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AULA 5 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS E ANÁLISE DE DESEMPENHO ENERGÉTICO Prof.ª Giselle Luzia Dziura 2 INTRODUÇÃO Após conhecer as várias certificações abordadas anteriormente, daremos sequência com a análise da Certificação AQUA-HQE (Haute Qualité Environnementale), uma certificação internacional, alinhada com critérios globais do original Buildings environmental performance assessment scheme of non residential buildings under construction pela francesa Cerway de Paris e adequada para a realidade brasileira pela Fundação Vanzolini. Nesta aula, serão estudados os fundamentos e os conceitos dessa certificação, sua contextualização brasileira e os benefícios para o empreendedor, para o usuário, para o meio ambiente e para a sociedade. Também será abordado o planejamento, ou seja, como se estrutura a certificação, como os critérios são avaliados e como se calculam os níveis para se obter o certificado. Daremos início a uma série de conteúdos relacionados a cada categoria para fundamentar os requisitos que levam a serem avaliados, como nível base, boas práticas e melhores práticas. Vale ressaltar que há o referencial técnico para edifícios residenciais e não residenciais e, nesta aula, abordaremos a estrutura de edifícios não residenciais para a categoria 3 e de edifícios residenciais para as categorias 1 e 2 com base em Vanzolini (2016). TEMA 1 – FUNDAMENTOS E CONCEITOS DA CERTIFICAÇÃO AQUA-HQE O processo AQUA-HQE teve início em 2008, denominado “Certificação AQUA”. Em 2014, acrescentou a certificação francesa Démarche “HQE – Haute Qualité Environnementale”, passando a ser uma certificação internacional. Esse acréscimo do HQE significa dizer que começou a fazer parte de uma rede de certificação internacional francesa, aplicada no Brasil pela Fundação Vanzolini. Conforme Vanzolini (2015), “em 2013, os organismos de certificação residencial-QUALITEL e não residencial-CERTIVEA se juntam para criar a Rede Internacional de Certificação HQE™, uma unificação de critérios e indicadores para todo o mundo, que cria uma identidade de marca única global, cujo órgão certificador passa a ser a Cerway, sempre fundamentado nas premissas da Certificação HQE francesa”. A questão diferencial sobre a aplicação do processo Aqua no Brasil considera a sua realidade e os seus contextos, ou seja, as regulamentações, as normas técnicas, os climas e as culturas. Assim, são desenvolvidos os 3 referenciais técnicos com níveis de exigência que buscam aumentar o desempenho e a melhoria de qualidade contínua na sustentabilidade do edifício. Atualmente, os campos de atuação no Brasil que são certificados pela Fundação Vanzolini e pela Cerway na França em conjunto estão voltados para construção nova ou para renovação nas seguintes funções: residencial: coletiva, individual em conjuntos habitacionais, estudantil e moradia com serviços; escritórios: imóvel de escritório: agência bancária, de viagens, consultório, administração, delegacia de polícia, quartel da polícia militar, call centers e centros de saúde, de socorro, de combate a incêndios e de negócios; ensino: ensino elementar, secundário, superior, conservatório, escola especializada e creches; comércio: centro comercial, edifício comercial em zona de atividades, comércio no térreo do imóvel e áreas de serviços para campings e trailers; hotelaria: hotel e edifício de hospedagem turística semelhante ou não a edifícios usados para moradia; logística: galpão de logística, centros técnicos operacionais, serviços de expedição de mercadorias e frigorífico; transporte: estação rodoviária, estação ferroviária, aeroporto e estação portuária; espetáculos: teatro, teatro de ópera, cinema e complexo para espetáculos; cultura: edifício de exposições (museu, galeria de arte, fundação privada, etc.), centros de congressos e de conferências, midiateca e biblioteca; alimentação: restaurantes e cantinas; penitenciárias; indústrias; atividades de pesquisa; data center; tribunal. 4 No Brasil, em 2019, são quase 300 empreendimentos certificados AQUA- HQE, somando 2.846 desde 2009 nas etapas de pré-projeto, projeto, execução, programação da operação e operação, conforme os gráficos e as tabelas a seguir. A Certificação HQE tem 36 milhões de m2 certificados no mundo e mais de 230 mil projetos certificados. Figura 1 – Total de edifícios acumulados por ano Fonte: Portal Vanzolini, 2015. https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2015/11/indicadores2.png 5 Figura 2 – Total de edifícios por estado Fonte: Portal Vanzolini, 2015. https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2015/11/indicadores3.png 6 TEMA 2 – BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO AQUA-HQE A Certificação AQUA-HQE tem vários benefícios, ou contribuições, seja para o empreendedor, seja para os usuários dos edifícios, seja para a sociedade e, principalmente, em um contexto macro, para o meio ambiente. Podemos considerar que a Certificação AQUA-HQE possui algumas vantagens para o empreendedor, agregando os preceitos de Vanzolini e Cerway (2016) como uma maneira de: demonstrar a alta qualidade ambiental das construções; aumentar o valor agregado do produto imobiliário em vendas ou locação, além de comprovar a viabilidade econômica e financeira em conjunto da ambiental; sustentar o valor do patrimônio ao longo do tempo; aumentar e associar a visibilidade da empresa quanto aos requisitos de qualidade ambiental. Para o usuário, podemos considerar que a Certificação AQUA-HQE possui várias vantagens. Citam-se algumas a seguir, acrescentando o que Vanzolini e Cerway (2016) apresentam: possibilita economia com relação ao consumo de água e energia elétrica; favorece os ambientes nos quesitos de conforto higrotérmico, acústico, visual e olfativo e, em virtude disso, tem melhores condições de saúde e bem-estar; reduz as despesas de limpeza, conservação e manutenção dos espaços internos e do edifício e, consequentemente, aumenta o valor patrimonial do produto imobiliário; sensibiliza e conscientiza o papel de cidadão. Por fim, para a sociedade e para o meio ambiente, a Certificação AQUA- HQE possui também vários benefícios, como estes: ao analisar a qualidade do edifício em relação ao entorno, é possível reduzir o seu impacto de alguma maneira, seja com relação à vizinhança, seja com relação à infraestrutura local, à vegetação, etc.; 7 possibilita a redução de emissão de gases de efeito estufa comparado com edifícios convencionais; colabora para a redução de gastos energéticos, do consumo de água e de resíduos, reduzindo o impacto ambiental; contribui para melhorar a qualidade de vida das pessoas e, consequentemente, auxilia o meio ambiente. Sendo assim, com relação à certificação, constatamos que os benefícios tanto para o empreendedor, quanto para o usuário, para a sociedade e para o meio ambiente são extremamente positivos, visto que possuem como objetivo comum a melhoria de vida das pessoas em consonância com o planeta. TEMA 3 – PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DAS CATEGORIAS DA CERTIFICAÇÃO AQUA-HQE Para entender o processo de avaliação, precisamos antes compreender que a estrutura da Certificação AQUA-HQE é composta pelo planejamento do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e pelo perfil de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE). O SGE parte do comprometimento do empreendedor, o qual interfere na QAE, ou seja, com base em um padrão de desempenho definido, será aplicado na forma de um perfil de QAE. São atividades do SGE: hierarquizar as 14 categorias e os quatro temas, levando em conta as preocupações e as estratégias ambientais, as necessidades e as expectativas das partes interessadas, as opções funcionais, a análise das característicaspositivas, as restrições do local, o contexto legal e regulamentar aplicável e a análise econômica do empreendimento; formalizar o comprometimento como empreendedor, incluindo o perfil visado e a categoria que se pretende; descrever as etapas do empreendimento e suas respectivas ações e atividades, como definição de objetivos ambientais, monitoramento e análises críticas, verificação, validação, avaliação, análise, etc.; designar responsabilidades e autoridades para cada ação e atividades definidas no planejamento; 8 avaliar a QAE, no que se refere ao perfil ambiental do empreendimento, para as 14 categorias e os quatro temas; efetuar, sempre que necessário, as ações corretivas e preditivas; implementar o processo de aprendizagem. Para a avaliação da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE), são exigidas 14 categorias agrupadas em quatro temas, conforme apresenta a tabela a seguir. Tabela 1 – Exigências relativas à qualidade ambiental dos edifícios residenciais em construção Fonte: Vanzolini e Cerway (2018). Tais exigências são denominadas também de categorias de preocupação ambiental e são classificadas dentro dos seguintes níveis: base (B), boa prática (BP) ou melhor prática (MP). Isso significa dizer que o nível base é o mínimo a ser atingido, ou seja, é o que está nas regulamentações mínimas, ou o básico que um projeto deve ter. Para atingir os níveis boa prática (BP) ou melhor prática (MP), é preciso ir mais além, ou seja, cumprir mais requisitos que cada categoria exige. Para que um edifício seja certificado AQUA-HQE, é preciso que o perfil de desempenho seja composto por, no mínimo, três categorias de nível melhor prática (MP), no mínimo quatro categorias de nível boa prática (BP) e sete categorias de nível base (B). (Figura 3). Figura 3 – Perfil de desempenho mínimo para Certificação AQUA-HQE Fonte: Vanzolini e Cerway (2018). 9 É importante salientar que o empreendedor deve realizar a avaliação da qualidade ambiental do edifício, seja ele uma construção nova, seja uma renovação, em pelo menos três etapas do processo, considerando: pré-projeto, projeto (após elaboração dos projetos) e execução (entrega da obra). Conforme Vanzolini (2019), “para obter a certificação do empreendimento em uso e operação, as rotinas de gestão predial devem ser planejadas e monitoradas periodicamente”. 3.1 Cálculo dos níveis alcançados para a obtenção do certificado Além do cálculo mínimo do perfil da qualidade ambiental, há o cálculo do nível alcançado por tema, que consiste em uma escala de 1 a 5 estrelas com base no escore obtido em cada uma das categorias, conforme a tabela a seguir. Tabela 2 – Cálculo do nível alcançado por tema Fonte: Vanzolini e Cerway (2018). Por exemplo: um edifício com a categoria 8 com MP e as categorias 10 e 11 em BP obtém o nível três estrelas para o item conforto, ou, ainda, para conseguir cinco estrelas em meio ambiente, são necessários três MP e um BP, que invariavelmente terá que ser nas categorias 1, 2, 3 ou 6. A diferença é que vai depender da escolha que o SGE hierarquizou como MP e BP. Há também o cálculo do nível global alcançado, com cinco classificações que dependem do resultado obtido em cada uma das categorias, sendo: Nível global Níveis mínimos a serem alcançados HQE Pass/Social 14 categorias em B e 4 estrelas HQE Good Entre 5 e 8 estrelas HQE Very Good Entre 9 e 12 estrelas HQE Excellent Entre 13 e 15 estrelas HQE Exceptional 16 estrelas ou mais 10 No Brasil, pelo perfil mínimo das categorias, não se consegue obter o nível HQE SOCIAL/PASS, no entanto, são passíveis de estudos para empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida ou similares. TEMA 4 – CERTIFICAÇÃO AQUA-HQE – CATEGORIAS 1 E 2 4.1 Categoria 1 – Edifício e seu entorno Essa categoria corresponde ao edifício e à sua relação com o entorno, faz parte do grupo meio ambiente e é dividida em três subcategorias, para edifícios residenciais (Vanzolini, 2018): análise do local do empreendimento: consiste em analisar as vantagens e as limitações do local do edifício antes do projeto de modo a integrar o edifício com o entorno. É considerado como nível base. Há possibilidade de pontuação em até quatro pontos. Para se obter dois pontos, por exemplo, é possível realizar um estudo específico de insolação e luminosidade para a vizinhança e tomar medidas positivas para essa situação; organização do terreno de modo a criar um ambiente agradável, incluindo pátios, áreas de lazer, escolha de espécies vegetais não invasivas, por exemplo. Essas são ações consideradas de nível base; organização do terreno de modo a favorecer a ecomobilidade, realizando um inventário dos meios de transporte existentes no entorno, como bicicletas, transporte público, entre outros. Para somar um ponto, deve-se incluir, por exemplo, elementos do projeto que permitam reduzir os impactos relacionados ao transporte, como ciclovias, estacionamento para veículos elétricos, entre outros. Agora, vamos exemplificar algumas pontuações para que você possa verificar como conseguir pontos para atingir níveis superiores. Para se obter de um a dois pontos na categoria 1, durante a construção, por exemplo, é preciso: elaborar um estudo de insolação e luminosidade para a vizinhança e tomar medidas para minimizar efeitos de sombreamento causados pelo empreendimento (2 pontos); 11 melhorar as vistas acessíveis à vizinhança por meio de paisagismo e visibilidade em relação ao que existe (2 pontos); incluir no projeto de arquitetura soluções que possam minimizar os impactos relacionados ao transporte (acesso de pedestres, ciclovias, estacionamentos para bicicletas, acessibilidade para portadores de deficiências, etc.) (1 ponto). Para essa categoria, e para edifícios residenciais, a pontuação é dada da seguinte forma: Nível B – Respeito ao nível base; Nível BP – Respeito ao nível base E – Soma dos pontos ≥ 1; Nível MP – Respeito ao nível base E – Soma dos pontos ≥ 3; Número de pontos disponíveis = 5. 4.2 Categoria 2 – Produtos, sistemas e processos construtivos Essa categoria corresponde à escolha adequada de produtos, sistemas e processos construtivos e faz parte do grupo meio ambiente. São itens considerados base nessa categoria, para edifícios residenciais (Vanzolini, 2018): escolher produtos, equipamentos, sistemas e processos construtivos de empresas participantes e que estejam em conformidade com o Programa Setorial da Qualidade (PSQ) correspondente ao seu âmbito de atuação no programa SiMaC do PBQP-H, do Inmetro ou de outro padrão certificado comprovado; especificar informações referentes aos impactos ambientais (quando existirem) e em conformidade com as fichas de informação do produto e as EPDs (Declarações Ambientais de Produto)1; especificar, no contrato com as empresas, que elas não deverão usar produtos classificados no grupo 1 da classificação das substâncias cancerígenas definidas pela International Agency for Research on Cancer 1 Exemplos de EPDs existentes: INIES (www.inies.fr) e RGMAT (www.rgmat.com.br). 12 (IARC) – Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer e pela agência da Organização Mundial da Saúde. (ver informações complementares); selecionar revestimentos de pisos considerando resistência ao desgaste em uso, resistência a cargas verticais concentradas (móveis), resistência à umidade, resistência ao ataque químico e resistência a manchas; selecionar fornecedores de serviços e fabricantes de produtos que não pratiquem a informalidade na cadeia produtiva; Agora, vamos dar exemplos de algumas pontuações para que você possa verificar como é possível dar um passo à frente para chegar a níveis superiores. Para obter deum a três pontos na categoria 2, durante a construção, por exemplo, é preciso: elaborar estudos de contribuição dos produtos à qualidade ambiental para subsidiar a escolha desses produtos e de sistemas construtivos de acordo com a norma ISO 21931 (EPDs e as fichas de informação de produto) (3 pontos); utilizar recursos naturais renováveis de madeira com apresentação de origem florestal (DOF) (de 1 a 5 pontos possíveis de acordo com a utilização na estrutura e nos elementos da obra); estudo de comparação de emissões de poluentes do ar para pelo menos um produto de acabamento para piso, parede ou forro (2 pontos). Para essa categoria e para edifícios residenciais, a pontuação é dada da seguinte forma: Nível B – Respeito ao nível base; Nível BP – Respeito ao nível base E – Soma dos pontos ≥ 6; Nível MP – Respeito ao nível base E – Soma dos pontos ≥ 12; Número de pontos disponíveis: 18. TEMA 5 – CERTIFICAÇÃO AQUA-HQE – CATEGORIA 3 – CANTEIRO DE OBRAS A categoria 3 corresponde aos critérios relacionados ao canteiro de obras e faz parte do grupo meio ambiente. Para os edifícios não residenciais, essa categoria estrutura-se da seguinte forma (Vanzolini, 2016, p. 34): 13 otimização da gestão dos resíduos do canteiro de obras; redução dos incômodos e da poluição causados pelo canteiro de obras; redução do consumo de recursos no canteiro de obras; consideração de aspectos sociais no canteiro de obras. No primeiro item, é nível base identificar e quantificar os resíduos produzidos no canteiro de obras (em toda a fase de construção), considerando a classe A, B, C ou D, conforme Resolução n. 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Conforme o art. 2º da Resolução Conama n. 307, de 5 de julho de 2002, os resíduos da construção civil são aqueles: provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. (Brasil, Conama, 2002). Segundo o art. 3º da Resolução Conama n. 469/2015, o qual altera o art. 3º da Resolução Conama n. 307/2002 e pelo qual se baseia a categoria 3 do AQUA-HQE, os resíduos da construção civil deverão ser classificados da seguinte forma: I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; IV - Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (Brasil, Conama). 14 Como item base, é preciso levar em consideração as cadeias de produção locais existentes, adequando-as corretamente e assegurando a destinação dos resíduos de modo correto. Para isso, os resíduos devem ser, primeiramente, quantificados para que possam ser estimados os percentuais de valorização, de modo a respeitar os resíduos que exijam controle, recuperando-os ou reciclando aqueles que excedam 1.100 litros/semana. Outro item base corresponde a adotar medidas de gestão e organização do canteiro a fim de reduzir a geração de resíduos por meio do aprimoramento de coleta, separação e acondicionamento. Limpeza semanal a fim de limitar incômodos visuais também faz parte do básico, assim como evitar a poluição das águas, do ar e do solo, controlar o impacto sanitário e limitar seus riscos, de modo a atender a todos os requisitos regulamentares. É ainda considerado base contribuir para a formalidade na cadeia produtiva da construção civil de modo a comprovar a formalidade fiscal e trabalhista da construtora. Vamos agora exemplificar algumas pontuações para que você possa verificar como é possível atingir níveis superiores. Para obter de um a três pontos na categoria 3, durante a construção, por exemplo, é preciso: adotar medidas técnicas ou organizacionais para que a produção de resíduos no canteiro de obras seja reduzida; tomar medidas contratuais com relação aos fornecedores para reduzir a massa de resíduos gerados no canteiro, objetivando a otimização da coleta, triagem e agrupamento; tomar medidas se houver incômodos acústicos aos vizinhos por meio de cronogramas das fases ruidosas. Pode-se conseguir pontos suplementares se houver monitoramento dos níveis de ruído ou vibrações por meio de dispositivos; preservar a biodiversidade; comprovar a formalidade trabalhista e fiscal de 100% das empresas subcontratadas pela construtora. É preciso lembrar que são necessárias justificativas satisfatórias e registros formais dos processos para que as pontuações sejam comprovadas. Para essa categoria, e para edifícios não residenciais, a pontuação é dada da seguinte forma: 15 Nível B – Respeito ao nível base; Nível BP – Respeito ao nível base E ≥ 35% dos pontos aplicáveis; Nível MP – Respeito ao nível B base ASE E – Soma dos pontos ≥ 60% dos pontos aplicáveis; Número de pontos disponíveis: BP = 15 e MP = 26. 16 REFERÊNCIAS BRASIL. CONAMA. Resolução Conama n. 307, DE 5 DE JULHO DE 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível EM: <http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=41637>. Acesso em: 9 nov. 2019. ______. CONAMA. Resolução n. 469, de 29 de julho de 2015. Altera a resolução Conama n. 307, de 5 de julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=714>. Acesso em: 9 nov. 2019. FUNDAÇÃO VANZOLINI; CERWAY. Referencial de avaliação da qualidade ambiental de edifícios residenciais em construção. São Paulo, abr. 2016. Disponível em: <https://vanzolini.org.br/aqua/wp- content/uploads/sites/9/2015/11/RT_AQUA-HQE-Edificios_residenciais-2016- 04.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2019. ______. Referencial de avaliação da qualidade ambiental de edifícios residenciais em construção. São Paulo, ago. 2018. Disponível em: <https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2018/08/RT_AQUA- HQE-Edificios_residenciais-2016-ad2018-08-03.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2019. PORTAL VANZOLINI. Certificação AQUA-HQE em detalhes. 2019. Disponível em: <https://vanzolini.org.br/aqua/certificacao-aqua-em-detalhes/>. Acesso em: 9 nov. 2019. http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=41637 http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=714 https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2015/11/RT_AQUA-HQE-Edificios_residenciais-2016-04.pdf https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2015/11/RT_AQUA-HQE-Edificios_residenciais-2016-04.pdfhttps://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2015/11/RT_AQUA-HQE-Edificios_residenciais-2016-04.pdf https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2018/08/RT_AQUA-HQE-Edificios_residenciais-2016-ad2018-08-03.pdf https://vanzolini.org.br/aqua/wp-content/uploads/sites/9/2018/08/RT_AQUA-HQE-Edificios_residenciais-2016-ad2018-08-03.pdf https://vanzolini.org.br/aqua/certificacao-aqua-em-detalhes/
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