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C. Política - Anotação (37)

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professora: Dra. Renata Aguiar
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO 11 AULA 1
RESTRIÇÕES DO ESTADO 
SOBRE A PROPRIEDADE PRIVADA
Coordenação: Dr. Carlos Toledo
01
Limitação Administrativa, Servidão, Ocupação Temporária, 
Requisição Administrativa e Tombamento. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
www.r2direito.com.br
Há várias formas pelas quais o Estado interfere na propriedade do particular. Isso se justifica porque o direito 
de propriedade veio sofrendo transformações ao longo do tempo e evoluiu do sentido individual para o 
social, razão pela qual passou a ter restrições impostas pelo Poder Público, cuja finalidade é condicionar o 
exercício desse direito ao bem-estar social. Daí se falar no princípio da função social da propriedade.
A propriedade, no Direito Civil, consiste no direito individual que confere ao seu titular os poderes de usar, 
gozar e dispor da coisa, de forma absoluta. No entanto, para o Direito Administrativo, esses poderes não 
podem ser exercidos ilimitadamente, porque existem interesses públicos maiores que se sobrepõem aos 
interesses individuais.
Aliás, é justamente o fundamento da função social da propriedade que estabelece limites ao seu livre uso e 
gozo pelo particular, no sentido de que ou este lhe dá utilidade, concorrendo para o bem comum, ou ela não 
se justifica.
Quais são as formas existentes, que possibilitam ao Estado intervir na propriedade privada, estabelecendo 
restrições?
Há as seguintes modalidades: limitações administrativas, ocupação temporária, requisição administrativa, 
tombamento, servidão e desapropriação.
Limitações administrativas
As limitações administrativas são medidas impostas no âmbito do Direito Administrativo, para que a 
Administração Pública, tendo em vista o interesse público, possa estabelecer restrições ao domínio do 
particular, através do poder de polícia.
Pela definição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, as limitações administrativas consistem em "medidas de 
caráter geral, previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários 
obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-
estar social.”
Servidão administrativa
A servidão administrativa é uma prerrogativa da Administração Pública, que age com o poder de império, 
impondo um ônus real de uso sobre determinado bem particular, para possibilitar a realização de serviços 
públicos.
A propriedade se mantém nas mãos do particular, não lhe é tirada, mas simplesmente fica onerada com o 
uso público determinado pelo Estado.
Aula 1
02
Vamos nos reportar ao conceito que é formulado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segundo a autora, 
"Servidão administrativa é o direito real de gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de propriedade 
alheia, com base em lei, por entidade pública ou por seus delegados, em favor de um serviço público ou de 
um bem afetado a fim de utilidade pública."
Quais são as diferenças entre a limitação administrativa e a servidão? 
De acordo com a doutrina, na limitação administrativa a restrição recai sobre um imóvel em benefício de 
interesse público genérico e abstrato, ao passo que a servidão se configura quando, em relação ao 
dominante, existe um interesse público que justifique a restrição. Vale lembrar que na servidão há dois pólos: 
dominante e serviente, sendo que este último presta utilidade àquele, sendo que o proprietário do bem 
serviente perde a exclusividade dos poderes que exercia sobre o imóvel de sua propriedade para o 
dominante.
Ocupação temporária
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o conceito de ocupação temporária pode ser assim definido: "é a forma 
de limitação do Estado à propriedade privada que se caracteriza pela utilização transitória, gratuita ou 
remunerada, de imóvel de propriedade particular, para fins de interesse público."
Vale lembrar que a ocupação temporária não implica, de modo algum, a perda da propriedade pelo 
particular, mas apenas, como o próprio nome diz, uma ocupação de caráter transitório, que permite que 
terceiros se utilizem do imóvel do particular.
Requisição administrativa
Vamos nos valer da conceituação de Hely Lopes Meirelles, para quem a requisição administrativa "é a 
utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta 
da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e 
transitórias.”
Por ser ato de urgência, não precisa de intervenção prévia do Judiciário, até porque é sempre um ato de 
império do Poder Público, portanto, auto-executório, além de discricionário, mas condicionado à existência 
de perigo público iminente.
Como bem adverte Maria Sylvia, quando a requisição recai sobre bem imóvel, ela se confunde com a 
ocupação temporária, e quando recai sobre bens móveis, se assemelha à desapropriação. Só que na 
requisição a indenização é posterior, ao passo que na desapropriação ela é prévia.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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03
Tombamento
O tombamento é o instituto que tem por objeto a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional, que 
constituem o patrimônio cultural como um todo. Trata-se de uma restrição parcial ao bem tombado, de 
acordo com a lei que o disciplina, e por isso em regra não dá direito à indenização. 
É tão importante que a tutela desses interesses está expressa em vários dispositivos da Constituição Federal, 
sobretudo no art. 216 e respectivos parágrafos. 
Através do tombamento de um bem, porque considerado o seu valor histórico ou artístico, o Estado visa 
protegê-lo, para que conserve suas características e para que seu proprietário as respeite, sem modificá-las, 
salvo se autorizado pelo próprio Poder Público.
De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, "o tombamento pode ser definido como o 
procedimento administrativo pelo qual o Poder Público sujeita a restrições parciais os bens de qualquer 
natureza cuja conservação seja de interesse público, por sua vinculação a fatos memoráveis da história ou 
por seu excepcional valor arqueológico ou etnológico, bibliográfico ou artístico."
O tombamento pode se dar através de procedimento voluntário, quando o próprio dono da coisa o solicitar 
ao órgão técnico competente, ou compulsório, quando feito por iniciativa do Poder Público, ainda que 
contra a vontade do proprietário.
Uma vez realizado o tombamento, o proprietário fica limitado a várias imposições do Poder Público, no 
sentido de que para ele resultam obrigações de fazer, de não fazer e de suportar.
Desapropriação
Segundo as lições de Maria Sylvia Zanella di Pietro, "a desapropriação é o procedimento administrativo pelo 
qual o Poder Público ou seus delegados, mediante prévia declaração de necessidade pública, utilidade 
pública ou interesse social, impõe ao proprietário a perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por 
justa indenização."
É forma originária de aquisição da propriedade. A conseqüência disso é que não importa saber quem é o 
proprietário do bem, porque a Administração Pública pode promover a desapropriação mesmo que não 
tenha conhecimento de quem seja ele ou ondepossa ser encontrado. Isso só será importante na hora de 
levantar o valor da indenização, porque aí sim o proprietário terá que fazer prova do domínio do bem.
Existem na Constituição Federal de 1988 diferentes modalidades de desapropriação.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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04
Primeiramente, existe a chamada desapropriação ordinária, que é prevista no art. 5º, Inciso XXIV, da CF. 
Além da desapropriação ordinária, há também três outras hipóteses de desapropriação, mas com caráter de 
sanção. São elas:
1) Desapropriação da propriedade urbana.
2) Desapropriação da propriedade rural.
3) Desapropriação de glebas em que sejam cultivadas ilegalmente plantas psicotrópicas. 
A primeira delas se refere ao descumprimento da função social da propriedade urbana, expressa no art 182 
da CF. Essa modalidade de desapropriação está regulamentada pelo Estatuto da Cidade, que é a Lei nº 
10.257, de 10/07/2001, a qual estabelece diretrizes gerais da política urbana.
A segunda modalidade é aquela referente à desapropriação da propriedade rural, também tida como 
desapropriação com caráter de sanção, que vem inserida no art. 184 da CF .
No que se refere à última forma de desapropriação como sanção, temos aquela efetuada sobre glebas de 
terra em que sejam cultivadas plantas psicotrópicas. Isso está previsto no art. 243 da CF. Na realidade, quer-
se evitar o tráfico ilícito de drogas e só com autorização do Ministério da Saúde é que se pode ou não cultivar 
determinadas plantas, para fins medicinais ou de pesquisa.
Retornemos, pois, ao estudo da desapropriação ordinária, que se fundamenta genericamente no art. 5º, 
XXIV, da CF.
Quem pode promover a desapropriação ordinária? Nos termos do Decreto-lei 3.365/1941, podem 
promovê-la a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios.
Quem é o sujeito passivo da desapropriação ordinária? É pessoa física ou jurídica, pública ou privada. 
O que pode ser desapropriado? O próprio art. 2º do Decreto-lei 3.365/41, todos os bens podem ser objeto 
de desapropriação. E aí se incluem coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, públicas ou 
privadas. Até mesmo se incluem aí o espaço aéreo e o subsolo.
Como se dá o procedimento da desapropriação? 
O procedimento da desapropriação se dá em duas fases: fase declaratória e fase executória. Esta, por sua 
vez, se subdivide em fase administrativa e fase judicial.
Na fase declaratória, a Administração Pública declara de utilidade pública ou interesse social determinado 
bem. 
A fase executória de divide em duas, como vimos. Ela pode ser administrativa ou judicial. Na fase 
administrativa, o Poder Público propõe o valor da indenização que, se aceito pelo proprietário do bem, ou 
seja, se este ficar satisfeito com a quantia oferecida, ambos farão um acordo.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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No entanto, se não houver esse acordo, segue-se para a fase judicial. 
Quanto à indenização na desapropriação ordinária, de acordo com o art. 5º, XXIV, da CF, deve ser prévia, 
justa e em dinheiro. 
O que é retrocessão? A retrocessão "é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o 
mesmo não tenha o destino para que se desapropriou.", conforme esclarece Maria Sylvia Zanella di Pietro.
E tredestinação? Ocorre a tredestinação no caso de um desvio de poder. Comprovado tal vício pelo 
expropriado, ele pode ter o direito ao bem de volta.
Bibliografia
. Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 22ª edição. Editora RT, São Paulo, 1997.
. Mello, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17ª edição. São Paulo, Malheiros, 
2004.
. Pietro, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. 18ª edição. São Paulo, Atlas, 2005.

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