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ELISA O ELISA (do inglês, Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) se baseia na identificação de anticorpos e ou antígenos, por anticorpos marcados com uma enzima, de maneira que esta enzima age sobre um substrato e a reação faz com que o cromógeno mude de cor. O produto da reação, além de colorido, é insolúvel para não difundir do local da formação. Quando o sistema imunológico do corpo encontra um antígeno específico (por exemplo, uma proteína característica na superfície de um vírus ou bactéria), os anticorpos que são específicos para o antígeno interceptam-no com uma ligação física a ele em uma "chave e fechadura", neutralizando assim o antígeno. O ELISA é uma técnica fundamental para avaliações imunológicas e bioquímicas, utilizada para detectar o antígeno ou anticorpo em uma amostra, com base em interações anticorpo-antígeno. Se um antígeno (ou da mesma forma, um anticorpo) é detectada, um sinal é produzido na forma de uma mudança mensurável. ELISA DE CAPTURA DE ANTICORPO A ELISA por captura de antígeno se baseia na absorção de antígenos purificados na fundo da placa. Primeiramente, deve se colocar os antígenos de determinada doença na placa. Depois, são colocados antígenos não relacionados na placa, para que eles bloqueiem a parede da placa em que não foram colocados antígenos. Então, é colocado a amostra a ser analisada na placa. Se o paciente estiver com determinada patologia, ele terá produzidos anticorpos específicos ao antígeno que está na placa, e eles irão se ligar de maneira forte. Então a placa é lavada, para que todas as ligações exceto antígeno-anticorpo do paciente sejam eliminadas (pois elas são ligadas fracamente). É colocado um detergente, para que este atrapalhem as interações inespecíficas de antígeno-anticorpo, sem destruir as interações especificas. Logo, temos uma placa somente com complexos especificas antígeno-anticorpo. Então, é feita a evidenciação desses complexos através da injeção de anti-anticorpos humanos que estão acoplados a enzima peroxidase. A reação que está enzima catalisa produz cor, então o meio que antes era incolor, passa a ser amarelado, indicando a presença do complexo. O produto da reação, além de colorido, é insolúvel para não difundir do local da formação. Para parar a reação catalisada pela peroxidase, basta adicionar acido sulfúrico ao meio, que irá inativar a enzima pela mudança de pH. ELISA DE CAPTURA DE ANTIGENO O método competitivo é mais usado para identificação de antígenos, mas pode também ser empregado para a detecção de anticorpos. Neste método primeiro se adsorve o anticorpo no poço da microplaca, direcionando a porção FAB para a captura do antigeno. Após a adsorção do anticorpo, uma solução que possivelmente contém o antígeno é adicionada sobre os anticorpos adsorvidos. O próximo passo é adicionar o antígeno marcado com uma enzima (como a biotina, que será reconhecida por biotinas). Os poços que não possuem o antígeno primário (da solução problema) aderido ao anticorpo ficam coloridos, enquanto que os poços que possuem antígenos aderidos aos anticorpos não mudam de cor. Além disso, a revelação pode ser feita através da adição de antígenos frios que são do paciente e antigenos quentes (marcados com radioisótopos) que NÃO são do paciente, que irão emitir radiação. Quanto mais radiação for detectada, mais antígenos que não são do paciente foram ligados e menos antígenos do paciente foram capturados. ELISA SANDUICHE O Elisa sanduiche baseia no método de Elisa de captura de antígeno, porém a evidenciação dos antígenos é feita através da injeção de antianticorpos marcacados com enzimas catalisadoras de reações que mudam de cor, como na Elisa de captura de anticorpo. ANTICORPOS MONOCLONAIS Quando se injeta um antígeno em animal, os anticorpos resultantes são policlonais, ou seja, sintetizados por uma mistura de células B. Os anticorpos policlonais são direcionados contra diferentes epitopos do antígeno, não sendo monoespecificos. A existência de anticorpos diferentes para um mesmo agente patogénico torna a resposta pouco eficiente, sendo os anticorpos monoclonais os mais eficientes. Devido a isto, na pesquisa de diagnósticos e terapêuticas eficazes contra certas patologias, utilizam-se preferencialmente anticorpos monoclonais.Já os anticorpos monoclonais são Ig geradas por uma população geneticamente idêntica de células B, especificos para um único epitopo, sendo muito úteis na área da biologia e da medicina. Por exemplo, eles são usados para direcionar agentes terapêuticos para células tumorais, ou para acelerar a eliminação de alguns fármacos na circulação. Estes anticorpos não são passíveis de serem isolados a partir de um soro policlonal, logo há necessidade de se produzirem anticorpos monoclonais. A produção de um anticorpo monoclonal envolve a fusão celular de duas espécies num meio de polietilenoglicol: uma população idêntica de linfócitos B, que geralmente tem uma vida curta e são HGPRT positivos (que sintetiza nucleotídeos); e uma população de células mieloides, com alta capacidade de replicação, que são imortais e HGPRT negativo. O resultado disso é um linfócito B imortal, HGPRT positivo chamado HIBRIDOMA, que se forem clonados, produzem anticorpos monoclonais. Esses hibridomas são cultivados em um meio de hipoxantina-aminopterina-timidina, HAT, que permite que só esses hibridomas consigam sobreviver. No meio HAT, os linfócitos B morrem por ter vida curta e aminopterina bloqueia a principal via de síntese de purinas e pirimidinas; assim células de mieloma, que já não expressam a enzima HPRT, num meio HAT, não podem se multiplicar. A seleção do anticorpo específico é feito por Elisa de Captura de anticorpo. Os anticorpos monoclonais podem ser usados podem ser usados em fármacos antagonistas de CD3, e assim evitar a rejeição da medula óssea transplantada. Para tumores, os anticorpos monoclonais são ineficientes, porque o corpo produz anti-anticorpos. Então, para contornar isso, utilizando a técnica do DNA recombinante, foi possível humanizar os anticorpos, para que eles não rejeitem os anticorpos monoclonais. O processo de humanização não deve alterar a afinidade do anticorpo com o respectivo antígeno e possibilita assim o seu emprego continuado em procedimentos terapêuticos. Na área de oncologia, uma nova geração de medicamentos está baseada na capacidade dos mAbs em reconhecer antígenos específicos de tumores e induzir uma resposta imune contra as células cancerosas. Além disso, os mAbs podem ser modificados de forma a atuarem como portadores de radioisótopos ou toxinas às células cancerosas, ampliando seu espectro de aplicação terapêutica. IMUNIDADE MEDIADA POR LINFÓCITOS T Uma vez completado o desenvolvimento no timo, as células T entram na corrente sanguínea. Chegando ao órgão linfoide periférico, deixam a circulação para migrar pelos tecidos linfoides, retornando ao sangue através dos vasos linfáticos para recircular entre o sangue e os tecidos linfoides periféricos até encontrar o seu antígeno específico. As células T maduras recirculantes que ainda não encontraram seus antígenos específicos recebem o nome de células T virgens. Para participar de uma resposta imune adaptativa, uma célula T virgem deve encontrar seu antígeno específico apresentado como um complexo peptídeo:MHC na superfície de uma célula apresentadora de antígeno, e ser induzida a proliferar e diferenciar-se em células que adquirem novas atividades que contribuem para a remoção do antígeno. Essas células são chamadas de células T efetoras e atuam rapidamente quando encontram seu antígeno específico em outras células. Devido à necessidade de reconhecer antígenos peptídicos apresentados por moléculas do MHC, todas as células T efetoras atuam em outras células do hospedeiro e não diretamente nos patógenos. As células sobre as quais atuarão as células T efetoras serão referidas como células-alvo.A migração das células T virgens para os tecidos linfoides periféricos depende de sua ligação às vênulas endoteliais altas por meio de interações que não são específicas ao antígeno. Essas interações inespecíficas são coordenadas por moléculas de adesão célula-célula, como integrinas e selectinas. A entrada dos linfócitos T nos linfonodos ocorre em estágios distintos que incluem o rolamento inicial dos linfócitos sobre a superfície das células endoteliais, a ativação das integrinas, adesão firme e a transmigração, ou diapedese, através da camada endotelial para as áreas paracorticais, as zonas de células T. As células T virgens circulam do sangue para os linfonodos, o baço e os tecidos linfoides associados à mucosa e novamente para o sangue. Isso permite que elas façam contato diariamente com milhares de células dendríticas nos linfonodos e inspecionem os complexos peptídeo:MHC na superfície das células dendríticas. Assim, cada célula T possui uma alta probabilidade de encontrar antígenos derivados de qualquer patógeno que tenha iniciado uma infecção em qualquer local do organismo. As células T virgens que não encontram o seu antígeno específico saem dos tecidos linfoides pelos eferentes linfáticos de volta para a circulação sanguínea, permitindo que possam continuar sua recirculação Quando as células dendrítica, ativadas como parte da resposta inata, capturam os antígenos no local de infecção, elas levam eles, via linfáticos, até o órgão linfoide secundário, aonde haverá o encontro do antígeno com as células T, que chegaram lá via corrente sanguínea. Assim, os órgãos linfoides secundários são considerados o centro da resposta imune adaptativa. A captura dos antígenos pelas células dendriticas só é possível pelo fato destas apresentarem Toll- like Receptors (TLR), que reconhecem o mesmo denominador estrutural que existem em vários antígenos. Existem várias vias de processamento e reconhecimento de células dendriticas: • O aprisionamento do antígeno no sistema endocítico, seja por fagocitose mediada por receptor ou por macropinocitose, é considerada a principal via de distribuição do antígeno para as moléculas do MHC de classe II para apresentação para às células T CD4. • Acredita-se que a produção de antígenos no citosol, por exemplo, como resultado de uma infecção viral, seja a principal via de distribuição do antígeno para as moléculas do MHC de classe I para apresentação às células CD8. • É possível, entretanto, que os antígenos endógenos sejam aprisionados na via endocítica para serem levados ao citosol para eventual distribuição para as moléculas do MHC de classe I para apresentação às células T CD8, um processo denominado apresentação cruzada • Os antígenos parecem ser transmitidos de uma célula dendrítica a outra para apresentação às células T CD8, embora os detalhes dessa via ainda não estejam bem esclarecidos. A interação da célula dendritica com o linfócito T é feita através de interações entre o TCR e a célula dendritica. Deste modo, o TCR testa as células dendriticas por meio de interações fracas e rápidas. Quando é detectada uma interação mais forte entre essas duas células, a afinidade da integrina aumenta, permitindo o sinal de coestimulação das células T. Alguns outros tipos celulares são capazes de atuar como células apresentadoras de antígenos para as células T virgens, mas as células dendríticas são as ativadoras mais potentes das células T virgens e acredita-se que elas iniciem a maioria das respostas de células T contra os microrganismos patogênicos. Os macrófagos capturam eficientemente antígenos particulados como as bactérias e são induzidos por agentes infecciosos a expressarem as moléculas do MHC de classe II e atividade coestimuladora. A habilidade única das células B de ligar e internalizar antígenos proteicos solúveis por meio de seus receptores e apresentar os peptídeos processados como um complexo peptídeo:MHC pode ser importante na ativação das células T para fornecer um auxílio antígeno-específico às células B. Em todos os três tipos de células apresentadoras de antígenos, a expressão de moléculas coestimuladoras é ativada em resposta aos sinais de receptores que também atuam na imunidade inata para sinalizar a presença de um agente infeccioso. ATIVAÇÃO DE CÉLULAS T Para as células T serem ativadas, várias células T com receptores idênticos precisam encontrar várias células dendriticas que possuam MHC com antígenos idênticos em sua superfície, esse processo é chamado de sinal de especificidade. Após isso, a célula apresentadora de antígeno apresenta uma molécula B7 para o receptor CD28 da célula T, coestimulando-a. Após essas duas estimulações, a célula T passa expressar CD3, que expõe ITAM’s que autofosforilam e fosforilam outras moléculas. Essas fosforilações culminam numa sinapse imunológica, entre a célula dendritica e a célula T. Isso resuta na ativação da fosfolipase γ, que ativa a cascata de IP3 e DAG, culminando na ativação de fatores de transcrição que fazem a migração do núcleo para a ativação de linfócitos T. Assim, há a ativação autocrina e paracrina das células T. A falta de um sinal de coestimulação torna a célula T anergica, ou seja, sem função. As células T virgens que reconhecem o seu antígeno específico na superfície de uma célula dendrítica madura param de migrar. Elas proliferam por vários dias, sofrendo expansão clonal e diferenciação e dão origem a clones de células T efetoras armadas, todas com a mesma especificidade pelo antígeno. No final desse período, as células T efetoras tornam-se capazes de deixar os órgãos linfoides e retornam à corrente sanguínea para migrar para os locais de infecção. A exceção a esse tipo de recirculação é o baço, o qual não possui conexão com o sistema linfático. Todas as células entram do sangue para o baço e depois voltam para a circulação. FUNÇÃO EFETORA CÉLULAS T CD4+ (AUXILIARES): A ativação da função efetora dos CD4 é feita fora do órgão secundário por qualquer célula que apresente MHC, não precisando ser uma APC. Quando ativada, ela pode se tornar uma célula TH1, TH2, TH17 e TH reguladoras. As células TH1 produzem citocinas que ativam os macrófagos, habilitando-os a destruir microrganismos intracelulares de forma mais eficiente. Elas também ativam as células B a produzir anticorpos fortemente opsonizantes pertencentes a certas subclasses de IgG (IgG1 e IgG3 em humanos e seus homólogos, IgG2a e IgG2b, em camundongos). As células TH2, em contraste, produzem citocinas que levam as células B a diferenciarem-se produzirem imunoglobulinas de todos os outros tipos, principalmente IgE, e são responsáveis por iniciar as respostas de células B, ativando células B virgens a proliferarem e produzirem IgM. Juntos, os vários tipos de imunoglobulinas constituem as moléculas efetoras da resposta imune humoral. As células TH17 são uma subpopulação de células T CD4 efetoras recém-identificadas. Elas induzem células epiteliais e estromais locais à produção de quimiocinas que recrutam neutrófilos para os locais de infecção logo no início da resposta imune adaptativa. As restantes subpopulações de células T efetoras são as células T reguladoras , uma classe heterogênea de células que inibem a atividade das células T e auxiliam na prevenção e no desenvolvimento de autoimunidade durante as respostas imunes. CÉLULAS T CD8+ (CITOTÓXICAS): As células T CD8 virgens se diferenciam em células citotóxicas, e talvez devido às suas ações efetoras elas sejam tão destrutivas. Elas exigem mais atividade coestimuladora em sua ativação para tornarem-se células efetoras ativadas do que as células T CD4 virgens. Tal exigência pode ser preenchida de dois modos. O mais simples é a ativação pelas células dendríticas maduras, que possuem elevada atividade coestimuladora intrínseca. Essas células podem estimular diretamente os linfócitos T CD8 a sintetizarema IL-2 que dirige sua própria proliferação e diferenciação. A ativação direta das células T CD8 por meio das células apresentadoras de antígenos infectadas por vírus pode ocorrer em algumas situações, mas na maioria das infecções virais parece que a ativação das células T CD8 requer um auxílio adicional. Este é fornecido pelas células T efetoras CD4 que reconhecem antígenos relacionados na superfície da mesma célula apresentadora de antígeno. Uma vez ativado, a célula T citotóxica precisa apenas do sinal de especificidade para começar a desenvolver a sua atividade natural, que é matar células infectadas. SINALIZAÇÃO POR MEIO DE CITOXINAS As moléculas efetoras produzidas pelas células T efetoras pertencem a duas amplas classes: as citotoxinas, as quais são armazenadas em grânulos citotóxicos especializados e liberadas pelas células T citotóxicas CD8 e as citocinas e proteínas associadas à membrana, que são sintetizadas de novo por todas as células T efetoras. Elas podem penetrar na bicamada lipídica e ativar a apoptose em qualquer célula. Por outro lado, as células T efetoras CD4 atuam principalmente pela produção de citocinas e de proteínas associadas à membrana, e suas ações estão restritas às células portadoras de moléculas do MHC de classe II e que expressam receptores para essas proteínas. Exemplos: • CD8: secreta citocinas que tornam células resistentes a infecção viral • CD4 (TH1): secretam citocinas altamente microbicidas e que atraem macrófagos • CD4 (TH2): secretam citocinas que ativam células B apresentadoras de antígenos específicos a se diferenciarem em plasmócitos, e secretarem anticorpos. DEFESA DO CORPO CONTRA INFECÇÕES As superfícies epiteliais do corpo são expostas a grandes quantidades de antígeno dos quais elas são separadas por somente uma fina camada de células – o epitélio. Esses tecidos são essenciais para a vida e, por isso, requerem proteção contínua e efetiva contra invasão. Isso é parcialmente mantido pelo próprio epitélio atuando como uma barreira física; entretanto, esta pode ser facilmente rompida, significando que os mecanismos mais sofisticados dos sistemas imunes inato e adaptativo também exercem importantes papéis. As mucosas possuem função de comunicação entre os diferentes tecidos, mas também é porta de entrada para inúmeros antígenos patogênicos ou não. Por isso, é preciso que haja diferenciação entre esses antígenos patogênicos e não patogênicos, e também uma forma de proteção contra esses antígenos que causam patogenias. Para isso, as mucosas dispõem de muitas estratégias que diferem do sistema imune do resto do corpo, como: • Interações íntimas entre o epitélio mucoso e os tecidos linfoides • Compartimentos discretos de tecido linfoide difuso e estruturas mais organizadas, como placas de Peyer, folículos linfoides isolados e tonsilas • Mecanismos especializados de captação de antígenos, como, por exemplo, células M nas placas de Peyer, adenoides e tonsilas • Predominância de células T ativadas/de memória mesmo na ausência de infecção • Presença de células T efetoras/reguladoras “naturais” ativadas inespecificamente • Macrófagos inibitórios e células dendríticas indutoras de tolerância • Predominação de sub-regulação ativa de repostas imunes (contra alimentos ou outros antígenos inócuos) As mucosas possuem estruturas linfoides secundárias que são semelhantes a linfonodos, em que há a presença de células B e T ativadas. Nessas estruturas, as células M fazem a captação, armazenamento e transporte de antígenos por transcitose ou fagocitose da região apical para a região basal celular. Assim, os antígenos são apresentados capturados por células dendriticas, que os direcionam para o linfonodo, ocasionando a ativação de células B e T anteriormente virgens, que. A motilidade da célula dendrítica é aumentada em resposta à infecção bacteriana local, e essas células podem adquirir bactérias do lúmen antes de retornarem à lâmina própria. Esse comportamento permite que as células dendríticas de mucosa adquiram antígenos cruzando a barreira epitelial intacta sem a necessidade de células M. Após a captação de antígenos a partir do lúmen intestinal, as células dendríticas da lâmina própria transportam esses antígenos às áreas de célula T de linfonodos mesentéricos por meio de linfáticos aferentes. Outro ponto importante é a presença de células do sistema imune efetoras em tecidos organizados e dispersos no epitélio de superfície da mucosa e sob uma camada de tecido conetivo (lâmina própria), garantindo uma resposta rápida aos antígenos. No intestino, as células efetoras são encontradas em dois compartimentos principais: o epitélio e a lâmina própria. Esses tecidos são diferentes em termos imunológicos, sendo separados somente por uma fina camada de membrana basal. O epitélio é composto principalmente por linfócitos, a grande maioria dos quais células T CD8. A lâmina própria é mais heterogênea,com grandes números de células T CD4 e CD8, assim como células plasmáticas, macrófagos, células dendríticas, eosinófilos ocasionais e mastócitos. Quando os antígenos encontram as células B ativadas (plasmócitos), há a secreção de IgA. A fim de alcançar seu antígeno no lúmen intestinal, a IgA precisa ser transportada através do epitélio. Isso é feito por células epiteliais imaturaslocalizadas na base das criptas intestinais, que expressam o receptor de imunoglobulina polimérico (receptor poli-Ig) em suas superfícies basolaterais. Parte do receptor clivado permanece associada à IgA e é conhecida como componente secretor. O anticorpo resultante é então denominado IgA secretora. Em infecções por helmintos, há a secreção de TH2, eficiente para patógenos extracelulares. A secreção de TH2 ativa produção de interleucinas que ativam eosinóflios que secretam IgE e outras interleucinas ativadoras de mastócitos. Assim, acontece a eliminação de patógenos extracelulares. A secreção de TH2 inibe a secreção de TH1, eficiente para patógenos intracelulares, e que neste caso, seria ineficiente e causaria lesão tecidual. Isso pode causar ineficiência na defesa contra dois patógenos diferentes. MEMÓRIA IMUNOLOGICA Na primeira vez em que um patógeno é encontrado, os anticorpos antígeno-específicos e as células T efetoras são produzidas. Os seus níveis declinam gradualmente depois que uma infecção é eliminada. Uma reinfecção é rapidamente eliminada por esses reagentes imunes. Existem poucos sintomas, mas os níveis dos reagentes imunes aumentam. As reinfecções subsequentes levam a um rápido aumento nos níveis de anticorpos patógeno-específicos e no número de células T efetoras devido à memória imunológica, e os sintomas da doença podem ser suaves ou mesmo inaparentes. O estabelecimento da memória imunológica é talvez a consequência mais importante da resposta imune adaptativa, conhecida como a capacidade que o sistema imune possui de responder rápida e efetivamente a patógenos encontrados anteriormente – e preveni-los de causar a doença. Os linfócitos B e T efetores de memória são produzidos durante a resposta imune primária, persistindo após ela. Porém, a geração de respostas secundárias de anticorpos de células B de memória é diferente da geração da resposta de anticorpos primária. A resposta primária normalmente consiste em moléculas de anticorpos feitas por células plasmáticas derivadas de um número relativamente grande de diferentes células B precursoras. Os anticorpos são de afinidade relativamente baixa, com poucas mutações somáticas. A resposta secundária deriva de poucas células B precursoras com maior afinidade, que sofreram uma significativa expansão clonal. Isso pode ser observado como uma diminuição de IgM (inespecífico) e aumento de IgG (especifico). Seus receptores e anticorpos são de alta afinidade para o antígeno e mostram muitas mutações somáticas. Além disso, os anticorpos IgGsuprimem a ativação de células B virgens na resposta secundária, pois não seria vantajoso reiniciar todo o processo de produção de anticorpos, começando de IgM inespecífica. Esse processo de supressão é feito através da ligação do imunocomplexo antígeno-anticorpo ao receptor da célula B virgem, causando uma inibição por feedback negativo. ESCAPE IMUNOLOGICO DE VIRUS/PECADO ORIGINAL ANTIGÊNICO Quando indivíduos que já foram infectados com uma variante do vírus da gripe são infectados com uma segunda variante, eles fazem anticorpos apenas contra epítopos que estavam presentes no primeiro vírus. Uma criança infectada pela primeira vez com um vírus da gripe aos dois anos de idade faz uma resposta a todos os epítopos. Aos cinco anos, a mesma criança exposta a uma variante do vírus, responde preferencialmente àqueles epítopos compartilhados com o vírus original e produz uma resposta menor do que a normal a novos epítopos do vírus. Mesmo aos 20 anos de idade, esse comprometimento com a resposta aos epítopos compartilhados com o vírus original e a resposta subnormal a novos epítopos são mantidos, ocasionando uma perda de eficiência da resposta imune, que leva a um maior tempo de recuperação. BLA BLA BLA Transplante de Medula Ossea Para ser útil, o enxerto deve compartilhar alguns alelos do MHC com o hospedeiro. Como vimos na Seção 7-15, os alelos do MHC expressos pelo epitélio tímico determinam quais células T podem ser positivamente selecionadas. Quando células da medula óssea são utilizadas para restaurar a função imune de indivíduos com um estroma tímico normal, tanto as células T como as células apresentadoras de antígeno são derivadas do enxerto. Portanto, a menos que o enxerto compartilhe pelo menos alguns alelos do MHC com o receptor, as células T que são selecionadas no epitélio tímico do hospedeiro não podem ser ativadas por células apresentadoras de antígeno derivadas do enxerto (Figura 12.15). Existe também o risco de que as células T pós-tímicas maduras da medula óssea do doador reconheçam o hospedeiro como estranho e o ataquem, causando a doença enxerto-versus-hospedeiro (GVHD) (Figura 12.16, quadro superior). Essa situação pode ser resolvida por meio da depleção das células T maduras damedula óssea do doador. Os receptores de medula óssea são tratados, geralmente,com radiação, que mata seus linfócitos abrindo espaço para células de medula óssea enxertadas e minimizando a ameaça de doença hospedeiro-versus- enxerto (HVGD)(Figura 12.16, terceiro quadro). Em pacientes com o fenótipo SCID, entretanto, existem poucos problemas com a resposta do hospedeiro à medula óssea transplantada,pois o paciente é imunodeficiente. AIDS A fase aguda está clinicamente caracterizada com uma doença semelhante à gripe em até 80% dos casos, com abundância de vírus (viremia) no sangue periférico e uma queda marcante nos níveis de células T CD4 circulantes. Nesse estágio, o diagnóstico é geralmente descartado, a não ser que exista uma grande suspeita da infecção pelo HIV. Essa viremia aguda está associada, em praticamente todos os pacientes, à ativação das células T CD8, que matam as células infectadas pelo HIV, e, subsequentemente à produção de anticorpos, ou soroconversão. Acredita-se que a resposta das células T citotóxicas seja importante para controlar os níveis do vírus, que atingem um pico e depois declinam, à medida que as contagens de células T CD4 retornam a cerca de 800 células _L–1 (o valor normal é de 1.200 células _L–1). Três ou quatro meses após a infecção, os sintomas da viremia aguda desaparecem. O nível de vírus que persiste no plasma sanguíneo nesse ponto da infecção é em geralo melhor indicador da futura progressão da doença. Atualmente, o melhor indicadorde uma doença futura é o nível de vírus que persiste no plasma, uma vez que os sintomas da viremia aguda tenham cessado. A maioria dos pacientes infectados pelo HIV eventualmente desenvolve AIDS após um período de quiescência aparente da doença, conhecido como latência clínica ou período assintomático (Figura 12.18). Esse período não é silencioso, pois existe a replicação persistente do vírus e um declínio gradual da função e do número das células T CD4 até que, eventualmente, os pacientes tenham poucas células T CD4 residuais. Nesse ponto, que pode ocorrer a qualquer momento entre 6 meses e 20 anos ou mais após a infecção primária, termina a fase de latência clínica e as infecções oportunistas começam a surgir. A capacidade do HIV de penetrar em determinados tipos de células, conhecida como tropismo celular do vírus, é determinada pela expressão de receptores específicos do vírus na superfície dessas células
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