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Pré-frontal e funções executivas

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1- "Ao ver aquela cena, senti muito medo e depois disso senti que meu coração disparou,
comecei a transpirar e tive um mal-estar gástrico". Esse relato, como está colocado, se
relaciona a qual teoria da emoção? Justifique, apresentando sucintamente os
fundamentos básicos das duas teorias. A seguir, apresente os fundamentos da Hipótese
do Marcador Somático de Damásio e explique sua inserção entre as duas teorias. Por
fim, diferencie estresse agudo e crônico e explique os efeitos ambíguos do cortisol no
estresse.
O relato se relaciona à teoria de Cannon-Bard, porque, para ele, a experiência antecede
a expressão emocional. Por outro lado, em James-Lange, a situação seria inversa, sendo a
expressão anterior a experiência, ou seja, o coração dispararia, começaria a transpiração e o
mal-estar gástrico ocorreria, e com isso, sentiria medo.
Os fundamentos da Hipótese do Marcador Somático de Damásio discutem que no
processo de tomada de decisão, o cérebro faz um “as if”, uma simulação das consequências da
tomada de atitudes que ativa estruturas cerebrais que interpretam as consequências
emocionais dessa decisão. Assim, haveria marcadores somáticos que ajudariam na tomada de
decisão. É um processo implícito que não necessariamente precisa de somatização (sudorese,
taquicardia…), sendo só o processo de simulação mental que cause um desconforto maior ou
menor que auxilie na tomada de decisão.
A relação que se estabelece entre as duas teorias e os fundamentos da Hipótese do
Marcador Somático de Damásio é que as estruturas cerebrais ativadas no processo de tomada
de decisão e suas consequências no organismo demonstram o efeito da relação entre
expressão emocional e experiência discutidas em ambas teorias.
O estresse pode ser dividido entre agudo e crônico. Na fase aguda do estresse, a
adrenalina é produzida de forma rápida pela medula da supra-renal, caracterizando o primeiro
momento do estresse, seguido de relaxamento. Com a permanência do agente estressante, é
produzido cortisol no córtex de forma demorada e constante, servindo de apoio a reação de
luta ou fuga e caracterizando o estresse crônico.
A questão que circunda o cortisol é que seu papel enquanto resposta ao estresse é o de
liberar mais glicose no sangue, gerar adipogênese, diminuir a produção de substâncias
inflamatórias e aumentar o catabolismo muscular a fim de liberar mais energia para enfrentar
a situação de fuga ou luta. No entanto, com a permanência do agente estressante a longo
prazo, a secreção desse hormônio irá prejudicar o organismo pela sua ação na manutenção das
respostas do organismo na situação de perigo. Isso se dá pela morte de leucócitos causada
pelo impedimento da produção das substâncias inflamatórias e imunossupressoras e com isso
baixa imunidade; além da maior deposição de gordura pela adipogênese; agravamento da
possibilidade de diabetes adrenal por maior presença de glicose no sangue e fraqueza pelo
catabolismo muscular.
2- Há um ditado que diz que nós "aprendemos com os erros". Com base nas divisões
funcionais do pré-frontal e nas funções executivas, explique como o córtices pré-frontal
ventro-medial e o cingulado anterior interagem para explicar este ditado. Explique, em
termos neurocientíficos, como se dariam tais interações e por que elas são tão críticas
durante a passagem da adolescência para a vida adulta? Ou em outras palavras, o que
diferencia, neurobiologicamente, o cérebro de um adulto e de um adolescente, na
perspectiva das funções executivas?
As funções executivas (ou o controle executivo) correspondem a um conjunto de
processos cognitivos de alta ordem usados para guiar o comportamento em direção a um
objetivo definido e que permite ao indivíduo direcionar comportamentos e ações, avaliando a
eficiência e adequação destes, e abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais
eficientes, facilitando a adaptação a situações novas e pouco habituais. Tais funções são
necessárias para prevenir comportamentos do tipo “ir no automatico”, o que demanda um
significativo esforço avaliativo. Constituem a base dos comportamentos complexos, dotando
os humanos de habilidades cognitivas, sociais e emocionais para responder de um modo
adaptativo a situações no no ambiente, que é como se relaciona com o ditado em questão,
através do raciocínio e detecção do erro.
Em relação às divisões, tem-se o ventro medial: voltado a planejamento de ações,
raciocínio, ajuste social “tomada de decisão" e o cingulado anterior voltado às alterações
emocionais observadas, por exemplo quando nos damos conta dos erros de conduta (detecção
do erro).
Suas interações se dão através da atualização (renovação e monitoramento de
conteúdos na memória de trabalho – relacionar conteúdos e usar informações já armazenadas
na solução de problemas); inibição (não agir compulsivamente através da inibição de
respostas predominantes e automatizadas); flexibilidade cognitiva (capacidade de alternar
entre esquemas mentais ou tarefas e implica em mudar as perspectivas de um problema, o
ajustar-se frente a demandas, regras ou prioridades).
Durante a adolescência, ainda não há maturação completa do pré-frontal, o que explica
a imprudência, inconsequência, perseverança no erro, imediatismo e impulsividade
característicos da fase. Essas qualidades são desenvolvidas através da maturação do
pré-frontal, e mesmo na vida adulta há sempre aprendizagem e atualização dos esquemas e
estratégias de vida, ou seja, as funções executivas estão sempre em processo de
amadurecimento e ganho de novas informações.

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