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[16 02 2021] Hipersensibilidade

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Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina 
 
Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 
 
16.02.2021, terça-feira 
Hipersensibilidade 
Imunologia 
 
 
 
O que é Hipersensibilidade? 
 
• É uma reação exagerada, maior do que a 
considerada normal, do sistema 
imunológico, a um antígeno (mesmo que ele 
seja inofensivo); 
 
• Dentre as causas das reações de 
hipersensibilidade estão microrganismos, 
doenças autoimunes ou respostas imunes 
contra antígenos ambientais. 
 
Tipos de Reações de Hipersensibilidade 
 
• As doenças de hipersensibilidade são 
classificadas com base no mecanismo 
imunológico responsável pela lesão tecidual; 
• Todas as reações hipersensíveis causam 
uma resposta inflamatória, porém o que 
determina o tipo de reação são as células e 
moléculas que participam da reação; 
 
• Existem quatro tipos: 
↳ Tipo I → Existe liberação de IgE, 
ativação de mastócitos e basófilos, os 
quais sofrem degranulação liberando 
histamina; 
 Ex.: Alergias. 
↳ Tipo II → Existe liberação de 
IgG/IgM, que demarcam antígenos de 
superfície; 
 Ex.: Transfusões sanguíneas. 
↳ Tipo III → Existe liberação de 
IgG/IgM, que demarcam antígenos 
TIPO I TIPO II TIPO III TIPO IV 
Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina 
 
Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 
 
solúveis (livres). Os anticorpos se ligam 
a esse antígeno formando 
imunocomplexos que ativam o sistema 
complemento; 
 Ex.: Lúpus. 
↳ Tipo IV → É ativada pelos linfócitos T 
(tanto o T Auxiliar quanto o T 
Citotóxico), principalmente o perfil Th1, 
que libera IFN-γ e ativa a macrófagos. 
 Ex.: Doença celíaca e várias 
doenças autoimunes, como a 
diabetes mellitus tipo I, esclerose 
múltipla. etc. 
 
• Os componentes imunes envolvidos nas 
reações de hipersensibilidade pertencem às 
respostas imunes adaptativas, ou seja, eles 
possuem memória imunológica. 
 
Reação de Hipersensibilidade Tipo I 
 
• É uma reação clássica de alergias em geral, 
contra alimentos, medicamentos, fatores 
ambientais, dentre outros; 
 
• É uma reação imediata; 
 
• Essa reação é causada pelos alérgenos 
(antígenos que podem desencadear uma 
reação de hipersensibilidade); 
 
 
 
• Ela é desencadeada pela ligação do IgE aos 
alérgenos; 
↳ O IgE induz degranulação de 
mastócitos e basófilos, se ligando ao 
antígeno e à essas células; 
 Isso ocorre porque logo após o 
IgE ser produzido pelos 
plasmócitos, a Fc desse anticorpo 
se liga aos receptores de 
superfície do mastócito e do 
basófilo, se ancorando à 
membrana dessas células; 
 
Estrutura do IgE 
 
 A ligação do alérgeno à Fab do 
IgE ancorado na membrana 
promove uma cascata de 
sinalização intracelular que induz 
exocitose dos grânulos citosólicos. 
 
 
 
 
↳ Os mastócitos e basófilos liberam 
histamina (poderoso vasodilatador), 
leucotrienos e prostaglandinas. 
 
• A degranulação dos mastócitos e dos 
basófilos cria uma reação de inflamação 
exagerada; 
 
• As alergias acontecem a partir do segundo 
contato, pois durante o primeiro contato 
ocorre o processo de sensibilização; 
↳ Durante esse processo, o corpo é 
exposto ao alérgeno pela primeira vez; 
↳ As APCs endocitam esse alérgeno e o 
apresentam para o Linfócito T CD4+ via 
MHC de classe II; 
↳ O Linfócito T auxiliar ativado ativa o 
Linfócito B, que se diferencia em 
plasmócito e produz anticorpos; 
Fab 
Fc 
Alérgeno 
IgE 
Receptor Fc 
Degranulação 
Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina 
 
Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 
 
 Essa resposta T-dependente causa 
uma mudança de cadeia pesada, 
induzindo à produção de IgE. 
 
• A partir do segundo contato (provocação), 
os mastócitos e basófilos já são ativados 
diretamente pela ligação do alérgeno ao 
IgE, e IMEDIATAMENTE sofrem 
degranulação, liberando histamina; 
↳ A histamina promove vasodilatação, o 
que gera rubor e tumor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Choque anafilático → Ocorre quando a 
resposta alérgica causada pela 
degranulação dos mastócitos e basófilos é 
uma resposta sistêmica, que libera altas 
doses de histamina que promovem 
vasodilatação em todo o organismo; 
↳ A vasodilatação sistêmica gera uma 
queda de pressão; 
↳ O tratamento é feita com 
administração de adrenalina 
(vasoconstritor). 
 
Reação de Hipersensibilidade Tipo II 
 
• Ocorre desencadeado da ligação de 
anticorpos IgG à um antígeno de superfície 
celular; 
• A ligação do anticorpo ao antígeno promove 
ativação do sistema complemento pela via 
clássica: 
↳ A cascata do complemento produz 
mediadores inflamatórios (como o 
fragmento de cascata C3a); 
↳ Se a cascata for até o fim, é formado 
o complexo de ataque à membrana 
(MAC) e ocorre lise da célula; 
 
• Manifestações clínicas: 
↳ Anemia hemolítica; 
↳ Doença hemolítica do recém-nascido 
(DHRN); 
↳ Doenças autoimunes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anemia Hemolítica 
 
• Dependendo do tipo sanguíneo, cada 
indivíduo reconhece um antígeno como 
próprio e produz anticorpos contra outros; 
 
Grupo 
sanguíneo 
Antígenos 
do 
eritrócito 
Ilustração 
Anticorpos 
plasmáticos 
A A 
 
Anti-B 
AB A e B 
 
Nenhum 
B B 
 
Anti-A 
O Nenhum 
 
Anti-A e 
anti-B 
Célula Dendrítica 
(APC) 
Linfócito 
T CD4+ 
Linfócito B Mastócito IgE 
Sensibilização Provocação 
Alérgeno 
MHC II 
IL-4 
IL-13 
Liberação de 
histamina, 
vasodilatação, 
inflamação. 
Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina 
 
Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 
 
• Portanto, ao realizar-se uma transfusão 
sanguínea, deve-se ter em mente o tipo 
sanguíneo do paciente que vai receber o 
sangue; 
↳ Se o paciente receber sangue de outro 
incompatível, os anticorpos plasmáticos 
(IgM, IgG) marcam os antígenos de 
membrana eritrocitária; 
↳ O complemento é ativado e começa 
sua cadeia de clivagem, produzindo 
mediadores inflamatórios como 
subprodutos. 
 Se a cadeia de quebra de 
complemento chegar até o final, é 
formado o MAC e um poro é 
aberto na membrana do eritrócito, 
resultando em hemólise. 
 
 
 
• Tipos sanguíneos: 
↳ Indivíduos AB reconhecem ambos o 
antígenos como sendo próprios, 
portanto, podem receber de qualquer 
tipo sanguíneo; 
 Porém como eles expõe na 
membrana eritrocitária tanto o 
antígeno A quanto o antígeno B, só 
podem doar para outros indivíduos 
AB. 
↳ Indivíduos O não expõem nenhum 
antígeno na membrana eritrocitária, 
portanto podem doar para quaisquer 
outros tipos sanguíneos. 
 Porém eles produzem tanto 
anticorpos anti-A quanto 
anticorpos anti-B, podendo assim 
receber sangue apenas de outros 
indivíduos tipo O. 
↳ Indivíduos A recebem de outros 
indivíduos A e de indivíduos O, e doam 
apenas para indivíduos A; 
↳ Indivíduos B recebem de outros 
indivíduos A e também de indivíduos O, 
podendo doar apenas para indivíduos B. 
 
Doença Hemolítica do Recém-Nascido 
 
• Além do sistema ABO, seres humanos 
possuem om outro antígeno na superfície 
de seus eritrócitos: o antígeno Rh; 
↳ Pessoas que possuem esse antígeno na 
sua superfície são Rh+, e as que não 
possuem são Rh-. 
 
• Quando uma mulher fica grávida de um 
homem cujo Rh é oposto ao seu, há uma 
chance de 66% de que o bebê não seja do 
mesmo grupo Rh que ela; 
↳ Ex.: Mulher Rh- se está grávida de um 
bebê Rh+, cujo pai também é Rh+; 
 
• Se essa é a primeira gravidez de um bebê 
Rh+, durante o parto esse antígeno viaja 
através da placenta para o corpo dela, e 
inicia-se o processo de sensibilização: 
↳ As APCs fagocitam os eritrócitos Rh+ e 
apresentam antígenos para os 
Linfócitos T CD4+; 
↳ Os Linfócitos B detectam o antígeno 
Rh, apresentam para o L T CD4+ e se 
diferenciam em plasmócitos que 
fazem a produção de anticorpos IgG; 
↳ Esse processo não gera nenhum 
problema para o bebê. 
 
• Porém, se essa gravidez for a segunda 
gravidez de um bebê Rh+, os IgG formados 
na primeira gravidez viajam através da 
placenta e marcam os eritrócitos do bebê, 
causando hemólise. 
Carlos Eduardo Campos Mendes T5 MedicinaUniversidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
å CLÍNICA ä 
Tratamento e prevenção da Doença 
Hemolítica do Recém-Nascido 
 
As consequências da DHRN são prevenidas 
por meio de um acompanhamento pré-natal 
e terapia com anticorpos RhoGam. Esses 
anticorpos neutralizam os anticorpos 
produzidos pela gestante contra o bebê de 
tipo sanguíneo diferente. 
 
 
Reação de Hipersensibilidade Tipo III 
 
• É desencadeada por anticorpos (IgG/IgM) 
que marcam antígenos solúveis circulantes 
no soro, formando imunocomplexos (vários 
anticorpos ligados ao mesmo antígeno); 
↳ Portanto, possui sensibilização parecida 
com a da hipersensibilidade II, porém 
os anticorpos produzidos pelos 
plasmócitos ficam dissolvidos no 
plasma e não nos tecidos periféricos). 
 
• Esses imunocomplexos podem obstruir 
vasos de menor calibre ou também se 
 
 
 
 
 
 
 
depositarem na parede de vasos, induzindo uma 
resposta inflamatória; 
↳ Quando o antígeno se liga a um 
anticorpo, ocorre ativação da via 
clássica do complemento e em 
consequência disso inicia-se um 
processo inflamatório com ativação de 
células como os neutrófilos. 
 
 
Formação de imunocomplexos 
 
• Exs. de reações de hipersensibilidade do 
Tipo III: Lúpus eritematoso sistêmico, 
nefrite e vasculite. 
 
Reação de Hipersensibilidade Tipo IV 
 
• Ao contrário das reações de 
hipersensibilidades I, II e III, o principal 
componente das reações de 
hipersensibilidade IV é a imunidade 
adaptativa celular, mediada por ambos os 
Linfócitos T; 
 Pai Rh+. Mulher Rh- carregando 
seu primeiro filho Rh+. Os 
antígenos Rh entram em 
contato coma mãe via troca 
sanguínea através da 
placenta. 
 Em resposta aos 
antígenos Rh, a mãe 
produz anticorpos anti-
Rh. 
 Quando a mulher fica 
grávida de outro bebê Rh+, 
os anticorpos Rh produzidos 
por ela vão atravessar a 
placenta e danificar os 
eritrócitos do feto. 
1 2 3 4 
Carlos Eduardo Campos Mendes T5 Medicina 
 
Universidade Nove de Julho Campus São Bernardo do Campo 
 
↳ Por fatores genéticos, ambientais e 
infecções virais, as APCs apresentam 
antígenos par aos Linfócitos T CD4+, 
induzindo sua diferenciação em 
Linfócitos c; 
↳ Também ocorre ativação do Linfócito T 
CD8+ via MHC I, e sua diferenciação 
em Linfócito T Citotóxico; 
↳ A ativação de ambos os linfócitos T 
provoca lesão tecidual e morte celular: 
 Linfócito TH1 → Produz IFN-γ e 
ativa células NK e Linfócitos T 
CD8+; 
 Linfócito TH17 → Produz IL-17 que 
ativa neutrófilos e induz uma 
resposta inflamatória; 
 Linfócito T Citotóxico → Causa 
apoptose das células que detecta 
o antígeno via perforinas e 
granzimas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Alguns exemplos de doenças causadas por 
esse tipo de reação incluem diversas 
doenças autoimunes, como a DM1, artrite 
reumatoide, esclerose múltipla, doença 
celíaca e psoríase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• As reações de hipersensibilidade são reações exageradas do sistema imune contra um 
antígeno, o qual nem sempre é patogênico; 
 
• De acordo com as moléculas e células envolvidas, bem como o tipo de resposta gerado, as 
reações de hipersensibilidade podem ser classificadas em diferentes tipos: 
 
TIPO DE REAÇÃO 
MOLÉCULAS 
E CÉLULAS 
ENVOLVIDAS 
TIPO DE 
ANTÍGENO 
CONSEQUÊNCIAS EXEMPLOS 
Hipersensibilidade 
do tipo I 
IgE, 
mastócitos e 
basófilos 
Alérgenos 
Liberação de 
histamina, 
inflamação, 
anafilaxia 
Alergias em geral 
Hipersensibilidade 
do tipo II 
IgG/IgM 
Antígenos de 
superfície 
Marcação de 
células para 
apoptose 
Anemia 
hemolítica, DHRN 
Hipersensibilidade 
do tipo III 
IgG/IgM 
Antígenos 
solúveis 
Formação de 
imunocomplexos, 
obstrução de vasos 
e outras estruturas 
LES, Nefrite, 
vasculite 
Hipersensibilidade 
do tipo IV 
Linfócitos T (T 
auxiliar e T 
citotóxico) 
Células 
detectadas 
como antígeno 
Apoptose das 
células, liberação 
de citocinas pró-
inflamatórias 
DM1, artrite 
reumatoide, 
esclerose múltipla 
 
resumo 
Célula dendrítica (APC) 
Célula comum 
(antígeno) 
Linfócito T CD8+ Linfócito T CD4+ Neutrófilo 
Apoptose da célula Célula NK Inflamação 
Via MHC II 
Ativa 
Ativa 
Th17, IL-17 Th1, IFN-γ 
IL-6 
Th1, IFN-γ Perforinas, 
granzimas 
Perforinas, 
granzimas

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