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Dor: Experiencia emocional, com sensação desagradável, associada as lesões teciduais reais ou potenciais Neurofisiologia da Dor: Via ascendente da dor que é caracterizada por quatro etapas 1- Transdução: Estimulo nocivo é transduzido em sinais elétricos 2- Transmissão: Sinais são transmitidos á medula espinhal 3- -Modulação: Modulados na medula espinhal e projetada 4- Percepção: Percepção no córtex somatossensorial Estimulo de periferia, sejam eles no órgão ou em pele, tem terminações livres na sua superfície onde o estimulo físico, mecânico (ex.: cirurgia), biológico (infecciosos viral ou bacteriano) ou químico (inflamação) produzem a sensibilização das terminações livres e essas terminações vão pegar essas informações e transduzir em sinais elétricos, através de um neurônio. O neurônio vai receber a informação e transmitir até a medula e na medula, no SNC, vai ocorrer o processo de modulação, fazendo com que a informação seja processada, modulada e depois ser refletida. Esse processo faz com que ocorra a primeira linha de defesa, que é a tentativa de tirar a agressão, chamado de arco reflexo. (ex.: pisar no prego e rapidamente tirar o pé). No paciente anestesiado essa primeira linha de defesa, o arco reflexo, não vai ocorrer porque ele esta inconsciente, por isso é importante tratar a dor no trans operatório. Após a modulação essa informação é projetada para via supra medular, no encéfalo, onde é percebida na região cortical. Depois o estimulo de dor gera um processo neuro químico que vai ocorrer a liberação de substancias neuro transmissoras ou substancias endógenas a promover uma via descendente da dor, que é uma via inibitória, ou seja, tenta modular a dor na medula, então a medula é responsável pela modulação tanto na fase inicial quanto na fase final do processo doloroso Fisiopatologia e analgesia da dor Ruan Carvalho Existem áreas subcorticais como o tálamo, amigdala, e sistema límbico que são responsáveis pelos núcleos da emoção, e tem a ver com o paciente que são mais sensíveis a estímulos nociceptivos e pacientes menos sensíveis. (existe variação individual em cada organismo) ➔ Mecanismos Periféricos da Nocicepção Não existe somente os nociceptores na periferia que são sensores de dor. Existem também: - Sensores de tato, sensores de pressão, sensores de dor, receptores de frio, sensores de pressão, plexo nevoso capilar e receptores de calor. - Não é todo o estimulo que chega na periferia que é dor - No paciente de dor aguda só é ativado o sensor de dor -Sensores multimodais, são sensores que até determinado estimulo é inócuo e a partir que ocorre o aumento e duração de tempo do estimulo naquele receptor ele pode ser caracterizado como uma dor - O paciente que tem dor crônica, muitas vezes apenas um toque ou uma sensibilidade maior a frio ou a calor pode gerar desconforto. A partir que atinge o limiar, passa a ser nocivo e sentir dor ➔ Fibras nervosas e dor -Tipos diferentes de fibra: Fibras mielinizadas: - Grossas (alfa e beta): responsável pela transmissão de estímulos inócuos, muitas vezes mecânica Fibra delta: Fibra fina e responsável pela dor rápida Fibras amielinizadas (c): responsável pela dor lenta ➔ Mecanismos Periféricos: - Se passa um tempo, já não é mais dor aguda, e sim uma dor inflamatória mediada por bradicinina, serotonina, histamina, prostaglandina e adrenalina acionadas por um estimulo mecânico que gerou uma dor inflamatória, se perdurar e dependendo da intensidade da dor, pode se transformar em uma dor crônica porque ela tem um estimulo constante da periferia indo para a medula e se não tratado, pode gerar uma neuroplasticidade, uma alteração de SNC, que começa a aparecer um brotamento do corpo dorsal da medula, fazendo com que não precise mais o estimulo periférico para induzir a dor no paciente. - A própria medula gera informações de dor sem ter uma lesão periférica e isso ocorre muito em pacientes amputados que não tiveram o tratamento correto, e podem desenvolvem uma dor fantasma ➔ Mecanismos centrais da nocicepção Onde se percebe a nocicepção? Por que a dor evoca sensações emocionais? - Na modulação: Na medula tem um neurônio chegando da periferia e o interneurônio que vai ser projetado para a região supramedular e existem vários tipos de receptores de dor, como os receptores NMDA, AMPA, receptores metabotrópicos. -Quando ocorre a transmissão vai ocorrer uma despolarização e o cálcio vai entrar e por exocitose vai liberar neurotransmissores excitatórios que vão estimular receptores de dor que vai projetar para a via supramedular - Na projeção: Chegou na medula, ela é projetada sempre na região controlateral (quando chega do lado esquerdo é projetada pelo lado direito) e sobe até o córtex Portão da dor: A fibra longa (motora) é uma fibra de estimulo inócuo (alfa e beta) vão estimular o interneurônio e o interneurônio vai inibir o estimulo de dor no paciente As fibras curtas vão inibir o interneurônio e o interneurônio inibido vai fazer com que ocorra a projeção Quando em repouso as fibras longas estão estimulando o interneurônio e o interneurônio bloqueia a nocicepção (estimulo de dor). Ex.: quando você está tocando seu corpo, você está estimulando fibras motoras, fibras longas, e quando é um estimulo inócuo, elas continuam estimulando os interneurônios e os interneurônios bloqueiam a nocicepção(dor) - Quando o paciente está com dor, mesmo sob anestesia, as fibras delta e as fibras c são estimuladas e vão inibir os interneurônios e os neurônios de segunda ordem que são os neurônios de projeção vão mandar mensagem pro sistema supra medular, o cortex, e ele vai entender que está tendo uma agressão tecidual na periferia. Caso o paciente tenha consciência, ele tem um reflexo de passara mão onde está doendo para estimular as fibras largas para que elas estimulem os interneurônios para interromper imediatamente o estimulo de dor ➔ Mecanismos endógenos de analgesia: - Modulação ou inibição dos impulsos nervosos que chegam ao córtex. -A informação de dor chega no córtex e o córtex manda uma mensagem para o tronco encefálico, na medula, para promover a inibição do neurônio de segunda ordem. Nessa região vai ser liberadas peptídeos e opioides endógenos (endorfina, encefalina, noradrenalina, serotonina) para inibir causando uma hiperpolarização do neurônio, fazendo com que ocorra a inibição da liberação de neurotransmissor excitatório na tentativa de controlar a dor, mas se for uma dor muito grande, só isso não vai resolver ➔ Depois que a noradrenalina diminui os níveis, a dor volta, é o que acontece quando tem uma fratura, mas na hora o paciente não sente dor ➔ Como ocorre a via descendente da dor? 0 Via descendente da dor: A analgesia descendente ela ocorre por um estimulo cortical onde ocorre liberação de opioides endogenos e também o tálamo, onde ocorre a empregnação da dor e o hipotalamo onde está o sistema limbico e a amgdala, eles vão estimular uma região chamada substancia cinzenta periaquedutal, essa região esta no tronco encefálico e junto com o nucleo da rafe faz a liberação de encefalinas, serotonina e outros compartimentos como o locus coerelus, também liberam noradrenalina. Todos esses componentes supra medulares eles vão ter foco no corno dorsal da medula que é onde ta ocorrendo a transmissão de dor e vão tentar inibir a dor. ➔ Classificação da dor: Anatomica: oncológica, ortopédica,pancreática Localicação: Somática, visceral Duração: Aguda, crônica, transiente Mecanismo responsável pela produção: Fisiológica Patologica: - Alodinia (quando um estimuloinocuo se torna um estimulo doloroso. Ex.: o animal já esta sentindo muito dor, mas só o ato de tocar no animal, o toque gera um estimulo nocivo por causa de uma sensibilização excessíva e isso pode ser causado por uma falha na tecninca de analgesia ou a falta dela), - hiperalgesia (relacionada com estimulo exarcebado nociceptivo ex.: faz um procedimento cirurgico e não trata a dor, consequentemente o paciente vai ter o incomodo por causa de lesão mecanica e do estimulo constante, ele vai se tornar mais sensível e muitas vezes a dor fica até distante da linha de sutura) -inflamatória. Dor referida: Dor visceral que reflete no tecido cutaneo ou na musculatura - No nosso corpo existe os dermatomos, que estão relacionados com as fibras nervosas que sai da coluna, e sabe-se também que a enervação que sai da viscera e a inervação que sai da periferia se cruzam no ganglio, antes de entrar na medula, então pode ocorrer uma trasnferencia de informação, então uma dor visceram pode ser refletida como uma dor cutanea ( ex.: colica renal muitas vezes pode ser refletida como uma dor lombar) ➔ Tratamento da dor: Porque tratar a dor? - Para evitar a sensibilização periferica, hipersalgesia e/ou alodinia - Evitar sensibilização central: quando a dor aguda já se tornou uma dor crônica, onde não precisa mais ter um estimulo periferico, o estimulo central já é suficiente. A medula sofre uma neuroplasticidade e ocorre disparos eletricos dentro da medula projetando para o cortex (o proprios SNC gera a informação de dor) - A dor gera alterações fisiológicas que comprometem a recuperação do paciente causando complicações, como por exemplo: O paciente que tem dor aumenta as cetacolaminas circulantes que podem alterar o sistema cardiovascular, hemodinamico, aumento de pressão, alteração respiratória - Quando trata a dor, tem uma recuperação precoce - Quando não tratada, a dor causa um estresse ao paciente e gera uma liberação muito alta de corticol ➔ Reconhecimento e avaliação da dor - Avaliação subjetiva: Avaliação comportamental e fatores qualitativos - Escalas multidimensionais: Variaveis quantificaveis e variaveis comportamentais ➔ Tratamento da dor: -Tratamento não farmacológico - Tratamento farmacológico Pode ser feito a combinação dos dois tratamentos Sistema complexo: Administração de um único fármaco analgésico é incapaz de aliviar a dor completamente porque é tratamento da dor é complexo e envolve vários mecanismos e vias. Analgesia multimodal: Combinação de fármacos – redução do potencial de toxicidade - Combinação de fármacos muitas vezes é necessária para o sucesso do tratamento ➔ Quantificação da dor: Dependendo da classificação da dor, você pode instituir a terapia para o paciente - Dor leve: Pode fazer somente um anti- inflamatório e um tratamento alternativo ou tratamento paliativo para diminuir a quantidade de efeitos colaterais do tratamento - Dor moderada: Exige maior cuidado, só anti- inflamatório não é suficiente, é necessário fazer um opioide ou um bloqueio loco regional ou um analgésico local no local da incisão - Dor intensa: Colocar um cateter para fornecer analgésico para o paciente a cada 6, 8 ou 12 hrs a depender da terapia do paciente + terapia sistêmica ➔ Anti-inflamatórios -Dose-dependente limitada -Dor: Fraca á moderada -Potencializam opioides - AI + opioides (dor intensa) Obs.: Normalmente não se prescreve anti- inflamatório antes do procedimento e nem durante, mas sim depois Anti-inflamatórios produzem alteração hemodinâmica no leito vascular renal e podem induzir uma insuficiência renal no paciente se o paciente for submetido a um anestésico que gera uma hipotensão, então se o anestésico induzir uma hipotensão e o paciente estiver sub efeito de anti- inflamatório, essa associação pode potencializar uma lesão renal - Pode tomar AI, mas tem que manter o animal na normotensão - Duração de ação é superior aos analgésicos opioides; - Potencializam os analgésicos opioides; -Ação anti-inflamatória periférica e central; - Ação antipirética; - Cuidado: úlceras, erosões e sangramento gastrintestinais - Inibição da agregação plaquetária - Alterações renais nos glomérulos e túbulos; - Hepatotoxicidade dose dependente e com uso prolongado; Reação de hipersensibilidade Contra indicação: Não utilizar em pacientes com distúrbios gastrointestinais (náuseas, melena, emese, diarréia); Desidratação, hipotensão, hipovolemia, Coagulopatias (trombocitopenia, deficiência de fatores de coagulação); - Não se faz uso concomitante de outros AINES ou corticosteroides -Anti-inflamatórios esteroidais (AI): - Podem utilizar em animais chocados e em sepse - Promove estabilidade de membrana e estabilizar a condição clínica do paciente -Muito utilizado em cirurgias oftalmológicas (no pré) -Procedimentos neurológicos ex.: cirurgias de hernias de disco ou TCE (controverso, alguns clínicos não indicam para uso TCE, o professor prefere um manitol para edema cerebral e descompressão) - Dipirona é o único anti-inflamatório que se pode fazer associação com outros anti-inflamatórios!! ➔ OPIOIDES: -Modulam o amplo estabelecimento da percepção e sensibilização central - Cuidado que o uso continuo pode gerar tolerância e ficar irresponsivo!! - Escolha: Procedimento anestésico-cirúrgico, cirurgias, propriedades farmacológicas ➔ Alfa-2 agonista: Xilaniza, detomidina, dexmedetomidina ➔ Anestésico locais: - Vias de aplicação: Tópica, infiltrativa, bloqueio regional, espinhal, sistêmica ➔ Antagonistas de receptores NMDA: - Farmaco: Cetamina e Scetamina -Vias de aplicação: Sistêmica e espinhal ➔ Métodos não farmacológicos: - Crioterapia: Pacientes de pós cirúrgicos nas primeiras 48hrs - Compressas quentes podem ser alternadas - Acupuntura: No tratamento de dor crônica associada a uma terapia farmacológica
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