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pato especial cardiovascular

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Patologia Especial - Sistema cardiovascular 
@ana.dogvet 
 
- Coração: 
O sistema cardiovascular é constituído por estruturas que proporcionam o bombeamento, o transporte 
e a distribuição de substâncias essenciais à demanda metabólica do organismo. As principais funções 
do sistema cardiovascular são: manter o fluxo sanguíneo para os tecidos, distribuir oxigênio e remover 
o gás carbônico e os metabólitos dos tecidos, além da distribuição de hormônios e manutenção da 
termorregulação; 
O coração é um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue de modo 
contínuo para o sistema vascular sanguíneo. Nos mamíferos e aves, é constituído por quatro câmaras, 
átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e esquerdo, e por quatro válvulas, sendo duas 
atrioventriculares (mitral e tricúspide) e duas semilunares (aórtica e pulmonar). Semelhantemente ao 
que se observa na constituição dos vasos, o coração é formado por três túnicas: a interna (endocárdio), 
a média (miocárdio) e a externa (pericárdio); 
Respostas fisiopatológicas do miocárdio: 
Como descrito anteriormente, o miocárdio é composto de tecido muscular estriado dotado de 
propriedades de contratilidade e condutibilidade. Sendo assim, as respostas do miocárdio às agressões 
podem se manifestar como alterações funcionais na formação, no ritmo ou na condução do impulso 
elétrico (disritmias) ou na redução da capacidade contrátil da fibra muscular. 
As causas das lesões do miocárdio podem ser intrínsecas, ou seja, inerentes ao próprio coração 
(defeitos na origem, na organização e na sincronização do sistema elétrico de condução cardíaca; 
lesões de insuficiência e/ou estenose valvulares, lesões miocárdicas degenerativas e inflamatórias), ou 
extrínsecas, como resistência extracardíaca à perfusão sanguínea para as circulações sistêmica e 
pulmonar. Independentemente do tipo de lesão, a regeneração das células musculares cardíacas 
geralmente não ocorre. 
A hipertrofia é uma resposta compensatória do músculo cardíaco em decorrência de sobrecarga 
crônica, seja sistólica (pressão), seja diastólica (volume). A hipertrofia pode ser classificada em dois 
padrões distintos: a hipertrofia concêntrica e a hipertrofia excêntrica. Na hipertrofia concêntrica há 
aumento da espessura da parede ventricular sem aumento do volume diastólico final; ocorre quando 
há aumento da carga sistólica. A hipertrofia excêntrica ocorre quando há aumento da carga diastólica, 
ou seja, quando há aumento do volume sanguíneo recebido nas câmaras cardíacas. 
O caminho inverso da cardiomegalia é raro e corresponde à atrofia. A atrofia do miocárdio pode ser 
decorrente de desnutrição e doenças crônicas caquetizantes. Microscopicamente, há uma redução 
numérica e volumétrica das fibras. A atrofia pode ser decorrente também do processo de senilidade. 
As respostas adaptativas do miocárdio são, na sua grande maioria, de caráter megálico 
(cardiomegalia) e reversíveis. Representam um aumento volumétrico de cada mioblasto (hipertrofia), 
e não do seu número (hiperplasia), já que, como células permanentes, a sua capacidade de se dividir 
decresce rapidamente após o nascimento, e apenas uma pequena atividade mitótica pode ser 
observada nas primeiras semanas de vida. 
Alterações post mortem e lesões sem significado clínico: 
Rigor mortis: O rigor mortis se caracteriza por um estado de contratura post mortem dos músculos 
do corpo. Nesse estado, os músculos se contraem e ficam rígidos, mesmo sem haver potenciais de 
ação. 
Fase de rigor: primeiro órgão que entra em rigor = coração e isso ocorre porque sua reserva de 
glicogênio é pequena, em um coração normal após a morte é notado no ventrículo direito um coágulo 
(coágulo cruórico), mas se notado no ventrículo esquerdo é sugestivo de insuficiência cardíaca, 
devido a sua parede espessa esse ventrículo consegue expulsar o sangue completamente, se no caso é 
encontrado esse resquício significa que o coração não estava trabalhando adequadamente. / Fase de 
pós rigor 
De maneira didática, pode-se compreender o processo de rigor mortis em três etapas: na fase de 
pré-rigor o glicogênio ainda presente nas fibras musculares cardíacas mantém os ATPs necessários 
para o metabolismo das fibras musculares, ou seja, o ATP mantém afastadas as miofibrilas de actina e 
miosina durante o relaxamento muscular. Na fase de rigor, com o consumo das reservas de 
glicogênio, há ausência de ATP, resultando em forte união entre os miofilamentos de actina e 
miosina. O músculo irá permanecer em rigor até que as proteínas musculares sejam destruídas por um 
processo autolítico provocado por enzimas lisossômicas, quando ocorrerá o relaxamento muscular, 
caracterizando assim a fase de pós -rigor. 
A enzima tromboquinase por conta da redução de oxigênio realiza a coagulação de todo o sangue 
presente no corpo. 
O coágulo cruórico é vermelho e constituído basicamente de hemácias. Já o coágulo lardáceo é 
amarelo e constituído principalmente de plaquetas, fibrina e leucócitos. Em equídeos, a presença de 
coágulo lardáceo não apresenta significado clínico e ocorre, provavelmente, devido à rapidez da taxa 
de sedimentação das hemácias. 
- Coágulo x trombo: Coágulo : liso, brilhante, elástico, solto e adquire o formato do leito vascular. 
Trombo: Opaco, friável, inelástico, forma e tamanho variável, sendo comum deixar a superfície 
rugosa ao ser retirado. 
-Embebição pela hemoglobina: Hemólise do coágulo pela liberação de hemoglobina, que impregna 
por difusão passiva os endoteliócitos do endocárdio e da íntima vascular, dando origem a manchas 
- Manchas esbranquiçadas no coração: sem significado clínico, cães e equinos jovens, achado de 
necropsia sem significado clínico. 
Defeitos congênitos: 
- Defeito do septo atrial/ persistência do forame oval: mistura entre o sangue arterial e 
venoso, sobrecarga no lado direito do coração, raro em animais mas pode acontecer em 
poodle e boxer, raramente encontrada sozinha pode vir acompanhada de hipertensão 
pulmonar e hipertrofia excêntrica do ventrículo direito. 
- Defeito do septo atrioventricular: ocorrência em suínos, e pode ocorrer em gatos, pequenos 
defeitos podem ser corrigidos mas defeitos de grande calibre podem gerar insuficiência e 
síncope. 
- Persistência do ducto arterioso: defeito comum em animais domésticos, no potro pode ficar 
aberto por até 5 dias, vai refletir em sinais clínicos dependentes do tamanho da persistência, 
causa uma congestão pulmonar e hipertrofia do ventrículo esquerdo e dilatação do átrio 
esquerdo predispondo a trombose, e hipertrofia concêntrica do ventrículo direito. 
- Estenose aórtica e subaórtica: Estenose aórtica pouco comum, estenose subaórtica suínos e 
cães, espessa camada de tecido conjuntivo fibroso no ventrículo esquerdo abaixo das válvulas 
semilunares aórticas, levando hipertrofia concêntrica no ventrículo esquerdo. 
- Estenose da artéria pulmonar: comum em cães e incomum em outras espécies, hipertrofia 
concêntrica do ventrículo direito (dilatação), aumento de pós carga no ventrículo direito, 
bulldog inglês. 
- Tetralogia de fallot: 4 alterações em conjunto- Animais apresentam cianose devido a 
transposição de sangue pelo defeito do septo interventricular e estenose de valva pulmonar, 
dificuldade de ejeção de sangue pelo ventrículo direito, comum em raças como: bulldog 
inglês, poodle, schnauzer e pastor de shetland. 
- Transposição de grandes vasos: principalmente em artéria aorta e artéria pulmonar, a aorta 
recebe sangue venoso, maior ocorrência em bovinos. 
- Persistência do quarto arco aórtico direito: Ocorre em cães e bovinos, arco aórtico direito 
persistente, compressão do esôfago e traqueia, animal apresenta disfagia e megaesôfago com 
presença de regurgitação frequente do alimento que o animal consome. 
- Hematomas/hematocistos congênitos: Hematomas dentro das valvas atrioventriculares, 
achado incidental de necropsia sem significado clínico,geralmente em bezerros, e em beagles 
há a presença de cistos nas valvas atrioventriculares. 
- Cor triatrium: Coração com três átrios 
- Ausência de pericárdio: Alteração congênita que faz com que o animal não tenha pericárdio, 
em cães, mas não provoca nenhuma patologia. 
- Ectopia cordis: alteração congênita onde o coração fora da sua posição normal, em cães e 
bovinos, evento raro e pode ser assintomático. Extratorácico, pré esternal ( fora do animal em 
cima do esterno) intra abdominal ( dentro mas em cima do abdômen). 
Alterações do pericárdio 
- Hidropericárdio: Líquido claro e seroso em uma quantidade excessiva, em pequena 
quantidade é normal , animais com esse quadro apresentam geralmente: anasarca, doenças 
caquexianas e anorexia, pode ser uma consequência de insuficiência cardíaca congestiva. 
- Hemopericárdio: Acúmulo de sangue puro no pericárdio, presença de coágulos, pouco 
comum, o sangue causa um tamponamento cardíaco causando uma insuficiência cadíaca 
aguda causando a morte. Pode ser causada por traumas ou ruptura de artéria coronária. 
- Atrofia gelatinosa/serosa da gordura pericárdica: Animais com caquexia ou redução do 
peso corporal, a gordura do coração é substituida por um material gelatinoso. 
- Percardite: Inflamação dos folhetos vísceral e/ou parietal do pericárdio.Tipos de pericardite: 
Pericardite fibrinosa- Comum nos animais domésticos, ocorre por via hematogênica ou via 
linfática, recoberto por fibrina e misturado com outros elementos. Pericardite Serosa- 
Acúmulo de líquido proteico no saco pericárdico, rápida progressão para pericardite fibrinosa. 
Pericardite purulenta- Causada por bactérias patogênicas, doenças primárias que causam pus 
em gado bovino. 
Alterações do endocárdio 
- Mineralização subendocárdica : Deposição de cálcio no endocárdio, em cães é 
consequência da uremia, em cordeiros devido a falta de vitamina E e selênio, em bovinos 
devido a ingestão de plantas calcinogênicas que fazem essa deposição de minerais. 
- Endocardiose valvar : lesão cardiovascular mais comuns em cães, ocorre uma degeneração 
da valva causando uma insuficiência cardíaca, causando uma regurgitação do sangue, afeta 
principalmente a valva atrioventricular esquerda em maior quantidade. 
- Endocardite: inflamação do endocárdio, causas bacterianas, micoses, ou parasitas, nas valvas 
onde ocorre uma inflamação. 
- Miocardite: inflamações do miocardio 
- Cardiomiopatias: Alterações que acontecem no coração sem causa encontrada. 
Cardiomiopatia dilatada: É uma das mais importantes causas de insuficiência cardíaca em 
cães e gatos, sendo caracterizada pela dilatação das quatro câmaras cardíacas (átrios e 
ventrículos). Nesses casos, há diminuição da capacidade contrátil do miocárdio e aumento do 
volume diastólico final. Histologicamente, observam--se cardiomiócitos de tamanhos 
variados, alguns degenerados, associados a áreas de necrose e fibrose. 
- Cardiomiopatia hipertrófica: É caracterizada por hipertrofia acentuada do miocárdio 
ventricular não decorrente de outras doenças cardíacas e/ou vasculares. É uma alteração 
frequentemente descrita em gatos machos adultos e ocasionalmente em cães. 
Macroscopicamente, observa--se hipertrofia simétrica ou assimétrica dos ventrículos O 
espessamento acentuado do septo interventricular ocasiona redução da câmara ventricular, 
reduzindo o débito cardíaco. 
- Cardiomiopatia restritiva: É caracterizada pela restrição do enchimento ventricular e da 
distensibilidade ventricular, sendo uma alteração mais comumente observada em gatos. A 
redução na complacência de um ou ambos os ventrículos deve--se à presença de um tecido 
fibroelástico endomiocardial, localizado principalmente no ventrículo esquerdo. 
- Neoplasias: Hemangiossarcomas: neoplasias malignas.Rabdomiomas: neoplasias benignas de 
fibras musculares em suínos.Neurofibroma: neoplasia benigna de nervos periféricos em 
bovinos.Linfoma: neoplasia maligna de linfócitos que sofrem metástase para o 
coração.Quimiodectoma: tumor da base do coração. 
- Síndrome Insuficiência cardíaca: Incapacidade do coração de bombear o sangue para 
atender as demandas metabólicas do organismo. Mecanismos compensadores intrínsecos: 
Hipertrofia - aumento do tamanho das fibras musculares, concêntrica ou excêntrica. 
Dilatação- aumento do volume diastólico. Mecanismos compensadores extrínsecos: Elevação 
da frequência cardíaca, elevação da respiração, elevação da volemia, redistribuição do fluxo. 
- Insuficiência crônica- O coração apresenta--se doente, todos os mecanismos compensatórios 
foram suplantados e os sinais clínicos e as lesões extracardíacas estão presentes 
- ICC direita - o animal pode apresentar anasarca, ascite, edema subcutâneo, hepatomegalia e 
dispneia. 
- ICC esquerda - dilatação de hipertrodia do ventriculo esquerdo, congestão e edema 
pulmonar, intolerância ao exercício, tosse, dispneia, secreção nasal esquerda, cianose. 
- Insuficiência aguda- resulta de uma parada súbita da contração efetiva do coração, com 
diminuição acentuada do débito cardíaco e hipoxia nos órgãos vitais, inicialmente o encéfalo, 
ocasionando a morte do animal. 
Sistema vascular 
Alterações do desenvolvimento: Arterite/ flebite/ vasculite. Pode ter causa parasitária, bacteriana, 
viral. 
- Onfaloflebite: processo inflamatório dos componentes do cordão umbilical, bezerros com 
contaminação do umbigo, septcemia, inflamação purulenta das articulações. 
- Aneurisma: dilatação localizada da parede vascular arterial causado por alterações inflamatórias ( 
parasitárias) ou degenerativas. 
- Dilatação vascular : flebestasia 
- Trombose: formação de trombo ante mortem aderido a parede vascular, causando uma lesão 
endotelial e uma alteração do fluxo. 
- CID - Coagulação intravascular disseminada: hipercoagulação sanguinea, microtrombos em 
vênulas e arteríolas. 
-Arteriosclerose: espessamento da parede das artérias, causa lesão nas paredes pelo aumento do 
tuilhonamento. 
-Aterosclerose: acúmulo de lípideos nas paredes musculares dos vasos. 
- Neoplasias vasculares: hemangiomas e hemangiossarcomas. 
Sistema linfático 
Linfedema hereditário: O linfedema hereditário é uma anomalia congênita rara, já descrita em cães, 
bovinos e suínos. É uma alteração caracterizada pelo desenvolvimento anormal dos vasos linfáticos, 
em que se tem hipoplasia ou até mesmo aplasia destes. 
Linfangites: inflamação de vasos linfáticos. A linfangite é definida como inflamação dos vasos 
linfáticos e, geralmente, é secundária a outras doenças, mas pode ser também de origem primária. Os 
principais agentes envolvidos em quadros de linfangite são: bactérias, fungos e parasitas. 
Linfangectasia: dilatação de vasos linfáticos. Linfangiectasia é a dilatação dos vasos linfáticos. Pode 
ser decorrente de anomalias congênitas ou da obstrução linfática por neoplasias ou processos 
inflamatórios; outra causa é a dilatação dos linfáticos por excesso de fluido intersticial da área drenada 
por esses vasos 
Ruptura de vasos linfáticos: e. A ruptura do ducto torácico (principal canal coletor de linfa) pode 
decorrer de traumatismos, inclusive iatrogênicos, ou pode ser espontânea, causando quilotórax 
(derrame de linfa para o interior da cavidade torácica) 
Linfogiossarcoma- neoplasia maligna é histologicamente semelhante ao hemangiossarcoma 
Linfangioma - O linfangioma é uma neoplasia benigna composta de capilares linfáticos preenchidos 
por linfa que podem se desenvolver espontaneamente ou por alterações de malformação congênitas.

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