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Tributária - Contra Razões Recurso Especial

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Tributária - Contra Razões Recurso Especial 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS 
 
 
 
 
RECURSO ESPECIAL 
RECORRENTE: TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT 
RECORRIDO: SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS 
PROCESSO N.º XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 
5ª CÂMARA CÍVEL 
4º CAROT 
 
 
 
 
O SSSSSSSSSS, pessoa jurídica de Direito Público Interno, devidamente qualificado nos 
autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., por seu 
Procurador in fine assinado, com fincas na legislação processual civil, apresentar 
CONTRA-RAZÕES ao Recurso Especial, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
 
 
DOS FATOS 
 
O Município de Belo Horizonte ajuizou execução fiscal destinada à cobrança de dívida 
ativa relativa a ISSQN do exercício de 1997. 
 
Por sentença às fls. 173/181, o douto juiz monocrático julgou improcedentes os embargos, 
condenando a embargante ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios 
fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da execução, sob o fundamento 
de que não houve comprovação que a obrigação final apontada no saldo do parcelamento 
não correspondeu ao valor pretendido. 
 
Inconformada, a embargante apelou para o Egrégio TJMG às fls. 272/287. 
 
Alegou, em preliminar, que as CDA´s seriam nulas, porquanto não exporiam de forma 
discriminada o termo inicial e o cálculo dos juros de mora. 
No mérito, sustentou que a multa aplicada caracterizaria autêntico confisco e encontraria 
óbice em diversos preceitos da Constituição da República. Aduz que a multa seria nula, 
pois o montante teria extrapolado o limite estabelecido no inciso IV, do art. 7º, da Lei 
Municipal nº 7.378/97. 
 
Alegou, ainda, que seria imperiosa a aplicação da lei mais benigna ao contribuinte para o 
fim de reduzir a multa para o valor de R$319,23 (trezentos e dezenove reais e vinte e três 
centavos). Baseado em tais alegações, requer o provimento do recurso e, 
conseqüentemente, a reversão dos ônus da sucumbência. 
 
O Egrégio TJMG decidiu no sentido de que a CDA dos autos é hígida, e que a multa 
exigida não é confiscatória. 
 
Foram interpostos embargos de declaração, que foram julgados improcedentes, por não 
ter estado presente seus pressupostos de admissibilidade. 
 
Em seu recurso especial, a recorrente alega ofensa a alínea “a” do inciso III, do artigo 105 
da CF, por ter o Tribunal a quo ofendido o inciso II, do § 5º do artigo e 2º da LEF, art. 202 
do CTN, bem como alínea “c” do inciso II do art. 106 do CTN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRELIMINARMENTE 
 
 
A ANÁLISE DA CDA. MATÉRIA DE FATO. 
 
 
A análise das CDAs implica em análise de matéria de fato, o que é inviável naquela sede 
extraordinária, nos termos da súmula 7 do STJ e jurisprudência infra: 
 
Processo 
AgRg no Ag 761041 / MG ; AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
2006/0066265-7 
Relator(a) 
MIN. JOSÉ DELGADO (1105) 
Órgão Julgador 
T1 - PRIMEIRA TURMA 
Data do Julgamento 
29/06/2006 
Data da Publicação/Fonte 
DJ 28.08.2006 p. 232 
Ementa 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. 
REQUISITOS DA CDA. REEXAME DE PROVA. SÚMULA Nº 07/STJ. 
IMPOSSIBILIDADE. 
1. Agravo regimental contra decisão que negou provimento a agravo de instrumento. 
2. O acórdão a quo julgou improcedentes embargos à execução fiscal, reconhecendo a 
validade do executivo, em face de a CDA preencher os requisitos formais. 
3. Ausência do necessário prequestionamento. Dispositivos legais indicados como 
afrontados não foram abordados, em nenhum momento, no âmbito do voto do aresto 
hostilizado, sem que se tenham ofertado embargos declaratórios para suprir a omissão, 
porventura existente. 
4. Demonstrado, de modo evidente, que a procedência do pedido está rigorosamente 
vinculada ao exame das provas depositadas nos autos. A questão nodal acerca da 
verificação se houve, ou não, o cumprimento dos requisitos necessários à validade da 
CDA, relativa ao aspecto da comprovação da liquidez e certeza do título executivo – a 
origem e a natureza da dívida, a forma de cálculo dos juros de mora e demais encargos – 
constitui matéria de fato e não de direito, o que não se coaduna com a via estreita da 
súplica excepcional. 
5. Na via Especial não há campo para revisar entendimento de 2º Grau assentado em 
prova. A função de tal recurso é, apenas, unificar a aplicação do direito federal (Súmula nº 
07/STJ). 
6. Agravo regimental não-provido. 
 
 
 
 
Processo 
REsp 721933 / RS ; RECURSO ESPECIAL 
2005/0017911-4 
Relator(a) 
MIN. LUIZ FUX (1122) 
Órgão Julgador 
T1 - PRIMEIRA TURMA 
Data do Julgamento 
11/04/2006 
Data da Publicação/Fonte 
DJ 28.04.2006 p. 271 
Ementa 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ADMINISTRATIVO FISCAL. IPTU. TRIBUTO 
SUJEITO A LANÇAMENTO DE OFÍCIO. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO. ENTREGA DO 
CARNÊ NA RESIDÊNCIA DO CONTRIBUINTE. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. 
REEXAME DE MATÉRIA DE FATO. CDA. CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA. 
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 
 
(..) 
5. A verificação do preenchimento dos requisitos em Certidão de Dívida Ativa demanda 
exame de matéria fático-probatória, providência inviável em sede de Recurso Especial. 
Aplicação da Súmula 07/STJ. O Tribunal de Apelação é soberano no exame dos fatos e 
provas nos quais a lide se alicerça. Tendo decidido a Eg. Corte Estadual que "a olhos 
vistos, a CDA de fls. 13/18 contém todos os elementos para sua regular constituição como 
título de crédito líquido, certo e exigível, expressamente previstos no artigo 202, do CTN: 
assim o nome do devedor, a quantia devida, o termo inicial e a forma de calcular os juros e 
a taxa, o termo inicial e os índices de atualização monetária, a origem e a natureza dos 
créditos e a disposição legal em que se fundam e, por último, a data da inscrição em dívida 
ativa" (fls 109/110), não cabe ao Superior Tribunal de Justiça o reexame dessa inferência. 
7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, 
desprovido. 
 
 
 
Processo 
REsp 442864 / SP ; RECURSO ESPECIAL 
2002/0072429-0 
Relator(a) 
MIN. FRANCIULLI NETTO (1117) 
Órgão Julgador 
T2 - SEGUNDA TURMA 
Data do Julgamento 
21/09/2004 
Data da Publicação/Fonte 
DJ 21.02.2005 p. 125 
Ementa 
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. 
SÚMULA 211 DO STJ. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQÜIDEZ DA CERTIDÃO DE 
DÍVIDA ATIVA. SÚMULA 7 DO STJ. 
No particular, a legislação indicada pela recorrente como violada efetivamente não foi 
objeto de exame pela Corte de origem, quais sejam, os artigos 2º e 10 da Lei n. 6.830/80, 
bem como o 18 do CPC. 
É pacífico o entendimento nesta egrégia Corte Superior de que o prequestionamento 
ocorre "quando a causa tenha sido decidida à luz da legislação federal indicada, com 
emissão de juízo de valor acerca dos respectivos dispositivos legais, interpretando-se sua 
aplicação ou não ao caso concreto" (cf. AgRg no REsp 264.210/PB, Rel. Min. 
Eliana Calmon, DJ 10.06.2002). 
Revisar o entendimento esposado pelo Juízo de segundo grau firmado no sentido de que 
os elementos trazidos para os autos são suficientes para concluir pela liquidez e certeza 
da CDA refoge da competência constitucionalmente atribuída ao colendo Superior Tribunal 
de Justiça de unificar a aplicação do direito federal, e não a revisão de entendimento 
exarado pelos Tribunais Federais e Estaduais. Dessarte, incide no caso a Súmula n. 7 do 
STJ. 
Recurso especial parcialmente conhecido, mas improvido. 
 
Ad argumentandum tantum, não merece acolhida a alegação do executado de nulidade da 
CDA. 
Primeiro, porquanto as CDAs de fls. 02 a 10 revestem-se de todos os requisitos 
preceituados nos §§ 5º e 6º do artigo 2º da LEF, e artigo 202, parágrafo único do CTN, que 
leva à presunção de certeza e liquidez do título (art. 3º da mesma lei), que são: 
 
a) o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou 
residência de um e de outros;b) o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de 
mora e demais encargos previstos em lei ou contrato; 
c) a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida; 
d) a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem como 
o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo; 
e) a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e 
f) o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver apurado o 
valor da dívida. 
 
 
 
 
Não se há falar, outrossim, em ausência da forma do cálculo dos juros de mora, porquanto 
constam nas CDA´s os diplomas legais que autorizam a correção monetária, imposição de 
juros e multa. Além do mais, as planilhas de fls. 06/07 apresentam de forma discriminada 
os cálculos efetuados para obtenção do valor exeqüendo. 
 
Há de se ressaltar que a inscrição na dívida ativa se constitui em ato de controle 
administrativo de legalidade (art. 2º § 3 da LEF), e a Certidão de Dívida 
 
Ativa é perfeccionada através de atos administrativos que gozam da presunção de 
legalidade, auto-executoriedade, moralidade, legitimidade, veracidade, imperatividade e 
tipicidade (atributos do ato administrativo e § 3º do artigo 2º da LEF), QUE SOMENTE 
PODE SER ILIDIDA POR PROVA INEQUÍVOCA A CARGO DO EXECUTADO EM SEDE 
DE EMBARGOS DO DEVEDOR. 
 
Ademais, a pretensa confusão gerada pelo o que está escrito no anverso e verso das 
CDAs, não causou prejuízo e muito menos a aludida confusão, já que o 
Recorrente/Executado impugnou, especificamente, todos os tributos devidos, bem como 
seus valores, sem que houvesse ofensa a sua ampla defesa ou contraditório. 
 
A falta do estampamento de alguns requisitos no verso da CDA, são sanados por tudo que 
está escrito em seu anverso, pois ali é que estão consignados a maioria das exigências 
dos artigos 2º § 5º e incisos da LEF e 202 do CTN, no tangente à natureza da dívida, seu 
valor, fundamento legal e etc. Não há nenhuma imposição legal de que tais requisitos 
estejam todos no verso ou no anverso. 
 
JOSÉ DA SILVA PACHECO (in Comentários à Lei de Execução Fiscal, 6ª ed., Saraiva, 
1.997, p 50) não destoa de tal entendimento: 
"A exeqüente não se obriga a fazer qualquer nova prova, além da certidão da dívida, 
bastando-lhe a presunção de liquidez e certeza que deriva da certidão que instrui a 
execução fiscal (art. 204 do CTN), certo que ao sujeito passivo da relação processual cabe 
desfazer essa presunção" . 
 
 
Há de se aplicar aqui o princípio “pás de nulitté sans grief”, pois que não se verifica 
nenhum prejuízo para o executado. 
 
Destarte, são também improcedentes, neste ponto, suas alegações. 
 
 
 
Contudo, ainda que se entenda que há vício nas CDA’s, o que se admite apenas para 
argumentar, não há que se falar em nulidade, por ausência de prejuízo. 
 
De fato, este é o entendimento cristalizado no âmbito do Supremo Tribunal Federal: 
“SENDO A OMISSAO DE DADO QUE NÃO PREJUDICOU A DEFESA DO EXECUTADO, 
REGULARMENTE EXERCIDA, COM AMPLA SEGURANÇA, VALIDA-SE A CERTIDÃO 
PARA QUE SE EXERCITE O EXAME DE MÉRITO.” 
(STF, Primeira Turma, RE 99993/PA, Rel. Min. Oscar Corrêa, j. 16.9.83, DJ de 21.10.83, p. 
16.306) 
 
Ainda, veja-se este julgado a Excelsa Corte: 
 
“EXECUÇÃO FISCAL. CERTIDÃO DE INSCRIÇÃO DA DIVIDA ATIVA. OMISSAO DE 
REQUISITO. 1) PERFAZENDO-SE O ATO NA INTEGRAÇÃO DE TODOS OS 
ELEMENTOS RECLAMADOS PARA A VALIDADE DA CERTIDÃO, HÁ QUE ATENTAR-
SE PARA A SUBSTANCIA E NÃO PARA OS DEFEITOS FORMAIS QUE NÃO 
COMPROMETEM O ESSENCIAL DO DOCUMENTO TRIBUTÁRIO. 2) INVOCAÇÃO 
IMPERTINENTE DO ART-203 DO CTN, EIS QUE, A PAR DA COMPLETUDE DO 
TÍTULO, INEXISTIU PREJUIZO PARA A DEFESA, QUE SE EXERCITOU PLENAMENTE. 
AGRAVO REGIMENTAL DENEGADO.” 
(STF, Primeira Turma, AgR em AI 81681/MG, Rel. Min. Rafael Mayer, j. 24.2.81, DJ de 
27.3.81, p. 2535) 
 
Outrossim, não há discrepância no âmbito deste Superior Tribunal de Justiça: 
 
“PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - CERTIDÃO DE DÍVIDA – REQUISITOS 
FORMAIS (ARTS. 202 E 203 DO CTN E ART. 2º , § 5º, DA LEF) 
1. Os requisitos formais da CDA visam dotar o devedor dos meios necessários a identificar 
o débito e, assim, poder impugná-lo. 
2. Não se exige cumprimento de formalidade, sem demonstrar o prejuízo que ocorreu pela 
preterição da forma. Princípio da instrumentalidade dos atos. 
3. CDA expedida com base em confissão de dívida, não pode ser considerada ilegal, por 
ausência de informação de antecedentes. 
4. Recurso especial improvido.” 
(STJ, Segunda Turma, REsp 518590/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 11.11.03, DJ de 
1.12.03, p. 322) 
 
“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE 
DEVEDOR. NULIDADE DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - CDA. REQUISITOS 
(AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO CO-RESPONSÁVEL PELO DÉBITO TRIBUTÁRIO E DE 
DISCRIMINAÇÃO DA DÍVIDA). ART. 2º, § 5º, DA LEI 6.830/80. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. 
AFASTAMENTO. 
1 - Segundo remansosa jurisprudência desta Corte e do Colendo STF, a execução fiscal é 
proposta contra a pessoa jurídica, não sendo exigível fazer constar da CDA o nome dos 
co-responsáveis pelo débito tributário, os quais podem ser chamados supletivamente. 
Precedentes. 
2 - Não há nulidade a viciar a CDA sob o aspecto de ausência de discriminação do débito, 
eis que, de acordo com o declarado na sentença, é possível o conhecimento da exação 
cobrada, tendo ensejado ao executado o exercício da ampla defesa. Eventuais falhas 
formais não afetam a validade do título se não redundarem prejuízos para a defesa. 
3 (...) 
4 - Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido, para excluir do 
acórdão recorrido a condenação pela litigância de má-fé.” 
(STJ, Primeira Turma, REsp 271584/PR, Rel. Min. José Delgado, j. 23.10.00, DJ de 5.2.01, 
p. 80) 
 
“PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ARTS. 202 E 203 DO CTN. 
AS FORMALIDADES INDICADAS NOS ARTS. 202 E 203 DO CTN SO SE JUSTIFICAM 
ENQUANTO SE PRESTAM A IMPEDIR QUE O CONTRIBUINTE SEJA SURPREENDIDO 
COM MODIFICAÇÃO DA IMPUTAÇÃO FISCAL NO CURSO DA DEMANDA. SE HOUVE 
ERRO, QUE NÃO FOI CAUSA DE SURPRESA PARA O CONTRIBUINTE NEM 
DECORREU DE ESCOLHA DE CRITERIO INADEQUADO NA VALORAÇÃO DOS 
FATOS, O CUMPRIMENTO DAQUELAS FORMALIDADES NÃO SE JUSTIFICAM, 
SENDO BASTANTE O SIMPLES ACOLHIMENTO PARCIAL DOS EMBARGOS COM 
REDUÇÃO DO VALOR EXIGIDO. 
RECURSO IMPROVIDO.” 
(STJ, Primeira Turma, REsp 50675/SP, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, j. 5.9.94, DJ de 
26.9.94, p. 25616) 
 
Como ressalta Mauro Luís Rocha Lopes, 
 
“A jurisprudência tem aplicado, in casu, o princípio estampado no brocardo pas de nullité 
sans grief (Não há nulidade sem prejuízo). O CPC absorveu o princípio, em nome da 
instrumentalidade do processo, nos arts. 249 e 250), pois, se a CDA indica perfeitamente o 
devedor e especifica a exigência fiscal, indicando os dispositivos legais pertinentes, 
eventual omissão incapaz de causar prejuízo ao executado – v.g., ausência de indicação 
do livro e da folha da inscrição (Exigências contidas no parágrafo único do art. 202 do 
CTN) – não macula o processo. (Sendo a omissão de dado que não prejudicou a defesa 
do executado, regulamente exercida, com ampla segurança, valida-se a certidão para que 
se exercite o exame de mérito (STF, 1ª Turma, RE n° 99.993, Rel. Min. Oscar Corrêa, RTJ 
107/1288, apud Humberto Theodoro Júnior, Lei de Execução Fiscal, p. 15))” (Processo 
Judicial Tributário – Execução Fiscal e Ações Tributárias. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 
2005, 3ª ed., p. 12) 
 
Assim, restando cristalizado que só se deve proclamar a nulidade de Certidão de Dívida 
Ativa quando determinado vício dela constante prejudicar a defesa do executado e 
restando evidenciado que a ausência de indicação do número do PTA não acarretou, in 
casu, qualquer prejuízo para a defesa da recorrente, formulada por meio de sua extensa e 
aguerrida petição de embargos do devedor, tem-se que são válidas as Certidões de Dívida 
Ativa que lastreiam a execução fiscal embargada.In casu, a declaração de nulidade das Certidões de Dívida Ativa contraria frontalmente o 
art. 202 do Código Tributário Nacional e os §§ 5° e 6° do art. 2° da Lei n° 6.830/80, haja 
vista que “As exigências formais que comprometem a validade da Certidão de Dívida Ativa 
são aquelas que abrem ensejo a surpresas ou incertezas para o devedor durante o debate 
processual.” (JÚNIOR, Humberto Theodoro. Lei de Execução Fiscal – Comentários e 
Jurisprudência. São Paulo: Saraiva, 2004, 9ª ed., p. 19). 
 
 
 
 
Em recente julgamento da Apelação Cível nº 1.0024.05.826928-3/001(1), em 14/11/2006, 
o eminente relator Francisco Bueno consignou: 
“EMENTA: EMBARGOS À EXECUÇÃO - AUSÊNCIA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DOS 
VALORES COBRADOS. CDA QUE ATENDE AOS REQUISITOS DO ART. 202 DO CTN - 
VÍCIO QUE NÃO TROUXE PREJUÍZO À DEFESA. SENTENÇA CASSADA. (...) 
A ausência de indicação expressa e individualizada dos valores atinentes a cada tributo 
não retirou da CDA a liquidez e certeza, nem tampouco comprometeu a defesa da 
embargante, que in casu, apenas ateve-se, no mérito, de sustentar a inocorrência de 
serviços públicos específicos e indivisíveis com relação às taxas. Tal omissão deve ser 
vista como um defeito formal que não compromete a essência do título executivo. 
(...) 
Nesse sentido, já se manifestou o STJ, confira-se: 
"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO FISCAL - 
CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO VÁLIDA - 
NULIDADE NÃO CONFIGURADA. 
(...)3. A pena de nulidade da inscrição e da respectiva CDA, prevista no art. 203 do CTN, 
deve ser interpretada cum granu salis. Isto porque o insignificante defeito formal que não 
compromete a essência do título executivo não deve reclamar por parte do exequente um 
novo processo com base em um novo lançamento tributário para apuração do tributo 
devido, posto conspirar contra o princípio da efetividade aplicável ao processo executivo 
extrajudicial. 
4. (...) 
5. Estando o título formalmente perfeito, com a discriminação precisa do fundamento legal 
sobre que repousam a obrigação tributária, os juros de mora, a multa e a correção 
monetária, revela-se descabida a sua invalidação, não se configurando qualquer óbice ao 
prosseguimento da execução. (STJ - AGA 485548 - RJ - 1ª T. - Rel. Min. Luiz Fux - DJU 
19.05.2003). 
Com efeito, um mero vício formal no título executivo que não contamine a sua essência, 
não pode gerar a nulidade da CDA, haja vista que, conforme bem salientado pelo em. Min. 
Sálvio Figueiredo: 
"A concepção moderna do processo, como instrumento de realização da justiça, repudia o 
excesso de formalismo, que culmina por inviabilizá-la" (Resp nº 15.713/MG, DJ 
24/02/1992). 
Ademais, é bom salientar que todos os contribuintes, anualmente, recebem as guias dos 
impugnados tributos, com seus respectivos lançamentos separadamente, não podendo, 
assim, alegar cerceamento de defesa por não saber os valores discriminados de cada 
tributo cobrado. 
Assim, levando-se em consideração que no caso específico dos autos, a falta de 
individualização dos valores cobrados a título de IPTU e de taxa, na CDA, não trouxe 
qualquer prejuízo à defesa da embargante que sequer questionou os valores dos tributos 
cobrados, entendo que não pode gerar a nulidade do título executivo. 
Não tendo havido, no presente caso, qualquer prejuízo para a defesa da recorrente, a 
declaração de nulidade afronta, por óbvio, os mencionados dispositivos legais. 
 
 
DA NÃO-CONFISCATORIEDADE DA MULTA E NÃO APLICAÇÃO DO ARTIGO 106, II, 
“C” DO CTN 
 
 
A Constituição Federal estabelece que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco. 
 
 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco.” 
Não obstante seja problemático o entendimento do que seja um tributo com efeito de 
confisco, certo é que o dispositivo constitucional pode ser invocado sempre que o 
contribuinte entender que o tributo, no caso, lhe está confiscando os bens. 
 
Cabe ao Judiciário dizer quando um tributo é confiscatório. 
 
Hugo de Brito Machado coloca a questão em seu devido lugar de maneira irrespondível: 
 
“Já no regime constitucional anterior alguns tributaristas sustentavam ser inadmissível o 
tributo confiscatório, posto que isto implicaria negar o direito de propriedade, 
constitucionalmente garantido. 
O caráter confiscatório do tributo há de ser avaliado em função do sistema, vale dizer, em 
face da carga tributária resultante dos tributos em conjunto. 
A vedação do confisco é atinente ao tributo. Não à penalidade pecuniária, vale dizer, à 
multa. O regime jurídico do tributo não se aplica multa, porque tributo e multa são 
essencialmente distintos. O ilícito é pressuposto essencial desta, e não daquele! 
No plano estritamente jurídico, ou plano da Ciência do Direito, em sentido estrito, a multa 
distingue-se do tributo porque em sua hipótese de incidência a ilicitude é essencial, 
enquanto a hipótese de incidência do tributo é sempre algo Iícito. Em outras palavras, a 
multa é necessariamente uma sanção de ato ilícito, e o tributo, pelo contrário, não constitui 
sanção de ato ilícito. 
No plano teleológico, ou finalístico, a distinção também é evidente. O tributo tem por 
finalidade o suprimento de recursos financeiros de que o Estado necessita, e por isto 
mesmo constitui uma receita ordinária. Já a multa não tem por finalidade a produção de 
receita pública, e sim desestimular o comportamento que configura sua hipótese de 
incidência, e por isto mesmo constitui uma receita extraordinária ou eventual. 
Porque constitui receita ordinária, o tributo deve ser um ônus suportável, um encargo que 
o contribuinte pode pagar sem sacrifício do desfrute normal dos bens da vida. Por isto 
mesmo é que não pode ser confiscatório. Já a multa, para alcançar sua finalidade, deve 
representar um ônus significativamente pesado, de sorte a que as condutas que ensejam 
sua cobrança restem efetivamente desestimuladas. Por isto mesmo pode ser 
confiscatória”. (Curso de Direito Tributário, 25ª ed., Malheiros, São Paulo, p.58/59). 
 
Verificaremos agora a aplicação de juros, correção monetária e demais encargos previstos 
na legislação municipal, no que diz respeito aos tributos. 
 
A Lei Municipal 5641/89 assim dispõe: 
Art. 126 - O tributo não quitado até o seu vencimento, fica sujeito à incidência de: 
I - Juros de mora de 1% (um por cento) ao mês ou fração, contados da data do 
vencimento; 
(Vide art. 1º da Lei nº 6.480, de 27/12/93, que dispõe : Art. 1° - Os juros de mora incidentes 
sobre os créditos tributários e fiscais serão calculados sobre o valor atualizado dos 
respectivos créditos.:) 
II - (Não chegou a produzir efeitos, tendo em vista o disposto nos incisos II e III do art. 5º 
da Lei nº 5.642, de 29/12/89.) 
III - correção monetária, calculada da data do vencimento do tributo ou penalidade até o 
efetivo pagamento, nos termos da Legislação Federal específica. 
(Vide o disposto no art. 14 da Lei nº 8.147 de 29/12/00 - "DOM" de 30/12/00) 
 
 
 
No caso do Município de Belo Horizonte, a referida atualização é feita com base no IPCA-
E (verso das CDAs), nos termos do artigo 14 da Lei 8147/2000, abaixo transcrito: 
 
Art. 14 - Tributos, multas e demais valores fixados na legislação municipal com base em 
UFIR - Unidade Fiscal de Referência - ficam, a partir de 27/10/2000, convertidos em real, 
observando-se, para fins desta conversão, a equivalência de R$1,0641 (um inteiro e 
seiscentos e quarenta e um décimos de milésimos de real) por UFIR. 
 
§ 1º - Os valores convertidos na forma do caput serão atualizados no dia 1º de janeiro de 
cada exercício, com base na variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-Especial 
- IPCA-E - apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - acumulada 
nos últimos doze mesesimediatamente anteriores ao da atualização. 
 
§ 2º - Observadas as regras de atualização previstas na legislação específica aplicáveis 
até a data de publicação deta Lei, tributos, multas e demais valores previstos na legislação 
municipal não recolhidos até seu vencimento, inscritos ou não em dívida ativa, ficam 
sujeitos à atualização prevista nos termos definidos no § 1º. 
§ 3º - A partir da data de publicação desta Lei, tributos, multas e demais valores fixados na 
legislação municipal em real, serão atualizados nos termos definidos no § 1º. 
 
No tangente à multa, assim dispõe o § 3º do artigo 8º da Lei Municipal nº 7387/1997, 
modificado pelos artigos 14 e 15 da Lei Municipal nº 8405/2002: 
 
 
Art. 8º - Pelo descumprimento dos prazos para recolhimento de tributos previstos na 
legislação municipal, será aplicada a multa moratória de 15% (quinze por cento) sobre o 
valor atualizado do tributo, reduzida para os seguintes percentuais: 
I - 1% (um por cento), se quitado em até dez dias contado da data de seu vencimento; 
II - 3% (três por cento), se quitado no prazo de onze até trinta dias contado da data do seu 
vencimento; 
III - 5% (cinco por cento), se quitado após trinta dias contado da data do seu vencimento; 
IV - 10% (dez por cento), em se tratando de recolhimento espontâneo por meio de 
parcelamento, com opção de pagamento das parcelas mediante débito automático em 
conta corrente. 
 
 
§ 1º - O atraso na quitação de qualquer parcela por um período superior a sessenta dias, 
bem como a desistência do recolhimento do parcelamento formalizado em conformidade 
com o disposto no inciso IV deste artigo, implicará o seu cancelamento e a restauração 
dos percentuais de multa fixados neste artigo relativamente às parcelas não pagas. 
(Nova redação dada pelo art. 14 da lei nº 8.405, de 05/07/02 – “DOM” de 06/07/02) 
 
§ 2º - Havendo ação fiscal homologatória, a multa será de 70% (setenta por cento) do 
valor atualizado do tributo devido, reduzida para os seguintes percentuais, observando-se 
a ressalva do § 4º. 
 
I - no caso do pagamento à vista: 
a) - 30% (trinta por cento), se quitado em até 15 (quinze) dias contados da data da 
notificação do lançamento do crédito tributário; 
b) - 35% (trinta e cinco por cento), se quitado entre 16 (dezesseis) e 30 (trinta) dias 
contados da data da notificação do lançamento do crédito tributário; 
c) - 50% (cinquenta por cento), se quitado após 30 (trinta) dias e antes do ajuizamento da 
execução fiscal respectiva; 
 
II - no caso de parcelamento: 
a) - 40% (quarenta por cento), se recolhido o depósito inicial a que alude a legislação 
municipal específica, em até 30 (trinta) dias contados da data da notifição do lançamento 
do crédito tributário; 
b) 50% (cinqüenta por cento), se recolhido o depósito inicial a que alude a legislação 
municipal específica após trinta dias e antes do ajuizamento da execução respectiva. 
(Nova redação dada pelo art. 15 da Lei nº 8.405, de 05/07/02 – “DOM” de 06/07/02) 
 
§ 3º - O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN - devido por autônomos, o 
Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU - e as taxas municipais 
não quitados serão inscritos em Dívida Ativa, sujeitando-se, quando da inscrição, à 
incidência da multa de 30% (trinta por cento) sobre o valor atualizado dos tributos, com 
redução deste percentual para 25% (vinte e cinco por cento), se quitados ou parcelados 
antes de ajuizada a execução fiscal respectiva. 
 
(Nova redação dada pelo art. 15 da Lei nº 8.405, de 05/07/02 – “DOM” de 06/07/02) 
 
 
§ 4º - O atraso no pagamento de qualquer parcela, por um período superior a 60 
(sessenta) dias, implica a perda do benefício correspondente às reduções referidas nos §§ 
2º e 3º deste 
 
artigo e o imediato cancelamento do parcelamento, com a restauração do valor original 
das multas reduzidas por força desta Lei, relativamente às parcelas não pagas, além de 
ensejar a adoção das medidas administrativas e judiciais cabíveis à cobrança do saldo 
remanescente do crédito tributário devido. 
§ 5º - Em se tratando de crédito tributário cuja modalidade de lançamento não seja por 
homologação, não haverá incidência de multa e de juros de mora, quando o recolhimento 
ocorrer no prazo previsto na notificação do lançamento. (NR) 
 
Portanto, de acordo com a legislação Municipal em vigor vê-se, inclusive, que há uma 
gradação das multas, e até mesmo sua redução, dependendo do momento em que o 
contribuinte quita sua dívida ou, não quitando, da fase de cobrança, administrativa ou 
judicial, aplicando-se, destarte, o princípio da razoabilidade e proporcionalidade. 
 
Ademais, a multa é aplicada sobre o valor da dívida, e não sobre o valor da propriedade ou 
do serviço. 
 
Veja, Excelência, que no verso da primeira CDA, o valor da multa é de R$ 516,06. No caso 
da segunda, o valor é zero reais. 
 
Por mero cálculo aritmético, vê se que a multa representa menos de 20% do valor do 
débito. Não há como se falar em confisco ou negação ao direito de propriedade. 
 
Assim, porque a vedação ao confisco é dirigida aos tributos não cabe fazer maiores 
digressões sobre a aplicação do dispositivo constitucional à multas, pela sua própria 
análise semântico-literal. 
 
 
 
 
Ademais, diante da inadimplência do contribuinte em efetuar a sua obrigação de natureza 
fiscal, deve a legislação da pessoa política competente dispor sobre imposição de 
penalidades, respeitados os limites estabelecidos na Constituição da República Federativa 
do Brasil, qual seja, a proibição de tributos com efeitos confiscatórios (artigo, 150, IV). 
 
No entanto, é indiscutível que as penalidades aplicadas aos contribuintes que não 
cumprem o dever fundamental de pagar tributos não podem ser insignificantes. Se assim 
não fosse, as penalidades impostas não alcançariam o seu escopo de punir aquele que 
não cumpre com a obrigação legal. Neste sentido é o entendimento de abalizada doutrina: 
 
"Não resta dúvida de que as sanções tributárias não podem ser insignificantes, de modo 
que percam seu aspecto repressivo ou preventivo de coibição de ilícito. (...)."(DERZI, 
Misabel Abreu Machado. Notas ao livro Direito tributário brasileiro, de Aliomar Baleeiro. 11. 
ed., Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 863). 
 
Neste sentido a jurisprudência deste Tribunal de Justiça: 
 
"EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO DE ICMS. COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS 
CORRIGIDOS. MULTA DE REVALIDAÇÃO. JUROS MORATÓRIOS. É possível, em tese, 
a compensação de débitos com créditos de ICMS, mas a existência desses créditos deve 
ser cabalmente demonstrada, não havendo, por outro lado, possibilidade de corrigi- los 
monetariamente, porque são apenas escriturais. A chamada multa de revalidação tem 
percentual elevado, previsto em lei, para desestimular a sonegação fiscal, mas nem por 
isso tem feição confiscatória, inclusive porque não é tributo, mas penalidade. Os juros 
moratórios, fixados de acordo com a Taxa SELIC, são os mesmos utilizados para os 
créditos tributários federais, conforme previsto na Lei Estadual nº 6.763/75". (TJMG, 1ª 
Câmara Cível, Ap. nº 307.915-9, rel. Des. Francisco Lopes de Albuquerque, julgado em 
18/3/2003, publicado em 21/3/2003). 
"A multa de revalidação não tem natureza confiscatória quando não se demonstra, com 
elementos objetivos, que o referido acréscimo ao crédito tributário tem a natureza de gerar 
o perdimento de bens e o confisco". (TJMG, 4ª Câmara Cível, Ap. n.º 303.362-8, rel. Des. 
Almeida Melo, julgado em 19/12/2002, publicado em 8/4/2003). 
 
 
“Verifica-se, ainda, que não se revela arbitrária a exigência das multas cobradas em 50% 
(cinqüenta por cento) sobre o valor do débito tributário, não contrariando sua previsão 
normativa, o princípio constitucional que proíbe em matéria tributária o confisco, 
considerando que o que se busca com a introdução de tal instituto é coibir o 
inadimplemento das obrigações, desestimulando o contribuinte de deixar de proceder ao 
pagamento espontâneodos impostos; sendo certo que nem mesmo eventual boa-fé do 
particular pode inviabilizar a cobrança da multa, posto que a imposição de penalidade, 
como regra, prescinde da intenção do agente, pouco importando, sua caracterização, 
tenha o sujeito passivo atuado com o propósito deliberado de se furtar ao pagamento do 
tributo ou cumprimento de obrigações acessórias. “ (Apelação cível nº 1.0024.03.164393-
5/001, Rel. Des. Maria Elza) 
 
Desta feita, melhor sorte não assiste ao recorrente em relação às alegações de que a 
multa seria nula ou deveria ser reduzida. Isso porque, conforme já foi dito, houve o 
parcelamento com reconhecimento da dívida e posterior descumprimento, o que implicou 
em novos cálculos e alteração, portanto, do valor inicial. 
 
 
DO PEDIDO 
 
 
Ante o exposto, espera e confia Recorrido, seja o RECURSO NÃO CONHECIDO e no 
mérito NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO, mantendo-se intacto o r. acórdão, por 
seus próprios e jurídicos fundamentos neste ponto, com a condenação da Recorrente ao 
pagamento das custas processuais. 
 
Pede Deferimento. 
Belo Horizonte, 15 de junho de 2007. 
 
 
 
VVVVVVVVVVVVV 
OAB/MG:LLLLLLLLL

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