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CEUMA Rua Josué Montelo, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA ∙ CEP 65075-120 CURSO DE DIREITO CIÊNCIAS POLITICAS ANDREY BARROS SOARES RA 021 888 DIR01N1 SOBRE O AUTOR E A OBRA Nicolau Maquiavel(1469 – 1527), nasceu em Florença e será nesta cidade que se envolverá em política. Fora secretário da República, chanceler e magistrado. Dessa forma, pôde conhecer como nenhum outro os bastidores políticos, aliando a isso suas viagens e missões. Sua missão mais importante teria sido junto a César Bórgia. Este seu contato com o Duque de Valentino, o inspirara aos escritos como pensador político. Também muito aprendeu do contato com Papa Júlio II. Em termos de contexto histórico, é na Itália do Renascimento que vivia o filósofo, onde pequenos principados eram governados despoticamente. Maquiavel, como bom observador, inspira-se em táticas políticas desses governantes e outros para escrever sua obra mais conhecida. É possível que as ações de César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI e poderoso condottiere(mercenário com grande técnica militar), tenha inspirado o modelo de O Príncipe. A prática política ganha força nas teorias de Nicolau, aproximando-se disso sua vontade de ver uma Itália unificada. Após várias experiências, inclusive a de ter sido preso e torturado, tenta reconquistar os favores dos Médicis. É, de fato, em homenagem a Lorenzo de Médici que escreve O Príncipe. Como é notável, o pensador vive em meio às tramas políticas de Florença e sofre suas influências e consequências. Maquiavel escreve muitas outras obras, como os Discursos Sobre a Primeira Década de Tito Lívio, importantíssima, um conto chamado O Demônio que se casou (Belfagor); uma comédia intitulada A Mandrágora, que fez muito sucesso no teatro italiano; escreveu também A Arte da Guerra. Em 1520, é nomeado historiador da Universidade de Florença. Dessa experiência escreverá os volumes das Histórias Florentinas. Para ele, os assuntos do Estado Florentino é que lhe diziam respeito, por isso tamanha dedicação de sua parte para com a cidade onde nascera. Sua última esperança de voltar à chancelaria foi quando as tropas de Carlos V libertaram a Florença do jugo dos Médicis. Mas, houve novo desapontamento e o filósofo foi destratado e esquecido pelos novos conquistadores. Morre doente e frustrado, aos 58 anos de idade. Dentre toda sua produção intelectual, O Príncipe retrata a questão da conquista do poder e de sua manutenção através das manipulações de todos os tipos. A técnica passa a ser de suma importância e distancia-se da ética. É assim que Nicolau Maquiavel rompe com o período medievo que relegera a técnica a segundo plano e caminha para a aurora da modernidade. O importante é a prática, a aplicação, o que seria mais tarde conhecido como o estilo pragmático. Nesse aspecto, com ele, a política surge como nova ciência, de pura técnica. Deixa CEUMA Rua Josué Montelo, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA ∙ CEP 65075-120 frisado que tudo aprendera no “estudo contínuo das coisas do mundo”. A política deixa de ser idealizada, em sentido utópico, para ganhar o terreno da prática. Pode-se afirmar que, com o filósofo político, acontece o advento do empirismo e do pragmatismo em política. E, se na Idade Média, a pregação era em torno da paz, para Maquiavel ela é apenas uma idealização, pois o que realmente existe é uma tensão contínua em que se busca um certo equilíbrio. Deve-se desconfiar de toda “paz” em política. E quando fazer política é importante? Em momento oportuno e, para isso, é necessário saber ler o contexto, ver o que os outros não vêem. O filósofo, é bom lembrar, não separou o teatro da política, pois esta é também uma técnica lúdica ou a política como teatro. É preciso parecer ser. Nicolau, entretanto, muitas vezes é confundido pelo que observou e escreveu. Prova disso, é o termo maquiavélico como conotação pejorativa. Se ele percebeu que muitos justificam seus meios pelos fins, não significa que fazia isso. O pensador político era, acima de tudo, um grande observador, inclusive nas suas atuações. A “virtú” é o que se torna imprescindível: agir conforme as circunstâncias e isso, em política, está além da ética. Eis o recado de Maquiavel. CEUMA Rua Josué Montelo, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA ∙ CEP 65075-120 REFLEXÃO 1-Por que o adjetivo maquiavélico e o substantivo maquiavelismo não representam a filosofia política de Maquiavel? O termo maquiavélico ou maquiavelismo significam falsidade, astucia e má-fé. Entretanto, quando usamos esses termos para associarmos às políticas do Nicolau Maquiavel cometemos um erro, pois, Maquiavel nunca foi maquiavélico no sentido de ser falso ou usar da má-fé. Ele mostrou apenas que existe duas éticas distintas: uma ética ligada a religiosidade cristã onde é útil para salvar almas, não usar falsidade, ser um homem bom. E existe a ética política, onde você pode usar a maldade, mentir, usar máscaras para transparecer que é bom e piedoso com o objetivo de salvar o Estado. Sendo assim, ele não tinha objetivo de enganar, apenas orientar a como agir através das éticas para salvar proteger o Estado. _______________________________________________________________ 2-O termo maquiavelismo é apropriado porque remete a uma leitura crítica da experiência política a partir da ótica de Maquiavel como bom observador de seu contexto renascentista e das tramas do poder que aí ocorriam. Explique a aplicabilidade do livro O Príncipe como manual de dominação e, ao mesmo tempo, como pistas para a resistência contra os poderosos. O livro “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel mostra uma série de aprendizado e conselhos para um governante ambicioso que está disposto a usar todas as estratégias possíveis para conseguir seus objetivos. E também esses conhecimentos mostrados no livro podem ser aplicados a uma pessoa comum. o importante é a sabedoria no uso da força; ao governante para se manter no poder não basta ser simplesmente o mais forte – ele deve possuir a virtú para se manter no domínio que tanto desejou. 3-Um príncipe para ter “virtú”, precisa mostrar-se apto à flexibilidade conforme as circunstâncias, do contrário fracassará. Nesse aspecto, quando ele deve seguir o que é certo e que é errado? Segundo a virtú de Maquiavel, o verdadeiro príncipe é prudente e corajoso, pois conquistam o principado com dificuldade, mas com a facilidade conservam. Visam sempre o bem do Estado e fazem de tudo pra garantir a estabilidade e a paz política. Ele deve seguir o que é certo e o que é errado a partir da prudência do príncipe afim da estabilidade do principado. _______________________________________________________________ 4- A regra geral é a de que, quando um estrangeiro poderoso penetra numa província, todos os habitantes menos poderosos o apoiam, movidos pela inveja dos que tinham poder maior que o seu. (cap. III, p. 37, item 6). Transfira isso para o convívio social do cotidiano e dê um exemplo de como isso pode acontecer. Quando uma pessoa que é do mesmo âmbito social se atinge um cargo importante, os inferiores a ele sentem invejas. Mas quando chega pessoa fora do convívio social e ocupa o cargo importante, todos os apoiam. Um exemplo que podemos destacar é quando determinado funcionário atinge um cargo superior ao demais, sendo do mesmo convívio, e outro funcionário que atinge este mesmo cargo CEUMA Rua Josué Montelo, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA ∙ CEP 65075-120 relevante. Os outros funcionários apoiam mais o que conquistou o cargo fora do seu convívio. Pois não acompanharam a trajetória dele. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5-Quando você, caro leitor, obtém sucesso em suas conquistas,é sempre bem visto pelos outros? Antes de responder, leia o início do item 12, no cap III, à p.40. Não, na maioria das vezes, nossas conquistas não são bem vistas pelas pessoas do mesmo convívio social, e sim, pelas pessoas de fora. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 6-Comente: “Comete um grande erro quem pensa que entre as altas personalidades seja possível fazer esquecer antigas ofensas com novos benefícios”. (cap. VII, p. 61, item 14). Através dessa frase e do capitulo VII, que os homens, ofendem por medo ou por ódio e os ofendidos tinham que teme-los por afinidade ou por obrigação. Sendo assim, As pessoas não esquecem das ofensas feitas no passado caso conquiste um novo benefício. Caso o acreditamos que é possível esquecer das ofensas feitas através do novo benefício dado, as próprias atitudes feitas levarão a ruina. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 7-Leia o item 8 do cap. VIII e descreva como um governante deve agir com relação a fazer o bem e o mal. Depois disso, observe bem a realidade política e veja se tal coisa, realmente, costuma ainda se efetuar. O governante deve agir sempre com a faca em suas mãos pois nunca deve confiar em seus súditos caso faça injurias continuas e recente. Maquiavel aconselha que deva fazer todas as injurias de uma só vez e ofendendo menos, mas os benefícios devem ser feitos de pouco a pouco e de forma continua com a intenção de saborear mais vezes. Um príncipe deve saber agir com os dois lados: o bem e o mal para alcançar a vitória e estabilizar o estado. Esse ensinamento de Maquiavel é notável no comportamento da nossa sociedade até nos dias de hoje. Onde pessoas usam a maldade como injurias e a bondade como uma partilha de benefícios celebrados várias vezes com intenção de dominação. 8-Por que, no item 3 do cap. IX, Maquiavel escreve que “... povo tem objetivos mais honestos do que a nobreza...”? Na sua opinião, qual a relação entre poder e honestidade? Aquele que chega ao principado com o favor popular, não pode honestamente satisfazer os poderosos. Mas sim, satisfazer o povo onde é o objetivo mais honesto. Um príncipe é necessário ter o povo como amigo, pois, de outro modo, não terá possibilidades na adversidade. CEUMA Rua Josué Montelo, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA ∙ CEP 65075-120 9-Após a leitura da obra, responda qual os tipos de Estados que não necessitam de proteção e onde é possível ter súditos mesmo sem governa-los. Justifique sua resposta. Os principados eclesiásticos, são mantidos pela religião. Eles são adquiridos por meio da virtude ou da fortuna. Os príncipes sempre estão presente no poder, e o mantem forte. Apenas esse tipo de principado que não precisa necessariamente ser defendidos, pois não governam seus súditos. E esses principados só podem ser considerados seguros, felizes e seus poderes só podem aumentados com armas e virtudes. Em suma, o principado eclesiásticos são regidos por razoes superiores onde a mente humana não alcança, sendo assim, exaltados e conservados por Deus. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10- O que Maquiavel pensava a respeito dos mercenários? Maquiavel classifica os mercenários em dois tipos: os capitães mercenários nas quais são considerados homens excelentes ou não, pois se forem, não poderá confiar pois sempre aspirarão à sua grandeza e oprimindo os outros contra a tua vontade. Agora, se os mercenários não forem grandes chefes, levarão você e seu principado a ruina. ___________________________________________________________ _______________________________________________________________ 11- “Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo o que faz está fadado a sofrer, entre tantos que não são bons”. (cap. XV, p. 93, item 1). Faça sua análise sobre essa colocação e escreva sobre sua posição a respeito. Segundo a frase do livro de Maquiavel, o homem que só pensa em fazer de suas palavras atos de bondade, se perde em relação aos que são perversos. De acordo com a minha concepção, a pessoa deve aprender a não ser bom o tempo todo ou não usar da bondade. Caso não tenha necessidade. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 12-Depois da leitura do cap. XVII, você preferiria ser amado ou temido? Depois da leitura do capítulo XVII na qual fala que é melhor ser amado que temido ou antes temido que amado, conclui-se que é necessário ser amado e temido, embora seja difícil conciliar as duas coisas. Porém, necessários para manter a estabilidade do principado ou decisões na qual queira conquistar um objetivo. Então, podemos concluir que devemos ser amados da forma como os homens se agradam e sendo temido por eles de acordo como desejam. _______________________________________________________________ 13- Será verdade que “... os homens se esquecem mais facilmente da morte do pai do que da perda do patrimônio”. (cap. XVIII, p. 100, item 3)? As pessoas que colocam o sentimento pelo bem material acima do sentimento familiar, sendo assim, encaixando-se perfeitamente nessa afirmação do Nicolau Maquiavel E as pessoas que se enquadram nessa frase, sendo o autor, vivem de rapinagem e abstêm-se dos bens alheios. CEUMA Rua Josué Montelo, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA ∙ CEP 65075-120 14- Depois de ler o cap. XVIII, faça comentários sobre a famosa máxima: “ os fins justificam os meios”. A frase os fins justificam os meios está ligada diretamente com a capacidade que a pessoa está disposta a fazer para conseguir algo que ela deseja alcançar. No capítulo XVIII, o autor afirma que existe duas formas de combate: com as leis e com a força, quando o primeiro não basta, deve ser recorrer a segunda. E também quando ele cita que devemos saber usar o homem e a besta para obtermos a vitória e a permanência nela. ______________________________________________________________ 15- Prezados leitos, você concorda com Maquiavel sobre a colocação feita no início do item 2, cap. XXII, p. 129? Concordo, pois Maquiavel coloca que a gente conhece a pessoa através do ciclo de pessoas que o rodeia. Só sabemos se uma pessoa é inteligente, caso enxergamos pessoas que são capazes e leais. Se a pessoa não tiver essa ligação com esse tipo de pessoas, já cometeu o erro fundamental por ter escolhido essas pessoas. E é sempre bom termos alguém de confiança, que preencha o requisito de ser capaz e ser leal, para honrá-lo e enriquecê-lo, compartilhando as conquistas e as responsabilidades de como que ele não se veja distante de você e que as honras sejam suficientes para ele não deseje mais honras. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 16- Com relação à sorte, o que pensava Maquiavel? Dica: ler o cap. XXV. Maquiavel define a sorte como o árbitro da metade de nossas decisões, ou seja, mesmo que o príncipe possui a sorte, ainda é possível ter o controle da outra metade das decisões. E reitera que a sorte é mais apegada ao jovem pois eles são menos cautelosos e agem mais com o calor do momento, são mais afoitos. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 17- Que conclusãovocê consegue tirar da obra em estudo? O livro “O Principe” de Nicolau Maquiavel mostra vários conceitos antigos relacionados a estratégias abordadas para conquistar e estabilizar um principado. Mostra o que deve ser feito independentemente de moralidade, como devemos lidar com situação em relação aos inimigos, como proteger um principado. Ademais, esses conceitos, situações e estratégias apresentado no livro podem ser vistas de como ainda é vivida a politica atualmente. O autor mostra de forma detalhada e escancarada sem se intimidar pra moralidade, mostra como funciona os mecanismos das estratégias que podem ser usadas para se perpetuar na política ou conquistar benefícios.
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