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Distúrbios Afetivos: Depressão e Transtorno Bipolar

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A depressão é o mais comum dos distúrbios afetivos (definidos como 
distúrbios do humor); pode variar de alteração muito leve, beirando a 
normalidade, até a depressão grave (psicótica), acompanhada de 
alucinações e delírios. 
Há dois tipos distintos de síndrome depressiva, a saber: depressão 
unipolar, na qual as alterações de humor são sempre na mesma direção; 
e distúrbio bipolar, no qual a depressão se alterna com a mania (Rang et 
al, 2016). 
O transtorno depressivo maior caracteriza-se por episódios recorrentes 
de humor deprimido, isolamento social e sintomas somáticos 
característicos (diminuição da energia, alterações em apetite e sono, 
dor muscular e redução dos movimentos com latência da fala). São três 
os subtipos clínicos do TDM: a depressão típica (ou melancólica), a 
depressão atípica (que, na verdade, é mais comum que a depressão 
típica) e a depressão psicótica (Golan et al, 2014). 
O distúrbio bipolar, que geralmente aparece no início da vida adulta, é 
menos comum e resulta em depressão e mania oscilando durante 
período de algumas semanas. Pode ser difícil diferenciar o distúrbio 
bipolar leve da depressão unipolar. Além disso, os episódios de mania 
bipolar podem ser confundidos com episódios de psicose esquizofrênica 
(Rang, 2016). 
 
A depressão não pode ser atribuída à atividade neuronal alterada dentro 
de somente uma região cerebral; em vez disso, o circuito que liga as 
diferentes partes no cérebro pode estar afetado. Os estudos de imagens 
cerebrais indicaram que o córtex pré-frontal, a amídala e o hipocampo 
podem estar envolvidos em diferentes componentes desses distúrbios. 
 
Proposta por Schildkraut em 1965, afirma que a depressão pode ser 
causada por déficit funcional de transmissores de monoaminas, 
norepinefrina e 5-hidroxitriptamina (5-HT), em certos locais do cérebro, 
enquanto a mania resulta de excesso funcional. 
 
A serotonina (5-hidroxitriptamina; 5-HT) e a norepinefrina (NE) 
desempenham papéis críticos em modulação do humor, ciclo de sono-
vigília, motivação e recompensa, processos cognitivos, percepção de 
dor, função neuroendócrina e vários outros processos fisiológicos. 
As projeções serotoninérgicas para a medula espinal modulam 
percepção da dor, regulação visceral e controle motor, enquanto as 
projeções para o prosencéfalo são importantes em modulação do humor, 
cognição e função neuroendócrina. O sistema noradrenérgico modula 
vigilância, respostas ao estresse, função neuroendócrina, controle de 
dor e atividade do sistema nervoso simpático. 
A 5-HT e a NE são liberadas principalmente de varicosidades neuronais. 
As células que contêm 5-HT nos núcleos da rafe e as células com NE no 
locus ceruleus projetam-se amplamente pelo córtex cerebral. A 
dopamina (DA) apresenta corpo celular saindo da área tegmentar 
central e da substância negra, exibindo um padrão mais focado de 
projeções, com focos nas áreas mesocorticais e límbicas bem como no 
corpo estriado, pelas vias túbero-hipófisial (ou túbero infundibular), 
mesocortical e nigroestriada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia da depressão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mecanismos que se acredita estarem envolvidos na fisiopatologia da 
depressão. 
 
1. Inibidores do armazenamento da serotonina 
2. Inibidores da degradação da serotonina 
3. Inibidores da recaptação 
a. Antidepressivos tricíclicos (ATC) 
b. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina 
(ISRS) 
c. Inibidores da recaptação de serotonina-
norepinefrina (IRSN) 
d. Inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina 
(ISRN) 
4. Antidepressivos atípicos 
5. Agonistas dos receptores de serotonina 
6. Antagonistas dos receptores de serotonina 
7. Estabilizadores do humor 
a. Lítio 
b. Outros fármacos 
 
Inibidores do armazenamento da serotonina 
A anfetamina e substâncias relacionadas interferem na capacidade das 
vesículas sinápticas de armazenar monoaminas, como a serotonina. Por 
conseguinte, anfetamina, metanfetamina e metilfenidato deslocam 5-
HT, DA e NE de suas vesículas de armazenamento. Para a depressão 
atípica e para a depressão do idoso, os estimulantes como anfetamina, 
metilfenidato e modafinila mostraram-se úteis como agentes de segunda 
linha, em parte em decorrência de seus efeitos combinados sobre 
serotonina, norepinefrina e dopamina. 
@waleska112 Med IX - UFOB 
Farmacologia da transmissão 
serotoninérgica e adrenérgica 
 
Inibidores da degradação da serotonina 
A principal via de degradação da 
serotonina é mediada pela MAO; 
A monoaminoxidase (MAO) é uma enzima 
mitocondrial encontrada em nervos e 
outros tecidos, como fígado e intestino. No 
neurônio, a MAO funciona como “válvula de 
segurança”, desaminando oxidativamente 
e inativando qualquer excesso de 
neurotransmissor (norepinefrina, 
dopamina e serotonina) que possa vazar 
das vesículas sinápticas quando o 
neurônio está em repouso. 
Por conseguinte, os IMAO exercem efeitos significativos sobre a 
neurotransmissão serotoninérgica. Ao coibir a degradação das 
monoaminas, os IMAO aumentam a 5-HT e a NE disponíveis no citoplasma 
dos neurônios pré-sinápticos. O crescimento dos níveis citoplasmáticos 
dessas monoaminas leva não apenas a uma elevação da captação e 
armazenamento da 5-HT e da NE nas vesículas sinápticas, como também 
a algum extravasamento constitutivo das monoaminas no espaço 
extracelular. 
Os IMAO são classificados com base em sua especificidade para as 
isoenzimas MAO-A e MAO-B, e de acordo com a reversibilidade ou 
irreversibilidade de sua ligação. 
 
IMAO não seletivos: mais antigos e a maioria deles, como iproniazida, 
fenelzina e isocarboxazida, consiste em inibidores irreversíveis. 
IMAO seletivos: mais recentes, como moclobemida, befloxatona e 
brofaromina, são seletivos para a MAO-A e ligam-se de modo reversível. 
A selegilina, um inibidor seletivo da MAO-B em baixas doses, também 
coíbe a MAO-A em doses mais altas. 
 
Efeitos adversos: 
 Sonolência; hipotensão ortostática; aumento da apeite; 
atropínicos: boca seca, turvação da visão, constipação 
intestinal e distúrbios genitourinários. 
 
 A tiramina, que está presente em alimentos como queijos 
envelhecidos e carnes, fígado de aves, peixes em conserva ou 
defumados e vinhos tintos normalmente é inativada pela MAO 
no intestino. Indivíduos tratados com IMAO são incapazes de 
degradar a tiramina presente na dieta. A tiramina causa 
liberação de grande quantidade de catecolaminas 
armazenadas nos terminais nervosos, resultando em “crise 
hipertensiva” com sinais e sintomas como cefaleia occipital, 
rigidez no pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, 
arritmias cardíacas, convulsões e possivelmente colapso. 
 
Inibidores da recaptação 
1. Antidepressivos tricíclicos (ADT) 
2. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 
3. Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) 
4. Inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina (ISRN) 
 
1. Antidepressivos tricíclicos (ADT) 
Os ADT devem seu nome à sua estrutura química comum, que consiste 
em três anéis que incluem dois anéis aromáticos fixados a um anel ciclo-
heptano. A maioria dos ADTs inibe a captura de norepinefrina e de 5-HT 
(por meio do bloqueio dos transportadores de recaptação da 5-HT e da 
NE), mas tem muito menos efeito sobre a captura de dopamina. 
Além de seus efeitos sobre a captura de aminas, a maioria dos ADTs 
afeta outros receptores, incluindo os receptores colinérgicos 
muscarínicos, os receptores de histamina e os receptores de 5-HT. Os 
efeitos antimuscarínicos dos ADTs não contribuem para seus efeitos 
antidepressivos, mas são responsáveis por vários efeitos adversos. 
Efeitos adversos: 
Efeitos anticolinérgicos são mais proeminentes e incluem sintomas 
típicos de bloqueio dos receptores muscarínicos de acetilcolina: 
náuseas, vômitos, anorexia, boca seca, visão turva, confusão, 
constipação intestinal, taquicardia e retenção urinária. 
Efeitos anti-histamínicosincluem sedação, ganho de peso e confusão (no 
idoso). 
Efeitos antiadrenérgicos consistem em hipotensão ortostática, 
taquicardia reflexa, sonolência e tontura. A hipotensão ortostática 
representa um risco particularmente significativo em pacientes idosos, 
e, nesses indivíduos, é necessário proceder a um cuidadoso 
monitoramento do uso de ATC. 
Por fim, os ATC também podem precipitar mania em pacientes com 
transtorno afetivo bipolar, como também podem causar arritmias e 
diminuir o limiar convulsivo. 
 
Fármaco Captação de NE Captação de 5-HT 
Imipramina +++ ++ 
Desmetilimipramina ++ + + + 
Hidroxi-DMI +++ - 
Clomipramina (CMI) ++ +++ 
Desmetil-CMI +++ + 
Amitriptilina (AMI) ++ ++ 
Nortriptilina (desmetil-AMI) +++ ++ 
Hidroxinortriptilina ++ ++ 
 
Esses fármacos são biotransformados pelo sistema microssomal 
hepático (e assim podem ser suscetíveis aos fármacos que induzem ou 
inibem as isoenzimas CYP450). 
 
2. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 
Esse é o grupo de antidepressivos mais frequentemente prescrito. 
Embora a eficácia dos ISRS seja semelhante à dos ADTs no tratamento 
da depressão, sua maior seletividade e o perfil reduzido de efeitos 
adversos os tornaram agentes de primeira linha para o tratamento da 
depressão, bem como dos transtornos da ansiedade. Em particular, a 
superdosagem de ISRS produz efeitos relativamente benignos em 
comparação com a letalidade potencial das superdosagens de ADT. Os 
ISRS também são utilizados no tratamento das síndromes do pânico, 
transtorno obsessivo-compulsivo, ejaculação precoce e transtorno de 
estresse pós-traumático. 
A inibição da recaptação de serotonina aumenta os níveis de serotonina 
no espaço extracelular, produzindo maior ativação dos receptores de 5-
HT e intensificação das respostas pós-sinápticas. 
 
-Citalopram; Escitalopram; Fluoxetina; Paroxetina; Sertralina; 
Fluvoxamina 
 
Efeitos adversos 
Os ISRS carecem de cardiotoxicidade significativa e não se ligam com 
tanta afinidade aos receptores muscarínicos (colinérgicos), 
histamínicos, adrenérgicos ou dopamínicos. Por consequência, os ISRS 
são, em geral, mais bem tolerados que os ADT. Os ISRS, todavia, não são 
totalmente desprovidos de efeitos adversos: todos eles podem provocar 
certo grau de disfunção sexual. Outro efeito adverso comum é o 
desconforto GI; a sertralina mais frequentemente é relacionada com 
diarreia, enquanto a paroxetina está associada a constipação intestinal. 
Um efeito adverso mais grave dos ISRS consiste na síndrome 
serotoninérgica, decorrente de elevação rara, porém perigosa, dos 
níveis de 5-HT, que pode ocorrer quando se administra 
concomitantemente um ISRS e um inibidor da monoamina oxidase (IMAO; 
ver anteriormente). As manifestações clínicas da síndrome 
serotoninérgica incluem: hipertermia, rigidez muscular, mioclonia e 
flutuações rápidas do estado mental e dos sinais vitais. Os ISRS também 
podem causar vasospasmo em pequena porcentagem de pacientes e, em 
certas ocasiões, foram associados à ocorrência de hiponatremia. A 
retirada abrupta dos ISRS pode causar uma síndrome de 
descontinuidade dos ISRS, caracterizada por ansiedade, disforia, 
sintomas gastrintestinais e gripais, insônia, despersonalização e 
tendência suicida franca. Por fim, à semelhança dos ATC e dos IMAO, os 
ISRS podem causar “mudança” da depressão para a mania ou 
hipomania em pacientes com transtorno bipolar. A fluoxetina tem o 
menor risco de causar a síndrome de interrupção ISCS, devido à sua 
meia-vida mais longa e ao metabólito ativo. 
 
Fluoxetina, sertralina e fluvoxamina estão aprovados para uso em 
crianças no tratamento do transtorno obsessivo- -compulsivo; fluoxetina 
e escitalopram estão aprovados para tratar a depressão infantil. USO 
COM CAUTELA. 
 
3. Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) 
Fármacos relativamente não seletivos para a captação de 5-HT e NE. Os 
IRSN atualmente disponíveis incluem: 
- venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina e milnaciprana. 
 
Venlafaxina e desvenlafaxina 
A venlafaxina é um potente inibidor da captação de serotonina e, em 
dosagens médias e altas, é inibidor da captação de norepinefrina. A 
venlafaxina produz inibição mínima das isoenzimas CYP450 e é substrato 
da isoenzima CYP2D6. A desvenlafaxina é o metabólito ativo, desmetilado 
da venlafaxina. 
Duloxetina 
A duloxetina inibe a captação de serotonina e norepinefrina em todas as 
dosagens. pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca. Ela 
é um inibidor moderado da isoenzima CYP2D6 e pode aumentar a 
concentração de fármacos biotransformados por essa via, como os 
antipsicóticos. 
Levomilnaciprana 
Levomilnaciprana é um enantiômero do milnaciprana (um ICSN antigo 
usado contra a depressão na Europa e contra a fibromialgia nos EUA). O 
perfil de efeitos adversos é similar ao dos demais ICSNs. 
 
Efeitos Adversos mais comuns: 
• Venlafaxina e desvenlafaxina são náuseas, cefaleia, disfunções sexuais, 
tonturas, insônia, sedação e constipação. 
• Duloxetina: Efeitos GI, incluindo náuseas, xerostomia e constipação; 
insônia, tonturas, sonolência sudoração e disfunção sexual também são 
observadas. Pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca. 
 Podem causar arritmia e convulsão em superdosagem! 
 Duloxetina e o milnaciprano podem reduzir o nível de dor em 
doentes com fibromialgia. 
 
4. Inibidores seletivos da receptação de norepinefrina (ISRN) 
A atomoxetina é um inibidor seletivo da recaptação de NE, usado no 
tratamento do TDAH. Acredita-se que esse fármaco melhore os sintomas 
do TDAH ao bloquear a recaptação de NE, aumentando, assim, os níveis 
de NE no córtex pré-frontal. 
 
Antidepressivos atípicos 
Vários fármacos que interagem com múltiplos alvos e estão indicados 
para o tratamento da depressão são algumas vezes referidos como 
“antidepressivos atípicos”. Esses agentes incluem: 
- Bupropiona, Mirtazapina, Nefazodona, Trazodona, Vilazodona, 
Vortioxetina 
 
Bupropiona: inibidor da captação de dopamina e noradrenalina. 
É o antidepressivo com menos efeitos adversos sexuais. Mas é 
contraindicada para pacientes com distúrbios convulsivos, 
anormalidades eletrolíticas e transtornos da alimentação (dado o fato de 
esses transtornos poderem causar desequilíbrios eletrolíticos). 
- Efeitos adversos podem incluir boca seca, sudorese, nervosismo, 
tremores e um aumento dose-dependente do risco de convulsões. 
 
Mirtazapinae Mianserina: bloqueia os receptores alfa 2-adrenérgico e 
5-HT2c. O bloqueio de receptores α-adrenérgicos aumentará a liberação 
tanto de norepinefrina quanto de 5-HT; entretanto, através do bloqueio 
simultâneo dos receptores 5- HT2A e 5-HT3 ocorrerá a redução dos 
efeitos adversos mediados por esses receptores. 
• Efeitos sedativos (anti-histamínicos → aumento do apetite e da 
massa corporal), mas não interfere na função sexual. 
 
Nefazodona e Trazodona: bloqueiam os 5-HT2a e 5-HT2c, e são 
inibidores fracos da captação de 5-HT. 
• Possuem efeitos sedativos (bloqueio H1), e podem causar hipotensão 
ortostática, tonturas (bloqueio alfa 1), priapismo (trazodona) e 
hepatotoxicidade (Nefazodona). 
 
Vilazodona 
É um inibidor da captação de serotonina e um agonista parcial em 5-
HT1A. O perfil de efeitos adversos da vilazodona é similar ao dos ISCSs, 
incluindo o risco da síndrome de descontinuação se for interrompido 
abruptamente. 
 
Vortioxetina 
Usa como mecanismo de ação sugerido para tratar a depressão uma 
combinação de inibição da captação de serotonina, agonismo 5-HT1A e 
antagonismo 5-HT3 e 5-HT7. Os efeitos adversos comuns incluem 
nauseas, êmese e constipação, que podem ser esperados devido a seus 
mecanismos serotoninérgicos. 
 
Agonistas dos receptores de serotonina 
Utilizados principalmente no tratamento de ansiedade e enxaqueca. 
A buspirona é um ansiolítico não benzodiazepínico, que não se liga aos 
receptores GABA, mas que atua como agonista parcial seletivodo 5-HT1A. 
 A sumatriptana é o agonista 5-HT1D protótipo de um grupo conhecido 
como triptanas, que também 
inclui rizatriptana, almotriptana, frovatriptana, eletriptana e zolmitriptan
a. As triptanas, bem como o alcaloide do esporão do centeio menos 
seletivo – a ergotamina –, atuam sobre os receptores 5-HT1 na 
vasculatura, alterando o fluxo sanguíneo intracraniano. Esses agentes 
são de grande utilidade para as crises agudas de enxaqueca. 
 Poucos agonistas de 5-HT2 são empregados clinicamente. A trazodona é 
um profármaco, que é convertido em metaclorofenilpiperazina (mCFP), 
um agonista 5-HT2A/2C seletivo, usado no tratamento de depressão e 
insônia. 
Antagonistas dos receptores de serotonina 
Cetanserina: é um antagonista de 5-HT2A/2C, com considerável atividade 
de antagonista α1-adrenérgico. Reduz a pressão arterial em grau 
semelhante ao dos betabloqueadores e tem sido usada topicamente para 
diminuir a pressão intraocular no glaucoma. 
Ondansetrona: é um antagonista 5-HT3. Os receptores 5-HT3 são 
expressos em sistema nervoso entérico, terminações nervosas do vago 
e SNC, particularmente na zona do gatilho quimiorreceptora. A 
ondansetrona é um poderoso antiemético, amplamente usada como 
adjuvante na quimioterapia do câncer. 
Tegaserode e prucaloprida: os antagonistas do receptor 5-HT4 
aumentam a motilidade GI e são efetivos no tratamento da constipação 
intestinal associada à SII. 
 
Estabilizantes do humor 
Foi constatado que os medicamentos antidepressivos podem precipitar 
episódios maníacos em alguns pacientes com TDM, mas o mecanismo 
ainda é pouco esclarecido. 
Como estabilizantes dos humor, são utilizados: lítio e antiepiléticos 
(carbamazepina, ácido valproico). Os sintomas psicóticos que ocorrem 
durante a mania assemelham-se aos da esquizofrenia (alucinações 
auditivas, alucinações de comando, paranoia persecutória e hiper-
religiosidade), e os antipsicóticos também têm sido utilizados com 
sucesso no tratamento da mania. 
 
1. Lítio 
O lítio, que é comumente administrado na forma de carbonato de lítio, é 
um cátion monovalente, cujas propriedades eletroquímicas assemelham-
se às do sódio e do potássio. O lítio é eficaz no tratamento de 60 a 80% 
dos pacientes que exibem mania e hipomania. Embora vários processos 
celulares sejam alterados pelos sais de lítio, o mecanismo de ação é 
desconhecido. Sabe-se que ao bloquear a regeneração do FIP2 
(fosfatidilinositol-4,5-bifosfato), o lítio diminui a neurotransmissão 
adrenérgica central, muscarínica e serotoninérgica. Mas existem outros 
mecanismos também muito relevantes. 
O lítio apresenta uma janela terapêutica estreita e ampla gama de 
efeitos adversos. Os efeitos adversos podem incluir cefaleia, xerostomia, 
polidipsia, poliúria, polifagia, distúrbios GI (o lítio deve ser administrado 
com alimento), tremor fino nas mãos, tonturas, fadiga, reações dérmicas 
e sedação. Níveis elevados podem levar a ataxia, fala enrolada, tremores 
grosseiros, confusão e convulsões. A hiponatremia ou a administração 
de agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINE) podem levar a um 
aumento da reabsorção de lítio no túbulo proximal e elevação das 
concentrações plasmáticas de lítio para níveis tóxicos. 
 
2. Outros fármacos 
Vários fármacos antiepiléticos, incluindo carbamazepina, ácido valproico 
e lamotrigina, foram aprovados como estabilizadores do humor para 
transtornos bipolares. Outros fármacos que podem amenizar os 
sintomas de mania incluem os antigos (clorpromazina e haloperidol) e os 
novos antipsicóticos. Os antipsicóticos atípicos risperidona, olanzapina, 
ziprasidona, aripiprazol, asenapina e quetiapina também são usados no 
tratamento da mania. Quetiapina, lurasidona e a combinação de 
olanzapina e fluoxetina foram aprovadas para depressão bipolar 
 
Inibidores do armazenamento da serotonina 
(Depressão atípica, depressão do idoso, TDAH) 
Anfetamina, metanfetamina e metilfenidato 
Inibidores da monoaminoxidase 
(Depressão atípica, forte ansiedade, alergia aos ADT) 
Não seletivos: iproniazida, fenelzina e isocarboxazida 
Seletivos: moclobemida, befloxatona e brofaromina, selegilina 
Antidepressivos tricíclicos 
(Depressão moderada e grave, transtorno do pânico, enurese em 
crianças +6 anos) 
Amitriptilina (enxaqueca e dor crônica), Amoxapina, Clomipramina, 
Desipramina, Doxepina, Imipramina, Maprotilina, Nortriptilina, 
Protriptilina, Trimipramina 
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 
(Depressão, síndromes do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, 
ejaculação precoce, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno 
disfórico pré-menstrual) 
Citalopram, Escitalopram, Fluoxetina (bulimia nervosa), Fluvoxamina, 
Paroxetina, Sertralina 
Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) 
(depressão acompanhada de sintomas dolorosos crônicos) 
Desvenlafaxina, Duloxetina, Venlafaxina, Levomilnaciprana 
Inibidores seletivos da receptação de norepinefrina (ISRN) 
(TDAH) 
Atomoxetina 
Antidepressivos atípicos 
Bupropiona, Mirtazapina, Nefazodona, Trazodona, Vilazodona, 
Vortioxetina 
Agonistas dos receptores de serotonina 
(Ansiedade e enxaqueca) 
Buspirona, sumatriptana, 
rizatriptana, almotriptana, frovatriptana, eletriptana e zolmitriptana 
Antagonistas dos receptores de serotonina 
Cetanserina (glaucoma), Ondansetrona (antiemético), 
Tegaserode e prucaloprida (constipação) 
Estabilizantes do humor 
(mania e hipomania, transtornos bipolares) 
Carbonato de lítio, antiepiléticos (carbamazepina, ácido valproico e 
lamotrigina); antipsicóticos antigos (clorpromazina, haloperidol), 
antipsicóticos atípicos (risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol, 
asenapina e quetiapina 
 
Por que os antidepressivos tem início de ação lento? 
O início lento da ação antidepressiva dos inibidores da captação de 5-HT 
é explicado pela desensibilização dos receptores 5-HT1A. 
A liberação de 5-HT é controlada pela ação inibitória de 5-HT sobre os 
receptores somatodendríticos 5-HT1A. A inibição aguda da captação 
de 5-HT resulta no aumento nos níveis extracelulares de 5-HT, porém 
isso aumenta a inibição somatodendrítica mediada pelos receptores 5-
HT1A e, portanto, os níveis sinápticos de 5-HT não aumentam tanto 
quanto o esperado. Os receptores 5-HT1A eventualmente (tratamento a 
longo prazo) dessensibilizam-se, resultando na redução da inibição e 
consequente aumento da liberação de 5-HT.

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