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A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida como um estado patológico caracterizado por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível. A DPOC inclui enfisema, bronquite crônica e doença das pequenas vias áreas. ASMA A asma é uma síndrome que se caracteriza por obstrução das vias aéreas com evolução bastante variável, tanto espontaneamente quanto em resposta ao tratamento. E radiologicamente, mais especificamente, na tomografia (de janela de parênquima), essa síndrome cursa com áreas hipoatenuantes (aprisionamento aéreo) e opacidade em vidro fosco (fisiológico), na expiração forçada. Na imagem abaixo é possível visualizar a janela de parênquima tanto na inspiração (traqueia de forma circular) quanto na expiração forçada (traqueia abaulada ou retificada). E é nesse momento que é mais bem avaliado a asma, pois é na fase expiração que visualiza-se opacidade em vidro fosco, com a trama vascular atrás, que nesse momento é fisiológico, consiste no colapso alveolar, que significa a saída de ar de maneira normal; além de áreas hipoatenuantes, que são áreas que não colabaram, ou seja, consistem no aprisionamento aéreo patológico. Em caso de suspeita de doença de pequenas vias aéreas, por exemplo, asma: 1 Solicitar TC de tórax com estudo de expiração forçada; 2 Pesquisar aprisionamento aéreo; 3 No estudo em expiração, as áreas em vidro fosco (VF) são fisiológicas e as áreas hipoatenuantes são patológicas (aprisionamento aéreo). DPOC E ASMA IMAGEM Maria Eduarda Marchi - 2025.1 Primeiramente, é importante visualizar a traqueia, se ela está em circunferência ou abaulada. Em paciente asmático avalia a fase expiratório. Se há vidro fosco na fase inspiratório é patológico. INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO BRONQUITE CRÔNICA A bronquite crônica tem como, exclusiva, alteração de imagem o espessamento de paredes brônquicas. E como esse espessamento pode comprometer as vias aéreas distais, pode ter também o aprisionamento aéreo, mas não necessariamente. ENFISEMA Distúrbio que se caracteriza por dilatação do espaço aéreo distal aos bronquíolos terminais, acompanhado de destruição dos alvéolos pulmonares (faz vasoconstrição reflexa e o sangue desvia da aérea lesionada para a área sadia, não sendo feita a troca gasosa na área lesionada), sem sinal de fibrose. O enfisema é classificado em tipos patológicos distintos, que incluem o centrolobular, o panlobular, que são os principais; e em “outros subtipos”, o parasseptal e o paracicatricial. INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO FORÇADA APRISIONAMENTO AÉREO − Enfisema centrolobular: Tipo mais frequentemente associado ao tabagismo, caracteriza-se por espaços aéreos dilatados encontrados (inicialmente) em associação com os bronquíolos respiratórios proximais. Esse tipo de enfisema costuma ser mais marcante nos lobos superiores e nos segmentos apicais dos lobos inferiores. Acontece bem ao redor do bronquíolo terminal e da arteríola terminal, ou centro lobular, por isso é denominado de enfisema centrolobular. − Enfisema panlobular: Refere-se à destruição alveolar uniforme do lóbulo pulmonar secundário. Em geral, é observado nos pacientes com deficiência de α1AT, que mostra predileção pelos lobos inferiores. E não possui relação com o tabagismo. − Enfisema parasseptal: Localizado na periferia do pulmão adjacente à pleura ou aos septos interlobulares. Frequentemente associado a enfisema centrolobular ou panlobular (menos frequente). Pode ocorrer de forma isolada e causar pneumotórax espontâneo (no enfisema é possível a formação de bolha, bem como, o rompimento da mesma. E como está do lado da superfície pleural, ela pode ganhar o espaço pleural, levando ao pneumotórax espontâneo). − Enfisema paracicatricial: Destruição do parênquima pulmonar adjacente à área. ACHADOS DE IMAGEM EM UMA RADIOGRAFIA SIMPLES − Sinais de hiperinsuflação pulmonar: • Retificação do diafragma • Aumento do espaço claro retroesternal • Aumento da transparência pulmonar • Aumento do diâmetro AP do tórax • Alargamento do espaço intercostal • Traqueia em bainha de sabre − Alterações vasculares (achados secundários): • Pobreza vascular, arquitetura distorcida • HAP: ○ Perda de visualização dos vasos periféricos; ○ Aumento do calibre das artérias centrais; ○ Aumento do calibre de VD. Possui baixa sensibilidade para detecção de lesões de enfisema. Vai ser positiva, mostrar achados enfisematosos, em casos avançados. RX tórax perfil >>>> PA para avaliar as alterações de enfisema Hiperinsuflação dos campos pulmonares superiores (circulo) e alargamento do espaço claro retroesternal (traço). Aumento do espaço claro retroesternal (traço) e retificação da cúpula frênica. ACHADOS NA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Os tipos de enfisema são mais bem observados na tomografia computadorizada (TC), através das lesões císticas e hipoatenuantes. 1 Sinal patognomônico de enfisema centrolobular - Lesão hipoatenuante (lesão escura/ preta) e a arteríola terminal preservada, por meio de um “pontinho” branco central, devido à presença de sangue. 2 Enfisema panlobular - Se apresenta com os mesmos achados do centrolobular, uma vez que todo o lóbulo é afetado. 3 Enfisema parasseptal - Fileira única de lesões císticas, localizado na superfície do pulmão. Faz diagnóstico diferencial de faveolamento pulmonar. Traqueia em bainha de sabre. A imagem menor ao lado, é uma traqueia normal a fim de comparação. IMAGEM TOMOGRÁFICA - TRAQUEIA EM BAINHA DE SABRE Na imagem ao lado, vemos a traqueia (em amarelo) em bainha de sabre, e assim, nota- se o alargamento do diâmetro ântero- posterior e o encurtamento do diâmetro lateral. ENFISEMA CENTROLOBULAR É possível visualizar o achado patognomônico, lesões predominantes em campos pulmonares superiores e ausência de parede. CENTROLOBULAR PANLOBULAR PARASSEPTAL Clínica: Dor torácica e dispneia. Achados: Pneumotórax (amarelo), bolhas subpleural (azul) e enfisema centrolobular. Pneumotórax ENFISEMA PARASSEPTAL Lesões císticas (significa que tem parede) enfileiradas, na periferia do pulmão. ENFISEMA PANLOBULAR - PREDOMINA NAS BASES Não precisa fazer nada em relação a esse nódulo identificado no RX, pois é um nódulo calcificado. Ao analisar a TC, nota-se que é um enfisema centrolobular, associado a enfisema parasseptal. A linfangioleiomiomatose pulmonar é uma doença cística pulmonar, sendo um diagnóstico diferencial de enfisema. Nessa doença, as lesões possuem parede bem definidas, localizadas na base e não tem como definir a artéria centrolobular. LINFANGIOLEIOMIOMATOSE CISTO ENFISEMA
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