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Transformada de Laplace Prof° Dr. Graciliano Antonio Damazo Equações Diferenciais ❑ O profissional de exatas, poderia ser, com certa generalidade, rotulado como aquele que resolve EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. ❑ Estas equações auxiliam muito os engenheiros a desenvolverem quase todos os produtos que são requisitados pelas necessidades tecnológicas de hoje. ❑ As equações diferenciais representam uma série de fenômenos tais como: ❑O crescimento de culturas de bactérias, ❑Evolução de uma epidemia devido a vírus, ❑Escoamento de fluidos em dutos, ❑O movimento dos planetas em torno do sol, ❑Trajetória de projeteis, ❑Mecanismos de transferência de calor, ❑Problemas de servos-mecanismos, ❑Realimentação de sistemas, Etc, ..., etc. Podemos dizer que estas equações armazenam informações de tudo aquilo que podemos abordar através da linguagem matemática Justificativa ❑A TRANSFORMADA DE LAPLACE serve, entre outras coisas, para resolver este tipo de equação, proporcionando aos estudiosos maior clareza e abrangência na interpretação de mundo no qual vivemos. ❑A capacidade de obter aproximações lineares de sistemas físicos permite ao projetista de sistemas de controle o uso de Transforma de Laplace. ❑O método da transformada de Laplace substitui a solução mais difícil de equações diferenciais pela solução mais fácil de equações algébricas. ❑Permite o uso de técnicas gráficas para prever o desempenho de sistemas, sem a necessidade de resolver equações diferenciais. ❑Após a resolução via transformada de Laplace, pode-se obter a resposta transitória e a resposta em regime. Justificativa Resolver uma equação significa encontrarmos a variável que satisfaz uma identidade pré-estabelecida pelo sinal de igualdade. Esta variável comumente chamada de incógnita pode ser representada por: um número, um vetor, uma função ou um objeto matemático qualquer. Justificativa Quando temos uma equação algébrica, a variável será um número Caso a equação seja vetorial, a solução será representada por um vetor. Sendo uma equação diferencial a variável procurada será uma função. Existem diversas técnicas que nos permitem encontrar as soluções dos vários tipos de equações. Laplace criou um método muito curioso e de uma beleza inigualável que o conduziu às soluções de várias equações diferenciais ordinárias. Este método, simples e elegante, foi desenvolvido do seguinte modo: Consideremos a equação diferencial abaixo 𝑓′ 𝑥 − 𝑓 𝑥 = 𝑒2𝑥 , 𝑓 0 = −1 PERGUNTA: Qual será esta função f(x) ? RESPOSTA: A função que satisfaz a equação acima é: 𝑓 𝑥 = 𝑒2𝑥 − 2𝑒𝑥 Verificando a resposta: 𝑓 𝑥 = 𝑒2𝑥 − 2𝑒𝑥 𝑓′ 𝑥 = 2𝑒2𝑥 − 2𝑒𝑥 Portanto temos: 𝑓′ 𝑥 − 𝑓 𝑥 = 2𝑒2𝑥 − 2𝑒𝑥 − 𝑒2𝑥 − 2𝑒𝑥 𝑓′ 𝑥 − 𝑓 𝑥 = 2𝑒2𝑥 − 2𝑒𝑥 − 𝑒2𝑥 + 2𝑒𝑥 𝑓′ 𝑥 − 𝑓 𝑥 = 𝑒2𝑥 Verdadeiro!!! Assim: 𝑓 𝑥 = 𝑒2𝑥 − 2𝑒𝑥 Resposta correta!!! Derivando a função f(x) temos Como Laplace obteve esse resultado ? 𝑓′ 𝑥 − 𝑓 𝑥 = 𝑒2𝑥 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 − 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 = 𝑒−𝑠𝑥𝑒2𝑥 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 𝑑𝑥 − 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒−𝑠𝑥𝑒2𝑥𝑑𝑥 න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 𝑑𝑥 − න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑒2𝑥𝑑𝑥 න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 𝑑𝑥 − න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = න 0 ∞ 𝑒−(𝑠−2)𝑥𝑑𝑥 Para resolver estas integrais, Laplace utilizou-se da identidade de Leibniz. න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 𝑑𝑥 − න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = න 0 ∞ 𝑒−(𝑠−2)𝑥𝑑𝑥 න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑓 𝑥 𝑒−𝑠𝑥 ฬ ∞ 0 + 𝑠න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑢′ = 𝑓′(𝑥) 𝑣 = 𝑒−𝑠𝑥 𝑢 = 𝑓(𝑥) 𝑣′ = −𝑠𝑒−𝑠𝑥 න 0 ∞ 𝑒−(𝑠−2)𝑥𝑑𝑥 = 𝑒−(𝑠−2)𝑥 2 − 𝑠 ฬ ∞ 0 = 0 − 1 2 − 𝑠 න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑓 0 + 𝑠න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 න 0 ∞ 𝑒−(𝑠−2)𝑥𝑑𝑥 = 1 𝑠 − 2 න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓′ 𝑥 𝑑𝑥 − න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = න 0 ∞ 𝑒−(𝑠−2)𝑥𝑑𝑥 −𝑓 0 + 𝑠න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 −න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 1 𝑠 − 2 −(−1) + න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 𝑠 − 1 = 1 𝑠 − 2 Manipulando algebricamente temos : න 0 ∞ 𝑒−𝑠𝑥𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 1 𝑠 − 2 − 2 𝑠 − 1 A indagação de Laplace agora era: A função f(x) que procuramos, multiplicada por 𝒆−𝒔𝒙 e integrada de zero a infinito resultou 𝟏 𝒔−𝟐 − 𝟐 𝒔−𝟏 ... Qual será esta função? Justificativa Definição ❑ Seja f(t) é uma função do tempo t, tal que f(t) = 0 para t < 0. ❑ s é a variável complexa. ❑ ℒ é um símbolo operacional indicando que a quantidade que ele prefixa é para ser transformada pela integral Laplace. ❑ F(s) é a transformada de Laplace de f(t). ❑ Então, a transformada de Laplace de f(t) é definida por: EXEMPLO Considere a função: os termos A e b são constantes. Assim a transformada de Laplace é obtida da seguinte maneira, 𝑓 𝑡 = 0, 𝑡 < 0; = 𝐴𝑒−𝑏𝑡 , 𝑡 ≥ 0; Transformada dos principais sinais 1. Degrau Unitária A função degrau unitário, denotada por u0 (t), é definida por: 𝑢 𝑡 = ቊ 0 , 𝑡 < 0 1 , 𝑡 ≥ 0 Transformada dos principais sinais 1. Degrau Unitária A transformada de Laplace da função degrau unitário é calculada: ℒ 𝑢 𝑡 = න 0 +∞ 𝑢 𝑡 . 𝑒−𝑠𝑡𝑑𝑡 ℒ 𝑢 𝑡 = න 0 +∞ 𝑒−𝑠𝑡𝑑𝑡 = − 𝑒−𝑠𝑡 𝑠 0 +∞ = −0 − − 1 𝑠 ℒ 𝑢 𝑡 = 1 𝑠 Transformada dos principais sinais A função degrau unitário deslocada, denotada por u(t-c), é definida por: 𝑢 𝑡 − 𝑐 = ቊ 0 , 𝑡 < 𝑐 1 , 𝑡 ≥ 𝑐 Transformada dos principais sinais A transformada de Laplace da função degrau unitário é calculada: ℒ 𝑢 𝑡 − 𝑐 = න 0 +∞ 𝑢 𝑡 − 𝑐 . 𝑒−𝑠𝑡𝑑𝑡 ℒ 𝑢 𝑡 − 𝑐 = න 𝑐 +∞ 𝑒−𝑠𝑡𝑑𝑡 = − 𝑒−𝑠𝑡 𝑠 𝑐 +∞ = −0 − − 𝑒−𝑠𝑐 𝑠 ℒ 𝑢 𝑡 − 𝑐 = 𝑒−𝑠𝑐 𝑠 Dada a função pulso abaixo, escreva-a como a diferença de funções degrau f 𝑡 = ቐ 0 , 𝑡 < 𝑎 1 , 𝑎 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏 0 , 𝑡 > 𝑏 Exemplo Exemplo (SOLUÇÃO) 𝑢 𝑡 = 𝑢 𝑡 − 𝑎 − 𝑢 𝑡 − 𝑏 Transformada dos principais sinais 2. Impulso unitário 𝛿 𝑡 = ቊ 0 , 𝑡 ≠ 0 +∞ , 𝑡 = 0 න −∞ +∞ 𝛿 𝑡 𝑑𝑡 = 1 A função impulso unitário, denotada por 𝛿(𝑡), é definida por: Transformada dos principais sinais 2. Impulso unitário A função impulso é o caso limite da função pulso de área unitária: ℒ 𝛿 𝑡 = 1 Transformada dos principais sinais 3. Rampa unitária 𝑟 𝑡 = ቊ 0 , 𝑡 < 0 𝑡 , 𝑡 ≥ 0 A função rampa unitária, denotada por r(𝑡), é definida por: Transformada dos principais sinais A transformação da função rampa unitária, é calculado como segue: ℒ 𝑟 𝑡 = 1 𝑠2 Transformada das Funções Trigonométricas ❑ Função seno ℒ 𝑓 𝑡 = 𝜔 𝑠2 + 𝜔2f 𝑡 = 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ❑ Função cosseno ℒ 𝑓 𝑡 = 𝑠 𝑠2 + 𝜔2f 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡) Propriedades da Transforma de Laplace P1: Linearidade 𝑆𝑒𝑗𝑎 ℒ 𝑓 𝑡 = 𝐹 𝑠 Demonstração Propriedades da Transforma de Laplace P2: Diferenciação ⋮ Propriedades da Transforma de Laplace P3: Integração Sendo 𝑓−1 0 = 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 avaliada para t = 0. Teoremas Teorema do valor inicial (TVI) Se f(t) e f’(t) são ambos transformáveis segundo Laplace, e se lims→0 F(s) existe, então: Teoremas Teorema do valor final (TVF) mais adiante neste curso, veremos que um sistema que tem todos os polos com parte real negativa, é dito estável Se os polos de sF(s) possuem parte real negativa, ou seja, Re{pi}<0,então: 𝒑𝟏 = −𝟏 ⇒ ℜ 𝒑𝟏 = −𝟏 < 𝟎 Aplicando o TVF Dessa forma o teorema TVF poderá ser aplicado Solução: Polo Confirmado ao resultado: De acordo com a tabela de transformada de Laplace lim 𝑡→∞ 𝑓(𝑡) = lim 𝑡→∞ 1 − 𝑒−𝑡 = 1 Valor de Regime da função f(t) 𝑓(𝑡) 𝑡 1 Exemplo: Seja 𝑓(𝑡) uma função cuja transformada de Laplace é dada por 𝐹 𝑠 = 1 𝑠2+1 . Aplique o teorema do valor final nessa função para determinar o valor em regime (𝑡 → ∞) e comente o resultado encontrado. Solução: 𝑓 +∞ = lim 𝑠→0 𝑠 𝐹 𝑠 = 𝑠 𝑠2 + 1 = 0 Função seno não tende a zero, ela oscila sempre!!! Por que o TVF não deu certo? 𝑠𝐹 𝑠 = 𝑠 𝑠2 + 1 Polo 𝒑𝟏 = +𝒋 𝒆 𝒑𝟐 = −𝒋 ⇒ ℜ 𝒑𝟏 = ℜ 𝒑𝟐 = 𝟎 Como os polos NÃO tem parte real negativa NÃO podemos aplicar o teorema do valor final para determinar o valor da funçãopara um tempo muito grande
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