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Direito Administrativo (38)

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professor: Dr. Marcel Leonardi
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL
Capítulo 3 Aula 2 
DA NULIDADE DOS 
ATOS JURÍDICOS - PARTE I
Coordenação: Dr. Flávio Tartuce
01
Da Nulidade dos Atos Jurídicos - Parte I
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
www.r2direito.com.br
Pelo artigo 138 do Código Civil, o negócio jurídico apenas produzirá efeitos jurídicos se a declaração de 
vontade das partes não surgiu de erro substancial. Ou seja, se não existir correspondência entre a vontade 
declarada e aquela que a pessoa quis exteriorizar, o negócio jurídico será viciado ou deturpado, tornando-se 
anulável. 
O erro é uma noção inexata sobre um elemento que influencia a formação da vontade do declarante, que a 
emitiria de maneira diversa da que manifestou se conhecesse esse erro. Para viciar a vontade e anular o 
negócio jurídico, o erro deverá ser substancial, escusável e real. Escusável, no sentido de que há de ter por 
fundamento uma razão plausível, ou ser de tal monta que qualquer pessoa de atenção ordinária ou de 
diligência normal seria capaz de cometê-lo, em face das circunstâncias do negócio. O erro também tem que 
ser real, ou seja, acarretar efetivo dano para o interessado. O erro substancial é erro de fato por recair sobre 
circunstância de fato, ou seja, sobre as qualidades essenciais da pessoa ou da coisa. Poderá abranger o erro 
de direito, relativo à existência de uma norma jurídica dispositiva, desde que afete a manifestação da 
vontade, caso em que viciará o consentimento.
O Código Civil menciona no artigo 139 as hipóteses de erro substancial: a) erro sobre a natureza do negócio 
jurídico; b) erro sobre o objeto principal da declaração; e c) erro sobre alguma das qualidades essenciais do 
objeto. Existe erro substancial sobre a natureza do negócio jurídico, p. ex: se uma pessoa pensa que está 
vendendo uma casa e a outra a recebe a título de doação. Não se terá um real acordo de vontades, pois um 
dos contratantes supõe realizar um negócio e o consentimento do outro se dirige a um contrato diverso, o 
que permite a anulação do negócio pelo erro. Teremos erro substancial sobre o objeto principal da 
declaração quando o objeto não é pretendido pelo agente (p. ex: se um contratante supõe estar adquirindo 
um lote de terreno de excelente localização, quando na verdade está comprando um situado em péssimo 
local). Teremos erro sobre a qualidade essencial do objeto quando, por exemplo: se a pessoa pensa adquirir 
um relógio de prata que, na realidade, é de aço. Já o erro sobre as qualidades essenciais da pessoa, 
atingindo sua identidade física ou moral, poderá tornar o ato anulável, desde que a consideração pessoal 
era condição primordial para a efetivação daquele ato. Logo, em negócio em que a prestação possa ser 
executada por qualquer pessoa, mesmo que o contratante tenha errado na designação desta, não será tal 
erro causa determinante da anulação do negócio jurídico. Assim, se alguém num contrato de sociedade 
pensar que se está associado a uma pessoa de reconhecida idoneidade moral, mas vem a contratar com 
outra que, tendo o mesmo nome, é idônea ou desonesta, anulável será o ato.
O erro de direito não consiste apenas na ignorância da norma jurídica, mas também em seu falso 
conhecimento e na sua interpretação errônea, podendo ainda abranger a idéia errônea sobre as 
conseqüências jurídicas do negócio jurídico. Se o erro de direito afetar a manifestação de vontade, tendo 
sido o principal ou o único motivo da realização do negócio jurídico, sem, contudo, importar em recusa à 
aplicação da lei, vicia o consentimento. Para anular o negócio não poderá, contudo, recair sobre norma 
cogente, mas tão-somente sobre normas dispositivas, sujeitas ao livre acordo das partes.
Aula 2
02
O artigo 140 menciona que o falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão 
determinante. Isso significa que o erro relativo ao motivo do negócio, seja ele de fato ou de direito, não é 
considerado essencial, logo não poderá acarretar a anulação do negócio jurídico. O falso motivo, em regra, 
não vicia o negócio jurídico, a não ser quando ele for a razão determinante da declaração de vontade. Por 
exemplo, se alguém vier a doar ou legar um prédio a outrem, declarando que o faz porque o donatário ou 
legatário lhe salvou a vida, se isso não corresponder à realidade, provando-se que o donatário nem mesmo 
havia participado do referido salvamento, o negócio estará viciado, sendo, portanto, anulável. Isto é assim 
porque a causa é uma razão de ser intrínseca da doação. 
É importante considerar também o meio de transmissão da vontade. O artigo 141 do Código diz que a 
transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a 
declaração direta. Isso significa que se alguém recorrer a rádio, televisão, telefone, mensageiro, Internet, 
etc., para transmitir uma declaração de vontade, e o veículo utilizado fizer essa transmissão com incorreções, 
acarretando uma desconformidade entre a vontade declarada e a vontade real, será possível alegar que 
houve erro, nas mesmas condições em que seria possível fazer isso se houvesse declaração entre presentes. 
Ou seja, se uma declaração de vontade com certo conteúdo for transmitida com conteúdo diverso, o 
negócio poderá ser passível de nulidade relativa, porque a manifestação de vontade do emitente não 
chegou corretamente à outra parte. Se, contudo, a alteração não vier a prejudicar o real sentido da 
declaração expedida, o erro será insignificante e o negócio efetivado prevalecerá.
Pelo artigo 142 do Código, o erro acidental não induz anulação do negócio jurídico por não incidir sobre a 
declaração da vontade, se puder, por seu contexto e pelas circunstâncias, identificar a pessoa ou a coisa. 
Assim, o erro sobre a qualidade da pessoa, de ser ela casada ou solteira, não terá o condão de anular um 
legado que lhe for feito, se puder identificar a pessoa visada pelo testador, apesar de ter sido erroneamente 
indicada.
Já o artigo 143 trata do erro de cálculo, que diz respeito a um engano sobre peso, medida ou quantidade do 
bem. Assim, é um erro acidental, e não induz à anulação do negócio, por não incidir sobre a declaração da 
vontade. Ele apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
Pelo artigo 144, o erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a 
manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real da 
manifestante. Ou seja: se "A" pensar que comprou o lote n. 4 da quadra x, quando, na verdade, adquiriu o 
lote n. 4 da y, ter-se-á erro substancial, que não invalidará o negócio jurídico se o vendedor vier a entregar-
lhe o lote n. 4 da quadra x, visto que não houve qualquer prejuízo a "A", diante da execução do negócio em 
conformidade com a sua vontade real.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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03
O artigo 145 diz que os negócios jurídicos são anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Dolo é o 
emprego de um artifício astucioso para induziralguém à prática de um ato que o prejudica e aproveita ao 
autor do dolo ou a terceiro. Assim, o dolo principal é aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual ele 
não se teria concluído, acarretando a anulação daquele negócio jurídico. 
Para que o dolo principal se configure e torne passível de anulação o negócio jurídico, será preciso que: a) 
haja intenção de induzir o declarante a praticar o negócio lesivo à vítima; b) os artifícios maliciosos sejam 
graves, aproveitando a quem os alega, por indicar fatos falsos, por suprimir ou alterar os verdadeiros ou por 
silenciar algum fato que se devesse revelar ao outro contratante; c) seja a causa determinante da declaração 
da vontade, cujo efeito será a anulabilidade do ato, por consistir num vício de consentimento; d) proceda do 
outro contratante, ou seja, deste conhecido, se procedente de terceiro.
O artigo 146 trata do dolo acidental, que é o que leva a vítima a realizar o negócio, porém, em condições 
mais onerosas ou menos vantajosas, não afetando sua declaração de vontade, embora venha a provocar 
desvios, não se constituindo vício de consentimento, por não influir diretamente na realização do negócio 
jurídico que se teria praticado independentemente do emprego das manobras astuciosas. Assim, o dolo 
acidental, por não ser vício de consentimento nem causa do contrato, não acarretará a anulação do 
negócio, obrigando apenas à satisfação de perdas e danos ou a uma redução da prestação convencionada.
O artigo 147 fala mais a respeito do dolo. O dolo positivo é o artifício astucioso decorrente de ato comissivo 
em que a outra parte é levada a contratar força de afirmação falsa sobre a qualidade da coisa. O dolo 
negativo é a manobra astuciosa que constitui uma omissão dolosa ou reticente para induzir um dos 
contratantes a realizar o negócio. Ocorrerá quando uma das partes vier a ocultar algo que a outra deveria 
saber e se sabedora não teria efetivado o negócio jurídico. Por exemplo, se alguém fizer seguro de vida, 
omitindo moléstia grave, e vier a falecer poucos meses depois, tratar-se-á de manobra maliciosa por 
omissão, em que houve intenção de lesar a seguradora e de beneficiar os sucessores. O dolo negativo 
acarretará anulação do ato se for dolo principal. Para que o dolo negativo se configure deverá haver: a) um 
contrato bilateral; b) intenção de induzir o outro contratante a praticar o negócio jurídico; c) silêncio sobre 
uma circunstância ignorada pela outra parte; d) relação de causalidade entre omissão intencional e a 
declaração volitiva; e) ato omissivo do outro contratante e não de terceiros; e f) prova de não-realização do 
negócio se o fato omitido fosse conhecido da outra parte contratante.
O artigo 148 fala em anulação do negócio jurídico por dolo de terceiro. Se o dolo for provocado por terceira 
pessoa a mando de um dos contratantes ou com o concurso direto deste, o terceiro e o contratante serão 
tidos como autores do dolo. Podem-se apresentar três hipóteses: a) o dolo poderá ser praticado por terceiro 
com a cumplicidade de um dos contratantes; b) o artifício doloso advém de terceiro, mas a parte a quem 
aproveita o conhece ou o devia conhecer; e c) o dolo é obra de terceiro, sem que dele tenha ciência o 
contratante favorecido. Se o dolo de terceiro apresentar-se por cumplicidade de um dos contratantes ou se 
este, dele tiver conhecimento, o negócio jurídico será anulado, por vício de consentimento, e se terá 
indenização de perdas e danos a que será obrigado o autor do dolo, mesmo que o negócio jurídico subsista. 
Se o contratante favorecido não tiver conhecimento do dolo do terceiro, o negócio efetivado continuará 
válido, mas o terceiro deverá responder pelos danos que causar. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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04
Pelo artigo 149, o dolo de representante legal ou convencional de uma das partes não pode ser considerado 
de terceiro, pois, nessa qualidade, age como se fosse o próprio representante, sujeitando-o à 
responsabilidade civil até a importância do proveito que tirou do negócio jurídico, com ação regressiva 
contra o representante.
O representado deverá restituir o lucro ou vantagens oriundas do ato doloso de seu representante ante o 
princípio que veda o enriquecimento sem causa, tendo, porém, ação de regresso e, se o representante for 
convencional, o representado responderá, com ele, por tê-la nomeado em mandato, solidariamente por 
perdas e danos. Se o dolo do representante de um dos contratantes for a causa determinante do negócio 
jurídico, este será passível de anulação pela outra parte, que também poderá exigir o ressarcimento dos 
danos sofridos. Não tendo sido o dolo do representante a causa determinante do negócio jurídico, 
caracterizando-se como dolo acidental, não se terá anulabilidade do ato, pois o contratante enganado 
apenas poderá mover ação de indenização das perdas e danos, e o representado será responsável somente 
pelos limites do proveito que obteve, embora tenha ação regressiva por esta importância contra seu 
representante.
O artigo 150 menciona que pode haver dolo de ambas as partes que agem dolosamente, praticando ato 
comissivo ou omissivo, configurando-se torpeza bilateral. Se o negócio jurídico foi realizado em virtude de 
dolo principal ou acidental de ambos os contratantes, não poderá ser anulado, nem se poderá pleitear 
indenização; tem-se aqui uma neutralização do delito porque há compensação entre dois ilícitos; a ninguém 
caberá se aproveitar do próprio dolo. Assim, se ambas as partes contratantes se enganarem reciprocamente, 
uma não poderá invocar contra a outra o, dolo.
O artigo 151 trata da coação, que é qualquer pressão física ou moral exercida sobre a pessoa, os bens ou a 
honra de um contratante para obrigá-lo a efetivar certo negócio jurídico. Ela pode ser a) física, se houver 
constrangimento corporal que venha a retirar toda a capacidade de querer de uma das partes, implicando 
ausência total de consentimento, o que acarretará a nulidade absoluta do negócio, não se tratando, assim, 
de vício de vontade; e b) moral, se atuar sobre a vontade da vítima, sem aniquilar-lhe o consentimento, pois 
ela conserva relativa liberdade, podendo optar entre a realização do negócio que lhe é exigido e o dano com 
que é ameaçada. Trata-se de modalidade de vício de consentimento, permitido que o coacto emita uma 
declaração de vontade, embora maculada, acarretando a anulabilidade do negócio por ele realizado. Para 
que haja coação moral, suscetível de anular negócio jurídico, será preciso que a) seja a causa determinante 
do negócio jurídico, pois deverá haver um nexo causal entre o meio intimidativo e o ato realizado pela vítima; 
b) incuta à vítima um temor justificado, por submetê-la a uma ameaça (morte, cárcere privado, desonra, 
mutilação, escândalo), fazendo-a ter medo da continuação ou do agravamento do mal se não manifestar 
sua vontade no sentido que se lhe exige; c) o temor diga respeito a um dano iminente, suscetível de atingir a 
pessoa da vítima, sua família os seus bens. E, se o ato coativo disser respeito a pessoa não pertencente à 
família da vítima, o Judiciário decidirá se houve ou não a coação; d) o dano seja considerável ou grave, 
podendo ser moral, se a ameaça se dirigir contra a vida, liberdade, honra da vítima ou de pessoa de sua 
família, ou patrimonial, se a coação disser respeito aos seus bens. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, porqualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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05
O artigo 152 trata também da coação, e adotou um critério subjetivo, exigindo que o órgão judicante, ao 
detectar a anulabilidade do ato jurídico viciado, se atenha à análise de condições personalíssimas de quem 
se diz coagido, da ocasião e do modo pelo qual foi levado a realizar o negócio. Isto é assim porque a lei, ao 
pressupor que todos somos dotados de certa energia ou grau de resistência, não desconhece que sexo, 
idade, saúde, condição social e temperamento podem tornar decisiva a coação, que, exercida em certas 
circunstâncias, pode pressionar e influir mais poderosamente.
O artigo 153 pondera que a ameaça do exercício normal de um direito exclui a coação, porque se exige que 
a violência seja injusta. Desse modo, se um credor de dívida vencida e não paga ameaçar o devedor de 
protestar o título e requerer falência, não se configurara a coação por ser ameaça justa que se prende ao 
exercício normal de um direito; logo, o devedor não poderá reclamar a anulação do protesto. Já o temor 
reverencial é o receio de magoar ou desgostar um ascendente ou pessoa a quem se deve obediência e 
respeito. Ele não poderá anular o negócio, desde que não esteja acompanhado de ameaças ou violências 
irresistíveis.
O artigo 154 destaca que a coação exercida por terceiro vicia o negócio jurídico, causando sua 
anulabilidade, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento o contratante que dela se aproveitar. Nesses 
casos, para apurar a responsabilidade civil, é preciso verificar se a parte a quem aproveite dela teve prévio 
conhecimento, pois esta responderá solidariamente com o coator por todas as perdas e danos causados ao 
coacto. Além da anulação do negócio jurídico pelo vício de consentimento, a vitima terá o direito de ser 
indenizada pelo prejuízos sofridos, ficando solidariamente obrigados a isso o autor da coação e o outro 
contraente que dela teve ciência e auferiu vantagens.
Pelo artigo 155, o negócio jurídico terá validade se a coação for decorrente de terceiro, sem que o 
contratante com ela beneficiado tivesse ou devesse dela ter conhecimento, mas o autor da coação terá 
responsabilidade pelas perdas e danos sofridas pelo coacto.
O artigo 156 fala do estado de perigo, em que há temor de grave dano moral ou material à própria pessoa 
ou a parente seu, que compete o declarante a concluir contrato, mediante prestação exorbitante. A pessoa 
natural, premida pela necessidade de salvar-se, a si própria ou a um familiar seu de algum mal conhecido 
pelo outro contratante, vem a assumir obrigação demasiadamente onerosa. Por exemplo, a venda de uma 
casa por preço fora do valor de mercado para pagar um débito assumido em razão de urgente intervenção 
cirúrgica, por encontrar-se o paciente em perigo de vida.
O artigo 157 cuida da lesão, que é um vício de consentimento decorrente do abuso praticado em situação 
de desigualdade de um dos contratantes, por estar sob premente necessidade, ou por inexperiência, visando 
protegê-lo, ante o prejuízo sofrido na conclusão do contrato, devido à desproporção existente entre as 
prestações das duas partes, dispensando-se a verificação do dolo, ou má-fé, da parte que se aproveitou. A 
desproporção das prestações, ocorrendo lesão, deverá ser apreciada segundo os valores vigentes ao tempo 
da celebração do negócio jurídico pela técnica pericial e avaliada pelo magistrado. 
Se a desproporcionalidade for superveniente à formação do negócio, será juridicamente irrelevante. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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06
O artigo 158 trata da fraude contra credores, que constitui a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que 
desfalcam seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos 
direitos creditórios alheios. Dois são seus elementos: o objetivo, que é todo ato prejudicial ao credor, por 
tornar o devedor insolvente ou por ter sido realizado em estado de insolvência, ainda quando o ignore, ou 
ante o fato de a garantia tornar-se insuficiente; e o subjetivo, que é a má-fé, a intenção de prejudicar do 
devedor ou do devedor aliado a terceiro, ilidindo os efeitos da cobrança. É importante não confundir fraude 
contra credores e fraude de execução. A fraude contra credores existe quando ocorre a alienação de bens 
para lesar credores. A fraude de execução existe quando ocorre a alienação de bens do devedor que já 
estavam comprometidos por uma obrigação sua, desde que esteja em curso alguma ação movida contra ele 
e desde que a execução recaia futuramente sobre esses bens. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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