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RESUMO VONTADE PSICOPATOLOGIA
Biológicas / Saúde
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VONTADE O ato volitivo pode ser traduzido pelas expressões típicas do “eu quero” ou “eu não quero”, que caracterizariam a vontade humana. O ato volitivo se dá, de forma geral, como um processo, o chamado processo volitivo, no qual se distinguem quatro etapas ou momentos fundamentais e, em geral, cronologicamente seguidos. Processo Volitivo: Fase de intenção → onde se esboçam as tendências básicas do indivíduo, suas inclinações e interesses. Nesse momento, impulsos, desejos e temores inconscientes exercem influência decisiva sobre o ato volitivo, muitas vezes imperceptível para o próprio indivíduo. Fase da deliberação → diz respeito à ponderação consciente, o indivíduo faz uma análise básica do que seria positivo ou negativo favorável ou desfavorável, benéfico ou maléfico em sua decisão. É um momento de apreciação, consideração dos vários aspectos e das implicações de determinada decisão. Fase da decisão → é o momento culminante do processo volitivo, instante que demarca o começo da ação, no qual os móveis e os motivos vencidos dão lugar aos vencedores. Fase da execução → corresponde a etapa final do processo volitivo, na qual os atos psicomotores simples e complexos decorrentes da decisão são postos em funcionamento, a fim de realizar e consumar aquilo que mentalmente foi decidido e aprovado pelo indivíduo. A TO V O LI TI V O INTENÇÃO DELIBERAÇÃO DECISÃO EXECUÇÃO Nos últimos anos, vários pesquisadores têm identificado estruturas cerebrais relacionadas a processos psicológicos envolvidos em julgamentos e comportamentos morais. O homo sapiens foi equipado através da evolução com capacidades como distinguir uma ação intencional e uma acidental ou o valor atribuído a uma ação protetora ou destrutiva sobre alguém próximo ou distante. Seriam elementos universais ancorados no cérebro. A diferença entre os atos impulsivo e compulsivo é: ato impulsivo → abole abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão. Os impulsos patológicos são tipos de atos impulsivos, nos quais predominam as ações psicomotoras automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão prévias, de tipo instantâneo e explosivo, chegando a serem incontroláveis. Os atos impulsivos apresentam características como: ¹ é realizado sem fase prévia de intenção, deliberação e decisão; ² apresenta-se de maneira egossintônica, ou seja, o indivíduo não percebe tal ato como inadequado, não tenta evitá-lo ou adiá-lo; ³ é geralmente associado a impulsos patológicos, de natureza inconsciente, ou à incapacidade de tolerância à frustração e necessária adaptação à realidade objetiva, o individuo tende a desconsiderar os desejos e necessidades de outras pessoas. Ato compulsivo ou compulsão → difere do ato impulsivo por ser reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-lo. Apresentam características como: ¹ ocorre uma vivência frequente de desconforto subjetivo por parte do indivíduo que realiza o ato compulsivo; ² são egodistônicos, ou seja, experiências indesejáveis, que não está de acordo com os valores morais e anseios de quem os sofre; ³ ocorre a tentativa de resistir (ou pelo menos adiar) à realização do ato compulsivo; 4 há a sensação de alívio ao realizar o ato compulsivo, alívio que logo é substituído pelo retorno do desconforto subjetivo e pela urgência em realizar novamente o ato compulsivo; 5 ocorrem frequentemente associados a ideias obsessivas muito desagradáveis, representando, muitas vezes, tentativas de neutralizar tais pensamentos. O indivíduo tem um pensamento obsessivo desagradável, como a ideia de que é impuro ou contaminado, sente, então, a necessidade de lavar-se compulsivamente, e isso alivia de forma transitória os pensamentos de ser contaminado. São os Tipos de impulsos e compulsões patológicas → Impulsos e compulsões agressivas auto ou heterodestrutivas: automutilação; frangofilia; piromania; o impulso e o ato suicida. Impulsos e compulsões relacionados à ingestão de substâncias ou alimentos: dipsomania; bulimia; potomania; polidipsia. Atos e compulsões relacionados ao desejo e comportamento sexual: Fetichismo; exibicionismo; voyeurismo; pedofilia; pederastia; zoofilia; necrofilia; coprofilia; Ninfomania; compulsão à masturbação; compulsão a utilizar roupas íntimas do sexo oposto; compulsões a utilizar clisteres; Outros impulsos e compulsões: Poriomania; Cleptomania ou roubo patológico; Jogo patológico; Compulsão por comprar; Compulsão por internet e videogames; Negativismo; negativismo ativo; negativismo passivo; mutismo; sitiofobia; Obediência automática; fenômenos em eco (ecopraxia, ecolalia, ecomimia, ecografia); automatismo psíquico; automatismo mental. Sempre que o examinador encontrar um paciente deprimido, cronicamente ansioso e hostil, desmoralizado, sem perspectivas, deve investigar os impulsos suicidas. Os impulsos e compulsões relacionados à substância ou alimentos, desejos e comportamento sexual são: Impulsos e compulsões relacionados à ingestão de substâncias ou alimentos: Dipsomania → ocorre como impulso ou compulsão periódica para ingestão de grandes quantidades de álcool. O indivíduo bebe seguidamente até ficar inconsciente; bulimia → é o impulso irresistível de ingerir rapidamente grande quantidade de alimentos (muitas vezes doces, chocolate, etc); potomania → compulsão de beber água ou outros líquidos sem que haja sede exagerada; polidipsia → o indivíduo sente sede exagerada, geralmente devido a alterações metabólicas em seu organismo. Atos e compulsões relacionados ao desejo e comportamento sexual: Fetichismo → é o impulso e o desejo sexual concentrado em (ou exclusivamente relacionado a) partes da vestimenta ou do corpo da pessoa desejada; exibicionismo → o impulso de mostrar os órgãos genitais, geralmente contra a vontade da pessoa que observa; voyeurismo → é o impulso de obter prazer pela observação visual de uma pessoa que está tendo relação sexual, ou simplesmente está nua ou se despindo; pedofilia → é o desejo sexual por crianças ou púberes do sexo oposto; pederastia → é o desejo sexual por crianças ou adolescentes do mesmo sexo; gerontofilia → é o desejo sexual por pessoas consideravelmente mais velhas que o indivíduo; zoofilia → (ou bestialismo) é o desejo sexual dirigido a animais; a necrofilia → (ou vampirismo), a cadáveres; coprofilia → é a busca do prazer com o uso de excrementos no ato sexual. Ninfomania → o desejo sexual quantitativamente muito aumentado na mulher; satiríase → em nível muito aumentado no homem; compulsão à masturbação → vivenciada como intensa necessidade de realizar atividade masturbatória repetitiva; compulsão a utilizar roupas íntimas do sexo oposto → (sobretudo entre homens que sentem compulsão a usar lingerie, a vestir-se, em segredo, como uma mulher); compulsões a utilizar clisteres → repetidamente e a introduzir objetos, como lâmpadas, potes de vidro, garrafas, etc., no ânus ou na vagina. Cleptomania ou roubo patológico → o ato impulsivo ou compulsivo de roubar, de intensa ansiedade e apreensão, que apenas se alivia quando o indivíduo realiza o roubo. REFERÊNCIA DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed Editora, 2008.