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ETIOLOGIAS Acúmulo patológico de líquido na cavidade peritoneal. Cirrose (mais comum) Trombose de veia porta (pode ser secundária à cirrose) Trombose de veia hepática (Síndrome de Budd-Chiari) → situação mais rara, que pode ocorrer em mulheres gestantes ou em uso de anticoncepcional pela alteração hormonal. ICC: o coração, por insuficiência cardíaca não consegue bombear o sangue, causa estase sanguínea, com congestão na veia cava, fígado e sistema porta, causando uma hipertensão portal e ascite. Pericardite constritiva Infecciosas (tuberculose peritoneal, clamídia) Ascite quilosa (líquido ascítico leitoso e rico em triglicerídeos) Renal (síndrome nefrótica) Pancreática Mixedema Síndrome de Meigs (tumores ovarianos) Endometriose I. Hepática (80%): a maioria dos casos de ascite são causadas por uma doença hepática que cursa com hipertensão portal. II. Neoplasias (10%): mais comum em carcinomatoses (implantes de células neoplásicas no peritônio). III. Cardíacas (5%): IV. Outras: asciteasciteascite FISIOPATOLOGIA O paciente com cirrose apresenta hipertensão portal pela formação de nódulos de fibrose no fígado que dificultam a passagem do sangue e causam estase no sistema porta. Essa estase causa vasodilatação importante em todo o sistema vascular esplânquinico. Por causa dessa situação, irá faltar sangue para o sistema arterial sanguíneo, o que é reconhecido pelo rim, que ativará os sistemas vasoconstritores (SNS e SRAA), retendo sódio e água. Além disso, a hipertensão arterial causará hipoalbuminemia, que vai levar a diminuição da pressão oncótica. DIAGNÓSTICO I. História clínica: fator de risco para doenças hepáticas (etilismo, hepatite, drogas injetáveis), síndrome metabólica, doença autoimune, ICC, tuberculose, neoplasias. II. Exame físico: macicez móvelsemicírculo de Skoda Piparote Ascite leve: com menos de 700 mL dificilmente será detectado no exame físico. Ascite moderada: cerca de 1.5 L poderá ser detectada pelo sinal de Macicez móvel ou semicírculo de Skoda. Ascite tensa: > 1.5L até 10L, pode ser detectado pela manobra de piparote. Sinais de insuficiência hepática: presença de circulação colateral (sinal de hipertensão portal), eritema palpar e telangectasia (sinais de insuficiência hepática). III. Exames de imagem: USG: pode detectar até mesmo pequenos volumes de ascite (100 ml). TC e RMN: também podem detectar, mas não são exames solicitados em suspeita de ascite. Turgência de jugular Nódulo de Virchow (sinal de câncer gástrico) Nódulo Mary Joseph Sister: nódulo na cicatriz umbilical associado a neoplasias abdominais. PARACENTESE ROTINA OBRIGATÓRIA: OPCIONAIS: glicose, DHL (suspeita de neoplasia), amilase, TGL (leitoso), bilirrubina, pós-BNP (marcador de ICC) INCOMUNS: citologia oncótica, cultura BK, ADA, CEA (carcinomatose), CA 15-3 (Ca de mama), CA 19-9, CA 125 (não se pede mais porque pode estar aumentado isoladamente, sem a presença de neoplasia ginecológica). Realizada no ponto de McBurney invertido pelo menor risco de perfuração (porque o sigmoide é mais profundo). Indicado em ascites recentes, admissão hospitalar e caso o paciente tenha piora clínica (febre, dor, hipotensão, íleo paralítico, acidose, IR) Deve-se sempre realizar a análise do líquido ascítico retirado. - Citologia (contagem de células, verificar % de neutrófilos e linfócitos) - Albumina (para realizar a GASA) - Proteína total - Cultura LA MÉTODO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO (extremamente seguro). ANA PAULA - MEDICINA UNIMES XXII TRATAMENTO: GASA (GRADIENTE SERO-ASCÍTICO DE ALBUMINA): GASA = Albumina do sangue - albumina do líquido ascítico GASA > 1,1 g/dl → indica ascite por hipertensão portal. GASA < 1,1 g/dl → não tem relação com hipertensão portal Hiponatremia (Na < 130 mEq/L) Hipotensão arterial (PA < 80 mmHg) Aumento da creatinina sérica > 1,2 mg/dl Sódio urinário diminuído < 10 mEq/dia MELD elevado: critério para transplante. 1 - Abstinência Alcóolica 2 - Dieta hipossódica (no máximo 2g/dia) 3 - Diuréticos: associação diurético de alça + poupador de potássio. Iniciar com 40 mg de Furosemida + 100 mg de Espironolactona mantendo a proporção 40:100. A maioria dos pacientes respondem bem apenas com essas medidas, a evolução é percebida pela perda de peso. Não pode dar uma quantidade elevada de diuréticos para perder peso rápido porque causa hipotensão. A perda ideal é de 500g/dia se não houver edema periférico e 750g/dia se houver edema. 4 - Paracentese: A parecentese como terapêutica é utilizada quando se tem uma ascite tensa (piparote positivo) ou ascite refratária. Pode retirar até 5 L de ascite. Caso precise retirar mais de 5L será necessário repor 10g de albumina para cada litro retirado para evitar hipotensão. 5 - Shunt Transjugular intra-hepático (TIPS): É um tratamento paliativo para ascite refratária (ascite que não melhora nem com a dose máxima de diuréticos e adesão à dieta). É feito uma comunicação entre a circulação portal e a central. 6 - Transplante hepático: PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA: PATOGÊNESE: QUADRO CLÍNICO: DIAGNÓSTICO: PARACENTESE TRATAMENTO: PROFILAXIA: É a infecção do líquido ascítico em pacientes com cirrose hepática na ausência de patologias cirúrgicas. Altíssima mortalidade (a paracentese deve ser feita nas primeiras 12 horas após admissão hospitalar). > 250 neutrófilos/mm3 é altamente sugestivo de PBE. > 500 neutrófilos/mm3 é específico de PBE + cultura bacteriana positivo (monobacteriana) Infecção mais comum (43%): E. coli O paciente cirrótico é imunodeprimido, o que o torna suscetível a infecções. Na maioria das vezes a PBE é causada por translocação bacteriana do intestino. Mas também pode ocorrer infecção por via hematogênica ou por contiguidade. - Dor abdominal, distensão, vômito, diarreia, íleo paralítico - Sinais de inflamação sistêmica: febre/hipotermia, calafrios, leucocitose, taquicardia, taquipneia - Piora da função hepática - Choque e IR - Encefalopatia hepática - Sangramento digestivo: varizes, alteração no sistema de coagulação, formação de úlcera gástrica etc. - Análise do líquido ascítico: citologia (com diferenciação de linfócitos e neutrófilos), gram, albumina, proteínas, amilase, glicose, Bb, DHL, lactoferrina (altamente específico > 242 ng/ml). - Cultura LA - Hemocultura - Radiografia simples de abdome, US e TC (para afastar causas cirúrgicas). - Cefalosporina de 3ª geração: Cefotaxima, Ceftazidima, Cefonicid (5 - 7 dias). - Amoxicilina + ácido clavulânico: eficácia similar quando EV, mas não tem no Brasil (só VO) - Quinolonas (Ciprofloxacino, Norfloxacino): opção para pacientes que não estão fazendo profilaxia, utilizada para pacientes alérgicos à beta-lactâmicos. ALBUMINA associada melhora a resposta ao antimicrobiano e reduz a falência renal. A profilaxia deve ser feita em pacientes que apresentam fatores de risco, como PT LA < 1 g/dl (hospitalar) ou < 1.5 g/dl (ambulatorial), sangramento digestivo e episódio anterior de PBE. Utilizada-se Cefalosporina de 3ª geração ou Quinolonas. ANA PAULA - MEDICINA UNIMES XXII
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