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Sistemas Agroflorestais para Pequenas Propriedades do Semiárido Brasileiro - Módulo 3 - EMBRAPA

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Curso Sistemas agroflorestais para pequenas propriedades do semiárido
brasileiro.
Módulo 3. Sistema agroflorestal para pequenas propriedades no semiárido 
brasileiro
 
Objetivos Específicos
Descrever a tecnologia Sistema Agroflorestal para pequenas propriedades rurais no
Semiárido.
Conteúdo
Descrição de Sistema Agroflorestal para pequena propriedade rural no Semiárido.
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Descrição do SAF como solução tecnológica para pequena
propriedade do semiárido
3. Descrição do SAF a partir de critérios na adequação de 
sua implantação
Sistemas agroflorestais para pequenas propriedades no 
Semiárido brasileiro
1. Introdução
Ao se implantar um Sistema Agroflorestal no Semiárido
brasileiro devem ser observadas as características do
contexto local dos agroecossistemas.
No módulo 1, aprendemos os conceitos sobre Sistemas
Agroflorestais. Agora, destacaremos um dos conceitos de
Sistemas Agroflorestais que foi apresentado naquele módulo:
Conceito de Sistema Agroflorestal: Sustentável Sistema de
manejo da terra que aumenta o rendimento geral da terra e
combina a produção de culturas (incluindo as arbóreas) e
plantas florestais e/ou animais simultaneamente ou
sequencialmente sobre a mesma unidade de terra e aplica
práticas de manejo que são compatíveis com as práticas
culturais da população local (Nair, 1989).
Enfatizamos que nesse conceito a combinação de árvores
com culturas agrícolas ou com animais deve ser compatível
com as práticas culturais da população local.
Assim é que se propõe o SAF para pequena propriedade do
semiárido, ou seja, um Sistema Agroflorestal adequado para
condição fundiária da maioria dos agricultores familiares que
vivem nessa região.
Vamos conhecer mais sobre essa tecnologia? Mas só siga
para o tópico seguinte depois de conhecer mais sobre
contextos locais e perceber como os SAFs podem ser uma
inovação social no semiárido.
Assista a seguir a experiência de um projeto de
desenvolvimento rural sustentável no semiárido, o Projeto
Sustentare.
VÍdeo do projeto sustentare.
2. Descrição do SAF como solução tecnológica para 
pequena propriedade do semiárido
O SAF para pequena propriedade do semiárido é uma
solução tecnológica para implantar em agroecossistemas
familiares de tamanho menor que três hectares.
Esse SAF é adequado em sua implantação com a
participação dos (as) agricultores (as) (Imagem abaixo) na
distribuição das plantas e dos animais no tempo e na área do
SAF; na escolha de produtos e serviços a produzir; com
respeito a condição ambiental local e para gerar autonomia da
família no atendimento de demanda por alimento ou dos
mercados locais e regionais.
Essa participação dos agricultores famliares é facilitada por
meio do REDESENHO DE AGROECOSSISTEMAS
FAMILIARES.
Analise a seguir o programa de rádio (a sugestão é começar a
ouvir no tempo 2 minutos e 57 segundos até 5 minutos e 13
segundos) tentando perceber como se redesenha um
agroecossistema para adequar um Sistema Agroflorestal
em pequena propriedade rural no semiárido incluindo os
agricultores como participantes. Depois ouça as experiências
de agricultoras familiares sobre a adoção de SAFs (a partir
do tempo 8 minutos e 29 segundos) e uma fala técnica sobre
como esses sistemas podem ser adotados de forma
comunitária, passando de Práticas Agroflorestais para
Sistemas Agroflorestais. 
Programa Prosa Rural
Implantar esse SAF atende a demanda de construção de uma
agricultura sustentável (Imagem abaixo), é inovador
principalmente por resolver o problema da falta de tipo de
sistema agrossilvipastoril adequado aos minifúndios que é a
condição da maioria dos agricultores familiares.
Possibilita acabar com desmatamento e queimadas da
vegetação de caatinga (para fazer roçados), além de permitir
uma melhor integração entre homem, natureza e sociedade.
Atenção!
Existem outras propostas tecnológicas de SAFs para o
semiárido. Alguns exemplos desses SAFs são o Sistema
Caatinga, Bufel e Leguminosa (CBL), o SAF Sobral
(conhecido como sistema agrossilvipastoril) e a
frutiovinocultura.
Cada SAF foi criado em contextos que podem ser distintos
daquele para pequena propriedade do semiárido proposto
nesse curso.
Vamos ver no próximo tópico, quais critérios são levados em
conta como descritores na adequação de implantação do SAF
para pequena propriedade do semiárido.
3. Descrição do SAF a partir de critérios na adequação de 
sua implantação
Os critérios usados na implantação de um SAF para pequena
propriedade no semiárido são os mesmos aprendidos no
módulo 2 desse curso (para categorizar os tipos de SAFs),
são eles: Estrutural, Funcional, Ecológico e Socioeconômico.
O SAF para pequena propriedade do semiárido é
caracterizado, estruturalmente, como agrossilvipastoril, pela
natureza dos seus componentes, onde se combinam
agricultura, pecuária e floresta, com árvores e arbustos da
caatinga dispersos na área (tipo savana como arranjo
espacial). São formados multiestratos de plantas, ou seja,
coexistem os estratos árbóreo e arbustivo como componente
florestal e herbáceo com culturas agrícolas e forrageiras
nativas, sendo o uso agrícola no período chuvoso e o pastoril
no período seco do ano (quanto ao arranjo temporal).
Qual o passo a passo de implantação desse SAF?
1 - Iniciar a preparação da área no período seco do ano com
um raleamento da vegetação lenhosa da caatinga, ou seja,
com um corte seletivo de árvores e ou arbustos preservando
uma árvore a cada 14 passos, deixando a paisagem no
formato de uma savana, isto é, com as árvores espalhadas
(dispersas) na área;
2 - Retirar a madeira útil;
3 - Amontoar os garranchos em cordões perpendiculares ao
declive do terreno, ou seja, em forma de curva de nível com
largura de 30-40 cm e espaçados de 3 m;
4 - Se possível, no início do inverno, implantar linhas de
leguminosas em cada lado dos garranchos, usando o
espaçamento de 0,5 m entre plantas;
5 - Adubar a área com esterco;
6 - Fazer o plantio das culturas agrícolas nas faixas entre os
cordões de garranchos;
7 - Realizar capinas de ervas e o roço de controle de rebrotes
de árvores e arbustos;
8 - Realizar a colheita das culturas agrícolas;
9 – Retirar os restolhos culturais para suplementar os animais
no período seco. Se no primeiro ano as leguminosas não
tiverem sido implantadas, pode colocar os animais na área
com carga animal leve, caso contrário, as leguminosas não
podem ser usadas, porque precisam crescer para garantir o
seu estabelecimento na área;
10 – No início do ano seguinte repetir o passo sete;
11 - A cada início de inverno realizar os plantios agrícolas;
12 – Se as leguminosas foram implantadas no primeiro ano,
cerca de 70 dias após o início do inverno seguinte proceder
com o corte das leguminosas a uma altura de 20 – 30 cm e
usar a folhagem como adubo e realizar novo corte 60 dias
depois para e armazenar na forma de feno (forragem seca e
verde) para suplementar os animais;
13 – Após a colheita e recolhimento do restolho cultural, se as
leguminosas estiverem estabelecidas, a área pode ser usada
para pastoreio diário por uma hora por dia durante 35 a 40
dias. Regule a quantidade de animais considerando duas
vacas ou 12 ovelhas ou cabras por hectare. A segunda
entrada do rebanho será 84 dias depois com o mesmo
manejo diário. Se não houver leguminosas plantadas no SAF
o pastejo animal deve ser controlado até que 60% do total de
forragem produzida seja usada, pois os 40% restante deve
ficar para cobertura do solo e ressemeadura natural.
TOME NOTA!
ACIMA FORAM DESCRITAS VÁRIAS OPERAÇÕES ESPECÍFICAS DE
MANEJO NO ARRANJO ESPACIAL E TEMPORAL DOS COMPONENTES DO
SAF, OU SEJA, HÁ VÁRIAS PRÁTICAS AGROFLORESTAIS. 
Funcionalmente, é um SAF de proteção, umavez que
preserva a biodiversidade de espécies lenhosas da caatinga e
elimina o uso do fogo no preparo de áreas para cultivos
agrícolas na caatinga.
No passo a passo de implantação desse SAF como a
funcionalidade PROTETIVA do componente arbóreo ganha
destaque?
1 – Ao se preparar a área com um corte seletivo de árvores e
ou arbustos (raleamento da caatinga) se PRESERVA A
BIODIVERSIDADE DE PLANTAS LENHOSAS DA CAATINGA
E SE ELIMINA O USO DO DESMATAMENTO TOTAL.
Como exemplo, no território de Sobral (no Ceará), as plantas
lenhosas que são encontradas e podem ser preservadas nos
SAFs em pequenas propriedades rurais são: 
Ameixa (Ximenia americana L) Jurema preta (Mimosa tenuiflora L)
Ateira (Annona squamosa L) Mofumbo (Combretum leprosum
Mart.)
Cajueiro (Anacardium occidentale L) Pau branco (Auxemma oncocalyx L)
Catingueira (Poincianella pyramidalis 
(Tul.) L. P.
Queiroz)
Pereiro (Aspidosperma pyrifolium
Mart.)
Feijão bravo (Capparis flexuosa L) Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia 
Benth.)
Jucá (Caesalpinia ferrea var. 
leiostachya)
Sabonete (Sapindus saponaria L)
2 – Com a retirada da madeira útil, os garranchos que sobram
são amontoados em cordões perpendiculares ao declive do
terreno (forma de curva de nível). ASSIM, É NOTÓRIO QUE A
PRÁTICA DE USO DO FOGO É ABANDONADA PELOS
AGRICULTORES. 
3 – Se for implantado as linhas de LEGUMINOSAS, estas
servirão para COBERTURA DO SOLO por ocasião dos cortes
que podem ser feitos no período de inverno.
4 – A BIOMASSA originada do roço de controle de
REBROTES DE ÁRVORES E ARBUSTOS também servem
como COBERTURA DE SOLO.
Ecologicamente, é implantado com tecnologias de
sustentabilidade ambiental como as técnicas do raleamento e
rebaixamento da vegetação de caatinga; a não manipulação
dessa vegetação em terrenos declivosos ou próximos de
riachos; o uso de enleiramento e/ou cordões de plantio em
curvas de nível e consórcio de diversas culturas agrícolas (ex.
milho, feijão, jerimum).
LEMBRANDO!
- AS TECNOLOGIAS UTILIZADAS DEVEM SER DE BAIXO IMPACTO
AMBIENTAL E IDENTIFICADAS COM A SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA,
COM A ESTABILIDADE E COM A RESILIÊNCIA FRENTE AS VARIAÇÕES
DOS FATORES AMBIENTAIS.
A necessidade de manter preservado o componente arbóreo
no SAF desempenha importante papel na cobertura do solo
pela queda de folhas; redução de temperatura local por meio
da sombra da copa das árvores e redução das perdas de
água do sistema.
Os garranchos picotados e dispostos em cordões
perpendiculares ao declive do terreno evita erosão do solo
pela água das chuvas (hídrica) e erosão pelo vento (erosão
eólica).
A não utilização da queima da vegetação favoreceu a
preservação da fauna do solo, como por exemplo o
aparecimento de minhocas que é um indicador de
sustentabilidade ambiental e indicativo de melhoria da
fertilidade do solo, decorrente da decomposição de material
vegetal e formação de húmus.
O estabelecimento de culturas agrícolas em consorciação
entre as leiras, evita o desmatamento de novas áreas para
plantios tradicionais.
As leguminosas plantadas em linhas (aléias) depositam
nitrogênio no solo através da simbiose de raízes com
bactérias do gênero rizóbio aumentando o aporte nutricional
para as plantas e aumentando a autonomia do sistema em
termos de suprimento de adubo.
Do ponto de vista socioeconômico, promove a integração
social pela partilha de conhecimentos e mão-de-obra (gestão
de bens comuns) durante a sua implantação e utiliza baixa
quantidade de insumos externos, ou seja, aproveita os
insumos disponíveis na comunidade como estacas,
sementes, adubo (esterco caprino), animais. Além disso gera
uma variedade de produtos e serviços agroflorestais
contribuindo com a autonomia dos agricultores familiares no
atendimento de suas demandas alimentares e de mercados
locais porque possibilita a venda de produtos na comunidade
em festejos, para vizinhos e consumidores externos e em
feiras fora da comunidade.
Fique por dentro para inovar!
O que é o manejo da caatinga com as técnicas de raleamento
e rebaixamento? Como essas técnicas auxiliam na inovação
com SAFs no semiárido?
Conheça a seguir mais um programa Prosa Rural da
Embrapa, agora sobre manejo da caatinga.
Prosa rural sobre manejo da caatinga.
Dica!
Leia mais sobre o assunto!
Na página de acesso a esse módulo está disponível uma
publicação da Série Embrapa sobre o SAF apresentado neste
módulo.

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