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ao capital. No lugar da formal surge a subordinação real do trabalho
ao capital.
Basta uma mera alusão a formas híbridas, em que a mais-valia
não é extraída do produtor por coação direta nem sucedeu a subordi-
nação formal deste ao capital. O capital ainda não se apoderou aqui
diretamente do processo de trabalho. Ao lado dos produtores autônomos
que exercem seus ofícios ou lavram a terra de modo tradicional, pa-
triarcal, surge o usurário ou o comerciante, o capital usurário ou o
capital comercial, que os suga parasitariamente. A predominância dessa
forma de exploração numa sociedade exclui o modo de produção capi-
talista, para o qual, por outro lado, como nos fins da Idade Média,
pode constituir a transição. Finalmente, como mostra o exemplo do
moderno trabalho domiciliar, certas formas híbridas são reproduzidas
aqui e acolá na retaguarda da grande indústria, ainda que com fisio-
nomia totalmente modificada.
Se para a produção da mais-valia absoluta basta a subordinação
meramente formal do trabalho ao capital, por exemplo, que artesãos,
que trabalhavam antes para si mesmos ou como oficiais de um mestre
de corporação, tornem-se agora trabalhadores assalariados sob controle
direto do capitalista, mostrou-se, por outro lado, como os métodos para
a produção da mais-valia relativa são, ao mesmo tempo, métodos para
a produção da mais-valia absoluta. Mais ainda, o desmedido prolon-
gamento da jornada de trabalho apresentava-se como produto mais
característico da grande indústria. O modo de produção especificamente
capitalista deixa de ser ao todo um simples meio para a produção de
mais-valia relativa, tão logo tenha-se apoderado de todo um ramo de
produção e, mais ainda, de todos os ramos decisivos de produção. Ele
torna-se agora a forma geral, socialmente dominante, do processo de
produção. Como método particular para a produção da mais-valia re-
lativa atua ainda somente, primeiro, na medida em que se apodera
de indústrias até então apenas formalmente subordinadas ao capital,
portanto em sua propagação. Segundo, ao serem revolucionadas con-
tinuamente as indústrias que já se encontram em seu poder, mediante
a mudança dos métodos de produção.
De certo ponto de vista, toda diferença entre mais-valia absoluta
e mais-valia relativa parece ilusória. A mais-valia relativa é absoluta,
pois condiciona um prolongamento absoluto da jornada de trabalho
além do tempo de trabalho necessário à existência do próprio traba-
lhador. A mais-valia absoluta é relativa, pois condiciona um desenvol-
vimento da produtividade do trabalho, o qual permite limitar o tempo
de trabalho necessário a parte da jornada de trabalho. Observando-se,
porém, o movimento da mais-valia, desfaz-se essa aparência de iden-
tidade. Assim que o modo de produção capitalista esteja estabelecido
e se tenha tornado modo geral de produção, a diferença entre mais-valia
absoluta e relativa torna-se sensível tão logo se trate de aumentar a
MARX
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