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HEPATITES VIRAIS Dados para diferenciação das hepatites virais Tamanho do vírus: • A: 27nm • B: 42nm • C: 60nm • ∆: 35-27nm • E: 32-34nm Ácido nucleico: • A: RNA • B: DNA • C: RNA • ∆: RNA • E: RNA Marcadores sorológicos: • A: Anti-HVA; IgM • B: HBsAg; Anti-HBC; IgM • C: anti-HCV • ∆: anti ∆; IgM / IgG • E: IgM; Anti-E Período de incubação: • A: 2-6 semanas • B: 45 a 180 dias • C: 15-84 dias • ∆: 28-140 dias • E: +/- 20 - 70 dias Suscetibilidade em chimpanzés: • A: sim • B: sim • C: sim • ∆: portadores HbsAg • E: sim Principal via transmissora: • A: oral-fecal • B: parenteral • C: parenteral • ∆: parenteral • E: oral-fecal Estado portador: • A: não • B: sim • C: sim • ∆: sim • E: não Hepatite crônica: • A: não • B: sim • C: sim • ∆: sim • E: não descrita Hepatocarcinoma; • A: não • B: sim • C: sim • ∆: desconhecido • E: desconhecido Classe: • A: pxcomavírus • B: hep. DNA vírus • C: flavivírus • ∆: RNA vírus • E: calicivírus Outros vírus podem afetar o fígado, porém esses supracitados são hepatotróficos, tem uma “atração" pelo fígado. Vírus A, não cronifica. Existe vacina. Mais comum em pacientes homens que tem práticas homossexuais. Vírus B, único vírus DNA. Mais comum Potencial lipogênico enorme, maior causa de CA de fígado. Vírus C, RNA Transmissão parenteral, muito associado ao uso de drogas e vida sexual Causa cronicidade. Vírus ∆, menos comum. O vírus ∆ infecta o vírus B, levando a um potencial de agressividade muito grande. Mais comum na região norte do Brasil. Vírus E, RNA Tido como zoonose, transmissão oral-fecal Pouco comum na região. HBV MARCADORES Componentes: • Antígeno “s” - antígeno de superfície do vírus B. • Antígeno “c" • Antígeno “e” - antígeno de replicação, representa a replicação do vírus. Sorologia: • HbsAg (se paciente tem o vírus) / Anti- HBs (se paciente está curado ou vacinado) • anti-HBC (total, IgM) • HbeAg / anti-Hbe Virologia: • HBV-DNA qualitativo • HBV-DNA quantitativo IMPACTO GLOBAL DA HEPATITE B 2 bilhões com infecção por VHB passada/ presente 25 a 40% desenvolvem insuficiência hepática, cirrose, ou CHC. 350-400 milhões de pessoas com Hepatite B crônica ≈ 1 milhão/ano morrem de doença hepática relacionada com HBV. 10ª causa de morte no mundo. Liderança de causa por cirrose e CHC no mundo. 80% do CHC (carcinoma hepatocelular) na ásia americana é causada por HBV HBV é a liderança em causa de morte por câncer no mundo. HBV tem potencial oncogênico altíssimo, só perde para o cigarro. No Brasil, a incidência é muito alta na região Norte. Grupos de Doenças Investigadas Doenças que cursam com síndrome febril íctero-hemorrágica aguda • Dengue • Meningococcemia • Hantavírus • Riquetsiose • Hepatites virais • Febre amarela • Febre purpúrica brasileira • Doença de vias biliares • Malária • Sepse • Febre tifóide • Leptospirose • Outras arboviroses HBV: GENÓTIPOS Mais de 8% de divergência no genoma e mais de 4% no gene S (subgenotipos) 8 genótipos identificados: A, B, C, D, E, F, G, H (distribuição geográfica heterogênea) Tratamento realizado da mesma forma. No vírus C também existem subgenótipos, os quais fazem diferença na hora do tratamento, diferente do HBV. TRANSMISSÃO DO VHB Transmissão Horizontal DOADOR -> RECEPTOR Via parenteral: reconhecida e não reconhecida ex.: agulhas contaminadas; acidente profissional; transfusão sanguínea Via sexual pode chegar a 50%. 6% dos infectados após 5 anos de idade se tornam cronicamente infectados. Transmissão Vertical MÃE -> RN 90% das crianças infectadas se tornam cronicamente infectados. Não há nenhum fator de risco claro em 20-30% dos pacientes. HISTÓRIA NATURAL DA HEPATITE B CRÔNICA Hepatite aguda Depois do primeiro contato do paciente com o vírus, a ordem cronológica dos marcadores será: 1 mês: HBV DNA 1-2 meses: HbsAg; HbeAg; ALT 3 meses: anti-HBe; IgM anti-HbC; Anti- HbC (início do combate ao vírus); queda do HBV DNA 5 meses: Anti-Hbs (imunidade ao vírus) Os sintomas agudos são: dor, mal estar, febre. Hepatite crônica Após 6 meses, cronifica. HbsAg, HBV DNA - positivos anti-HBC marcador de contato, se mantém alto. Portador inativo. O corpo tenta a todo momento combater o vírus. Um marcador disso é o ALT que sobe e desce. Quando sobe consegue eliminar antígeno de replicação (período de flares). Fases Evolutivas da Hepatite B Crônica A maior parte dos pacientes portadores de hepatite B se encontram na fase de reativação (mutante pre-core) HBV DNA: volta a subir, vírus volta a replicar (vírus mutante) HBeAg negativo Anti-Hbs positivo Evolução da Infecção pelo VHB AVALIAÇÃO DOS PACIENTES COM INFECÇÃO CRÔNICA PELO VHB • História, exame físico, função hepática, perfil enzimático, hemograma • Afastar doenças hepáticas associadas (álcool, NASH - esteatohepatite não alcoólica) e outras hepatites virais (C, ∆) e infecção pelo HIV • Sorologias - AgHbs, anti-HbC, AgHbe, anti-Hbe (replicação viral) • Biópsia hepática / elastografia • Testes moleculares (PCR quantitativo) • Genotipagem • Screening para hepatocarcinoma: alfa1 fetoproteína e US abdominal INDICAÇÃO DE TRATAMENTO ANTI- RETROVIRAL Critérios Gerais: • DNA-VHB > 2000 UI/ml (1UI/ml = 5,6 cps / ml) • Valores das aminotransferases: ALT > 2x • Histologia ≥ A2 e/ou F2 (METAVIR) • Outros: idade, comorbidades e efeitos adversos das drogas. HEPATITE C ≈ 3% da população mundial infectada. 70 milhões de pessoas com infecção crônica. Existem subgenótipos que merecem investigação para escolha do melhor tratamento, diferente do vírus B que independe do genótipo para o tratamento TRANSMISSÃO Principal tipo de transmissão: Drogas endovenosas 1. Sangue contaminado: exposição percutânea/mucosa 2. Drogas ilícitas (EV/nasal); 3. Equ ipamentos compar t i l hados : tatuagens, piercing e objetos pessoais (escova de dentes, barbeadores, para depi lação e inst rumentos para pedicure/manicure) 4. Ocupacional 5. Transfusão 6. Sexual e perinatal Fatores associados: • Co-Infecção com HIV: (HIV +) vs (HIV -) • Sexo desprotegido, drogas ilícitas; homossexulidade - > número de parceiros e sexo traumático; > viremia • > número de parceiros sexuais: HSH, DST, Tempo de exposição Aconselhamento: • Casais discordantes • No domicílio: materiais cortantes • Usuários de drogas EV e inalarias HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO PELO VHC Início da infecção é habitualmente desconhecida Assintomática em 50-90% dos casos Evolução para cronificação em 50-90% dos casos. Fase crôn ica é ass in tomát ica ou oligossintomática A e v o l u ç ã o p a r a c i r r o s e e descompensação é prolongada e variável: até > 40 anos. - Acelerada por cofatores: álcool > idade; comodidade (DM, HIV, outros) - Interrompida: tratamento M a n i f e s t a ç õ e s e x t r a h e p á t i c a s : crioglobulinemia; líquen plano; porfiria cutânea tardia; GNM; linfoma NH. DIAGNÓSTICO HCV-RNA (+) = detecção no soro 1 a 2 semanas após o contato. Soroconversão (ELISA) - Anti-HCV 2 a 6 meses após o contato (média: 4-8 semanas) Duração da fase aguda: até 6 meses Infecção Aguda pelo VHC 15-50%: cura completa. ALT normal / RNA-VHC (-). 50-85%: infecção crônica • 60-70%: ALT elevada; PCR-RNA (+) • 25-40% ALT normal; PCR-RNA (+) Hepatite C é uma doença curável. RVS = considerada a “cura" do HCV. - A s s o c i a d o c o m r e d u ç ã o d a morbimortalidade. HBV: tratamento leva a remissão contínua HIV: tratamento leva a remissão contínua HCV: tratamento leva a eliminação do HCV e consequente cura. O TRATAMENTO IDEAL • Potência elevada • Posologia fácil: tudo via oral, uma tomada diária, poucos comprimidos• Alta barreira genética à resistência viral • Segurança / tolerabilidade: poucos Efeitos Adversos fáceis de manejar • Regime simples de tratamento: curta duração, sem regras de parada • Pan-genotípica 1. Inibidores de Protease: • NS3/4A • Telaprevir, boceprevir, simeprevir e asunaprevir Primeira geração: potentes contra genótipo 1 Seunda geração: ação pangenotípica (potência média/baixa) 2. Inibidores de RNA-Polimerase NS5B • Sofosbuvir A n á l o g o d e n u c l e o t í d e o - a ç ã o pangenotípica 3. Inibidores NS5A • Declatasvir Alta potência; pangenotípica 4. Sofosbuvir 400mg + Ledipasvir 90mg 5. 3D: Paritaprevir / Ombistavir (50mg / 75mg / 12,5mg) + Dasabuvir 250mg • P a r i t a p r e v i r : i n i b i d o r N S 3 / 4 A ; Oombistavir: inibidor NS5A; Dasabuvir: i n i b i d o r R N A p o l i m e r a s e , n ã o nucleosídeo SEGUIMENTO E EVOLUÇÃO Segurança dos esquemas: poucos efeitos adversos Poucas interações droga x droga Avaliação pós tratamento: • HCV-RNA com 12 semanas após tratamento, se INDETECTÁVEL = CURA.
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