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1 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA Mecanismos de defesa e doença III Conteúdos: 1. Bactérias: estrutura, metabolismo e crescimento bacteriano 2. Genética de bactérias e fatores de virulência 3. Controle de crescimento microbiano 4. Identificação de bactéria 5. Antibióticos 6. Resistência a antibióticos e antibiograma 7. Fungos de importância médica 8. Resposta imune contra bactérias e fungos 9. Antifúngicos 10. Vírus: características gerais e estado viral 11. Antivirais 12. Resposta imune contra vírus 13. Introdução a parasitologia 14. Resposta imune contra parasitas 15. Anti-parasitários 16. Pneumonia e tuberculose 17. IVAS – infecção de vias aéreas superiores 18. Infecções geniturinárias 19. HIV 20. Enteroviroses e Enterobacterioses 21. Hepatites virais 22. Diagnóstico diferencial hepatoesplenomegalias febris 23. Arboviroses 24. Vacinas e Soros 2 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA Bactérias: estrutura, metabolismo e crescimento bacteriano § Nome científico: destacado no texto em itálico (TEXTO IMPRESSO); sublinhado (TEXTO MANUSCRITO) § Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação binomial (o primeiro é o gênero e o segundo a espécie). Primeira palavra a primeira letra é maiúscula. Segundo nome todo escrito em letras minúsculas. § NÃO ABREVIAR O GÊNERO! § Bactéria o ser unicelular o Ela é um ser Procariótico: NÃO possuem envoltório nuclear. O material genético está disperso na célula. o 1 cromossomo; circular. o Ribossomo: 70S, dispersos no citoplasma. (Ribossomo humano: 80S; se eles diferem, pode- se desenvolver uma molécula com maior afinidade por ribossomo 70S, prejudicando somente ou mais a bactéria do que o hospedeiro) o Parede celular (maioria) o Bactérias presentes no corpo é aproximadamente 10x maior que o número de células presentes no nosso corpo. o Nem todas as bactérias são patogênicas; são úteis também em: produção de alimentos, produção de vacinas, microbiota intestinal, fixadora de nitrogênio. o CARACTERÍSTICAS MORFOTINTORIAIS (morfo= forma; arranjo, tamanho; tintorial= coloração) 3 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA 1. ESFÉRICAS: Cocos § O arranjo (disposição das células) depende do plano de divisão 4 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA 2. CILÍNDRICAS: Bacilos 5 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA 6 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA 3. ESPIRALADAS: Espirilos, Vibriões e Espiroquetas o Somente com características morfológicas não consegue-se fechar diagnóstico de nada. Estruturas bacterianas o Camadas que podem delimitar as bactérias: 1. Cápsula (nem todas as bactérias possuem) 2. Parede celular (a grande maioria das bactérias vão ter, mas nem todas) 3. Membrana plasmática (todas possuem) o Função : delimitação e proteção. o Elas diferenciam-se em constituição e posição na célula. o Cápsula 7 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o é constituída por mucopolissacarídeo (açúcar + muco) – dificulta a ação de antibióticos, sistema imune terá mais dificuldade de agir reconhecendo essa bactéria. Por isso essas bactérias são mais “vilentas” (mais venenosas). Outra função importante é a proteção contra fagocitose, adesão no epitélio. o Parede celular o Mantém a forma da bactéria; rigidez o Barreira osmótica (controla o fluxo de água através da membrana semipermeável) o Função tintorial: retém a coloração de Gram. o Divide a bactéria em dois grandes grupos: Gram positivos e Gram negativo; serve pra identificar a forma, coloração e tamanho. o Gram positivo: retém o Gram por ter mais camadas de peptídeoglicano, adquire cor roxo-azulado o Gram-negativo: não retém o Gram, adquire cor rosa-avermelhada o A coloração da bactéria depende da coloração da parede celular. o Peptídeoglicano: dissacarídeo NAG-NAM (ácido N-acetilmurâmico e N- acetilglucosamina) repetitivo unido por polipeptídeos para formar um rede que circunda (confere forma) e protege toda a celular. (Penicilina interfere na ligação final das filas de peptídeoglicano pelas pontes cruzadas peptídicas) o Classificação em relação a parede celular: § Gram-positivas § Gram-negativas § Bacilos Álcool-acido resistentes (B.A.A.R.) § Não possuem parede – Mycoplasmas o A constituição das paredes de Gram-positivas e negativas são diferentes. Elas possuem algumas moléculas que são comuns o Gram-positiva § Ácido teicóico na parede (reconhecimento do sistema imune); lipoproteína e lipídeos. § Rica camada de peptídeoglicano – mais espessa e rígida § Ausência de membrana externa § Espaço periplasmático – bactéria pode guardar algumas substâncias úteis para o futuro. (Ex: enzimas que facilitam na digestão de algumas moléculas); Gram-negativas fazem com mais frequência. o Gram-negativa § Lipopolissacarídeo (LPS); lipoproteínas, fosfolipídio. § Membrana externa semelhante a membrana plasmática. § Peptídeoglicano em MENOR quantidade quando comparado a Gram- positiva. (Antibióticos que agem especificamente em peptídeoglicano, portanto a chance de surgir melhor efeito em Gram-positiva é maior) § Espaço periplasmático 8 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Obs: muito mais fácil “combater” Gram-positiva do que Gram-negativa devido à constituição de parede. o BAAR § Ricas em ácidos micólicos -> cor na presença de fucsina fenicada § Pertencentes ao gênero Micobacterium o Membrana citoplasmática o Composição: fosfolipídio, proteínas, lipoproteínas o Função: permeabilidade seletiva; síntese de componentes da parede celular; respiração celular em bactérias aeróbias (produz ATP, Água e CO2) – produção de energia. o Mesossomos – dobras na membrana que entram na célula e contém estruturas importantes na respiração celular o Pili – Fímbrias o Proteínas que vão ajudar na adesão das bactérias, são estruturas de fixação. o Porta de entrada de material genético durante a conjugação bacteriana. o Pili – prolongamento, “túnel” o Flagelos o Motilidade, locomoção celular. o Plasmídeo o Filamento de DNA, dupla fita, circular e extracromossômicos, capazes de replicar- se independente do cromossomo bacteriano. o Confere resistência a bactéria – fator de virulência. o Embora seja extracromossômicos, eles podem integrar-se ao cromossomo bacteriano. o Obs: nem todas as bactérias possuem pili, flagelos, plasmídeos. o Esporo o Resistência ambiental o Membrana envolve o DNA no esporo, quando formado a bactéria morre. 9 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Esporulação o Esporo para forma vegetativa o Fator de virulência o Classificação quanto a utilização do oxigênio o Superóxido Desmutase: transforma o H+ e oxigênio em H2O2 (Peróxido de hidrogênio – neutralizante de H+) o Catalase – inativa o peróxido de hidrogênio, formando água e oxigênio; peróxido de hidrogênio é uma molécula tóxica para a célula o São enzimas presentes nos lisossomos que fazem reações diferentes. o Bactérias classificadas de acordo com o metabolismo o Aeróbias obrigatórias – bactérias que requer o oxigênio para o crescimento, uma vez que seu sistema gerador de ATP depende de oxigênio como aceptor final de hidrogênio o Anaeróbia facultativa – oxigênio não é um fator limitante, ela consegue viv o Anaeróbias obrigatórias – não necessita de oxigênio, são incapazes de crescer na presença de oxigênio. o Capnofílicas – o Classificação quanto a temperatura de crescimento o Psicrófilo o Mesófilo o Classificação quanto a pressão osmótica o Halófilas: toleram altas concentrações de sal/açúcar o Classificação quanto a nutrição o Autotróficas: o Crescimento bacteriano o Com o passar do tempo ela irá dobrar a população o Crescimento se da de forma exponencial o Se dividem por divisão binária o Fase lag: adaptação da bactéria o Fase log: início da reprodução o Fase estacionária: o Fase final: morte o Quais fatores interferem no crescimento bacteriano:oxigênio, temperatura, pH, local de instalação. Genética de bactérias e fatores de virulência § Gene – sequência de DNA que codifica diferentes tipos de RNAs § Cromossomo – estrutra de DNA organizadas, contendo genes, regiões reguladoras e regiões não codificadoras § Genoma – conjunto de todo material genético de um organismo (cromossomo + plasmídeos em bactérias) 10 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Genótipo – conjunto genético de um organismo § Fenótipo – manifestação do genótipo, sofre influência ou não do ambiente. § Cromossomos de bactérias o Único cromossomo, circular o Replicação ocorre nas duas direções; possui uma origem de replicação (aumenta a eficiência) o Possui genes individuais como nossos genes, mas possui também organizações gênicas em forma de Operon (forma da bactéria regular a transcrição gênica dela), ele é um agrupamento de genes que normalmente participam da mesma via. § Plasmídeo de bactérias o Pequeno fragmento de DNA extra. o Vários plasmídeos diferentes e várias cópias de um mesmo plasmídeo, isso varia de bactéria para bactéria e de situação pra situação o Possui origem de replicação própria o Dependem de enzimas codificadoras pelo cromossomo para replicar (DNApolimerase) o Pode-se ter replicação sem que o cromossomo esteja em processo de replicação o Plasmídeos podem carregar genes: § Que codificam enzimas envolvidas no metabolismo bacteriano § Codificam Proteínas tóxicas para outras bactérias (bacteriocinas) § Codificam proteínas que aumenta a patogenicidade. § Codificam proteínas que garantem resistência a antibióticos, matais pesados, toxinas celulares. § Replicação em bactérias o Precisa duplicas o cromossomo o A helicase abre as fitas de DNA, a primase coloca o primer, e a DNApolimerase inicia a replicação originando novas fitas de DNA. Na fibra descontínua a DNAligase faz a ligação dessa fibra. o Sítio de terminação – local onde acaba a replicação do DNA, lado oposto a origem. o As duas forquilhas de replicação colidem -> fim da replicação. § Transcrição em bactérias o Produção de RNA. o No DNA da bactéria existe regiões chamadas de promotor, onde inicia-se o processo de transcrição o A fita de DNA abre naquele ponto, fator de transcrição se encaixar no promotor e sinaliza para a RNApolimerase, ela se encaixa e inicia o processo de transcrição, produzindo um RNA (mensageiro, ou transportador ou 10nfecioso10u) o Diferença na transcrição de um eucarioto e procarioto: no eucarioto a transcrição ocorre no núcleo, no procarioto ocorre fora do núcleo. § Tradução em bactérias o Produção de proteínas o Ribossomo com duas subunidades, ele é composto por proteínas e RNA. o Ribossomo interage com o RNAm (subdividido em trincas de nucleotídeos chamadas de códon), chegam os RNAt (sequência de anticódon), formação de proteína. o o RNA 10nfecioso10u garante a ligação do RNAm com RNAt. o A transcrição e tradução podem ser feitas de forma simultânea. (Produz RNA e ao mesmo tempo proteínas). – vantagem de ser feira fora do núcleo: garante mais velocidade. o Múltiplos ribossomos podem fazer a tradução de um mesmo RNAm -> 10nfecioso10us1010s 11 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Poliribossomos são possíveis também de serem observados em eucariotos, situações como o desenvolvimento fetal, o câncer. § Operon o LACz § Conjuntos gênicos funcionalmente relacionados com expressão controlada (os genes são transcritos como um único RNAm); § Gene regulador, promotor, operador e estruturais § Na região do gene regulador é codificado um RNAm, que traduz proteína repressora, interage com o operador e bloqueia o processo de transcrição. (Bactéria no meio de glicose e lactose, glicose é mais facilmente processada do que a lactose por ser um monossacarídeo, ela não gasta energia e tempo em consumir lactose, nesse caso o LACz fica bloqueando impedindo o processo pela proteína repressora. § Repressor inativo, Operon ligado. Presença de lactose dentro da bactéria ativa o processo de transcrição. Lactose entra na bactéria se transforma em alolactose, se liga a proteína repressora, ativa o Operon assim tem-se transcrição dos genes do Operon. § Produção de um RNAm que traduzirá essas três proteínas: • Permease – garantir que entre lactose na célula • Beta-galactosidade • Transacetinase § Um Operon, uma transcrição e três traduções. § Transferência de material genético o Transformação: § Bactéria capsulada é mais patogênica do que a não capsulada. § Bactéria capsulada morta colocada no rato -> não morreu § Bactéria capsulada morta + bactéria viva sem cápsula – morte do rato; nesse caso, a bactéria viva captou o DNA da bactéria morta, assim ela produz proteínas responsáveis pelo processo de formação da cápsula. § Processo de transformação garante a captação de DNA presente no meio. § Aumento da diversidade e da adaptabilidade da comunidade microbiana como um todo o Conjugação § As duas bactérias estão vivas – conjugação entre duas bactérias através de pili, transferindo material genético (cromossomo ou plasmídeo) o Transdução § Ajuda do bacteriófago na transferência do material genético. § Esse vírus pode induzir a morte da bactéria, DNA da bactéria são fragmentados ele pode aderir esses fragmentos. o Transmissão de resistência a antibióticos § Bactéria se multiplica e origina uma bactéria mutante -> resistência a antibióticos § Bactéria com plasmídeo que garante resistência a um antibiótico, caso ela transfira esse plasmídeo para outra bactéria ela se tornará resistente a bactéria § Patogênese microbiana o Exposição ao patógeno, adesão, invasão, replicação (infecção), toxicidade (bactéria tóxica ou pode produzir toxinas) o O microorganismo pode causar danos ao hospedeiro de quatro formas básicas: § Utilizando os nutrientes do hospedeiro 12 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Danos diretos no local de invasão § Produzir toxinas -> transportadas pelo sangue e pela linfa -> danificam locais distantes § Induzindo reações de hipersensibilidade (tuberculose por exemplo) o A patogenicidade difere consideravelmente entre os patógenos, assim como a resistência ou suscetibilidade do hospedeiro ao microrganismo o Patógenos oportunistas causam doença em hospedeiros com resistência comprometida o Virulência § Capacidade de um patógeno em provocar doenças § Muitos patógenos produzem fatores de virulência que direta ou indiretamente, aprimoram a capacidade de invasão § Cultivo de patógenos pode levar a atenuação de virulência -> seleção de mutantes menos virulentos, porém mais adaptados ao meio de cultura. o Fatores de virulência § Adesina • Constituída por glicoproteínas ou lipoproteínas • Localizadas no glicocálice ou em outras estruturas da superfície microbiana, como pili, fímbrias, flagelos § Biofilme • Agrupamento de microrganismos que aderem em superfícies, geralmente úmidas que contém matéria orgânica • Aumentam a resistência a desinfetantes a antibióticos • Importância médica: podem se formar em cateteres médicos, prótese, válvula cardíaca, lente de contato • Estima-se que os biofilmes estejam envolvidos em cerca 65% de todas as infecções bacterianas em seres humanos. § Cápsula • Envoltório de carboidrato e/ou proteínas ao redor da parede celular • Aumentar a virulência (Garante resistência a fagocitose) • Anticorpos contra a cápsula podem facilitar a fagocitose (opsonização) § Parede celular • Peptídeoglicano em Gram-positivas • Peptídeoglicano e membrana externa em Gram-negatiyas • Previne rompimento das células bacterianas § Enzimas • Estreptococos, estafilococos e determinados clostrídicos produzem enzima hialuronidase -> promove degradação de ácido hialurônico e disseminação dos organismos pelos tecidos • Alguns patógenos produzem enzimas fibrino § Toxinas • Substância venenosa produzida por certos microrganismos -> muitas vezessão o fator patogênico principal. • Quando há transporte pelo sangue ou linfa -> aumenta risco de fatalidade • Podem inibir a síntese proteica, destruir vasos sanguíneos e células e danificar o sistema nervoso central. • Podem gerar -> febre, distúrbios cardiovasculares, espasmos, diarreia e choque • Classes: Exotoxinas, endotoxinas 13 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • Exotoxinas são proteínas; mecanismo de ação podem ser específicas; toxicidade muito maior quanto as endotoxinas • LPS – insensível ao calor. • As endotoxinas (LPS) foram estudadas principalmente em Escherichia, Shigella, Salmonella • Importância médica -> presença de endotoxinas em: o Fármacos o Instrumentos médicos (mesmo esterilizados) o Fluidos corporais (soro; líquido cefalorraquidiano) • Teste de Limulus – identificação de endotoxinas • Toxina do botulismo bloqueia a liberação de acetilcolina, com isso não se tem contração muscular. § Ilhas de patogenicidade – agrupamento de genes que codificam fatores de virulência. Controle de crescimento microbiano § Comissão de controle a infecção hospitalar (CCIH)- importante também para os estudo de quais antibióticos serão usados em cada hospital. § Infecção hospitalar – infecção após 3 dias de internação § Fatores que favorecem o aumento das infecções ? o Não lavar as mãos o Usar jalecos em locais inapropriados § Riscos ambientais que estamos sujeitos o Biológico – fungos, protozoários, vírus, bactérias o Físico – temperaturas extremas, umidade, radiação, ruídos, iluminação o Químico – poluentes do ambiente de trabalho, produtos de limpeza o Ergonômicos – ritmo excessivo, posturas inadequadas de trabalho, trabalho em turnos § Conceitos o Ato inseguro – atitudes voluntárias ou não que possam causar um acidente. Atos praticados com negligência e imprudência. Ex: não uso de EPI o Condição insegura – situações existentes no ambiente de trabalho que podem vir a causar acidentes. (Ex: irregularidades relativas ao ambiente de trabalho/laboratório) o Fator pessoal de insegurança (FPI) – problemas pessoais e de comportamento do colaborador que, agindo sobre o ambiente de trabalho, podem causar acidentes. o Risco – é todo perigo ou possibilidade de perigo, existindo a possibilidade de perda ou de causar algum dano § Objetivo da biossegurança o Reconhecer fontes de perigo -> avaliar as situações de risco -> promover mudanças o Leis da biossegurança -> problemas -> cultural, fiscalização, importação de legislações que nem sempre se adequam. § EPIs § EPC – protegem o ambiente o Chuveiro, extintor de incêndio, lava olhos § Terminologia 14 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Esterilização – remoção ou destruição de todas as formas de vida microbiana. Os Príons, no entanto, são altamente resistentes a todos os modos de esterilização o Esterilização em geral considera a ausência de príons. o Aquecimento método mais comum usado para matar microrganismos, incluindo as formas mais resistentes, como os endósporo o Esterilizantes – agentes usados em processos de esterilização. Líquido e gases podem ser esterilizados por filtração. o Remédios que precisam ser estéreis – principalmente aqueles que irão ultrapassar as barreiras inatas. o Sanitização: redução da carga microbiana em níveis seguros de saúde pública o Limpeza o Assepsia – conjunto de medidas que permitem manter um ser vivo ou um meio inerte isento de bactérias. Método de limpeza a desinfecção de áreas e superfícies (assepsia) o Anti-sepsia: refere-se a desinfecção de tecidos vivos o Desinfecção: destrói os microrganismos em sua forma vegetativa o Efeito dos medicamentos – nome dos tratamentos que causam a morte direta dos micro- organismos possuem o sufixo -CIDA -> significa morte. § Ações dos agentes de controle microbiano o Alteração na permeabilidade da membrana o Danos as proteínas e aos ácidos nucleicos (calor, radiação ou substâncias químicas) § Taxa de morte microbiana o Vários fatores influenciam a efetividade dos tratamentos anti-microbianos § O número de microrganismos § Influências ambientais (matéria orgânica, biofilmes) § Tempo de exposição § Características microbianas § Agentes químicos o Causados por substâncias químicas o Álcool § Desinfetante de nível intermediário § Ruptura da membrana celular e desnaturação das proteínas § Apresentação mais frequente: álcool etílico e álcool isopropílico entre 60 e 90% § O etanol puro é menor efetivo que as soluções aquosas (etanol+água), pois a desnaturação requer água § Mais indicado para superfícies externas dos materiais e superfícies de vidro § Como evapora rapidamente sua ação é limitada, havendo necessidade de submersão de objetos para uma ação mais rápida. § Álcool – apolar; água – polar o Formol – aldeídos; formaldeído § Desinfetante de alto nível, mas 14nfecioso14us14 § Espectro de ação: bactericida, fungicida, viricida § Usado na desinfecção de equipamentos § Pode ser encontrado na forma sólida ou aquosa (37-40%) diluído em álcool e água o Glutaraldeído § Desinfetante de alto nível usado na esterilização de equipamentos dependendo do tempo de exposição § Ação germicida: alteração do RNA, DNA, síntese proteica § É utilizando em solução a 2% com pH alcalino (7,5 – 8,5) por 30 min o Fenol 15 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Raramente usado devido à possibilidade de irritação e odor desagradável § Sabonetes antibacterianos o Halogênios § O iodo e o cloro são agentes antimicrobianos eficazes § O iodo está disponível como tintura de iodo, usado na desinfecção da pele e no tratamento de feridas § O iodo age oxidando algumas proteínas prejudicando o metabolismo da bactéria (proteínas estruturais da membrana) § O cloro é agente oxidante impedindo boa parte do funcionamento de boa parte do sistema enzimático celular. o Peróxido de hidrogênio § Desinfetante de alto nível principalmente para materiais termo sensíveis o Composto quaternário de amônia o Biguanidas § Clorexidina Identificação de bactéria § Parede celular o Gram-positivas – parede espessa o Gram-negativas – pouca camada de peptídeoglicano, membrana externa, LPS. § Preparo de esfregaço para coloração o Preparar o esfregaço e fazer a fixação o Fixação garante (matar microrganismos, preserva as estruturas, ajuda a adesão na lâmina o Fixação pode ser feita com inclusive com metanol; ou com fogo. o Após a fixação procede-se para a coloração. o Microscópio -> identificação. § Coloração de Gram o Desenvolvida em 1884 o Classifica as bactérias em Gram-positiva e Gram-negativa (nem todas as bactérias são dessas duas classes) o Procedimento: o Perguntas: 16 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Qual a função do cristal violeta? R: Corante primário, por isso ele irá cobrar todas as bactérias ali no momento. § Qual a função do iodo na coloração de Gram? R: formação de complexo § Qual a função do álcool na coloração de Gram? Qual a diferença no que acontece com o cristal violeta quando bactérias gram-positivas e Gram-negativas são expostas ao álcool? • O álcool é utilizado para fazer a descoloração da bactéria. Retira o cristal violeta e iodo das Gram-negativas, por romper a camada externa que contém o LPS. § Qual é a função da safranina na coloração de Gram? R: contracorante, permite visualizado para as bactérias gram-negativas. § Coloração ácidoresistente o Se liga fortemente apenas as bactérias que apresentam um material ceroso (lipídico) em suas paredes Antibióticos § Princípio de funcionamento dos antimicrobianos -> Toxicidade seletiva § Alexander Fleming o Inibição do crescimento de S. aureus por contaminação com fungo (Penicillium notatum) § Eficiências em infecções bacterianas sistêmicas § Natural (antibióticos) vs. Sintético o 50% dos antibióticos produzidos são de origem natural o 400.000 espécies em cultura -> 3drogas utilizáveis o Muitos micróbios produzem o mesmo tipo de antibiótico o Drogas semissintéticos – são de origem natural mas passou por alguma modificação para melhoria § Classificação o Quanto a Estrutura molecular (não é muito prática na atuação médica) o Quanto ao mecanismo de ação o Espectro de atividade antimicrobiana § ESPECTRO DE ATIVIDADE ANTIMICROBIANA o Estrito e Amplo Espectro de ação – quais os grupos de microrganismos os fármacos conseguem atingir. o Ex: penicilina – bactéria Gram-positivas; isoniazida – micobactérias -> estrito espectro de ação o Amplo espectro consegue agir em amplos grupos de bactérias -> ex: Tetraciclinas. o Gram-positiva -> larga parede de peptídeoglicanos o Gram-negativas -> atravessar membrana externa – porinas (drogas pequenas e hidrofílicas) o Micobacterjas -> o Uso de antibiótico (ATB) amplo espectro § Tratar bactéria desconhecida § Eles podem Destruir microbiota normal / equilíbrio competitivo (superinfecção) § Seleção de cepas de bactérias resistentes (uso por muito tempo e de forma incorreta de antibióticos) 17 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § MECANISMO DE AÇÃO DAS DROGAS ANTIMICROBIANAS o Bactericida vs. Bacteriostático § Sufixo “Cida” (matar) – ação de matar diretamente o microrganismo § Sufixo “stático” (parar ou diminuir) – impede o crescimento do microrganismo (multiplicação de colônia) o Mecanismos de ação – alvos § Inibição da síntese de parede celular § Danos a membrana plasmática § Inibição da síntese proteica § Inibição da síntese de ácidos nucleicos § Inibição da síntese de metabólitos essenciais para a bactéria o INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE PAREDE CELULAR § B-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas); Glicopeptídeos; antimicobacterianos § Enfraquecem a parede celular/ fragilizam a parede da bactéria § Tipo de antibióticos considerados BACTERICIDAS (mas somente em casos de a bactéria estarem se multiplicando por gerar bactérias com dano na parede celular) § B-lactâmicos e polipeptídeos = inibem a síntese do peptídeoglicano • Impedem a transpeptidação – ligação cruzada entre peptideoglicanos • Bactérias em fase log (fase de crescimento) • Gram-positivas são mais afetadas § Antimicobacterianos (tratar 17nfecioso17us17) • Impedem a síntese do ácido micólico (presente somente em 17nfecioso17us17) • Enfraquecimento da parede celular • Morte da bactéria • Bactérias em fase log (fase de crescimento/proliferação) § PENICILINAS • Molécula com anel b-lactâmico – ação sobre as moléculas que formarão o peptideoglicano e parede celular • Origem natural • Penicilina G – ministrada intramuscular, pois NÃO é resistente ao fluido estomacal o Associação com procaína ou benzatina para aumentar o tempo de meia-vida • Penicilina V – pode ser ministrada via oral • Funcionam contra bactérias Gram-positivas • Impermeável a membrana externa das Gram-negativas • Desvantagem: espectro de ação restrito; susceptibilidade a penicilase • PENICILINA SEMISSINTÉTICA o Associação de outra molécula a molécula original de penicilina melhorando sua atuação o ! Pacientes alérgicos a penicilinas não devem fazer o uso dessa classe por serem derivadas da própria penicilina. E também não é uma boa alternativa o uso de cefalosporina ! o Resistência a penicinilases 18 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Meticilina, Oxacilina (troca cadeia lateral por outra resistente a penicilinases) § Monobactamos (ex: Aztreonam) o Penetração na membrana externa das Gram-negativas § Aminopemicilinas (ampicilina, Amoxicilina); Carpoxipenicilinas; § Carbapenemos (ex: Imipenem, Meropenem) § Possui ação em gram-positivas e poucas espécies de gram- negativas • Associar a penicilina a inibidores de penicinilases o Ácido Clavulânico / Sulbactam / Tazobactam § Inibidores não-competitivo das penicinilases nas bactérias, fazendo com que o antibiótico consiga atuar sem ser degradado. § Não possuem ação antibiótica própria § CEFALOSPORINA • Produzidas por um fungo chamado cefalospórium • Também possuem o anel b-lactâmico – possui mesmo mecanismo de ação (impedem a formação da parede de peptídeoglicano • Gerações da cefalosporina – aumentam o espectro de ação quanto maior a geração. § POLIPEPTÍDEOS • Inibição da síntese do peptídeoglicano na formação das fitas lineares (anterior a trasnpeptidação) • Bacitracina (uso tópico) – nebacetim • Glicopeptídeos: Vancomicina (VRSA – Staphylococcus aureus resistentes a vancomicina devido ao uso irracional); • Ação apenas em Gram-positivas § ANTIMICOBACTERIANOS • Atuam no ácido micólico (lipídeo) impedindo sua formação, fragilizando • As 18nfecioso18us18 possuem uma camada de peptídeoglicano e por cima uma camada de ácido micólico • Espectro de ação: apenas as 18nfecioso18us18 • IZONIAZIDA (INH) o Droga sintética o Bloqueia a síntese do ácido micólico o Consegue penetrar dentro dos fagócitos onde estão as 18nfecioso18us18. • ETAMBUTOL o Impede a formação de ácido micólico o Droga secundária (relativamente fraco) o DANOS A MEMBRANA PLASMÁTICA § Polimixina, Daptomicina § Agem diretamente na membrana plasmática § Ação BACTERICIDA § Inibição da biossíntese de ácido graxo • Platensimicina • Espectro de ação: bactérias gram-positivas 19 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Alteração na permeabilidade da membrana plasmática das bactérias • Perda de metabólitos importantes • Polimixina B (uso tópico atual) o Espectro de ação: bactérias Gram-negativas • Daptomicina o Espectro de ação: bactérias gram-positivas o INIBIÇÃO DA SÍNTESE PROTEICA § Cloranfenicol; Aminoflicosídeos; Tetraciclinas; Macrolídeos § Conformação do cromossomo nas células procariontes (70S) são diferentes de ribossomo de células eucariontes (80S) § Fármacos que fazem inibição da síntese proteica possuem um grau de toxicidade para as nossas células impedindo o funcionamento ideal das nossas mitocôndrias (pois os ribossomo do seu interior são 70S) § Ação BACTERIOSTÁTICA (pois o momento em que a célula mais precisa produzir proteínas é no período de crescimento) § Em casos de ingerir doses muito altas do antibiótico, pôde-se induzir a morte da bactéria diretamente § CLORANFENICOL • Liga-se a porção 50S (subunidade maior) e inibe a formação da ligação peptídica • Origem natural -> estrutura natural / sintetizado industrialmente • Ação maior em Gram-negativas • Gera toxicidade – má formação de células sanguíneas na medula óssea (anemia aplásica) – não é um medicamento seguro a ser utilizado a longo prazo § AMINOGLICOSÍDEOS • Alteração conformacional da subunidade 30S -> leitura incorreta do RNAm - > alteração da síntese proteica • Drogas: o Estreptomicina o Kanamicina o Neomicina o Gentamicina o Tobramicina • Possuem grau de toxicidade maior nos nervos auditivos causando danos auditivos (surdez a longo prazo), dano renal (jamais o uso para pacientes com insuficiência renal) • Ação melhor contra Gram-negativas. § TETRACICLINAS • Antibiótico de maior espectro • Interferência na ligação do RNAt com a subunidade 30S – impedindo a adição de aminoácidos • Pouco absorvido pelas nossas células. Pequena parte penetra células eucarísticas intactas -> combate bactérias intracelulares (Clamídias e Riquétsias) • Drogas naturais: o Tetraciclinas o Oxitetraciclina 20 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Clortetraciclina • Drogas semissintéticas (melhor farmacocinética): o Doxiciclinas o Minociclina • Desvantagem: espectro de ação amplo -> destruindo microbiota normal. • Espectro de ação: Gram-positivas; Gram-negativas, bactérias parasitas obrigatórias. • Jamais para gestantes. § MACROLÍDEOS • Espectro de ação em Gram-positivas • Boa escolha para pessoas com alergia a penicilina. • Bloqueiam o “túnel” da subunidade 50S do ribossomo o Bloqueio parcial da síntese proteica o Desequilibro proteomico(alteração metabólica) • Não penetram em bactérias GN • Ação bacteriostática • Drogas: o Eritromicina o Claritromicina* o Azitromicina* o Telitromicina (semissintético) o *conseguem penetrar em GN; o Azitromicina virou substituto de amoxicilina (casos de infecção de comunidade) § DROGAS SINTÉTICAS • ESTREPTOGRAMINAS • OXAZOLIDINONAS • Em geral elas impedem porção 50s • Ambas são opção para tratamento de Gram-positiva • Alternativa para casos de resistência a penicilinas e Vancomicina • Utilizadas em casos de pacientes com superbactéria. o INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLEICOS § Rifamicinas; Quinolonas; Nitroimidazólicos § Dependendo do fármaco ele pode ser bactericida ou bacteriostático § Interferência no processo de replicação do DNA – bactericida § Interferência no processo de transcrição – bacteriostático § RIFAMICINA • Droga: o Rifampicina (semissintético) • Ação bacteriostática • Se liga a subunidade B da RNA-polimerase -> impede a formação do RNAm • Atividade boa na penetração de tecidos (alcança abscessos e penetra BHE) o Atividade Antituberculostática (dentro de tecidos e/ou fagócitos) o Tratamento de meningites e Pneumonias (por conta da passagem da barreira hematoencefálica) o Espectro de ação amplo: Gram-positivas; Gram-negativas e micobactérias 21 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § QUINOLONAS / FLUORQUINOLONAS (átomo de flúor -> molécula mais polar -> concentração alfa na eliminação da urina, portanto consegue atuar em infecções urinárias) • Drogas: o Quinolonas: ácido nalidíxico o Fluorquinolona: Norfloxacino, ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino (possui ação também a 21nfecioso21us21) • Pouca toxicidade mas rápido surgimento de resistência • Interferia na ligação da DNA-girase ao DNA, impedindo o superenovelamento -> rompimento do DNA • Ação BACTERICIDA • Espectro de ação: Gram-negativas (principalmente); gram-positivas (gerações mais novas); 21nfecioso21us21. • Se em 2/3 dias não houver melhoras com a utilização de cipro ou norfloxacino -> antibiograma da urina § NITROIMIDAZÓLICOS • DROGA: o Metronidazol (efeitos – náuseas, enxaqueca) • Entrada por difusão passiva • Sofre redução e o grupo nitro atua como receptor de elétrons -> liberação de radicais livres -> destruição do DNA • Ação BACTERICIDA • Só funciona em Bactérias aeróbias estritas • Espectro de ação: gram-positivas, gram-negativas e protozoários. o INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE METABÓLITOS ESSENCIAIS § Sulfonamidas e Trimetropim § Fármacos antimetabólitos – bloqueiam via de formação de metabólito essencial § Via de formação do ácido fólico – bactéria não consegue sintetizar aminoácido e nucleotídeos § Ação BACTERIOSTÁTICA § SULFONAMIDAS • Drogas : o Ácido para-aminobenzóico o Sulfadiazina (muito usada em pomada para queimados) o Sulfametoxazol (usado mais de via oral para tratamento de infecções sistêmicas) • Drogas sintéticas (“Bala-magica”) • Análogo do PABA (ácido paraminibenzóico) o Produção de ácido fólico (coenzima necessária para a síntese de purinas e pirimidinas e aminoácidos) • Espectro de ação: Gram-negativas, Gram-positivas § TRIMETROPIM • Droga sintética (quimioterápico mas chama-se de antibiótico também) • Também impede a via do ácido fólico porém em um ponto mais para frente do que o ponto que as sulfonamidas atuam o Análogo estrutural de uma porção do ácido di-hidrofólico -> inibe a síntese de ácido tetrahidrofólico • Espectro de ação: Gram-negativas; Gram-positivas 22 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • Hoje em dia utiliza-se esses antibióticos em conjunto (trimetropim e sulfametazol) – bloqueia de maneira mais eficiente a formação do ácido fólico provocando efeito bacteriostático nas bactérias. § COMBINAÇÃO DE FÁRMACOS o Sinergismo e antagonismos § Sinergismo – ação combinada entre dois agentes antimicrobianos é superior à soma dos efeitos dos fármacos administrados isoladamente (ex: Penicilina + Eritromicina / sulfametazol + Trimetropim) § Antagonismo – ação combinada de dois agentes antimicrobianos é inferior àquela do fármaco quando administrado isoladamente (ex: Penicilina + Tetraciclina) o Regra geral para associação de ATB § Mesmo mecanismo de ação • Bactericida com Bactericida • Bacteriostático com Bacteriostático o Objetivos: Potencialização do efeito e minimizar possíveis resistências bacterianas aos antibióticos o Sinergismos são usados em casos mais graves. § Uso racional dos ATB o Uso excessivo e mal direcionado na medicina, veterinária e agricultura – resistência § 50% dos ATB produzidos são utilizados na agropecuária para engordar gado, etc § Apenas 20% da prescrição de ATB é justificado. (Antibióticos para infecções virais por exemplo – erro) o Alto custo para descoberta de novas drogas. o Chegamos em um ponto de superbactérias -> espécies resistentes a todos os ATB conhecidos (estruturas que bloqueiam ou inativam os ATB) o Para minimizar os processos de resistência: § Ausência de prescrição médica (prescrição somente justificada) § Tomar a dose recomendada § Tomar nos intervalos recomendados § Completar o tratamento o Índice terapêutico – biodisponibilidade do ATB no sangue e causar efeito o Interações medicamentosas e reações adversas § Hipersensibilidade (ex: Penicilina) § Causar efeitos tóxicos § Neutralizar efeito (ex: pílulas anticoncepcionais – ATB de amplo espectro por exemplo – mata microbiota, os hormônios dependem do processamento das bactérias do intestino para absorção do fármaco; outros métodos contraceptivos não são afetados pelos ATB) § Acelerar eliminação da droga § Não se faz o uso de ATB com alimentos a não ser que a bula indique. (Toma o ATB e depois de 30min você se alimenta normalmente) 23 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA Resistência a antibiótico e antibiograma § Antibiograma – placa de Petri – semeadura de bactéria – coloca um disco de antibiótico – observa em volta de qual antibiótico a bactéria não cresceu. Identificar qual o antibiótico ideal para determinada infecção. o Outra técnica é colocar uma fita e observar a aproximação de antibióticos. § Cultura bacteriana – identificar a espécie § Uso empírico de antibiótico – baseado em evidencias (experiência clínica do médico) § Pedir cultura bacteriana e antibiograma pode ser demorado e agravar o quadro. § Em casos mais complicados pode-se fazer prescrição de antibiótico porém tem que solicitar o antibiograma § Antibiótico de amplo espectro pode levar a resistência bacteriana – uso empírico § Os antibióticos são divididos em mecanismos de ação. § Mecanismos de resistência bacteriana a antibióticos o “Você não tem resistência a antibiótico” – quem tem resistência são as bactérias ! O antibiótico no causa alteração na minha célula. o Resistência natural e pressão seletiva § Pressão seletiva – não saber a bactéria que está tratando e expõem muito a um único antibiótico, não fazendo revezamento, não fazendo cultura. (Ex: norfloxacino) § Existem algumas bactéria que naturalmente produzem antibióticos desenvolvendo uma resistência natural. (Produzem substâncias que tem ação contra antibióticos) § Antibióticos não são utilizados somente por médicos (veterinária, agricultura) § Necessidade de doses maiores. (O ideal é saber qual bactéria está trabalhando e fazer o uso correto da medicação) o Transferência gênica vertical § Carreada por plasmídeo § Genes de resistência que são passados o A resistência pode ocorrer por quatro mecanismos de ação específicos § Alteração de permeabilidade : Síntese de alguma enzima ou proteína para bloquear a entrada de antibióticos 24 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Inativação enzimática § Alteração na molécula-alvo (antibiótico não se liga no sítio de ação) § Bomba de efluxo – controle do que entra e sai 1. Alteração da permeabilidade § A bactéria já tem umapermeabilidade seletiva para determinados componentes que entram na célula § Permeabilidade limitada: propriedade da membrana lipopolissacarídeo das bactérias Gram-negativas (exemplo) § Fármacos foram desenvolvidos para conseguirem atravessar essa membrana. § Porém elas podem sintetizar substâncias capazes de alterar essa permeabilidade, por exemplo alteração do canal das porinas com isso altera a permeabilidade. Isso irá depender do antibiótico, não causando alterações apenas em porinas § Em determinados locais as bactérias respondem bem a determinados antibióticos § Resistência se aplica ao local em que ela é exposta. 2. Alteração do sítio de ação do antimicrobiano § Bactérias podem adquirir um gene que codifica um novo produto resistente ao antibiótico, substituindo o alvo original da ação do fármaco, com isso o fármaco não consegue mais se ligar. § Pequenas modificações no sítio de ligação da droga pode comprometer a ação da droga § Staphylococcus aureus – resistente a oxacilina e estafilococo coagulase-negativas, adquiriram o gene cromossômico Mec A e produzem uma proteína de ligação da penicilina (PBP ou PLP) resistente aos beta-lactâmicos § Um gene recém-adquirido 3. Bomba de efluxo § Proteínas na membrana plasmática (BGN) responsáveis pelo controle de substâncias que entram ou não para o citoplasma da bactéria 4. Inativação enzimática § Mecanismo mais importante e mais frequente § Produção de enzimas pela bactéria e inativar estruturas do antibiótico § Difícil de contornar esse mecanismo por haver diversas enzimas § Beta-lactamases – enzimas produzidas por bactérias resistentes 25 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Uso indiscriminado de antibiótico exerce uma enorme pressão seletiva para a manutenção e ampliação da resistência bacteriana. Fungos de importância médica (micoses) • Semelhança das organelas do fungos com as organelas dos hospedeiros com isso irá contribuir para a toxicidade dos antifúngicos. • • Os fungos são imóveis em sua maioria (mas isso não quer dizer que são menos patogênicos que as bactérias) e suas paredes celulares assemelham-se as plantas, em espessura e, até certo ponto, em composição química e em estrutura ultramicroscópica. o Digestão extracorpórea -> lançamento de enzimas (pode ser um fator de virulência para os fungos) o Aeróbios (maioria) ou anaeróbios facultativos (leveduras) o Glicogênio como material de reserva. • Organização celular o Células únicas: leveduras o Colônias filamentosas multicelulares (bolores e cogumelos) • Metabolismo o Crescimento § Lento (7-15 dias) § pH ácido (˜5) § halófilos (toleram altas concentrações de sal/açúcares) • todo fungo causa doença ? 26 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Não, pois os fungos possuem ampla atividade o Os fungos são microrganismo ubíquos -> microrganismos que conseguem crescer em qualquer lugar. Estrutura dos fungos : o alguns em formas de leveduras = unicelulares; o alguns em forma de micélio (conjunto de hifas) = fungos filamentosos (multicelulares) o Pseudomicélio – também unicelular. o Ex clássico de fungo filamentoso é o bolor. o Tem fungos que conseguem apresentar-se nas duas formas = Dimorfismo § 25ºC estão na forma filamentosa § 37ºC estão na forma de levedura § Ex: Paracoccidioides brasiliensis Reprodução o Tipos de esporos -> classes (ESPOROS do fungo tem por função a reprodução diferente do esporo bacteriano que tem por função a resistência) § Zigomicetos § Ascomicetos TELEMORFOS : produzem esporos sexuais § Basidiomicetos § Deuteromicetos -> ANAMORFOS : produzem apenas esporos assexuais Efeitos dos fungos o Agentes psicotrópicos: Metabólitos fúngicos – derivado sintético de dietilamida do ácido lisérgico (LSD) o Aflatoxinas: produzidas por Aspergillus flavus – contaminação de alimentos – ação carcinogénica o Doenças por hipersensibilidade: rinite, asma brônquica, alveolite. o Micose – infecção causada por fungo Aflatoxinas o As aflatoxinas representam a principal classe de micotoxinas e são produzidas por quatro espécies de fungos do gênero Aspergillus 27 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Aflatoxinas quando ingerida em altas concentrações pode ser toxica e levar o indivíduo a morte Agentes psicotrópicos o Produzidos a partir da cravagem de um fungo do centeio (Claviceps purpurea) o Produz um alcaloide derivado da ergolina (ergot) Micoses o 1. Micose superficial: Camadas superficiais dos pelos e da pele o 2. Micose cutâneo ou dermatofitose: epiderme mais profunda, pelos, pele e unhas o 3. Micose subcutânea: derme, tecido subcutâneo (traumatismo), músculos e fáscia o 4. Micose sistêmica ou profundas: órgãos e sistemas internos. Foco primário (pulmão) o 5. Micose oportunista: agentes com baixo potencial patogênico favorecidos por alterações na flora normal (drogas antibacterianas, imunossupressoras, AIDS, irradiação, corticoides) 1. Micoses superficiais o Colonizam tecidos mortos (não induzem resposta celular), mas podem apresentar hipersensibilidade tipo imediato com elevadas concentrações de IgE. o Ptiríase versicolo (pano branco, micose de praia ou tínea versicolo) § Micose de pele causada pelos fungos do gênero Malassezia § O fungo esta na pele; couro cabeludo podendo se espalhar pelo corpo. § § Epidemiologia • Atinge os adultos e excepcionalmente as crianças antes da puberdade • Não é tão transmissível como as outras micoses superficiais, sendo mais comum em épocas quentes e úmidas 28 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • As lesões tomam-se mais evidentes após exposições ao sol, em decorrência de um contraste de cores, pois o local parasitado não se bronzeia § Quadro clínico • Surgem manchas brancas, eritematosas ou acastanhadas, geralmente arredondadas e com descamação fina. • Normalmente atingem costas, peito, pescoço, face e braços • As lesões não costumam coçar. § Tratamento como uma micose de pele – antifúngico. o Piedra Preta § Micose de pele causada pela Piedraia hortae § Fungo adere ao pelo causando prurido. § Pode ser transmitido pelo contato. § Não se da pra ver a olho nu. § Epidemiologia -> ocorre em regiões tropicais acometendo ambos os sexos e pode ser observada em todas as idades. § Quadro clínico • Nota-se o aparecimento de nódulos enegrecidos, de consistência endurecida e bem aderente. • Ocorre mais comumente nos cabelos da região frontal; entretanto, pode acometer também barba, bigode e pelos da região pubiana. 2. Micoses cutâneas o Agentes transmissíveis -> dermatófitos § Tricophyton sp. § Candida albicans o Candida pode ser considerada micose sistêmica, mas geralmente é uma micose cutânea. o O “sapinho” em recém nascidos -> candida. o Tinhas (dermatofitoses) granuloma tricofítico 29 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Causados por fungos denominados dermatófitos que acometem a pele, os pelos e as unhas, e cuja característica é a sua afinidade pela queratina presente nesses locais. § Epidemiologia • Frequentes em crianças e adultos, acometendo a maioria dos idosos. O agente mais comum é o Trichophyton rubrum, que causa as lesões nas unhas, pés, virilha. • O Microsporum canis, que parasita animais, como o gato (que pode ser portador assintomático, ou seja, não apresentar os sinais da doença) ou o cão (que em geral apresenta lesões com queda de pelo) pode causar lesões na pele do corpo humano. § Transmissão • A transmissão ocorre por contato pessoal, com animais (cães e gatos) § Quadro clínico • Pode atingir qualquer local do corpo, inclusive cabelos e unhas • As doenças recebem nomes de acordo com a área do corpo que atingem: o Tinha do corpo § Problemas • Pode ser confundida com eczema (afecção alérgica, aguda ou crônica, da pele, caracterizada por reação inflamatória com formação de vesículas,desenvolvimento de escamas e prurido.) o Tratamento com corticoide -> piora do quadro. • Solicitar exame micológico. 30 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Tinha do pé o Tinha do couro cabeludo § Agentes • Trichophyton tonsurans • Trichophyton shoenleinii (tinea favus) § Lesões • No couro cabeludo apresenta forma de cratera de lua, com cheiro de ninho de rato. Pode se estender pelo corpo da pessoa. Atinge o folículo piloso ocasionando a queda do cabelo. § Transmissão • De homem para homem 31 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Onicomicose (unhas) § Tinha da unha (Tinea ungueal) • Localiza-se no bordo livre da unha, a qual apresenta-se serrilhada, com acúmulo de material córneo, espessa e descolada, com sulcos longitudinais ou transversais, sem brilho, que arrebenta facilmente. 32 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Tinha inguinal (virilha) § Agentes • Epidermophyton floccosum • Tricophyton sp. • Candida albicans § Lesão • Eritemato-descamatória, de bordos ativos, localização inguinal, pode aparecer em um ou ambos os lados. Apresenta prurido e é mais frequente no adulto, devido ao uso de roupas intimas de material sintético, etc. a lesão por Candida é mais eritematosa, pode ter vesículas contendo líquido tornando-a mais umedecida. § o Tinha da Barba § Agentes: • Tricophyton rubrum 33 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • Tricophyton mentagrophytes • Microsporum gypseum § Lesão: • Descamativa e com queda do pelo da barba; pode haver prurido. Micoses Subcutâneas • Doenças causadas por fungos saprófitas (crescem no solo) que penetram no tecido através do trauma. • - esporotricose (vasos linfáticos) – Sporothrix o Definição etimológica § Micose subcutânea causada pelo Sporothrix schenckii (fungo geofílico) o Epidemiologia § Antigamente conhecida como “doença do jardineiro” § Fungo parasita homem e animais (cavalos, gato, cachorro, papagaio, coelho e roedores). § Fungo saprófita da natureza (solo, vegetais, madeira e espinhos) o Transmissão § Mordida, perfurações e arranhões. 34 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Características : nódulos. • - Cromoblastomicose (lesões verrugosas e hemorrágicas) – Philiaphora o Lesão subcutânea mas pode virar uma micose sistêmica. o Afeta a pele e o tecido subcutâneo, causada por grupo de fungos de coloração escura (fungos demáceos). Dentre eles, o mais comum no Brasil é a Fonsecaea pedrosoi. o Epidemiologia 35 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Ocorre em países de clima tropical e principalmente em meio rural. O indivíduos contrai a infecção através de um traumatismo da pele, por onde o fungo penetra. § Dependendo do estado de imunidade da pessoa o fungo se multiplica no local, causando a infecção. • - Micetoma (lesões tissulares profundas) – Pseudallescheria boydii • Doença de Jorge Lobo o Lesões quelóides 36 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Fungo que não cresce em meio de cultura; portanto o diagnóstico é clínico. Micoses sistêmicas ou profundas • Micoses adquiridas através da inalação • 1° foco: pulmão • 2° foco: pode causar doença cutânea, óssea, neurológica 37 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • O principal agente inalatório são os esporos • Histoplasmose – Histoplasma capsularem o Inalação de bicas saprófitas provenientes de fezes de morcego de pombo. o São fagocitadas por macrófagos e histiócitos. o Sintomas: perda de peso e suor noturno, quadro semelhante a gripe. A infecção crônica é disseminada principalmente em indivíduos com deficiência imune podendo levar a hepatoesplenomegalia. • Cripitococose – Cryptococcus neoformas, Cryptococcus gatti. o A forma mais comum leva a meningoencefalite. A infecção em geral é subaguda ou crônica. o Pode envolver pele, pulmão, glândula prostática, trato urinário, olhos, miocárdio, ossos e articulação. o Inalação de leveduras o Fungos capsulados o Exame -> tinta da China ou tinta nanquim 38 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Tem-se também manifestações cutâneas. • Paracoccidioidomicose – Paracoccidioides brasiliensis o Micose sistêmica (endêmica) o Pode variar de infecção assintomática a sintomática crônica. o Fungo dimórfico (micelo no solo – levedura no hospedeiro) o Lesões ulcerativa – mucosa oral, nasal, grastrintestinal o A paracoccidioidomicose só ocorre em focos discretos nas Américas do Sul e central, mais frequentemente em homens com 20 a 50 anos, 39 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA especialmente plantadores de café da Colômbia, Venezuela e Brasil. Estima-se que 10 milhões das pessoas na América do Sul estejam infectadas. Micoses oportunistas • Fatores predisponentes o Prematuridade o Gravidez o Tetraciclina o Baixa imunidade celular • Causada por fungos de baixa virulência mas ao encontrar condições favoráveis como distúrbios do Sistema Imune podem ser patogênicos. • Ex: Aspergiloses, Penicilose, Candidíase, Zigonicoses, Criptococose. Aspergiloses • A. Flavus, A. Fumigatus, A. Niger, A. terreus, A. Nidulans, A. Restrictus. • Doenças que se localizam nos pulmões, ouvido, SNC, glóbulos oculares, válvulas cardíacas • Aspergiloses alérgicas (bronquite): granjeiros, horticultores e jardineiros 40 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • Habitat natural: plantas, solo. Material orgânico em geral. 41 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA Candidíases § Agente: Candida albicans § Candida : fungo oportunista que se aproveita da debilidade orgânica para causar patologia. Pode ser encontrada nas mucosas respiratórias, digestivas e genitais. Ela torna-se patogénica com uso abusivo de antibióticos, alterações hormonais, estresse, uso de corticoides, quimioterapias com antineoplásicos, AIDS e outras imunodeficiências. § Na pele: ataca principalmente as dobras do corpo, região crural, axilar, inframamária, fissuras labiais, etc. São lesões vesiculosas e úmidas com intenso prurido. § Nas mucosas: na vaginal, formando vulvovaginites (pode atacar o homem) com odor fétido, formação de placas brancas, presença de corrimento e intenso prurido. Na mucosa oral, atinge crianças, formando “sapinhos, com intensa ardência e dificultando a alimentação. § Na unha: base da unha com reação inflamatória. § Visceral ou sistêmica: pulmonar, renal, no caso de cirurgias (cardíacas e esofagianas). o Paroníquea § Definição e etiologia • Doença de pele causada por fungos do gênero Candida, podendo sofrer infecção secundária por bactérias do gênero Staphylococcus. 42 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • Epidemiologia: doença comum, atingindo principalmente adultos que expõem continuamente as mãos a umidade (água). o Candidíase ou candidose oral § Etiologia e fisiopatologia • Causada por leveduras do gênero Candida, principalmente da espécie Candida albicans. • Nas pessoas saudáveis, mecanismos de defesa imunológicos e não imunológicos como os relacionados a saliva e a própria descamação do epitélio bucal, impedem a instalação do microrganismo nos tecidos. • A doença vai aparecer quando um ou mais fatores, locais ou sistêmicos quebrarem a homeostase do meio bucal. § Fatores de risco associados ao desenvolvimento da candidíase: • Infecção por vírus HIV • Xerostomia • Uso de dentaduras ou próteses parciais removíveis desadaptadas; mal higienizadas ou de forma contínua (sem remover para dormir a noite); • Má nutrição 43 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • Doença maligna avançada • Quimioterapia ou radioterapia para câncer • Gravidez • Terapia imunossupressora recente e antibioticoterapia ou tratamento com corticoides. -> desequilíbrio da microbiota § Características clínica • A doença pode apresentar-se a partir de diferentes padrões clínicos. • Pseudomembranosa: mais comumem indivíduos imunocomprometidos, sob uso de corticoides e/ou antibióticos de amplo espectro ou com desordens sistêmicas como diabetes descompensada, leucemia e/ou infecção por HIV. o Caracterizada pela presença de placas pastosas brancas (ou amareladas) na língua, palato e mucosa jugal que cedem à raspagem com gaze ou espátula de madeira, evidenciando área eritematosa. • Eritematosa: mais frequentemente observada do que a forma anterior, pode apresentar diferentes formas clínicas. 44 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o São visualizadas áreas extensas ou pontuais atróficas, planas, avermelhadas, principalmente no palato e na língua e podem estar associadas à queixa de ardência. • Glossite Romboidal Mediana: caracterizada pela presença de área eritematosa de aspecto elíptico ou romboide bem demarcada na linha média da região posterior do dorso da língua. Usualmente 45 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA assintomática, simétrica, com superfície variando de plana a lobulada. Resposta imune Contra bactérias e fungos § Defesa contra microrganismos -> mediada pelos mecanismos da imunidade inata e adaptativa § O que determina o resultado de infecções é o equilíbrio entre a resposta imune e estratégias microbianas de resistência § Imunidade contra microrganismos o Muitos microrganismos conseguem estabelecer infecções latentes e persistentes -> resposta imune controla, mas não elimina o microrganismo o Ex: infecção persistente – tuberculose -> bactérias podem sobreviver dentro das vesículas endossomais de células infectadas o Situações clínicas que favorecem infecções § Indivíduo imunossuprimido como o câncer, ou tratamento de câncer, tratamento de transplante, infecção por HIV -> afetam a resposta imune do paciente e podem reativar infecção latente causando problemas significativos § Mutações genéticas em componentes do sistema imune -> altera susceptibilidade a infecção § Imunidade a bactérias extracelulares o Bactérias extracelulares -> replicação fora das células do hospedeiro (ex: sangue, tecidos conjuntivos, lúmen das vias aéreas e do TGI) o Induzem inflamação -> resulta na destruição de tecidos no local da infecção o Produzem toxinas (endo e exotoxina) -> diversos efeitos patológicos o Alguns exemplos de bactérias extracelulares : o Imunidade inata contra bactérias extracelulares § Principais mecanismos de imunidade inata contra bactérias extracelulares -> ativação do complemento, fagocitose e resposta inflamatória (liberação de C3a e C5a) 46 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Os peptídeosglicanos na parede celular das bactérias gram-positivas e o LPS em Gram-negativas ativam o complemento. § O que pode acontecer também é a bactéria possuir alguma forma de contra- atacar o sistema complemento bloqueando o processo – mecanismo de resistência. § Fagócitos ( neutrófilos e macrófagos) utilizam receptores de superfície para reconhecer e fagocitar bactérias extracelulares. (Enzimas lisossomais, espécies reativas de nitrogênio e oxigênio) • fagolisossomo possui enzima lisossomais e além disso tem as espécies reativas que contribuem para matar a bactéria § Os produtos microbianos ativam os PRRs -> receptores do tipo Toll (TLRs) e vários sensores citoplasmáticos (ex: inflamassoma) em fagócitos e em outras células. o Imunidade adaptativa contra bactérias extracelulares § Antígenos proteicos de bactérias extracelular -> ativam células T CD4+ auxiliares • Produção de citocinas • Inflamação • Aumento das atividades fagocíticas e microbicidas de macrófagos e neutrófilos • Estimulam a produção de anticorpos 47 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Imunidade humoral -> bloqueio de infecção, eliminação dos microrganismos e neutralização de toxinas o Consequências das respostas imune contra bactérias extracelulares § Principais consequências prejudiciais das resposta do hospedeiro contra as bactérias extracelulares são a inflamação e choque séptico (colapso circulatório e coagulação intravascular disseminada) § Neutrófilos e macrófagos -> enzimas lisossomais, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio -> dano tecidual o EVASÃO IMUNE DE BACTÉRIAS EXTRACELULARES § Variação antigênica – bactéria pode deixar de expressar o antígeno temporariamente, dificultando o reconhecimento da bactéria § Inibição da ativação do complemento § Resistência a fagocitose § Eliminação de espécie reativa de oxigênio § Bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeos -> resistência a fagocitose -> são mais virulentas § Resíduos de ácido siálico na cápsula de gram-negativa e positiva -> inibem ativação do sistema complemento § Protease -> quebra de anticorpos § Imunidade contra bactérias intracelulares o Bactérias intracelulares facultativas e obrigatórias -> capacidade de sobreviver e de se replicar dentro das células o Inacessíveis aos anticorpos circulantes (requer mecanismos da imunidade inata e adaptativa celular) o A reposta imune inata contra bactérias intracelulares é mediada principalmente por fagócifos (neutrófilos e macrófagos) e células natural Killer (NK) o Estruturas e produtos bacterianos são reconhecidos por TLR, NOD, inflamassoma, cGAS/STING -> produção de citocinas, ROS, NO, enzimas lisossomais. o Resposta adaptativa -> tem-se principalmente os linfócitos T 48 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Linfócitos TCD4+ -> induzem ativação de fagócitos -> produção de ROS, NO, enzimas lisossomais § Bactérias fagocitadas estimulam respostas de linfócitos TCD8+ se os antígenos bacterianos forem transportados a partir de fagossomos para o citosol ou se as bactérias escalarem dos fagossomos. § Ativação dos macrófagos contra bactérias intracelulares (ex: tuberculose) -> lesão tecidual § Pode ser resultado de reações de hipersensibilidade do tipo tardia (DTH) § Genética e ambiente -> diferenças entre padrões de resposta das células T e microrganismos intracelulares -> determinantes da progressão da doença e da evolução clínica. o Evasão imune § Inativação de especia reativas de oxigênio e nitrogênio § Imunidade contra fungos o Infecções fúngicas (micoses) -> importantes causas de morbidade e mortalidade em seres humanos o Micoses são normalmente crônicas e classificadas como: sistêmicas, subcutânea, cutânea, superficial ou oportunista. o Fungos afetam principalmente Antifúngicos § Doenças causadas por fungos : micoses, hipersensibilidades (esporos) § Agentes 48nfecioso48 -> micoses § Agentes sensibilizantes -> alergias § Agentes intoxicantes -> micetismo (cogumelos alucinógenos) e micotoxicose (toxinas fúngicas – ex aflatoxinas) § Fatores de virulência o Variabilidade fenotípica – alteração das moléculas de expressão de superfície com facilidade o Adesão no tecido do hospedeiro – moléculas de adesão que favorecem o processo de adesão o Cápsula – acaba evadindo do nosso sistema imune – fagocitose o Produção de toxinas e enzimas extracelulares – danifica nossas células intensificando o processo inflamatório o Fungo com essas características é patogênico § Micoses o Infecções crônicas – pois eles conseguem escapar bem do nosso sistema imune; velocidade de multiplicação da célula fúngica é menor do que uma bactéria o Classificação das micoses (grau de envolvimento do tecido e modo de entrada): § Micoses Superficiais – ficam no estrato córneo; não se tem processo infamatório associado § Micoses cutâneas (dermatófito) – atinge epiderme e derme § Micoses subcutâneas – invade tecido conjuntivo § Micoses sistêmicas – de maneira geral elas são oportunistas • Atinge órgãos internos e vísceras (corrente sanguínea) 49 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Paracoccidioidomicose – doença que atinge homens o Coccidioidomicose o Blastomicose o Histoplasmose • Mais frequentes em indivíduos debilitado ou imunossuprimidos o Triptococose– meningite por fungo; fungo capsulado; chamada de doença do pombo o Candidíase o Aspergilose – confunde com tuberculose o Histoplasmose § Micoses oportunistas (o agente é até de baixa virulência mas o hospedeiro com sistema imune debilitado o microrganismo consegue causar o processo de micose ) § Doenças fúngicas o Aumento das infecções fúngicas § Infecções oportunistas § Técnicas diagnósticas mais precisas o Difícil tratamento § Toxicidade seletiva (alvos) § Tratamentos de longo prazo § Conceitos o Drogas naturais vs. Drogas sintéticas o Espectro anti o Combinações antifúngicas § Sinergismo e antagonismo § Alterações na membrana plasmática o Membrana plasmática fungos -> presença de ergosterol § Bloqueia síntese do ergosterol -> aumento da permeabilidade § Dano direto a membrana o Drogas § Polienos § Azóis § Alilaminas o Azóis (sintéticos) § Amplo espectro de ação § Imidazóis • Clotrimazol e Miconazol -> micoses cutâneas • Cetoconazol -> micoses cutâneas e sistêmicas (parou o uso de infecções sistêmicas; ficou restrita ao uso cutâneo) § Triazóis • Fluconazol, itraconazol, Voriconazol e Posoconazol -> micoses sistêmicas • Variações farmacocinéticas entre as moléculas • Menos toxicidade comparado a outras drogas antifúngicas • Maior interação medicamentosa § Inibição da síntese de esteróis § Alilaminas 50 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA Vírus: características gerais e estado viral § Vírus -> palavra derivada do latim que significa “veneno” § Características gerais o Contém um único tipo de ácido nucleico -> ou DNA ou RNA (a princípio) o Contém um revestimento proteico (capsídeo ou nucleocapsídeo viral) que reveste o ácido nucleico, as vezes recoberto por um envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos. o Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria sintética da célula (são parasitas intracelulares obrigatórios) o Vírus podem infectar qualquer organismo vivo : invertebrados, vertebrados, plantas, protestas, fungos, bactérias o A maioria dos vírus vão infectar tipos específicos de células – por questão de compatibilidade de receptores o Necessidade de compatibilidade de receptores e maquinaria para replicação o IMPORTÂNCIA MÉDICA : § Vírus utilizam grande parte da maquinaria celular para replicação § Maioria dos fármacos que interferem na multiplicação viral também pode interferir com a fisiologia da célula hospedeira (toxicidade) o Vírus são organismos vivos ? § Depende de como se interpreta o Metabolismo de geração de ATP – não possuem metabolismo energético, possuem metabolismo biossintético (usam energia da própria célula) o Falta de ribossomos – a célula precisa fazer suas proteínas § Estrutra viral § Vírus de importância médica o Vírus pode ter DNA com uma fita simples ou fita dupla. 51 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Vírus 51nfecioso51u -> podem alterar o processo de replicação celular e/ou causar lesões que favorecem o surgimento do câncer § Ex: HPV § VÍRUS DE DNA 51nfecioso51u: adenoviridae, herpesviridae, § Vírus de RNA 51nfecioso51u: Retrovirae (HTLV-1 e HTLV-2) Flaviviridae § Fases da replicação viral o Vírus de conecta a célula (adsorção); penetra na célula; biossíntese (formação de partículas virais: material genético e proteínas); sai da célula o Adsorção nos bacteriófagos e vírus animais o Bacteriófago § Ciclo lítico – gera novas partículas virais § Ciclo lisogênico – não gera novas partículas § Infecção viral latente vs persistente o Infecção viral latente – não se tem replicação do vírus, não há sintomas -> pode ser ativada por alteração imunológica, estresse, luz UV § Ex: Hermes labial, leucemia, herpes zóster o Infecção viral persistente (ou infecção viral crônica) -> se desenvolve gradualmente durante um longo período e normalmente são fatais § Replicação de vírus de DNA § Fita de RNA positiva – pode ser traduzida -> gera proteína replicase o Molde positivo gera uma fita nova negativa § Fita de RNA negativo – transcrição em RNA positivo, uma parte produz proteínas virais e outra parte transcreve em fitas de RNA negativos § Retrovírus – momento em que há transcrição reversa § Possíveis efeitos da infecção viral o Célula transformada e formar um câncer o Matar a célula o Infecção persistente o Infecção latente o Inflamação – não causada diretamente § Aplicações terapêuticas dos vírus (não cai na prova) o Vírus oncolíticos – utilizados para matar tumores; ex: vírus para tratamento de melanoma; não há evidências de eficiência mas pode ser utilizada. § Pode matar as celular oncológicas ou pode induzir ativações imunológicas contribuindo para matar o câncer o Bacteriófagos contra bactérias resistentes a antibióticos § Desenvolvimento de bacteriófagos (vírus específico para bactérias) -> matar a célula diretamente; codificar enzimas geradas pelas bactérias matando-as; destruição do biofilme das bactérias; codificar enzima capaz de alterar o metabolismo da bactéria, e a bactéria resistente torna-se susceptível a ação do antibiótico. o Terapias gênica § Contra perda de visão – • Mutação em gene RPE65; perda de visão gradativamente por não responder bem a luz • Vírus adenoassociado para expressão da proteína correta • Não é 100% eficaz • Terapia para cada olho 500 mil dólares § Cura para B-talassemia 52 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA • Anemia grave Antivirais § Ciclo viral o Adsorção o Penetração o Desnudamento – degradação do capsídeo viral e liberação do material genético o Síntese viral – utilização constante do maquinário da célula o Montagem e maturação o Liberação § Tropismo – afinidade do vírus pelo tipo celular. § Infecções virais o Dano / prejuízo do tecido infectado o Viroses – infecção mais comum que acontece no nosso organismo; tipo de infecção por vírus, seja ele qual for e qual tecido está afetando. o Infecções virais agudas § Replicação rápida do vírus § Resolução e eliminação rápida pelo hospedeiro § Em média sintomas que duram de 5 a 14 dias. (Tempo necessário para a resposta adaptativa) § São infecções autolimitadas – terminam sozinhas, sem necessidade de intervenção, a não ser que o grau de sintomas seja agravante, indicando que possa haver óbito. § Ex: poliomielite ; sarampo; rubéola; resfriados; gripe; hepatite A. o Infecções virais persistentes (crônica) § Agente não está sendo eliminado pelo sistema imunológico § Persiste no tecido § Há detecção de carga viral § Ocorre gradualmente • Sintomas após longo tempo (geralmente fatal) • Alta carga viral. • HIV (10 anos após a infecção ocorre o aparecimento de sintomas); hepatite B (20 anos para aparecimento dos sintomas; principal via de transmissão é sexual) § Carga viral detectável durante todo o tempo da infecção • Não se tem pico de crescimento viral • Ciclo lisogênico • Multiplicação lenta • Carga viral baixa • Ex: HPV – carcinoma de colo de útero (leva anos para aparecimento de células cancerosas; não tem cura; maior parte dos tipos causam verrugas genitais o Infecções virais latentes 53 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Primeiro se tem um quadro de infecção viral aguda (contato com o vírus, multiplicação, geração de sintomas, ação do sistema imune) § Vírus bastante eliminado mas alguns incorporam seus materiais genéticos nas células e ficam escondidos/ latentes a ponto de não ser possível detectar a carga viral do sujeito. § Pôde-se ter reativação desse vírus posteriormente devido a envelhecimento, estresse, medicamentos imunossupressores e entre outros aspectos. § Equilíbrio com o hospedeiro § Reativação (imunossupressão) § “Latência” (sem detecção de carga viral) § Ex: catapora (infância) e Herpes-Zoster (idoso; não manifesta com mesmo sinal e sintomas, apenas algumas lesões) § Outra situação de infecção latente:Herpes simples (herpes labial) e hepatite C. § Alvos virais o Estratégia de profilaxia – evitar que inicie o processo de infecção § Rompimento do vírus § Ação viricida – inativar a partícula viral § Uso tópico (álcool gel, desinfetantes) o Em situações que já existe infecção – estratégias de substâncias diferentes que atuaram em etapas diferentes do ciclo viral, minimizando a multiplicação do vírus – ação virustática § Não barram 100% a multiplicação do vírus; coquetéis (combinação de antivirais na tentativa de suprimir o máximo possível a multiplicação do vírus) o Estratégias que estimulam a resposta imune – favorece a eliminação do vírus no processo 53nfecioso. o Agente antiviral IDEAL: § Penetrar na célula do hospedeiro § Amplo espectro de ação § Especificidade com estrutra do vírus § Inibir completo o ciclo viral § Baixa toxicidade § Não desenvolver resistência § Não interferir com a resposta imune o A maioria dos antivirais interferem na célula hospedeira -> tóxicas § Poucas drogas aprovadas para uso § Número estrito de doenças virais são tratadas com medicamentos (HIV, hepatites crônicas, herpevírus, influenza graves) o Alvos § Enzimas virais (enzimas específicas para cada espécie de vírus) ou estruturas importantes de replicação do vírus § Antivirais tem mais especificidade por famílias de vírus (especificidade das enzimas) o Alta taxa de mutações -> resistências § Ruptura de vírus o Substâncias para vírus envelopados e não envelopados o Vírus não envelopados § Ácido cítrico (fórmulas tópicas) § Vírus suscetíveis : Rinovírus, adenovírus, rotavírus o Vírus envelopados 54 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Dispersam ou rompem a membrana do envelope § Álcool 70% § Detergentes § Nonoxynol-9 (usado em géis espermicidas) § Estratégias que interferem com o ciclo viral § Bloqueio da Adsorção o Anticorpos neutralizadores § Pessoa que já teve a doença, começa produzir Acs, retira o plasma e transfere o plasma para outro paciente. § Anticorpos específicos recobrem o vírion § Imunização passiva (2 a 4 semanas são degradados sendo necessário uma nova terapia) o Receptores antagonistas § Peptídeos ou análogos de carboidratos dos receptores da célula hospedeira (bloqueio competitivo) § Exemplo: sulfato de Heparan, Sulfato de dextran § Bloqueio de penetração o Somente drogas que bloqueiam a penetração do vírus do HIV o Maraviroc – se liga no receptor da célula hospedeira (CCR5), impedindo que a espícula do vírus não interaja com o receptor e não penetra na célula. o Fuzeon (Enfuvirtida) – se liga na gp41 do vírus, bloqueando a interação, não havendo as mudanças conformacionais para fundir as membranas do envelope com as membranas da célula. Impede a fusão, penetração ! o SÓ SERVEM PARA HIV § Bloqueio do desnudamento o Impedem a degradação do capsídeo o Servem apenas para influenza tipo A e HSV (tromantadina) o Aminas hidrofóbicas – bloqueio do canal de prótons dos vírus e neutralizam o pH da vesícula endossômica inibindo a descapsidação o Vírus influenza induz a célula englobar ele (vesícula); para conseguir se degradar, forma um canal de próton liberando alguns prótons para neutralizar o pH da vesícula conseguindo destruir seu capsídeo o Administração o quanto antes perceber os sintomas o Compostos metilisoxazólicos § Impede a descapsidação de vírus não envelopados § Molécula estabiliza as proteínas do capsídeo, não conseguindo ser degradada. § Ex: Pleconaril, Disoxaril, Arildona § Não aprovados para uso clínico § Vírus 54nfecioso54u: 54nfecioso54us (rinovírus, enterovirus, hepatite A) § Interferência na transcrição o Inibem a síntese de RNAm § Alta toxicidade -> afeta a síntese de RNAm na célula hospedeira § Vírus de DNA: usa a enzima RNA polimerase da célula hospedeira § Vírus de RNA: § Guanidinas § RNA de interferência • Fita de DNA complementar 55 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA Resposta imune contra vírus § Vírus – são microrganismos intracelulares obrigatórios § Os vírus para entrarem na célula precisam de ligar a receptores celulares para promover infecção § Utilizam a maquinaria celular para se replicar. § Resposta imune inata e adaptativa contra os vírus tem como objetivo bloquear a infecção e eliminar as células infectadas. § Uma das primeiras respostas das células contra os vírus é a produção de intérferons do tipo I § Intérferons – tipo I (alfa e beta); células NK -> imunidade inata § Linfócitos T citotóxicos e CD4; anticorpos -> resposta adaptativa § Reconhecimento inato dos vírus o Reconhecimento inato dos vírus acontece por vários receptores diferentes, principalmente dentro da célula e que isso termina na ativação de fatores de transcrição e na expressão de IFN tipo I. o Variações de receptores para os vírus (receptores para DNA, RNA) = essas variações são decorrentes dos vírus terem capacidade de escape imunológico (vias alternativas que podem ser ativadas junta sou independentes) § Pacientes com mutação em fator de transcrição IRF7 – maior susceptibilidade de infecção pelo paciente. § Resposta INATA contra vírus 56 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA o Reconhecimento do vírus -> Produção de intérferons do tipo I -> estado antiviral do organismo § Mecanismo de ação do IFN-1 : célula infectada com vírus -> produção de IFN-1 -> atuar sobre a mesma célula ou em outras células da região, até mesmo de forma sistêmica -> IFNs ativam várias vias bioquímicas e todas elas tem relação com inibição da replicação viral. § Formas de tentar impedir a replicação dos vírus (vias): • Degradação de RNA viral (TREX-1 – proteína ativada pelo IFN-1) • Inibição da expressão do gene viral e montagem do vírion • Inibição da síntese de proteína (bloqueio da tradução) o Células NK -> reconhecimento de célula infectada -> morte da célula infectada § Mecanismo de ação: células NK -> reconhecimento de células infectadas -> morte § Célula NK em contato com a célula normal -> célula normal apresenta receptores que são ativadores e inibidores -> quando ela entra em contato com a célula normal há um balanço -> tendência que a célula NK não se ative e não mate a célula. § Quando a célula está infectada -> alguns vírus conseguem bloquear a expressão de MHC -> desbalanço -> ativação de célula NK -> morte de célula infectada. • Mas porque os vírus induzem menor expressão de MHC na célula infectada se essa célula quando reconhecida será morta pela célula NK ? o EVITAR LINFÓCITOS T CD8 (célula muito mais eficiente do que as NK) Vias que levam ao estado antiviral 57 MEDICINA MDD III – THAYNÁ BORBA § Resposta ADAPTATIVA o Principais mecanismos contra as infecções virais: § Anticorpos (linfócitos B) -> bloqueiam a infecção § Linfócitos T CD8+ -> indução de morte das células infectadas § Linfócito T CD4 possui importância também • Auxílio na produção de anticorpos • Produção de citocinas (que irão auxiliar na ativação de linfócito T CD8) • Atividade citotóxica (matar célula infectada, como no caso de HIV) o ANTICORPOS § Anticorpos de alta afinidade produzidos nas regiões do centro germinativo (depende de célula T) -> mais eficazes • Folículos = presentes nos linfonodos e no baço; placas de peyer o regiões repletas de linfócitos B • Em infecção -> liberação de antígenos virais -> ativação de linfócitos B e T (eles podem interagir e essa interação ocorre de forma mais intensa dentro do folículo na região do CENTRO GERMINATIVO) • CENTRO GERMINATIVO – haverá a troca de isotipo pela interação de linfócitos B e T (IgM -> trocar o isotipo e produzir IgG por exemplo) = plasmócitos de vida longa (dependentes de linfócitos T) = produção de anticorpos mais efetivos = proteção de novas infecções pelo vírus. • Mas isso não justifica o fato de estar livre de qualquer infecção. • Plasmócitos de vida curta são
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