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A depressão é o mais comum dos distúrbios afetivos (definidos como distúrbios do humor); pode variar de alteração muito leve, beirando a normalidade, até a depressão grave (psicótica), acompanhada de alucinações e delírios. Há dois tipos distintos de síndrome depressiva, a saber: depressão unipolar, na qual as alterações de humor são sempre na mesma direção; e distúrbio bipolar, no qual a depressão se alterna com a mania (Rang et al, 2016). O transtorno depressivo maior caracteriza-se por episódios recorrentes de humor deprimido, isolamento social e sintomas somáticos característicos (diminuição da energia, alterações em apetite e sono, dor muscular e redução dos movimentos com latência da fala). São três os subtipos clínicos do TDM: a depressão típica (ou melancólica), a depressão atípica (que, na verdade, é mais comum que a depressão típica) e a depressão psicótica (Golan et al, 2014). O distúrbio bipolar, que geralmente aparece no início da vida adulta, é menos comum e resulta em depressão e mania oscilando durante período de algumas semanas. Pode ser difícil diferenciar o distúrbio bipolar leve da depressão unipolar. Além disso, os episódios de mania bipolar podem ser confundidos com episódios de psicose esquizofrênica (Rang, 2016). A depressão não pode ser atribuída à atividade neuronal alterada dentro de somente uma região cerebral; em vez disso, o circuito que liga as diferentes partes no cérebro pode estar afetado. Os estudos de imagens cerebrais indicaram que o córtex pré-frontal, a amídala e o hipocampo podem estar envolvidos em diferentes componentes desses distúrbios. Proposta por Schildkraut em 1965, afirma que a depressão pode ser causada por déficit funcional de transmissores de monoaminas, norepinefrina e 5-hidroxitriptamina (5-HT), em certos locais do cérebro, enquanto a mania resulta de excesso funcional. A serotonina (5-hidroxitriptamina; 5-HT) e a norepinefrina (NE) desempenham papéis críticos em modulação do humor, ciclo de sono- vigília, motivação e recompensa, processos cognitivos, percepção de dor, função neuroendócrina e vários outros processos fisiológicos. As projeções serotoninérgicas para a medula espinal modulam percepção da dor, regulação visceral e controle motor, enquanto as projeções para o prosencéfalo são importantes em modulação do humor, cognição e função neuroendócrina. O sistema noradrenérgico modula vigilância, respostas ao estresse, função neuroendócrina, controle de dor e atividade do sistema nervoso simpático. A 5-HT e a NE são liberadas principalmente de varicosidades neuronais. As células que contêm 5-HT nos núcleos da rafe e as células com NE no locus ceruleus projetam-se amplamente pelo córtex cerebral. A dopamina (DA) apresenta corpo celular saindo da área tegmentar central e da substância negra, exibindo um padrão mais focado de projeções, com focos nas áreas mesocorticais e límbicas bem como no corpo estriado, pelas vias túbero-hipófisial (ou túbero infundibular), mesocortical e nigroestriada. Fisiopatologia da depressão Mecanismos que se acredita estarem envolvidos na fisiopatologia da depressão. 1. Inibidores do armazenamento da serotonina 2. Inibidores da degradação da serotonina 3. Inibidores da recaptação a. Antidepressivos tricíclicos (ATC) b. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) c. Inibidores da recaptação de serotonina- norepinefrina (IRSN) d. Inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina (ISRN) 4. Antidepressivos atípicos 5. Agonistas dos receptores de serotonina 6. Antagonistas dos receptores de serotonina 7. Estabilizadores do humor a. Lítio b. Outros fármacos Inibidores do armazenamento da serotonina A anfetamina e substâncias relacionadas interferem na capacidade das vesículas sinápticas de armazenar monoaminas, como a serotonina. Por conseguinte, anfetamina, metanfetamina e metilfenidato deslocam 5- HT, DA e NE de suas vesículas de armazenamento. Para a depressão atípica e para a depressão do idoso, os estimulantes como anfetamina, metilfenidato e modafinila mostraram-se úteis como agentes de segunda linha, em parte em decorrência de seus efeitos combinados sobre serotonina, norepinefrina e dopamina. @waleska112 Med IX - UFOB Farmacologia da transmissão serotoninérgica e adrenérgica Inibidores da degradação da serotonina A principal via de degradação da serotonina é mediada pela MAO; A monoaminoxidase (MAO) é uma enzima mitocondrial encontrada em nervos e outros tecidos, como fígado e intestino. No neurônio, a MAO funciona como “válvula de segurança”, desaminando oxidativamente e inativando qualquer excesso de neurotransmissor (norepinefrina, dopamina e serotonina) que possa vazar das vesículas sinápticas quando o neurônio está em repouso. Por conseguinte, os IMAO exercem efeitos significativos sobre a neurotransmissão serotoninérgica. Ao coibir a degradação das monoaminas, os IMAO aumentam a 5-HT e a NE disponíveis no citoplasma dos neurônios pré-sinápticos. O crescimento dos níveis citoplasmáticos dessas monoaminas leva não apenas a uma elevação da captação e armazenamento da 5-HT e da NE nas vesículas sinápticas, como também a algum extravasamento constitutivo das monoaminas no espaço extracelular. Os IMAO são classificados com base em sua especificidade para as isoenzimas MAO-A e MAO-B, e de acordo com a reversibilidade ou irreversibilidade de sua ligação. IMAO não seletivos: mais antigos e a maioria deles, como iproniazida, fenelzina e isocarboxazida, consiste em inibidores irreversíveis. IMAO seletivos: mais recentes, como moclobemida, befloxatona e brofaromina, são seletivos para a MAO-A e ligam-se de modo reversível. A selegilina, um inibidor seletivo da MAO-B em baixas doses, também coíbe a MAO-A em doses mais altas. Efeitos adversos: Sonolência; hipotensão ortostática; aumento da apeite; atropínicos: boca seca, turvação da visão, constipação intestinal e distúrbios genitourinários. A tiramina, que está presente em alimentos como queijos envelhecidos e carnes, fígado de aves, peixes em conserva ou defumados e vinhos tintos normalmente é inativada pela MAO no intestino. Indivíduos tratados com IMAO são incapazes de degradar a tiramina presente na dieta. A tiramina causa liberação de grande quantidade de catecolaminas armazenadas nos terminais nervosos, resultando em “crise hipertensiva” com sinais e sintomas como cefaleia occipital, rigidez no pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmias cardíacas, convulsões e possivelmente colapso. Inibidores da recaptação 1. Antidepressivos tricíclicos (ADT) 2. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 3. Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) 4. Inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina (ISRN) 1. Antidepressivos tricíclicos (ADT) Os ADT devem seu nome à sua estrutura química comum, que consiste em três anéis que incluem dois anéis aromáticos fixados a um anel ciclo- heptano. A maioria dos ADTs inibe a captura de norepinefrina e de 5-HT (por meio do bloqueio dos transportadores de recaptação da 5-HT e da NE), mas tem muito menos efeito sobre a captura de dopamina. Além de seus efeitos sobre a captura de aminas, a maioria dos ADTs afeta outros receptores, incluindo os receptores colinérgicos muscarínicos, os receptores de histamina e os receptores de 5-HT. Os efeitos antimuscarínicos dos ADTs não contribuem para seus efeitos antidepressivos, mas são responsáveis por vários efeitos adversos. Efeitos adversos: Efeitos anticolinérgicos são mais proeminentes e incluem sintomas típicos de bloqueio dos receptores muscarínicos de acetilcolina: náuseas, vômitos, anorexia, boca seca, visão turva, confusão, constipação intestinal, taquicardia e retenção urinária. Efeitos anti-histamínicosincluem sedação, ganho de peso e confusão (no idoso). Efeitos antiadrenérgicos consistem em hipotensão ortostática, taquicardia reflexa, sonolência e tontura. A hipotensão ortostática representa um risco particularmente significativo em pacientes idosos, e, nesses indivíduos, é necessário proceder a um cuidadoso monitoramento do uso de ATC. Por fim, os ATC também podem precipitar mania em pacientes com transtorno afetivo bipolar, como também podem causar arritmias e diminuir o limiar convulsivo. Fármaco Captação de NE Captação de 5-HT Imipramina +++ ++ Desmetilimipramina ++ + + + Hidroxi-DMI +++ - Clomipramina (CMI) ++ +++ Desmetil-CMI +++ + Amitriptilina (AMI) ++ ++ Nortriptilina (desmetil-AMI) +++ ++ Hidroxinortriptilina ++ ++ Esses fármacos são biotransformados pelo sistema microssomal hepático (e assim podem ser suscetíveis aos fármacos que induzem ou inibem as isoenzimas CYP450). 2. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) Esse é o grupo de antidepressivos mais frequentemente prescrito. Embora a eficácia dos ISRS seja semelhante à dos ADTs no tratamento da depressão, sua maior seletividade e o perfil reduzido de efeitos adversos os tornaram agentes de primeira linha para o tratamento da depressão, bem como dos transtornos da ansiedade. Em particular, a superdosagem de ISRS produz efeitos relativamente benignos em comparação com a letalidade potencial das superdosagens de ADT. Os ISRS também são utilizados no tratamento das síndromes do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, ejaculação precoce e transtorno de estresse pós-traumático. A inibição da recaptação de serotonina aumenta os níveis de serotonina no espaço extracelular, produzindo maior ativação dos receptores de 5- HT e intensificação das respostas pós-sinápticas. -Citalopram; Escitalopram; Fluoxetina; Paroxetina; Sertralina; Fluvoxamina Efeitos adversos Os ISRS carecem de cardiotoxicidade significativa e não se ligam com tanta afinidade aos receptores muscarínicos (colinérgicos), histamínicos, adrenérgicos ou dopamínicos. Por consequência, os ISRS são, em geral, mais bem tolerados que os ADT. Os ISRS, todavia, não são totalmente desprovidos de efeitos adversos: todos eles podem provocar certo grau de disfunção sexual. Outro efeito adverso comum é o desconforto GI; a sertralina mais frequentemente é relacionada com diarreia, enquanto a paroxetina está associada a constipação intestinal. Um efeito adverso mais grave dos ISRS consiste na síndrome serotoninérgica, decorrente de elevação rara, porém perigosa, dos níveis de 5-HT, que pode ocorrer quando se administra concomitantemente um ISRS e um inibidor da monoamina oxidase (IMAO; ver anteriormente). As manifestações clínicas da síndrome serotoninérgica incluem: hipertermia, rigidez muscular, mioclonia e flutuações rápidas do estado mental e dos sinais vitais. Os ISRS também podem causar vasospasmo em pequena porcentagem de pacientes e, em certas ocasiões, foram associados à ocorrência de hiponatremia. A retirada abrupta dos ISRS pode causar uma síndrome de descontinuidade dos ISRS, caracterizada por ansiedade, disforia, sintomas gastrintestinais e gripais, insônia, despersonalização e tendência suicida franca. Por fim, à semelhança dos ATC e dos IMAO, os ISRS podem causar “mudança” da depressão para a mania ou hipomania em pacientes com transtorno bipolar. A fluoxetina tem o menor risco de causar a síndrome de interrupção ISCS, devido à sua meia-vida mais longa e ao metabólito ativo. Fluoxetina, sertralina e fluvoxamina estão aprovados para uso em crianças no tratamento do transtorno obsessivo- -compulsivo; fluoxetina e escitalopram estão aprovados para tratar a depressão infantil. USO COM CAUTELA. 3. Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) Fármacos relativamente não seletivos para a captação de 5-HT e NE. Os IRSN atualmente disponíveis incluem: - venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina e milnaciprana. Venlafaxina e desvenlafaxina A venlafaxina é um potente inibidor da captação de serotonina e, em dosagens médias e altas, é inibidor da captação de norepinefrina. A venlafaxina produz inibição mínima das isoenzimas CYP450 e é substrato da isoenzima CYP2D6. A desvenlafaxina é o metabólito ativo, desmetilado da venlafaxina. Duloxetina A duloxetina inibe a captação de serotonina e norepinefrina em todas as dosagens. pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca. Ela é um inibidor moderado da isoenzima CYP2D6 e pode aumentar a concentração de fármacos biotransformados por essa via, como os antipsicóticos. Levomilnaciprana Levomilnaciprana é um enantiômero do milnaciprana (um ICSN antigo usado contra a depressão na Europa e contra a fibromialgia nos EUA). O perfil de efeitos adversos é similar ao dos demais ICSNs. Efeitos Adversos mais comuns: • Venlafaxina e desvenlafaxina são náuseas, cefaleia, disfunções sexuais, tonturas, insônia, sedação e constipação. • Duloxetina: Efeitos GI, incluindo náuseas, xerostomia e constipação; insônia, tonturas, sonolência sudoração e disfunção sexual também são observadas. Pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca. Podem causar arritmia e convulsão em superdosagem! Duloxetina e o milnaciprano podem reduzir o nível de dor em doentes com fibromialgia. 4. Inibidores seletivos da receptação de norepinefrina (ISRN) A atomoxetina é um inibidor seletivo da recaptação de NE, usado no tratamento do TDAH. Acredita-se que esse fármaco melhore os sintomas do TDAH ao bloquear a recaptação de NE, aumentando, assim, os níveis de NE no córtex pré-frontal. Antidepressivos atípicos Vários fármacos que interagem com múltiplos alvos e estão indicados para o tratamento da depressão são algumas vezes referidos como “antidepressivos atípicos”. Esses agentes incluem: - Bupropiona, Mirtazapina, Nefazodona, Trazodona, Vilazodona, Vortioxetina Bupropiona: inibidor da captação de dopamina e noradrenalina. É o antidepressivo com menos efeitos adversos sexuais. Mas é contraindicada para pacientes com distúrbios convulsivos, anormalidades eletrolíticas e transtornos da alimentação (dado o fato de esses transtornos poderem causar desequilíbrios eletrolíticos). - Efeitos adversos podem incluir boca seca, sudorese, nervosismo, tremores e um aumento dose-dependente do risco de convulsões. Mirtazapinae Mianserina: bloqueia os receptores alfa 2-adrenérgico e 5-HT2c. O bloqueio de receptores α-adrenérgicos aumentará a liberação tanto de norepinefrina quanto de 5-HT; entretanto, através do bloqueio simultâneo dos receptores 5- HT2A e 5-HT3 ocorrerá a redução dos efeitos adversos mediados por esses receptores. • Efeitos sedativos (anti-histamínicos → aumento do apetite e da massa corporal), mas não interfere na função sexual. Nefazodona e Trazodona: bloqueiam os 5-HT2a e 5-HT2c, e são inibidores fracos da captação de 5-HT. • Possuem efeitos sedativos (bloqueio H1), e podem causar hipotensão ortostática, tonturas (bloqueio alfa 1), priapismo (trazodona) e hepatotoxicidade (Nefazodona). Vilazodona É um inibidor da captação de serotonina e um agonista parcial em 5- HT1A. O perfil de efeitos adversos da vilazodona é similar ao dos ISCSs, incluindo o risco da síndrome de descontinuação se for interrompido abruptamente. Vortioxetina Usa como mecanismo de ação sugerido para tratar a depressão uma combinação de inibição da captação de serotonina, agonismo 5-HT1A e antagonismo 5-HT3 e 5-HT7. Os efeitos adversos comuns incluem nauseas, êmese e constipação, que podem ser esperados devido a seus mecanismos serotoninérgicos. Agonistas dos receptores de serotonina Utilizados principalmente no tratamento de ansiedade e enxaqueca. A buspirona é um ansiolítico não benzodiazepínico, que não se liga aos receptores GABA, mas que atua como agonista parcial seletivodo 5-HT1A. A sumatriptana é o agonista 5-HT1D protótipo de um grupo conhecido como triptanas, que também inclui rizatriptana, almotriptana, frovatriptana, eletriptana e zolmitriptan a. As triptanas, bem como o alcaloide do esporão do centeio menos seletivo – a ergotamina –, atuam sobre os receptores 5-HT1 na vasculatura, alterando o fluxo sanguíneo intracraniano. Esses agentes são de grande utilidade para as crises agudas de enxaqueca. Poucos agonistas de 5-HT2 são empregados clinicamente. A trazodona é um profármaco, que é convertido em metaclorofenilpiperazina (mCFP), um agonista 5-HT2A/2C seletivo, usado no tratamento de depressão e insônia. Antagonistas dos receptores de serotonina Cetanserina: é um antagonista de 5-HT2A/2C, com considerável atividade de antagonista α1-adrenérgico. Reduz a pressão arterial em grau semelhante ao dos betabloqueadores e tem sido usada topicamente para diminuir a pressão intraocular no glaucoma. Ondansetrona: é um antagonista 5-HT3. Os receptores 5-HT3 são expressos em sistema nervoso entérico, terminações nervosas do vago e SNC, particularmente na zona do gatilho quimiorreceptora. A ondansetrona é um poderoso antiemético, amplamente usada como adjuvante na quimioterapia do câncer. Tegaserode e prucaloprida: os antagonistas do receptor 5-HT4 aumentam a motilidade GI e são efetivos no tratamento da constipação intestinal associada à SII. Estabilizantes do humor Foi constatado que os medicamentos antidepressivos podem precipitar episódios maníacos em alguns pacientes com TDM, mas o mecanismo ainda é pouco esclarecido. Como estabilizantes dos humor, são utilizados: lítio e antiepiléticos (carbamazepina, ácido valproico). Os sintomas psicóticos que ocorrem durante a mania assemelham-se aos da esquizofrenia (alucinações auditivas, alucinações de comando, paranoia persecutória e hiper- religiosidade), e os antipsicóticos também têm sido utilizados com sucesso no tratamento da mania. 1. Lítio O lítio, que é comumente administrado na forma de carbonato de lítio, é um cátion monovalente, cujas propriedades eletroquímicas assemelham- se às do sódio e do potássio. O lítio é eficaz no tratamento de 60 a 80% dos pacientes que exibem mania e hipomania. Embora vários processos celulares sejam alterados pelos sais de lítio, o mecanismo de ação é desconhecido. Sabe-se que ao bloquear a regeneração do FIP2 (fosfatidilinositol-4,5-bifosfato), o lítio diminui a neurotransmissão adrenérgica central, muscarínica e serotoninérgica. Mas existem outros mecanismos também muito relevantes. O lítio apresenta uma janela terapêutica estreita e ampla gama de efeitos adversos. Os efeitos adversos podem incluir cefaleia, xerostomia, polidipsia, poliúria, polifagia, distúrbios GI (o lítio deve ser administrado com alimento), tremor fino nas mãos, tonturas, fadiga, reações dérmicas e sedação. Níveis elevados podem levar a ataxia, fala enrolada, tremores grosseiros, confusão e convulsões. A hiponatremia ou a administração de agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINE) podem levar a um aumento da reabsorção de lítio no túbulo proximal e elevação das concentrações plasmáticas de lítio para níveis tóxicos. 2. Outros fármacos Vários fármacos antiepiléticos, incluindo carbamazepina, ácido valproico e lamotrigina, foram aprovados como estabilizadores do humor para transtornos bipolares. Outros fármacos que podem amenizar os sintomas de mania incluem os antigos (clorpromazina e haloperidol) e os novos antipsicóticos. Os antipsicóticos atípicos risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol, asenapina e quetiapina também são usados no tratamento da mania. Quetiapina, lurasidona e a combinação de olanzapina e fluoxetina foram aprovadas para depressão bipolar Inibidores do armazenamento da serotonina (Depressão atípica, depressão do idoso, TDAH) Anfetamina, metanfetamina e metilfenidato Inibidores da monoaminoxidase (Depressão atípica, forte ansiedade, alergia aos ADT) Não seletivos: iproniazida, fenelzina e isocarboxazida Seletivos: moclobemida, befloxatona e brofaromina, selegilina Antidepressivos tricíclicos (Depressão moderada e grave, transtorno do pânico, enurese em crianças +6 anos) Amitriptilina (enxaqueca e dor crônica), Amoxapina, Clomipramina, Desipramina, Doxepina, Imipramina, Maprotilina, Nortriptilina, Protriptilina, Trimipramina Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) (Depressão, síndromes do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, ejaculação precoce, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno disfórico pré-menstrual) Citalopram, Escitalopram, Fluoxetina (bulimia nervosa), Fluvoxamina, Paroxetina, Sertralina Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) (depressão acompanhada de sintomas dolorosos crônicos) Desvenlafaxina, Duloxetina, Venlafaxina, Levomilnaciprana Inibidores seletivos da receptação de norepinefrina (ISRN) (TDAH) Atomoxetina Antidepressivos atípicos Bupropiona, Mirtazapina, Nefazodona, Trazodona, Vilazodona, Vortioxetina Agonistas dos receptores de serotonina (Ansiedade e enxaqueca) Buspirona, sumatriptana, rizatriptana, almotriptana, frovatriptana, eletriptana e zolmitriptana Antagonistas dos receptores de serotonina Cetanserina (glaucoma), Ondansetrona (antiemético), Tegaserode e prucaloprida (constipação) Estabilizantes do humor (mania e hipomania, transtornos bipolares) Carbonato de lítio, antiepiléticos (carbamazepina, ácido valproico e lamotrigina); antipsicóticos antigos (clorpromazina, haloperidol), antipsicóticos atípicos (risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol, asenapina e quetiapina Por que os antidepressivos tem início de ação lento? O início lento da ação antidepressiva dos inibidores da captação de 5-HT é explicado pela desensibilização dos receptores 5-HT1A. A liberação de 5-HT é controlada pela ação inibitória de 5-HT sobre os receptores somatodendríticos 5-HT1A. A inibição aguda da captação de 5-HT resulta no aumento nos níveis extracelulares de 5-HT, porém isso aumenta a inibição somatodendrítica mediada pelos receptores 5- HT1A e, portanto, os níveis sinápticos de 5-HT não aumentam tanto quanto o esperado. Os receptores 5-HT1A eventualmente (tratamento a longo prazo) dessensibilizam-se, resultando na redução da inibição e consequente aumento da liberação de 5-HT.
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