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SÍNDROME EDEMIGÊNICA Edema: acúmulo de líquido no espaço intersticial, geralmente por alteração no equilíbrio do líquido e da proteína FISIOPATOLOGIA DO EDEMA Starling, em 1896, descreveu as forças fisiológicas que controlam o movimento dos fluidos ao longo do leito capilar Permeabilidade Capilar • Fatores hemodinâmicos (pressão arterial elevada) • F a t o r e s v a s o a t i v o s ( c i t o c i n a s , histaminas…) • L e s ã o e n d o t e l i a l ( q u e i m a d u r a , vasculite…) São fatores que levam a dilatação das junções intercelulares entre as células endoteliais, causando o aumento da permeabilidade. Anlodipino é um medicamento que aumenta a permeabilidade do vaso capilar Corresponde a exsudato: • Alta concentração proteica • Grande quantidade de restos celulares Pressão Hidrostática • Retenção de sal e água • Pressão venosa elevada Fatores que levam ao aumento da pressão hidrostática Passagem de líquido do vaso para o interstício - edema com característica mole, cacifo positivo, fóveas mais intensas Pressão Oncótica A lbum ina é a p r i nc i pa l p ro te ína responsável por manter a pressão coloidosmótica do plasma (85%) Hipoalbuminemia: redução da pressão oncótica Causas da hipoalbuminemia: • Síntese prejudicada - doença hepática • Má absorção - enteropatia perdedora de proteína • Perda urinária excessiva • Catabolismo aumentado - processos inflamatórios Obstrução dos Vasos Linfáticos As proteínas plasmáticas extravasam os capilares e não são removidas do interstício Edema duro, não adianta fazer drenagem linfática pois o resultado não será satisfatório. Causas genéticas: • Hipoplasia de vasos linfáticos • Fibrose primária dos linfonodos Causas secundárias: • Destruição total ou parcial da rede linfática (RT) • Destruição de linfonodo (metástase) Na formação do edema há predomínio de 1 dos mecanismos: • Aumento da pressão hidrostática • Aumento da permeabilidade capilar • Diminuição da pressão oncótica • Obstrução dos vasos linfáticos Edema é percebido quando ocorre um aumento de 4-5% do peso corporal ou quando pelo menos 5 litros de líquidos foi transferido para o interstício. EDEMAS LOCALIZADOS E GENERALIZADOS Localizados: quando pega apenas um seguimento do corpo. Generalizados: mais de um seguimento corporal Origem: • Hepática • Cardíaca • Renal EDEMA DE ORIGEM RENAL Suspeitar quando: • Edema palpebral pela manhã • Urina espumosa • Oligúria / anúria • Hematúria • Antecedente de DM • Nictúria CARACTERÍSTICAS Localização facial (palpebral), inicialmente pela manhã com melhora ao longo do dia. Edema vespertino de membros inferiores Edema cacifo positivo, mole, inelástico; Indolor Ausência de sinais flogísticos Síndrome nefrótica: derrames cavitários (ascite, derrame pleural e pericárdico) SÍNDROME NEFRÓTICA • Proteinúria maciça ( > 3.500 mg/24h) • Hipoalbuminemia (< 3g/dL). Paciente perde tanta proteína na urina que abaixa a proteína sérica e leva ao edema • Edema • Hiperlipidemia (CT e TG): geralmente presente, mas não essencial para definição. SÍNDROME NEFRÍTICA • Hematúria + pelo menos 1 • Proteinúria não nefrótica ( < 3.500 mg/ 24h) • Oligúria • HAS • Déficit função renal Início súbito MECANISMO EDEMA SÍNDROME NEFRÍTICA Redução da taxa de filtração glomerular -> Reduz a capacidade de excretar sódio e água -> Aumento da pressão hidrostática. Nem todo paciente com síndrome nefrótica apresenta edema, isso depende da TFG, ingesta de sódio e outros… MECANISMO EDEMA SÍNDROME NEFRÓTICA Albuminúria -> Hipoalbuminemia -> Redução da pressão oncótica Teoria do “underfill" A redução da pressão oncótica, leva ao aumento do líquido no espaço intersticial. Dentro do vaso, ocorre uma hipovolemia (pois tem líquido ficando no interstício), dessa forma a pressão renal é diminuída, causando uma hipoperfusão renal e ativação do SRAA, causando retenção renal de sódio. Redução da P. Oncótica -> Líquido no espaço intersticial -> Hipovolemia -> Hipoperfusão renal -> Ativação SRAA -> Retenção renal de sódio. Teoria do hiperfluxo “overflow" Peptídeo natriurético atrial (ANP) tem funções: • Inibir a reabsorção de sódio nos túbulos contorcidos • Inibir a ação da aldosterona e neutralizar o SRAA • Logo, promover maior excreção de sódio Porém, há um mecanismo renal intrínseco em que ocorre resistência ao peptídeo natriurético atrial (ANP) Assim, a retenção de sódio será secundária a esse mecanismo intrínseco, independente da volemia ou da ativação do SRAA EXAMES SOLICITADOS Dosagem sérica: • C r e a t i n i n a - e s t i m a r T F G (imprescindível) • Uréia • Albumina ou proteína total e frações (albumina, globulina) • Eletrólitos - Na, K • Perfil lipídico Amostra de Urina: • Urina I / EAS • Relação albumina creatinina ou r e l a ç ã o p r o t e í n a c r e a t i n i n a o u microalbuminúria Dosagem na urina 24h: • Clearance de creatinina • Proteinúria (= Relação proteína / creatinina) - não sol ici tar urina de 24h para pacientes que tem incontinência urinária, usam fralda e dificuldades em contro lar a ur ina, para não ter prejudicarão no exame. CREATININA Poucas alterações no exame já fazem muita diferença na função renal. Sempre estimar TFG (VR > 90). Creatinina pode ter alteração devido à massa muscular / musculação. Dessa forma, é ideal pedir Clearance de creatinina na urina de 24h, mas não é um exame necessário com exceção desse caso. EDEMA DE ORIGEM RENAL Doença primária (começou no rim) ou secundária (afeta o rim, mas é algo sistêmico)? Biópsia? Síndrome Nefrótica Secundária: • DM • LES • HIV, HVB, HVC • Obesidade • Amiloidose • Doenças linfroproliferativas (Mieloma múltiplo) • Vasculares: doença de Goodpasture • Várias outras causas S í n d r o m e N e f r ó t i c a P r i m á r i a / Secundária Diagnóstico: Biópsia Renal • Lesões mínima • Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) • Glomerulopatia membranosa • Glomerulonefrite membranoproliferativa (nefrítico-nefrótico) • Nefropatia da IgA (nefrítico-nefrótico) Não vem com o resultado do Exame se é primário ou secundário, cabe ao médico que está acompanhando o paciente saber e investigar se o diagnóstico é primário ou secundário. Rotina de Investigação na Síndrome Nefrótica / Proteinúria • Hemograma - doença s is têmica associada • Glicemia - DM, controle pré tratamento (corticoide) • Pesquisa de anticorpos antinucleares (FAN) • Sorologias - HbsAg, Anti-HCV, anti-HIV, VDRL • Complemento - C3, C4, CH50 • Eletroforese de proteínas (albumina, globulinas alfa e beta, gama) • Avaliação dirigida para neoplasia • Exame de fezes (schitosoma mansoni, esquistossomose pode manifestar-se como Sd Nefrótica) Se após essa pesquisa, vier tudo negativo, considerar doença primária. CONDUTAS Controle rigoroso dos níveis pressóricos. Se proteinúria > 1g, meta pressórica: PA < 125/75 mmHg • Restrição de sal e de proteína (se manter a ingesta de proteína, vai causar uma sobrecarga e processo inflamatório importante) • Tratamento da Dislipidemia - não tem indicação 100% de estatinas, pois se conseguir controlar a hipoalbuminemia o fígado irá normalizar. • Diurético de alça - FUROSEMIDA mais adequado para manejo de volume, pode associar com diuréticos de classes d i f e r e n t e s ( F u r o s e m i d a + Espironolactona + HCTZ) • IECA ou BRA - mesmo que paciente seja normotenso, IECA ou BRA tem efeito an t ip ro te inúr ico , dessa fo rma a proteinúria diminui (enalapril, losartana - dose/dependente) • Monitorizar a função renal e potássio Complicações Síndrome Nefrótica
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