 
Mecanismo da inibição da ciclooxigenase: 
• Inibem de modo reversível (inibição competitiva reversível), sendo o AINE o inibidor. 
• A COX é uma enzima expressa em membranas intracelulares. Contém um sítio de ligação ao 
substrato, que é o AA que vai produzir prostanóides, e também há um sítio catalítico. 
• O AINE precisa se ligar ao sítio de ligação ao substrato da COX, no lugar do AA (hidrofóbico), 
realizando uma ligação reversível (que pode ser desfeita). 
• No sítio catalítico da COX há um resíduo de arginina (aa), onde há a ligação ao AINE. 
• A COX-1 e a COX-2 possuem diferenças na estrutura: na COX-1, na posição 523, há isoleucina, já na 
COX-2 há o aa valina -> a estrutura molecular é diferente -> COX-2 tem um “bolso” lateral. 
• Importância da diferença estrutural: as drogas inibem seletivamente COX-1 ou COX-2, e isso é 
possível pois elas são diferentes. 
• Coxibes: são AINEs seletivos para COX-2 → menores efeitos adversos. 
• Os coxibes possuem grupos químicos volumosos que se acomodam no bolso lateral da enzima 
COX-2. 
• Há AINEs seletivos para inibir COX-1, COX-2 ou ambas, sendo essa inibição dose-dependente 
(depende da concentração do fármaco no organismo) -> imagem. 
• Porém, a COX-2 também é importante fisiologicamente (coxibes também apresentam efeitos 
adversos, por reduzirem prostanóides com efeitos fisiológicos, inclusive gastrointestinais). 
• Portanto, usando um coxibe ou não, há efeitos adversos (apesar dos efeitos causados pela 
inibição da COX-2 serem menores dos que os causados pela inibição da COX-1). 
 
Fonte: Celene Maria de Oliveira Simões Alves. 
 
• Tempo de meia-vida plasmática dos fármacos (para reduzir 50% de sua concentração plasmática): 
importante para formar um esquema posológico. 
• Exceção: ácido acetilsalicílico (aspirina) -> causa inibição irreversível de COX-1 e COX-2 
(ciclooxigenases). 
• Elas são inibidas e necessitam de nova síntese. 
• Reação de acetilação da ciclooxigenase (aa serina). 
• Ácido salicílico + acetil = ácido acetilsalicílico. 
• A aspirina “acetila” a serina no sítio ativo bloqueando o acesso do ácido aracdônico. 
• COX-1 e COX-2 possuem serina na estrutura (metil+OH), na posição 529 (cox1) e 516 (cox2). 
• Hidroxila (OH): grupos reativos (reagem com acetil do ácido acetilsalicílico) -> grupo acetil é 
transferido para a serina (substituído na hidroxila) -> ligação covalente com a enzima -> inibição 
irreversível da enzima. 
• Sobra só o ácido salicílico, que é um anti-inflamatório que causa inibição reversível (mais fraco, 
menos potente). 
• O efeito mais prolongado é o do ácido acetilsalicílico, que não depende do tempo de meia-vida dele! 
• A duração do efeito do AAS depende da taxa de renovação da enzima em cada tecido. 
• A ação de outros fármacos, que agem de maneira reversível, depende da taxa de eliminação deles a 
partir do organismo (tempo de meia-vida). 
Efeitos terapêuticos dos AINEs 
• Antipiréticos (reduzem PGE2, que é pirogênica). 
• Analgésicos (diminui formação dos prostanóides PGE2 e PGI2, que potencializam o efeito da 
bradicinina, vasodilatação e estimulação de nociceptores). 
• Anti-inflamatórios (inibem prostanóides em geral, que são vasodilatadores e aumentam 
permeabilidade vascular, no caso os AINEs diminuem vasodilatação e permeabilidade, diminuindo 
dor, rubor, calor... evocados pela histamina, por exemplo). 
• A maioria dos AINEs não interferem (reduzem) nos outros aspetos da inflamação, como 
liberação de citocinas, quimiocinas, etc, e nem no influxo de células inflamatórias para o 
tecido inflamado. Para isso, precisa usar os AIEs (anti-inflamatórios esteroidais). 
Efeitos adversos dos AINEs 
• Distúrbios gastrointestinais, devido principalmente à inibição de COX-1: gastrite ulcerosa ou não, 
diarreia, náuseas, vômitos, hemorragias -> inibição de PGI2 e PGE2, que protegem a mucosa 
gástrica. PGI2 aumenta muco e diminui HCL, portanto o AINE que inibe COX-1 aumenta a secreção 
de HCL e diminui a proteção da mucosa (doenças ulcerosas pépticas). 
• Ação sistêmica AINEs, para gerar as doenças ulcerosas pépticas → inibe COX (diminui PGE2 e 
PGI2), aumenta expressão de moléculas que aderem ao endotélio vascular gástrico, como 
neutrófilos, que produzem ROS (espécies reativas de oxigênio), lesando a mucosa. PMN: 
polimorfonucleares. 
• As células parietais do estômago, secretoras de HCL para o lúmen, na sua porção lumial há bomba 
de prótons-potássio ATPase, que secretam íons H+; depois entra K+ e sai Cl- (transportador de 
íons), formando HCL. A bomba precisa de estímulos (fosforilação de proteínas), via dependente de 
Ca2+ (receptores acoplados à proteína Gq, aumenta cálcio intracelular) -> sistema efetor 
fosfolipase C -> PKC -> cálcio ativa PKC, e ela fosforila componentes da bomba de prótons. 
• AMPc (receptor aclopado à Gs -> ativa adenilato ciclase). 
• PGE2 e PGI2 inibem a via dependente de AMPc, diminui a secreção de íons H+, diminuindo a 
produção de HCL nas células parietais gástricas; também atuam na ativação da produção de muco 
e bicarbonato em células parietais gástricas (PGE2 e PGI2 -> citoproteção da mucosa gástrica) 
• AINEs inibem PGE2 e PGI2, então perde a proteção. 
• Os AINEs seletivos para COX-2 possuem menor toxicidade gastrointestinal (coxibes também 
podem causar efeitos adversos gastrointestinais, pode ser que com menor magnitude, mas 
depende do histórico clínico do animal). 
• Inibidores de COX-2 são proibidos para venda nos Estados Unidos! 
 
Fonte: Celene Maria de Oliveira Simões Alves. 
 
 
• Reações cutâneas: lesões na pele dos animais em reação adversa ao princípio ativo (alergia). 
• Insuficiência renal aguda: idosos, recém-nascidos, com doenças renais ou cardiovasculares → 
diminui PGE2 e PGI2 para os rins -> vasodilatação, aumenta fluxo sanguíneo renal, para recém-
nascidos por exemplo, que possuem o rim imaturo; para idosos é a mesma coisa, mas rim 
desgastado. Insuficiência cardíaca: diminui a perfusão para órgãos periféricos, hipoperfusão renal + 
fármacos -> insuficiência renal aguda. Agrava os casos que já tem insuficiência renal. 
• Tendência a prolongar sangramentos: inibidores de COX-1, inibe síntese de tromboxano A2, 
importante para ativação e agregação plaquetária -> efeito anti-coagulante, ação antiplaquetária 
(aspirina). 
• Efeito hipertensivo: diminui volemia, diminui débito cardíaco, aumenta a pressão arterial. Não há 
diminuição do efeito natriurético (eliminação de sódio na urina). 
• Aumentaa probabilidade de eventos trombóticos: principalmente coxibes (exceção: AAS em 
baixa dose). PGI2, do endotélio, inibe agregação plaquetária (inibição de COX-2, diminui PGI2). 
TAX2 leva à coagulação sanguínea, favorece coagulação. 
• AAS (ácido acetilsalicílico), em baixas doses, tem efeito cardioprotetor → via oral, passa pelo 
sistema porta-hepático, e sofre extremo metabolismo de primeira passagem. Para ação anti-
inflamatória, precisa ser altas doses, para alcançar a circulação sistêmica. As baixas doses são 
suficientes para causar inibição da COX-1 das plaquetas, do sistema porta-hepático. Essas 
plaquetas já saem com sua enzima inibida, acetilada (não possuem núcleo, não fazem síntese de 
novas proteínas). As plaquetas ficam com essas enzimas inibidas enquanto circularem (7-10 dias). 
As plaquetas diminuem a síntese de TXA2 (não ocorre síntese). Diminui a capacidade de ativação 
de plaquetas e agregação plaquetária -> diminui probabilidade de formação de trombos, por isso 
efeito cardioprotetor. 
• Porém, em caso de acidentes ou cirurgia, há risco de hemorragias, pois atua como anticoagulante, 
e deve-se suspender o uso desse fármaco. 
• é preciso colocar na balança para ver o que é melhor, exemplo, em casos de animais com risco de 
trombo, não é bom administrar coxibes. Animal com histórico de doença no TGI, melhor 
administrar coxibes. 
• Alterações hematológicas: diminui glóbulos vermelhos, plaquetas). 
• Hepatotoxicidade (paracetamol). 
• Lesão de cartilagem articular: diminui síntese de proteoglicanos, em uso crônico -> carboidrato 
ligado a proteínas, que “lubrificam” articulações. 
• Reações de hipersensibilidade tipo I (alergia). 
AINES + USADOS 
• ASPIRINA (ácido acetilsalicílico) 
• Anti-inflamatório, antipirético e analgésico (altas doses) 
• Cardioprotetor, menos efeitos TGI 
• Mesmo em pequenas doses, pode causar sangramento 
• PARACETAMOL 
• Analgésico e antipirético (fraco anti-inflamatório) 
• Não tem efeitos adversos gastrointestinais e outros, já citados 
• Superdosagem: gera hepatotoxicidade (gera metabólitos reativos tóxicos, saturação de enzimas 
de conjugação) 
• Gatos: hemoglobinúria (lise de hemácias), cianose, intoxicação por paracetamol, anemia, icterícia 
• Tratamento da hepatotoxicidade: N-acetilcisteína, para síntese de glutationa, que sequestra as 
espécies reativas formadas 
• DICLOFENACO (sódio ou potássio -> cataflan) 
• São sais 
• Ambos: mesmos efeitos no organismo 
• Animal com hipertensão: usar o de potássio 
• Não é coxibe, mas tem maior afinidade por COX-2 
• Anti-inflamatório, antipirético, analgésico 
• Vários efeitos adversos (TGI, sangramento) 
• T1/2 vida curto 
• Proibido o uso em cães e gatos (causa hemorragias gastrointestinais) 
• IBUPROFENO (alivium) 
• Inibe PGF2alfa (cólicas menstruais) 
• Inibe COX-1 e COX-2 
• Vários efeitos adversos, mas é melhor tolerado pelo TGI (menos efeitos que o AAS) 
• NIMESULIDA 
• Anti-inflamatório, analgésico, antipirético 
• Inibe COX-1 e COX-2 
• Efeitos adversos gastrointestinais 
• Pode causar hepatotoxicidade 
• DIPIRONA 
• Analgésico e antipirético (parecido com paracetamol) 
• Não tem ação anti-inflamatória 
• Não tem efeitos adversos gastrointestinais 
• Hematotoxicidade (diminui plaquetas, leucócitos, eritrócitos: discrasia sanguínea) 
• Reduz coagulação sanguínea 
• Cuidado com animal com hemorragias

Outros materiais