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Teoria das Obrigações e dos Contratos: 1) Do Conceito de Obrigação: àDeveres Jurídicos Absolutos - No Absoluto um sujeito ativo se contrapõe a um Sujeito Dever Jurídico: passivo. O direito a propriedade por exemplo. Direito Subjetivo à Deveres Jurídicos Relativos - Individuo com indivíduo O Casamento é um exemplo de uma relação jurídica entre familiares, e como toda obrigação tem deveres e sansões. Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: Ÿ I - fidelidade recíproca; II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos. 1.1) Definição de obrigação: ‘‘ Obrigação é o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra prestação economicamente apreciável.’’ Caio Mário Pereira da Silva 1.2) Características: 1.2.1) Do caráter Patrimonial Alguns autores discutem o fato da obrigação não necessariamente envolver a questão econômica A) Se as relações, em si, são de cunho econômicas, as sansões pelas razões da lógica, também serão de cunho econômicas. B) Em princípio, são econômicas e exclusivamente de cunho econômico. 1.2.2) Do caráter personalíssimo As obrigações são específicas e individuais, isto é, se vc se obrigou em relação a um devedor X, você só poderá exigir o cumprimento da obrigação deste X e não de um Y. * O caso da Pensão alimentícia e o Depositário infiel: 1.2.3) Das Obrigações em Geral - Casos em debate: 1.2.3.1 Da Pensão Alimentícia: No Brasil, a Pensão alimentícia é a única hipótese na qual o indivíduo pode ser preso por dívida. A essência de privar a liberdade do inadimplente tem a finalidade de obriga-lo a cumprir com sua obrigação.A legalidade da medida vem no sentido em que aceitamos que a dignidade do filho deve ser protegida antes da integridade do pai. Por essas justificativas adotou-se o método da ‘’Prisão Aflitiva’’, esta consiste em colocar o inadimplente em cárcere até com que ele assuma sua obrigação e finalize o débito, baseado nisso, a doutrina deixa claro que para ser privado de sua liberdade, o devedor precisa TER o patrimônio e não querer arcar com o débito. 1.2.3.2 Do depositário infiel: Antigamente, o depositário infiel podia sofrer a sansão de ter sua liberdade privada até cumprir a obrigação, devido a um tratado internacional que o Brasil assinou, essa sansão não é mais válida. O depositário é aquele que você confia-lhe um bem, através de um contrato de depósito(contrato de guarda de um bem) por um curto período de tempo com a obrigação de ele devolver o bem após esse hiato.Este depositário, se torna infiel, pois na ora de cumprir a obrigação para resolve-la, ele diz que o bem de alguma forma foi alienado. Uma das formas que a legislação utilizava para que ele revelace o paradeiro do bem era priva-lo de sua liberdade até que o bem fosse encontrado. o problema gerado hoje......... Como a prisão ao depositário infiel não é mais válida, as financiadoras tiveram de achar outro modo de reaver o bem, a estratégia utilizada é manter o documento do bem no nome da financiadora, até o indivíduo resolver a obrigação. 1.2.3.3 Da questão crediária: A questão crediária é nada mais do que a famosa compra a crédito. Uma personalidade quer adquirir um bem, porém o valor cheio daquele bem ainda não está dentro das posses daquela personalidade, sendo assim ela procura uma financiadora.Está financiadora irá comprar este bem do titular original e entregar a personalidade interessada em adquirir o bem, este se obriga a pagar uma quantidade X em espécie por mês por um período determinado.Para dar segurança a esse negócio jurídico, o legislador criou um dispositivo chamado Alienação Fiducitária. 1.2.3.4 Da alienação fiduciária: Dispositivo que trata o comprador do sistema de crédito como um depositário, ou seja, antigamente, se ela não cumprisse sua obrigação ela seria sansionada da mesma forma que o depositário infiel. *) Relatividade obrigacional, conflito de Direitos: Debate I : Resolução: Neste caso apresentado, A, tem o direito de reaver o livro em qualquer circunstância, C sabendo ou não que o livro era furtado (Art. 153 - Código Penal), e B ainda poderá sofrer as sansões penais específicas pelo ato. A titularidade é um Direito Real, direito real é aquele cujos efeitos são produzidos a todos, o fato de B ter furtado o livro de A não faz com que este tenha perdido a titularidade sobre o livro, sendo assim todos irão responder. Debate II: Resolução: Neste negócio jurídico não é possível anularmos o negócio jurídico de compra e venda efetuado entre a livraria e ‘’B’’. A titularidade do livro era da Pessoa Jurídica explicitada, logo ela poderia não cumprir a sua obrigação em relação a ‘’A’’ e o vender o livro a ‘’B’’, o fato de ‘’B’’ saber ou não que o livro estava obrigado a A, não faz com que ele não possa comprar o livro da livraria, vale a ressalta de que as obrigações são individuais, quem devia o livro a ‘’A’’ era a Pessoa Jurídica e não ‘’B’’.O que ‘’A’’ pode fazer é acionar a Pessoa jurídica por perdas e danos devido ao não cumprimento da Obrigação. 1.2.2.4 Das Obrigações Proter Rem: Esta é a obrigação em relação a coisa, são as obrigações em razão de um bem, posse da coisa.Ex .: Condomínio.Essas obrigações não nascem em razão do contrato mas pela posse, isto é, atual proprietário arcará com acará com as responsabilidades.São obrigações ambulatórias, logo mudam de acordo com o proprietário. Exemplo de Obrigação ‘’Propter rem‘’: Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ags Set |______|______|______|_______|______|______|_____|______|_____| {__Proprietário A__________________}{___Proprietário B______} O caso em si: A, foi o titular de um imóvel pelo período indicado a cima ( 5 meses, de janeiro a maio), assim como mostra o modelo disposto a cima.Neste período ,‘’A‘’, não paga nenhuma dívida de condomínio, gereando a pretensão.No mês de abril, A vende este imóvel a B e não o avisa sobre o débito existente. Quem arca com a dívida? Solução: Assim como nos foi disposto pela doutrina ‘’Proter Rem’’, o titular arca com os débitos anteriores, após quitado os débitos, o atual proprietário poderá entrar com uma ação regressiva contra o safado. 1.3 Modalidade das obrigações: 1.3.1 Das Fungibilidade da prestação/objeto: Todo objeto de uma obrigação é uma prestação, seja de dar, restituir, fazer, não fazer(abster-se), entre outras. A obrigação fica resolvida, ficando o devedor exonerado, quando a prestação acertada é entregue no tempo oportuno (tempo pré-combinado). A fungibilidade da obrigação está ligado a natureza da prestação, entende-se por fungível a prestação que pode ser substituída por outra da mesma qualidade, gênero, e quantidade , ou seja, igual. Obviamente a prestação infungivel será àquela prestação que não pode ser subsitiuida por outra igual ou equivalente. 1.3.1.1 Exemplo de prestação fungíveis/infungíveis: A) Fungível: Uma soma de R$ 50.000,00 reais. B) Infungível: Um quadro do Pablo Picasso. 1.3.2 Das Obrigações Divisíveis e Indivisiveis: à Divisíveis - Art. 257 Obrigação plurais / \ à Indivisíveis - Art. 258 1.3.3 Do Conceito de Divisibilidade A melhor definição de obrigação divisível encontra-se positivada no próprio código em seu artigo 257: Art. 257 - Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividia em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. Podemos extender a interpretação do 314 a um princípio do direito obrigacional. Assim como o credor não é obrigado a receber aquilo que não combinou, ainda que o objeto seja de maior valor,o devedor também não é obrigado a entregar prestação divergente à acertada, ainda que seja exigida uma de menor valor. 1.3.4 Do Conceito de Indivisibilidade: A melhor definição de obrigação indivisível encontra-se positivada no próprio código em seu artigo 258: Art. 258 - A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. 1.3.4.1 Pluralidade Passiva: A pluralidade passiva ocorre quando, em uma relação obrigacional indivisível, um é credor de dois ou mais devedores, ou seja, ele poderá exigir à prestação ingralmente a qualquer um dos devedores ( e não a metade de cada devedor como Chicão falou...). Fica ressalvado o direito do credor escolhido para efetuar o pagamento de sob-rogar na qualidade do credor do(s) outro(s) devedor(es). Ex.: Art. 259 - Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Ÿ Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. 1.3.4.2 Pluralidade Ativa: A pluralidade passiva ocorre quando, em uma relação obrigacional indivisível, dois ou mais são credores de um ou mais devedores. Além da peculiaridade em relação à entrega da prestação, a pluralidade passiva guarda uma segunda em relação à prestação. Art. 260 - Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. No caso da Pluralidade Ativa, como regra geral, o devedor só estará desobrigado, ou seja, o pagamento só produzirá efeitos, se for entregue aos dois credores simultaneamente, A assertiva acima é uma regra geral para o caso de pagemento nas hipóteses de pluralidade passiva, porém, como provavelmente todas as coisas na vida, existe a exceção, neste caso, a possibilidade de se efetuar o pagamento a um dos credores, de forma que ele produza efeito e desobrigue o devedor do vínculo obrigacional, resolvendo a obrigação. Esse exceção é feita através de um instrumento chamado caução de ratificação ( 1 viva para chicão por ter nos lembrado). Nesta hipótese o devedor efetuaria o pagamento a um dos credores e este se comprometeria que irá acertar com o outro credor, desobrigando o devedor, ele deverá assinar o instrumento de caução de ratificação. 1.3.4.2.1 Os efeitos da incidência da remissão na pluralidade passiva: O institudo da remissão consiste no perdão judicial de uma dívida, em poucas palavras, é o direito do credor de perdoar a dívida de seu devedor, divida remitida = divida perdoada, o instituto será detalhado posteriormente, porém, como eu sei que lá na frente eu vou esquecer de voltar a esse caso, abriremos um parênteses para falarmos nos efeitos da incidência da remissão na pluralidade passiva. No caso acima, ao perdoar a dívida, cria-se duas hipóteses, na primeira, B aceitaria o valor correspondente de ½ carro de A. Porém o ordenamento também protege o direito de B de ter um carro, assim sendo o ordenamento dá o direito de B de cobrar o carro de A desde que ele efetue o pagamento de ½ carro a A, pois A só deveria pagar ½ carro a B. Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo Único - O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. Art. 261 Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no final. 1.3.4.3 Da alienação do objeto da prestação indivisível: Este institudo predispõe-se a tratar do caso em que um dos devedores aliene, isto é, perca, destrua, danifique, desqualifique, amaldiçoe, chicãoize, o objeto (prestação) da obrigação. Caso uma dessas hipóteses aconteça, não será mais possível entregar o objeto, assim será este convertido em seu equivalente pecuniário acrescido de quaisquer perdas e danos que o credor venha a ter. A única peculiaridade neste caso é em relação a quem respode pelas perdas e danos. O direito nos diz que apenas o culpado pelo alienamento deverá arcar com as perdas e danos, se forem todos, esta será dividida igualmente, se for apenas um, somente este deverá responder pelas mesmas. Art. 263 - Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1º - Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2º - Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. 1.4 Da Obrigação de Dar coisa certa: A Obrigação de dar coisa certa é a forma mais simples e básica de um tipo de obrigação, consite em uma relação entre credor e devedor, na qual este encontra-se obrigado a entregar ou restituir uma coisa certa e determinada. Diz-se certa e determinada a coisa quando podemos identificar seu gênero, número, qualidade, e quantidade. Ex.: A entrega da prestação, neste caso, consiste na transferência da titularidade de A sob o veículo e transferila a B, através da tradição *** Tradição, o nome que se dá a transferência da titularidade sob coisas móveis, essa transferência se concretiza pela tradição, ou seja, pela entrega da coisa. No caso de imóveis à concretização da transferência e a validade do ato se dá pelo Registro Público, um imóvel foi efetivamente alienado quando se é feito o registro deste. ‘’So é dono quem registra’’ (ditado popular) Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrario resultar do título ou das circunstãncias do caso. Se A se obrigou à entregar o carro, ele deverá entregar um carro com todos os seus acessórios, não lhe será lícito entregar este sem as rodas, sem os bancos, ou qualquer aquilo que lhe qualifique como um veículo. Os Bens que são considerados pertenças, podem ser levantados como o rádio (salvo se houver danificação, ou perda da qualidade do veículo para o levantamento deste). 1.4.1 Da deteriorização do objeto da prestação. Existe um hiato temporal entre o nascimento da obrigação e a sua execução, neste período incide o risco da coisa ser deteriorada, seja pelo descuido do titular, ou por um caso fortuito. A regra geral diz que o titular da coisa suportará os riscos de sua deteriorização, e se tiver culpa pelo acontecimento desta, reverá ressarcir o credor em perdas e danos, se à alienação se der por um evento fortuito, a obrigação ficará resolvida. Analisaremos agora a linha temporal entre o nascimento de uma obrigação e a sua execução: Linha Temporal: 1) Linha 1: Celebração do Contrato ------------- Execução do Contrato | | Criação de Comprimento Obrigação da obrigação 2) Linha 2 1.4.1.2 Da deteriorização Sem culpa do Devedor Se durante o período de maturação da obrigação a coisa se perde sem culpa do devedor, como por exemplo cair uma árvore em cima do carro, o credor terá direito a aceitar a coisa no estado que se encontra, ou resolver a obrigação Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 1.4.1.3 Da deteriorização Com culpa do Devedor Se à coisa se perder ou deteriora-se proveniente da culpa (Imperícia,imprudência ou negligência) do devedor, bateu com o carro pois estava dirigindo a 160 km/h bêbado, este deverá no dia acertado entregar o credor o equivalente pecuniário acrescido pelas possíveis perdas e danos que o credor vier a ter, por não possuir o objeto esperado. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com o direito de reclamar, em um e outro caso, indenização das perdas e danos. Em resumo: S/culpa ________ Resolve a Obrigação Do devedor / Ÿ Perda \ C/culpa _____________ ‘’equivalente’’ __________ ‘’valor de mercado’’ Do devedor Mais perdas e danos Código civil Art. 402 A) S/ Culpa (Art. 235) - Resolve - Aceita como está, c/ abatimento B) C/ Culpa (Art. 236) - Resolve + Perdas e danos - Aceita como está. 1.4.1.2 Da Obrigação de Restituir A restituição consiste no ato de se devolver um bem que não é seu, você o tomou por empréstimo, aluguel, comodato, ou outros institutos genéricos. Quando pegamos algum bem emprestado temos a obrigação de restitui-lo na mesma forma que nos foi entregue. 1.4.1.3 Da Perda de um bem alheio: Pode ocorre enquanto usamos um bem alheio, que ele se perca ou se deteriore, caso isso ocorra termos duas possibilidades: A) Se o imdivíduo não teve culpa a obrigação resolve (extingue): Ex.: Eu empresto o meu carro para um amigo meu e ele é roubado, ele não tem obrigação de me restituir. Quem empresta o carro está ciente dos riscos que corre por isso. Art. 238 - Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. *** A obrigação de restituir é sempre de coisa certa, logo o código foi redundante. *** Outra coisa a ser ressaltada é ‘’ressalvados os seus direitos até o dia da perda‘’. Ex. 1 Aluga-se um apartamento por até um ano. Nós sabemos que o correto é pagar o aluguel, logo calcula-se o valor do aluguel pelo período por um ano, e o devedor se comprometeu a pagar até o final.Ao invés de pagar por mês, acorda em pagar tudo no final do ano.Porém, no meio desse ano, cai um raio no prédio e o Apartamento pegou fogo. A obrigação resolve, porém o devedor deverá pagar o aluguel até o meio do ano, pois ressalva os direitos até o dia da perda. Ex.: 2 Aluga-se um apartamento por até um ano, com o pagamento do aluguel sendo feito mensalmente Porém, no meio desse ano, cai um raio no prédio e o Apartamento pegou fogo. A obrigação resolve e o devedor não irá ter que pagar o aluguel até o final do ano, mas também não lhe será dado o direito de repetir o indébito, pois o código ressalva os direitos até o dia da perda. B) Se o indivíduo teve culpa a obrigação converte-se no equivalente mais perdas e danos Art. 239 - Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente mais perdas e danos. 1.4.1.2.1 Da deteriorização da coisa à ser restituida Existe uma diferença lógica entre deteriorar-se e perder-se, deteriora-se a coisa que perde parte de suas qualidades, depreciando-se o seu valor econômico, mas mantem a sua integridade, ainda podendo ser utilizada. Perdida é a coisa que não tem mais como desempenhar a sua função. A a coisa a ser restituída se perder, sem culpa do devedor, o credor deverá recebe-la no estado em que se encontre, se por culpa do devedor, terá direito a indenização cabível. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. S/culpa - Recebe como está. / Deteriorização - - - \ C/culpa - Recebe como está + Perdas e Danos. Pelo Art 240, a coisa não poderia mais ser devolvida ao titular, porem, hoje entende-se que isso não faz o menor sentido, então a jurisprudência aceita que o disposto será o Art.236. *** Só paga perdas e danos se tiver culpa. OBS: Caso a coisa sofra melhoria enquano estiver sob a posse do devedor, o credor deverá lucrar, sem direito a indenização. Art. 241 - Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 1.4.2 Das Melhorias que o bem pode sofrer Define-se melhorias como os eventos que podem ocorrer com a coisa acertada, enquanto encontra-se em poder do devedor, ou seja, anterior a tradição, que de alguma forma causem um acréscimo ao valor do bem. Ex.: Observem, o acréscimo no valor da coisa permite uma revisão ou resolução da obrigação, o exemplo acima nos permite ilustrar o caso em que o acréscimo era existente porém só foi percebido após o nascimento da obrigação, mas atrabés de um segundo exemplo, poderemos vislumbrar um acréscimo no preço proveniente de um fator externo, alheio até mesmo a vontade das partes. Ex.: Art. 237 - Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 1.4.3 Das Benfeitorias que um Bem pode Sofrer O que diferencia uma benfeitoria de um melhoramento? Ambos são acréscimos no valor real do bem, mas se for o devedor que gastou dinheiro para o acréscimo acontecer ele tem direito a ressarcimento, é uma benfeitoria, se for expontaneo, não houve dispêndio do devedor para que ocorre-se o melhoramento, é uma melhoria. S/Dispendio do devedor ----- Melhoria / Ÿ Acréscimo \ Dispendio do devedor ----- Benfeitoria Art. 242 - Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Se a benfeitoria for necessária, cabe indenização. Se a benfeitoria for útil e ele estiver de boa-fé indeniza, se for de ma-fé ( sabia que o proprietário não queria aquilo, não indeniza). Parágrafo Único - Quanto aos frutos percebidos, observar-se-à, do mesmo modo o disposto neste código , acerca do possuidor de boa ou má-fé 1.5 Das Obrigações de Dar Coisa Incerta: As obrigações de dar coisa incerta são, na verdade, obrigações de dar coisa relativamente incerta, pois ela deve possuir ao menos o gênero e quantidade, a incerteza ocorre em relação a qualidade, e na época do adimplemento, caberá ao devedor ou credor especificar a prestação, sob pena de abdicação do direito deixando este a cargo do juiz, ou ter-se como nula a obrigação, por falta de objeto. Art. 243 A coisa incerta será indicado, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Ex.: Art. 244 Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá prestar coisa pior, e nem será obrigado a prestar coisa melhor. Ÿ O Código Civil nos disciplina que salvo disposição em contrário, a escolha pertencerá ao devedor, e este não será obrigado a entregar algo melhor, como o melhor carro popular com os melhores acessórios, nem poderá prestar algo pior. Art. 245 Cientificado a escolha do credor, vingorará o disposto na seção antecedente. Ÿ Se a escolha for do credor aplica-se o 245. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deteriorização da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. Ÿ Logicamente, se a obrigação ainda não se concretizou, logo ela não poderá se perder nem se deteriora, até porque entende-se que antes de ser feito a escolha, a obrigação não é exigível, sendo assim, o objeto ainda não existe, logo não podeser perder algo que não tenha existência tangível. 1.6 Das Obrigações de Fazer e de Não-fazer: As obrigações de fazer e não-fazer, também chamadas de positivas e negativas, traduzem-se em ações e abstenções. As obrigações de Fazer consistem em uma prestação de fato, ou seja, a realização de um serviço. As obrigações de não fazer traduzem-se em abstenções, ou seja, uma não atuação do devedor em um caso concreto, um belo exemplo de um não fazer é: Eu paguei R$ 100,00 reais para Bruno para que ele não tocasse guitarra. 1.6.1 Das Obrigações de Fazer As obrigações de fazer consistem na prestação de um fato, ou seja, na realização de um serviço. 1.6.1.1 Das Obrigações de Fazer personalíssimas; Existem obrigações de fazer que consiste em um prestar personalíssemo, ou seja, só podem ser executadas por aquele devedor. Ex.: Ex.: Art. 247 Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta ou só por ele exeqüível. Art. 248 Se a prestação de fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-à a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. O Artigo 248 segue a linha natural das obrigações, inadimplemento proveniente do caso fortuito, ou seja, sem que o devedor tenha dado causa a este, como por exemplo, se o barco afundar, não será possível o show do RC, mas não porque ele tenha sido culpado, mas se o show não aconteceu, porque ele não apareceu para cantar, será responsabilidade deste arcar com as conseqüências. 1.6.1.2 Das Obrigações de Fazer Não Personalíssemas: Existem obrigações de fazer, prestações de fato, que não são personalíssemas, como por exemplo contratar um motorista, uma faxineira, uma consultoria, ou alguém para varrer o seu quintal. Se depois de acertado e firmada a obrigação o devedor não aparecer para realização do serviço, e este puder ser realizado por terceiro, é direito do credor mandar executa-lo e depois entrar com ação contra o devedor primitivo, exigindo que este arque com as custas. Art. 249 Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor manda-lo executar a custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único Em caso de Urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. O parágrafo único do código foi muito discutido pela doutrina, pois muitos estudiosos entendem que não cabe ao particular fazer justiça com as próprias mãos............cultura inútil apenas. 1.6.2 Das Obrigações de Não Fazer: Como já discertado, a obrigação de não fazer consiste em uma abstenção, a não prestação de um fato que antes era livre ao devedor pratica-lo. Art. 250 Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster- se do ato que se obrigou. Como C ter que derrubar o muro antes que ele caísse em cima da casa dele. Art. 251 Praticado pelo devedor o ato cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único Em caso de urgência poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 1.7 Das obrigações alternativas. Tem-se obrigação alternativa quando é convencionado entre o credor e o devedor, duas possibilidades de prestação, para extinção do vínculo obrigacional. A discussão neste tema não será em razão da validade do instituto, e sim as regras para poder alinhar a sua execução, tal como a quem cabe o direito de escolha. 1.7.1 Do direito de escolha. A primeira objetivação sobre esta modalidade obrigacional será a relação a escolha, quem deverá escolher qual objeto será entregue, se é o credor ou devedor, ou sendo o devedor, no caso de pluralidade de devedores. Uma vez determinado o agente que irá indicar qual será o objeto, este deverá faze-lo dentro de certas limitações, por exemplo, não lhe será permitido receber parte um e parte em outra. Na obrigação alternativa, a época do vencimento, se não houver estipulação prévia das partes, a escolha caberá ao devedor, porém este deverá limitar a sua escolha a apenas um dos objetos, não podendo entregar partes de um e partes de outro, conforme já foi dissertado acima. 1.7.2 Da Pluralidade de Devedores: No caso de haver pluralidade de devedores, isto é, dois ou mais devedores submetidos a um credor em relação a mesma dívida, a escolha deverá ser feita por todos eles, se o prazo para a decisão se esgotar a decisão ficará a cargo do juiz de direito. 1.7.3 Decisão à cargo de terceiro: Se as partes acertarem que a decisão será tomada por um terceiro, este, a época do vencimento deverá indicar qual deverá ser entregue, se este, no termo final, estiver impossibilitado de exercer a escolha (inconsciente por exemplo), ou pura e simplesmente não quiser fazer, aplicar-se-à a mesma metodologia da indecisão nos casos de pluralidade de devedores, a decisão ficará a cargo do juiz. Art 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. §1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. §2º Quando a obrigação for de prestações peródicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. §3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para deliberação. 4§º Se o título deferir opção a terceiro, e este não quiser ou não puder exerce-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. 1.7.4 Da inexequibilidade prestacional. Neste tópico será tratado a possibilidade de uma ou ambas prestações tornarem-se inexeqüíveis, o caso mais básico relacionado a impossibilidade prestacional é o de uma das opções tornar-se inexeqüível, se isto ocorrer, a obrigação de alternativa converter-se-à em simples, independente de culpa ou não do devedor. Art. 253 Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. Também pode ocorrer das duas prestações tornarem-se impossível, neste caso, o tratamento será diretamente proporcional a culpabilidade do devedor, se este participou para a inexequibilidade, converter-se-à a última prestação a se impossibilitar no seu equivalente pecuniário, além das eventuais perdas e danos que podem vir a ser determinadas pelo caso concreto. Se a impossibilidade provir do caso fortuito, a obrigação ficará resolvida, voltando as partes ao estado original. Art. 254 Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações não competindo ao credor a escolha, ficar-a aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 256 Se todas as prestações tornarem-se impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. 1.7.4.1 Quando a escolha couber ao credor. Pode ocorrer que a prestação se impossibilite quando a escolha couber ao credor, neste caso se uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor poderá escolher: 1) Exigir a prestação que manteve-se íntegra 2) Exigir o equivalente pecuniário à alienada acrescido das eventuais perdas e danos que ele possa ter tido. Se ambas as prestações tornarem-se inexeqüíveis, o credor poderá escolher qualquer uma delas para exigir o equivalente acrescido das perdas e danos. Art. 255 Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. 1.8 Das Obrigação de Meio e resultado. Cirurgia plástica reparadora, obrigação de meio. Cirurgia plástica embelezadora, obrigação de resultado. Cultura Jurídica - Paradeixar os estudantes mais inteligentes em certos temas embora não serão cobrados agora. * O juiz tem por certos meios compelir o devedor, tentar até o ultimo momento fazer com que o devedor cumpra a obrigação à Execução Específica: A execução específica são meios para compelir o devedor a cumprir uma obrigação. Código de Processo Civil: Art. 461 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. Ÿ § 1º - A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. Ÿ § 2º - A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287). Ÿ § 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. Ÿ § 4º - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. Ÿ § 5º - Para a efetivação da tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial. Mas como que é possível fazer o devedor cumprir a obrigação?Qual a melhor forma de compeli-lo? De várias formas, incluindo pela multa diária(astreintes) Ex.: A construtora se obrigou a construir um viaduto, não construiu, multa diária até o inicio da construção. ***A Multa diária NÃO afasta o dano moral. Caso o devedor, mesmo após decretado multa diária, ele continue se negando a cumprir a obrigação, após um certo período, além do pagamento da multa diária em integral, ainda é válido o perdas e danos. ‘’§ 2º - A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287)‘’ É possível que alguém de alguma manifestação de vontade sem necessariamente ter a vontade? Sim, pois senão você não protege as ‘’promessas de compra e venda’’. A solução é dada pelo Art. 466 Art. 466 - A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos. Ÿ Parágrafo único - A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - pendente arresto de bens do devedor; III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença. Art. 645 - Na execução de obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título extrajudicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida. Ÿ Parágrafo único - Se o valor da multa estiver previsto no título, o juiz poderá reduzi-lo se excessivo. A.3)Manifestação de vontade: Art. 466 - A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos. Ÿ Parágrafo único - A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - pendente arresto de bens do devedor; III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença. 2.0) Da Solidariedade: 2.1) Das Disposições Gerais A solidariedade é um instituto voltado para proteger o credor(es) em uma relação aonde haja uma pluralidade de devedores. Na solidariedade todo devedor é obrigado ao montante total da dívida, assim sendo o credor pode demandar de qualquer um a dívida inteira ou apenas parte dela. Art. 264 Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito ou obrigado à divida toda. Outro comentário interessante a fazer sobre a solidariedade é que ela não pode ser presumida, ou seja, ao analisarmos uma relação obrigacional onde haja uma pluralidade de credores ou de devedores, não podemos deduzir que eles são solidários, pois só há solidariedade se as partes a convencionarem, ou seja, se no instrumento de confissão de dívida, no contrato, ou na questão da prova que estiver sendo feita, não mencionar que os devedores são solidários, não podemos presumir que eles sejam. Solidariedade não se presume, ou nasce da vontade das partes, ou da força da lei O grande mestre Caio Mário Pereira nos diz em seu livro que, na sua visão, a solidariedade deveria ser presumida, para dar mais segurança ao credor, mas infelizmente essa visão não foi acolhida pelo código. Art. 265 A solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes. Art. 266 A solidariedade pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente para outro. 2.2) Da Solidariedade Ativa A solidariedade ativa é aquela em que há uma pluralidade de credores para apenas um devedor, ou seja, qualquer um dos credores poderá exigir do devedor, o montante total da dívida. Ao mesmo tempo que qualquer um dos credores pode exigir o montade da dívida do devedor, também é lícito a este, enquanto nenhum dos credores se manifestar, pagar o montante integral ou parcialmente a qualquer um dos credores, ficando liberado da obrigação, lembrando que o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante que foi pago. Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. Se a obrigação for indivisível e esta vier a converter-se em perdas e danos, a solidariedade irá subsistir para as perdas e danos. Art 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 2.2.1) Do Falecimento de um dos Credores: Se um dos credores vier a Falecer, subsistira a solidariedade em relação aos vivos, porem os herdeiros que vierem a disputar o quinhão, só poderão exigir a cota que lhes cabe, sem estarem ligados ao devedor, solidariamente. Art. 270 Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receer a quota do crédito que corresponder o seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. salvo se a obrigação for indivisível. - Lembram que a obrigação indivisível pode ser demandada na totalidade à qualquer um dos devedores? Ela se assemelha muito a obrigação solidária na extensão da dívida, porém diferem na sua natureza, a obrigação sólida- provém da convenção das partes ou da lei, enquanto a indivisível provém da peculiaridade do objeto. 2.2.2) Da remissão ou recebimento de um dos credores. Se um dos credores remitir (perdoar) a dívida, ele apenas perdoará a parte que lhe caiba, se ele resolver remitir a dívida inteira, deverá entregar aos outros credores, a parte que lhes caiba. Se um o devedor pagar a um dos credores, este deverá repassar a parte que cabe aos outros credores, sob pena de ser acionado judicialmente. O mesmo raciocínioaplicado ao devedor que é demandado pela dívida toda, o credor que receber a dívida integralmente do devedor, sub-rogará na função de devedor e devera reponder aos credores pela parte que lhes caiba. Art. 272 O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhe caiba. 2.2.3) Das exceções pessoais: Como as exceções pessoais ainda não foram estudadas, este tópico fará mais sentido a frente, mas faremos um breve comentário sob o tema. O instituto se resume ao seguinte, se o devedor tiver uma exceção pessoal com um dos credores não poderá opor esta aos outros. A exceção pessoal é uma justificativa para não pagar a dívida, como por exemplo, o fato do credor já ser devedor do atual devedor em uma outra obrigação. Art. 273 A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais aos outros. Art. 274 julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal que o credor obteve. Temos dois direitos diferentes vinculados Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Na grande maioria das dividas em que há mais de um devedor será dividida em solidariedade, seja por vontade dos mesmos , ou por vontade da norma Tem que estar previsto em lei ou em contrato. Pagamento parcial - remissão. Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. - Relações internas: Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindose iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. O devedor que pagou fica livre, os outros têm qua pagar cada su parte. Se houver um devedor insolvente a parte que lhe cabia - por exemplo cada um devia 2000 - será dividida entre os outros 2 devedores (cada um vai pagar 3000, e o 1000 restante vai ficar de prejuízo para o credor). Exoneração/ Renúncia da solidariedade: Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Ÿ Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. Ex.: Um devedor se compromete a pagar em troca de o credor liberar ele da solidariedade o que é bom para o devedor pq. Ele assim não fica responsável pela divida dos outros. Na exoneração a pessoa fica fora da solidariedade, e na renúncia também. Problema: Na Hipótese A, nós temos o rateio, isto é, inclui os exonerados da solidariedade Art 284. Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. O exonerado volta a relação o lugar do insolvente, a parte do insolvente é dividida entre os devedores. Na hipótese B, nós temos três Possibilidades.A primeira, pode-se dizer que o código disse menos do que ele gostaria de dizer, e por analogia tratar o perdoado como se fosse o exonerado.A segunda é dizer que A foi perdoado, assim sendo, C e D deverão arcar com a insolvência de B.A terceira é dizer que E perdoou porque quis, assim sendo ele também arcará com a parte de A na obrigação da insolvência de B. Sucessão, Artigo 276 - Quanto a morte de um dos devedores: Cada um dos herdeiros só pode ser cobrado pelo seu quinhão hereditário, agora se o devedor que morreu não tinha bens, a dívida não se transmite aos herdeiros. Quando todos os herdeiros são considerados uma pesssoa só, é quando há o Espólio ( universalidade dos bens da pessoa que morreu é indivisível, é universalidade de direito, e não estão vinculados à quem morreu( Ainda que não ocorreu a partilha, e quando ocorre, cada um é responsável pelo seu quinhão). Aí a dívida será cobrada do espólio, este vi ter o direito de cobrar a divida de cada devedor. O bem indivisível não se aplica a essa regra, (se os herdeiros ficarem obrigados à entregar um carro - Se for indivisíviel, aplica-se a regra da obrigação simples, na qual cada devedor, inclusive os herdeiros e o espólio respondem pela dívida toda, o credor irá escolher um dos devedores e cobrará o carro inteiro, após o devedor escolhido poderá entrar com uma ação de regresso em relação aos outors devedores.) Nas duas hipóteses: a de coisa indivisível e a do espólio, a coisa pode ser cobrada de um só. O princípio das perdas e danos: Se o carro por exemplo, se perder com culpa, , de todos pode ser cobrado o equivalente, mas só do culpado vai poder ser cobrado perdas e danos. Os juros e a mora: Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. Teoria do Direito Privado 18-09-2009 Assunção de Dívida: Para haver assunção de dívida, o credor deve dar o consentimento, e a manifestação da vontade não pode ser tácita. Unifigurativa / \ Bifigurativa Liberatório / \ Cumulativa A) Insolvência do Novo Devedor: Supondo que em algum momento do tempo e do espaço, C se torne solvente, o credor assumiu o risco na hora de dar consentimento a assunção, logo o devedor original continua exonerado. Porém, no nosso caso aqui, iremos supor que o novo devedor já fosse insolvente antes da assunção e o credor não soubesse . Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. A uma dupla interpretação no ordenamento. Na primeira a dívida retorna ao estado inicial, A está devendo a B.Na segunda interpretação A continua devendo a B, porém se C voltar a ficar solvente o B poderá cobrar de C caso ele fique solvente. Garantias: Art. 300 - Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. Invalidade: Art. 301 - Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. Exceções: Art. 302 - O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. Hipoteca: Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-seá dado o assentimento. Quem compra um imóvel hipotecado normalmente assume a dívida, isso para a divida não ficar na mão do deveodor original e eu perder o imóvel. Hipotecária (303) Consentimento tácito: Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-seá dado o assentimento. Extinção das obrigações: - Pagamento - Pagamento Especiais (indireto) (a) Consignação (b) Subrogação ( c) Imputação. (d) Dação - Extinção sem pagamento à Novação compensação, confusão, remissão, invalidade, condição ou termo, resolutivo, impossibilidade, superveniente, prescrição, resolução por inadimplemento, resolução por onerosidade excessiva, resiliação. Consignação Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancárioda coisa devida, nos casos e forma legais. - Requisitos: Ÿ Obstáculo ao pagamento (causas justificadoras) Art. 335. A consignação tem lugar: Ÿ I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; Ÿ II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; Ÿ III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; Ÿ IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; Ÿ V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Ÿ Em princípio, aspectos do pagamento (i) Objeto Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada. Quanto a coisa incerta: Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. Uma obrigação deve ser paga normalmente até o vencimento, porém a partir do vencimento ela pode ser consignada. Efeitos: (a) Se procedente - Se após depositada em juízo, o juiz julgar procedente a consignação, a sentença do juiz terá efeito retroativo, o devedor está liberado da obrigação, o custo desse processo ficará por conta do credor. (b) Se improcedente - Caso o juiz julgue improcedente a ação de consignação, o devedor continuará com a dívida ativa e responderá pelas custas do processo e a mora do atraso. Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente. Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor. Sub-rogação: (A) Legal: Ocorre quando um terceiro, interessado ou não paga a dívida do devedor e assume o lugar do credor. Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: Ÿ I - do credor que paga a dívida do devedor comum; Ÿ II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; Ÿ III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. (B) Convencional Art. 347. A sub-rogação é convencional: Ÿ I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; Ÿ II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. C) Acordo com o credor: Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito. D) Acordo com o devedor: E)Efeitos: Transferência do crédito com todas as suas características, privilégios, preferência e todos os seus acessórios. Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. F) Sub-rogação parcial: Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. Solução: Caso o C pague apenas 800 reais, o A passa a dever 800 reais a C ( com juros proporcionais) e 200 reais a B (com o Juros iniciais) Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. Solução 2: o credor original tem preferência. G) Imputação do Pagamento: Requisitos: Ÿ Pluralidade de débitos. Ÿ Homogeneidade dos débitos (Fungíveis entre si). Ÿ Identidade de credor e devedor. Ÿ Pagamento suficiente para extinguir qualquer das dívidas. Ÿ É necessário que as dívidas sejam todas líquidas, já estejam liquidado o valor dela. Caso uma das dívidas não siga um desses requisitos ela não será imputada. Dívida Liquida - Dívida a qual eu não sei qual é o valor dela. Transmissão das Obrigações: A) Títulos de Crédito: B)Cessão de crédito: Art. 287 - Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. B.1) Créditos não cedidos - Em regra geral, todos os créditos podem ser cedidos, a menos que a lei inviabilize essa interferência ou a natureza da obrigação não permite, ou caso uma das partes deixe claro em contrato que não aceita transferência de crédito (Pacto de Non cedendo - obrigação de não fazer). Ex.: Pensão Alimentícia - é um caso que a Lei não permite. Ex.: B.2) Pactum de Non Cedendo: Neste pacto o credor se obriga em relação ao devedor de não realizar a transferência de crédito a um terceiro. Art. 286 - O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. B.2) A eficácia da cessão de crédito. Em princípio, a opinião do devedor não é necessário para a cessão de crédito, porém esse negócio só será eficaz após o devedor ser notificado, assim como disciplina o Artigo 290 do Código Civil. Art. 290 - A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. Ÿ Porque o devedor deve ser notificado? Porque a princípio ele tem o direito de saber de quem ele está pagando, caso o devedor pague ao cedente por engano, ele não será obrigado a pagar o cessionário, porém caso ele saiba da transferência e pague ao cedente, quem paga mal, paga duas vezes. .:.Supondo.:. Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. O ato conservatório existe para impedir que o direito morra. .:. Supondo.:. Caso isso ocorra, o C pode ir em um cartório e produzir uma medida cautelar para que o quadro seja removido para um lugar seguro. Princípios Compensação .:. Duas dívidas recíprocas entre si são fungíveis e anuláveis. Isto é: O que é uma exceção pessoal, uma legitima alegação de defesa para o não pagamento de uma dívida. Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
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