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na mesma peça. Essa variação do salário por peça, enquanto puramente
nominal, provoca lutas contínuas entre capitalista e trabalhador. Ou
porque o capitalista aproveita o pretexto para rebaixar realmente o
preço do trabalho, ou porque o aumento da força produtiva do trabalho
é acompanhado de um aumento da intensidade do mesmo. Ou porque
o trabalhador toma a sério a aparência do salário por peça, como se
lhe pagassem seu produto e não sua força de trabalho, e por isso se
opõe a um rebaixamento do salário, que não corresponde ao rebaixa-
mento do preço de venda da mercadoria.
“Os trabalhadores vigiam cuidadosamente o preço da maté-
ria-prima e o preço dos bens fabricados, podendo calcular com
exatidão os lucros de seus patrões.”394
O capital rejeita com razão tal pretensão como um erro grosseiro
quanto à natureza do trabalho assalariado.395 Ele clama contra a ou-
sadia de tributar o progresso da indústria e declara rotundamente que
o trabalhador não tem absolutamente nada a ver com a produtividade
do trabalho.396
OS ECONOMISTAS
188
trabalho realizado, mas não tendo sido essa tarifa reduzida na proporção de 1/5, a melhoria
aumenta seu ganho em dinheiro para qualquer número dado de horas de trabalho” — mas
— “a constatação anterior exige certa restrição (...) o fiandeiro tem de pagar algo de seu
1/2 xelim adicional por jovens auxiliares adicionais e, além disso, adultos são deslocados”
(Op. cit., pp. 320-321) o que, de nenhum modo, constitui uma tendência de elevação do
salário.
394 FAWCETT, H. The Economic Position of the British Labourer. Cambridge and London,
1865. p. 178.
395 No Standart de Londres de 26 de outubro de 1861, encontra-se um relato sobre um processo
que a firma John Bright & Co. moveu perante os Rochdale Magistrates “para que os
representantes da Trade Union dos Tecelões de tapetes fossem acusados judicialmente por
intimidação. Os sócios de Bright tinham introduzido nova maquinaria que deveria produzir
240 jardas de tapetes no tempo e com o trabalho (!) que antes eram necessários para a
produção de 160 jardas. Os trabalhadores não tinham nenhum direito de participar nos
lucros realizados mediante investimento de capital de seus empresários em melhorias me-
cânicas. Por isso, os Srs. Bright propuseram rebaixar o salário de 1 1/2 pêni por jarda a
1 pêni, por meio do que as receitas dos trabalhadores pelo mesmo trabalho continuariam
exatamente as mesmas que antes. Mas isso era um rebaixamento nominal, sobre o qual
os trabalhadores, conforme foi sustentado, não foram honestamente informados antes”.
396 "As Trades Unions, em sua mania de sustentar o salário, procuram participar dos lucros
da maquinaria melhorada!" (Quelle horreur!) “(...) eles exigem salários mais altos, porque
o trabalho foi reduzido. (...) Em outras palavras, eles empenham-se em tributar a melhoria
industrial.” (On Combination of Trades. Nova ed. Londres, 1834. p. 42.)

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