Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISMENORREIA Menstruação difícil e desagradável Dor ao menstruar (cólica menstrual) - dura em torno de 3-4 dias. Sintomas gerais na menstruação: • Náuseas • Diarreia • Dispneia • Cefaleia • Enxaqueca Desconforto leve em baixo ventre no primeiro dia menstrual Formas mais intensas de dismenorreia - 600.000.000 horas de trabalho perdidas ao ano nos EUA = 2 bilhões de dólares Brasil: 70% das mulheres jovens com padrão familiar. PRIMÁRIA OU ESSENCIAL Relacionada com fatores intrínsecos ao útero Autolimitada; relacionada à transtornos na produção de prostaglandinas; tende a melhorar pós gestação. SECUNDÁRIA Aparecimento tardio após anos de ciclos normais ou caráter crescente do quadro doloroso, pode ser sintoma de outra doença: • Endometriose, Adenomiose ou Miomatose • Estenose de colo, hímen imperturbado, septo vaginal transverso • Infecções: DST e DIP • Síndrome da congestão pélvica • DIU Importante: Aspectos indicativos de risco de dismenorreia secundária: • Aparecimento após 25 anos de idade • Sangramento Uterino Anormal • Dor lateralizada • Ausência de efeitos colaterais associados à menstruação • Presença de dispareunia - clássica da endometriose • Progressão sintomática DISMENORREIA PRIMÁRIA Aparecimento em períodos variáveis após a menarca (em média 12 a 24 meses) Padrão constante de dor em dias menstruais Caráter eventualmente crescente da dor Padrão de aprendizado - aprende a ter dor Interação com fatores emocionais - piora ou dura mais tempo, o bem-estar pode ter efeito reverso. Diagnóstico de exclusão em mulheres mais velhas - sempre investigar fatores causais de dismenorreia secundária ETIOLOGIA Teoria Psicogênica Importante em alguns casos (geralmente secundária) Estenose de colo uterino Pouco significativa Prostaglandinas Mais aceita (PGE x PGF = vasoconstrição - isquemia transitória) Ao descamar o endométrio, são liberados PGE e PGF mediadores de processo inflamatório, causando contração da musculatura uterina. Prostaglandina: contração de musculatura -> útero contrai como se fosse uma contração de parto (contrai e permanece contraído), é diferente de contração intestinal (espasmódica, contrai x relaxa) Músculo uterino fica em volta de vasos, conforme contrai, realiza vasoconstrição, causando uma isquemia, portanto, DOR DE ISQUEMIA - até o útero relaxar e iniciar novamente. Te r a p i a d i r e t a : i n i b i d o r e s d a C O X (antiinflamatórios) - AINE / AINH • Diclofenaco, ácido mefenâmico, piroxicam sublingual, teroxicam Atuam na verdadeira fisiopatogenia da dismenorreia O buscopan é um antiespasmódico. Efeito placebo. Prostaglandinas estimulam a atividade uterina contrátil ao promoverem o influxo de cálcio para a célula miometrial Balanço entre PGF2 e PGE parecem desencadear a dismenorreia com elevação de PGF2 alfa Dor é decorrente de estenose de vasos sanguíneos do miométrio com subsequente isquemia local transitória Metabólitos das prostaglandinas atuam na origem da náusea, vômitos e diarreia Contração uterina é tônica e não espasmódica. QUADRO CLÍNICO Dor abdominal de baixo ventre podendo estender a todo abdome Irradiação para coxas e dorso Início algumas horas antes do sangramento ou até mesmo concomitante ao início deste Duração variável - um único dia até o pós menstrual imediato. 50% dos casos tem sintomas associados: • Náuseas ou vômitos (80%) • Diarreia (50%) • Cefaleia (60%) • Cansaço (45%) • Irritabilidade (30%) • Desmaios, lipotimia e tonturas (mais esporádicos) DIAGNÓSTICO Clínico: baseado na anamnese bem elaborada. Cuidado para definição de idade de menarca e período de aparecimento Afastar quadros secundários que exigem terapia específica Exame clínico afasta fatores secundários - cuidado com toque de ligamento útero-sacro = endometriose Exames complementares apenas para descartar quadros secundários se persistir dúvida Exame complementar mais útil inicialmente é ultrassonografia pélvica transvaginal. EXAMES COMPLEMENTARES • Indicação em casos severos refratários a teste terapêutico - ACO • Ultrassonografia pélvica transvaginal • CA-125 (endometriose e tumores ovarianos) • Histeroscopia e laparoscopia • RNM (endometriose, doenças intestinais e litíase) TRATAMENTO Medidas gerais • Repouso adequado • Dieta equilibrada • Terapia de apoio • Exercícios físicos • Analgésicos simples Terapia específica • ACO: atrofia endometrial e descamação uniforme com redução na produção e liberação de prostaglandinas (eficácia de 90%) • AINH: redução na produção e liberação de prostaglandinas, com preferência a COX-1 sobre COX-2 (possível ação de COX-2 bloqueando a ovulação) - evidência A • DIU de progesterona - primária e secundária por endometriose (5% das mulheres não se adaptam) Outras terapias: • Múltiplas terapias absolutamente ineficazes com efe i to puramente p lacebo: acupuntura, homeopatia, f lorais, f itoterapia, terapias alternativas, antiespasmódicos, vitaminas e ácido gamalinolênico • Tratamento para casos refratários à combinação de ACO + AINH • Investigar fatores secundários; • Neurectomia pré-sacral ou secção ligamento útero-sacro (evidência c) • Histerectomia em casos muito graves ACO: máxima eficácia (atrofia endometrial) AINH: não pode utilizar indiscriminadamente - utilizar em pacientes que desejam gestar.
Compartilhar